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Homens e masculinidades na cultura do magistério: uma escolha pelo possível, um lugar para brilhar (São Paulo, 1950 - 1989). / Men and masculinities in the culture of teaching: an option for the possible, a place to shine (São Paulo, 1950-1989).Pincinato, Daiane Antunes Vieira 18 June 2007 (has links)
Este estudo analisa as experiências de um grupo de professores que fizeram a carreira do magistério no sistema de ensino público no estado de São Paulo, com o objetivo de investigar a participação dos homens na construção da cultura escolar e, em especial, da cultura do magistério. O recorte temporal efetuado circunscreve a pesquisa entre as décadas de 1950 e 1980: um momento histórico peculiar, em que o país foi marcado por muitas mudanças de ordem política, econômica e ideológica. No campo da educação, essas décadas corresponderam a dois períodos distintos - um anterior e outro posterior à promulgação da Lei 5.692/71 -, mas que pesquisados juntos permitiram uma maior compreensão dos processos de mudança que imprimiram novas configurações à profissão do magistério e ao trabalho docente, sobretudo a partir dos anos 70, quando foi implantada a reforma de ensino de 1o e 2o graus. As sucessivas alterações que ocorreram na organização do sistema de ensino atingiram a carreira e a profissão docente, cujos processos de mudança acabaram por colocar em ebulição certas dinâmicas da cultura escolar. A cultura do magistério, em particular, trouxe à tona disputas entre antigas e novas representações, que explicitam com maior clareza o imaginário social e as hierarquias que passam a (re)ordenar as relações no âmbito dessa profissão. O presente trabalho focaliza, assim, a participação e o papel dos homens nessa dinâmica, especialmente daqueles que se dirigiram aos cargos administrativos. Ao investigar a participação desses profissionais na formação da cultura do magistério, considerou-se que, mesmo a partir da promulgação da referida reforma, datada de 1971, quando os homens se tornaram um grupo proporcionalmente menor em comparação ao das mulheres, aqueles que permaneceram na profissão, sobretudo na carreira administrativa, acabaram por deter parcela significativa de poder, em decorrência de certas prerrogativas adquiridas no âmbito das relações de gênero, em que determinados valores de masculinidade ainda contam como vantagens em relação aos de feminilidade. Como procedimentos, foram adotados questionários, entrevistas, análises documentais e da legislação vigente à época. Os eixos de análise foram definidos a partir dos principais conceitos utilizados no trabalho: habitus; campo e capital simbólico; representações e apropriações sociais; cultura escolar; gênero e masculinidades, tomados dos trabalhos de Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Joan Scott, Robert Connell, entre outros autores. As análises desenvolvidas evidenciaram que algumas das determinações legais impostas ao longo do período fizeram com que as escolas e o próprio sistema de ensino sofressem grandes mudanças e, com isso, uma cultura escolar diferenciada acabou se originando, em que o tempo, o espaço e, até mesmo, os próprios sujeitos da educação - alunos, professores, equipe administrativa - não permanecessem os mesmos. As alterações ocorridas deram origem a conflitos, novas interações e novas táticas de viver a profissão por parte desse grupo de profissionais do magistério. Enfim, há uma série de ocorrências que imprimiram novas marcas no modo de os homens trabalharem e viverem o magistério e, também, nas próprias representações que fizeram, e que ainda fazem, sobre sua identidade profissional. / With the purpose of investigating the participation of men in the construction of school culture and, in particular, of the culture of teaching, the present study analyzes the experiences of a group of male teachers that made their careers in the public education system of the State of São Paulo. The chosen time span situates the research between the 1950s and the 1980s: a peculiar historical moment at which the nation was undergoing a series of political, economic, and ideological changes. In the field of education, these decades comprised two distinct periods - before and after the promulgation of Act 5692/71 -, but their joint investigation has afforded a better understanding of the processes of change that brought about new configurations to the teaching profession and work, especially since the 1970s, when a teaching reform introduced the system of 1st and 2nd degrees. The successive modifications that took place in the organization of the education system affected the teaching career and profession, and the processes of change that occurred therein put some of the dynamics of school culture in turmoil. The culture of teaching, in particular, revived disputes between new and old representations, exposing the social imaginary and the hierarchies that started then to (re)order the relations within this profession. This work thus focuses on the participation of men, and on the role they played in such dynamics, with special attention to those men that oriented themselves toward administrative posts. By investigating the participation of these professionals in the formation of the culture of teaching, we have considered that even after the approval of the above-mentioned reform in 1971, when men became a relatively small group compared to that of women, those that did remain in the teaching profession, especially in the administrative career, eventually exercised significant power, as a result of prerogatives acquired in the context of gender relations, in which certain values of masculinity still count as advantages over those of femininity. Research procedures adopted have included questionnaires, interviews, and analysis of documents and legislation of the period. The lines of analysis were defined from the main concepts employed in the work: habitus; symbolic field and capital; social representations and appropriations; school culture; gender and masculinities. These have been taken from the works of Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Joan Scott, and Robert Connell, amongst others. The analyses developed revealed that some of the legal determinations imposed during that period provoked large changes in schools and to the teaching system itself, giving rise to a different school culture, in which time, space, and even the very subjects of education - pupils, teachers, administrative staff - did not remain the same. The transformations that occurred originated in this group of teaching professionals conflicts, new interactions and new tactics to live the profession. There is, therefore, a whole series of facts that have left a new mark on the way men work at and experience teaching, and also in the representations they made, and still make, about their professional identity.
