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Fatores envolvidos na refratariedade do linfoma de Hodgkin clÃssico ao tratamento inicial com o esquema ABVD, no CearÃ-Brasil / Involved factors in the refractoriness of the classical Hodgkinâs lymphoma to the initial treatment with ABVD, in Cearà â Brazil.RogÃrio Pinto Giesta 20 December 2006 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / O linfoma de Hodgkin (LH) à uma doenÃa linfoproliferativa maligna caracterizada morfologicamente pela presenÃa da cÃlula de Reed-Sternberg imersa em um substrato celular inflamatÃrio. A cÃlula RS à essencial para o diagnÃstico histopatolÃgico do LH, porÃm nÃo à patognomÃnica. A etiologia dessa doenÃa ainda à controversa, sendo provavelmente derivada de linfÃcitos B. A imunohistoquÃmica tem valor no diagnÃstico do LH e na distinÃÃo de outras desordens linfoproliferativas com cÃlulas RS sÃmile. Neste trabalho, tem-se como objetivo analisar os fatores envolvidos na refratariedade do linfoma de Hodgkin clÃssico (LHc) ao tratamento poliquimioterÃpico inicial com o esquema ABVD (Doxrubicina, Bleomicina, Vinblastina e Dacarbazina) em relaÃÃo aos marcadores imunolÃgicos CD 15 e CD 20, a dados epidemiolÃgicos dos pacientes e a exames complementares. TambÃm se tem como objetivo descrever a distribuiÃÃo dos casos de acordo com as variÃveis de sexo, idade, subtipo histolÃgico, estÃdio clÃnico da doenÃa ao diagnÃstico e presenÃa de sintomas B; classificar os pacientes quanto à presenÃa dos marcadores imunolÃgicos CD 15, CD 20 e CD 30, alÃm de descrever a porcentagem de pacientes com infiltraÃÃo da medula Ãssea pelo linfoma, a porcentagem de pacientes refratÃrios ao tratamento inicial com o esquema ABVD e a porcentagem de recidiva do LHc. Este trabalho consiste em uma anÃlise estatÃstica retrospectiva e prospectiva dos pacientes com LHc com diagnÃstico histopatolÃgico firmado entre janeiro de 2000 e dezembro de 2004. A anÃlise foi retrospectiva de janeiro de 2000 a dezembro de 2003, e prospectiva de janeiro de 2004 a dezembro de 2005, quando se parou o acompanhamento. Foram relacionados todos os 143 pacientes com diagnÃstico histopatolÃgico de LHc que iniciaram acompanhamento no Hospital UniversitÃrio Walter CantÃdio ou no Instituto do CÃncer do CearÃ, entre janeiro de 2000 e dezembro de 2004. Quarenta e seis pacientes foram excluÃdos da pesquisa. Um total de 97 pacientes permaneceu na pesquisa, sendo que destes 51 (52,6%) eram do sexo feminino e 46 pacientes (47,4%) eram do sexo masculino. A idade dos pacientes, ao diagnÃstico, variou de cinco anos a 76 anos, com mediana de 24 anos. Verificou-se apenas um pico de incidÃncia, o qual ocorreu entre 10 e 39 anos, com 78 pacientes (80,4%). Quanto ao subtipo histolÃgico, 65 pacientes (67,0%) eram portadores de LHc subtipo esclerose nodular, 21 pacientes (21,6%) apresentaram o subtipo celularidade mista, cinco pacientes (5,2%) apresentaram o subtipo rico em linfÃcitos, quatro pacientes (4,1%) apresentaram o subtipo depleÃÃo linfocÃtica e dois pacientes (2,1%) apresentaram o subtipo interfolicular. Sete pacientes (7,2%) apresentavam-se, ao diagnÃstico, em estÃdio clÃnico I da classificaÃÃo de Cotswolds, 43 pacientes (44,3%) apresentavam-se em estÃdio clÃnico II, 23 pacientes (23,7%) em estÃdio clÃnico III e 24 pacientes (24,8%) em estÃdio clÃnico IV. Sintomas B estavam presentes em 63 pacientes (64,9%) e ausentes em 34 pacientes (35,1%). Onze pacientes (11,3%) apresentaram infiltraÃÃo da medula Ãssea, ao diagnÃstico. A prevalÃncia do marcador CD 15 foi de 81,4% (79 pacientes), do CD 20 foi de 38,1% (37 pacientes) e do CD 30 foi de 100,0% (97 pacientes). Vinte e seis pacientes (26,8%) foram refratÃrios ao tratamento inicial com o esquema ABVD. Em seis (8,5%) dos 71 pacientes que atingiram remissÃo completa, ocorreu recidiva do linfoma. Treze pacientes (13,4%) foram a Ãbito durante o perÃodo de acompanhamento. O tempo de acompanhamento dos pacientes variou de um dia a 68 meses, com tempo mÃdio de acompanhamento igual a 32,5 meses. O tempo livre de doenÃa variou de zero a 60 meses, com mediana de 17,5 meses. A anÃlise do prognÃstico do LHc quanto a refratariedade ao tratamento inicial com o esquema poliquimioterÃpico ABVD foi realizada avaliando o sexo do paciente, a idade do paciente (<50 anos x ≥50 anos), a classificaÃÃo histolÃgica do linfoma, a positividade do marcador imunolÃgico CD 15 e do CD 20, o estÃdio clÃnico da doenÃa (graus I e II x graus III e IV), a presenÃa de sintomas B, o hematÃcrito (<42% x ≥42% em homens e <37% x ≥37% em mulheres), a hemoglobina (<13 mg/dL x ≥13 mg/dL em homens e <12 mg/dL x ≥12 mg/dL em mulheres), o tempo livre de doenÃa, a leucometria, a linfometria, a plaquetometria, o valor do VHS, o valor da glicemia sÃrica de jejum, o valor da fosfatase alcalina sÃrica, o valor do LDH sÃrico e a presenÃa de biÃpsia de medula Ãssea infiltrada pelo linfoma. Na anÃlise bivariada a presenÃa do CD 20 positivo, a presenÃa de sintomas B e a elevaÃÃo do valor da desidrogenase lÃtica apresentaram relaÃÃo de pior prognÃstico no que se refere a refratariedade, com p<0,05. Em uma anÃlise multivariada tipo regressÃo logÃstica envolvendo todas as variÃveis que apresentaram p<0,2 na anÃlise bivariada, a presenÃa do marcador CD 20 positivo aumentou a chance de refratariedade em 3,60 vezes e a presenÃa de sintomas B aumentou a chance de refratariedade em 5,41 vezes, refletindo um pior prognÃstico no que se refere a refratariedade do LHc ao tratamento inicial com o esquema ABVD.
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