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Povos indígenas na universidade: ação afirmativa e a geopolítica do conhecimentoMattioli, Érica Aparecida Kawakami 01 October 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-10-01 / Financiadora de Estudos e Projetos / The selectivity concerning the access of indigenous students to Brazilian higher education have been due to the practices formed racially and the understanding of the political strategy of the education for the recognition of the otherness has appeased the definition of public policies of Affirmative Actions (AA) for groups historically considered subaltern. Affirmative action is often conceptualized as strategic mechanism when both racial tension and socio-economic inequality exist in order to counter the effects of a colonial history of discrimination and disadvantaging that has left huge silences and deformations in the historical narratives about indigenous people and their knowledge, philosophies, bodies and cultures. Therefore, we also can think about affirmative action in its epistemological dimension. A post-colonial reading of affirmative action policies in Brazilian universities focused on indigenous people provided the basis for our analysis. We argue that AA policies have a potential force to produce epistemological disruptions in university contexts. The goal of this research is both to analyze and to describe sociologically the experiences of indigenous students from different ethnic groups in the context of Affirmative Action Policies Program at Federal University of São Carlos. This study ends presenting discussions on how we can epistemologically rethink AA policies in Brazilian universities, especially regarding to indigenous people. / O presente trabalho debruça-se sobre a política de ação afirmativa para acesso ao ensino superior no Brasil, num cenário em que diferentes argumentos que a justifica se encontram e se tensionam. Numa perspectiva de analítica pós-colonial buscamos discutir a crescente presença dos povos indígenas nas universidades, tendo em vista que o pós-colonial constrói sua crítica ao modo como o conhecimento científico tem sido produzido e posto em circulação. Observamos que, no geral, as universidades públicas brasileiras operam em função de concepções e representações forjadas nas relações coloniais, de modo que em seus espaços, formas de produção, validação, aplicação e circulação de conhecimentos ainda são definidas a partir de uma matriz epistemológica ocidental, eurocentrada, racializada. Ao considerar o racismo inscrito nas matrizes das ciências e o fato de que houve e há hierarquização dos conhecimentos, a crítica póscolonial leva a cabo o exercício epistemológico de desfamiliarização das experiências antes racializadas e de desconstrução do vocabulário colonial a partir do qual elas têm sido nomeadas, conhecidas e inscritas nos imaginários. Nesse sentido, temos nos perguntado se as presenças indígenas podem provocar algum tipo de deslocamento (epistemológico, metodológico, cultural, político) no contexto da universidade. Mais especificamente, as presenças indígenas nas universidades podem constituir-se em possibilidade de deslocar o espaço-tempo dos signos, deslocar os contextos de significação? Podem constituir-se como possibilidade de produção de novos sentidos e de novos arranjos das diferenças? Tendem a provocar mudanças na própria institucionalização dos programas de ação afirmativa das universidades? A experiência em curso na Universidade Federal de São Carlos nos tem permitido conceber a política de ação afirmativa como estratégia que pode possibilitar deslocamentos nas representações acerca da diferença e, em alguma medida, levar a desarranjos epistemológicos.
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