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Homens e masculinidades na cultura do magistério: uma escolha pelo possível, um lugar para brilhar (São Paulo, 1950 - 1989). / Men and masculinities in the culture of teaching: an option for the possible, a place to shine (São Paulo, 1950-1989).Daiane Antunes Vieira Pincinato 18 June 2007 (has links)
Este estudo analisa as experiências de um grupo de professores que fizeram a carreira do magistério no sistema de ensino público no estado de São Paulo, com o objetivo de investigar a participação dos homens na construção da cultura escolar e, em especial, da cultura do magistério. O recorte temporal efetuado circunscreve a pesquisa entre as décadas de 1950 e 1980: um momento histórico peculiar, em que o país foi marcado por muitas mudanças de ordem política, econômica e ideológica. No campo da educação, essas décadas corresponderam a dois períodos distintos - um anterior e outro posterior à promulgação da Lei 5.692/71 -, mas que pesquisados juntos permitiram uma maior compreensão dos processos de mudança que imprimiram novas configurações à profissão do magistério e ao trabalho docente, sobretudo a partir dos anos 70, quando foi implantada a reforma de ensino de 1o e 2o graus. As sucessivas alterações que ocorreram na organização do sistema de ensino atingiram a carreira e a profissão docente, cujos processos de mudança acabaram por colocar em ebulição certas dinâmicas da cultura escolar. A cultura do magistério, em particular, trouxe à tona disputas entre antigas e novas representações, que explicitam com maior clareza o imaginário social e as hierarquias que passam a (re)ordenar as relações no âmbito dessa profissão. O presente trabalho focaliza, assim, a participação e o papel dos homens nessa dinâmica, especialmente daqueles que se dirigiram aos cargos administrativos. Ao investigar a participação desses profissionais na formação da cultura do magistério, considerou-se que, mesmo a partir da promulgação da referida reforma, datada de 1971, quando os homens se tornaram um grupo proporcionalmente menor em comparação ao das mulheres, aqueles que permaneceram na profissão, sobretudo na carreira administrativa, acabaram por deter parcela significativa de poder, em decorrência de certas prerrogativas adquiridas no âmbito das relações de gênero, em que determinados valores de masculinidade ainda contam como vantagens em relação aos de feminilidade. Como procedimentos, foram adotados questionários, entrevistas, análises documentais e da legislação vigente à época. Os eixos de análise foram definidos a partir dos principais conceitos utilizados no trabalho: habitus; campo e capital simbólico; representações e apropriações sociais; cultura escolar; gênero e masculinidades, tomados dos trabalhos de Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Joan Scott, Robert Connell, entre outros autores. As análises desenvolvidas evidenciaram que algumas das determinações legais impostas ao longo do período fizeram com que as escolas e o próprio sistema de ensino sofressem grandes mudanças e, com isso, uma cultura escolar diferenciada acabou se originando, em que o tempo, o espaço e, até mesmo, os próprios sujeitos da educação - alunos, professores, equipe administrativa - não permanecessem os mesmos. As alterações ocorridas deram origem a conflitos, novas interações e novas táticas de viver a profissão por parte desse grupo de profissionais do magistério. Enfim, há uma série de ocorrências que imprimiram novas marcas no modo de os homens trabalharem e viverem o magistério e, também, nas próprias representações que fizeram, e que ainda fazem, sobre sua identidade profissional. / With the purpose of investigating the participation of men in the construction of school culture and, in particular, of the culture of teaching, the present study analyzes the experiences of a group of male teachers that made their careers in the public education system of the State of São Paulo. The chosen time span situates the research between the 1950s and the 1980s: a peculiar historical moment at which the nation was undergoing a series of political, economic, and ideological changes. In the field of education, these decades comprised two distinct periods - before and after the promulgation of Act 5692/71 -, but their joint investigation has afforded a better understanding of the processes of change that brought about new configurations to the teaching profession and work, especially since the 1970s, when a teaching reform introduced the system of 1st and 2nd degrees. The successive modifications that took place in the organization of the education system affected the teaching career and profession, and the processes of change that occurred therein put some of the dynamics of school culture in turmoil. The culture of teaching, in particular, revived disputes between new and old representations, exposing the social imaginary and the hierarchies that started then to (re)order the relations within this profession. This work thus focuses on the participation of men, and on the role they played in such dynamics, with special attention to those men that oriented themselves toward administrative posts. By investigating the participation of these professionals in the formation of the culture of teaching, we have considered that even after the approval of the above-mentioned reform in 1971, when men became a relatively small group compared to that of women, those that did remain in the teaching profession, especially in the administrative career, eventually exercised significant power, as a result of prerogatives acquired in the context of gender relations, in which certain values of masculinity still count as advantages over those of femininity. Research procedures adopted have included questionnaires, interviews, and analysis of documents and legislation of the period. The lines of analysis were defined from the main concepts employed in the work: habitus; symbolic field and capital; social representations and appropriations; school culture; gender and masculinities. These have been taken from the works of Pierre Bourdieu, Roger Chartier, Joan Scott, and Robert Connell, amongst others. The analyses developed revealed that some of the legal determinations imposed during that period provoked large changes in schools and to the teaching system itself, giving rise to a different school culture, in which time, space, and even the very subjects of education - pupils, teachers, administrative staff - did not remain the same. The transformations that occurred originated in this group of teaching professionals conflicts, new interactions and new tactics to live the profession. There is, therefore, a whole series of facts that have left a new mark on the way men work at and experience teaching, and also in the representations they made, and still make, about their professional identity.
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