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Tradução comentada de mitos e lendas amazônicas do Nheengatu para o russo / A commented translation of amazonian myths and legends from Nheegatu into RussianMaslova, Irina 30 November 2018 (has links)
Atualmente, pelo mundo inteiro vemos ações com o objetivo de revitalizar, manter e popularizar as línguas indígenas e suas tradições culturais, tais como a criação de escolas para o treinamento de professores de tais línguas, o desenvolvimento de projetos com o intuito de coleta e elaboração de materiais para o ensino, aprendizagem e reaprendizagem das línguas pelos próprios indígenas, pesquisas científicas no âmbito de várias disciplinas visando à documentação, ao estudo e à popularização de línguas e culturas minoritárias. Para a população da Rússia, da qual a maior parte não domina outros idiomas além do próprio russo, os conhecimentos sobre as culturas e as línguas dos povos minoritários de locais distantes do planeta, via de regra, são inacessíveis e, por vezes, até mesmo quando transmitidos em inglês, são muito difíceis de serem obtidos. No entanto, levando-se em consideração a crescente tomada de consciência mundial sobre a importância e a atualidade de tais conhecimentos, a tendência a sua popularização vem aumentando a cada ano, inclusive em iniciativas na área de Estudos da Tradução. O nheengatu, ou língua geral amazônica, o idioma indígena escolhido para o presente estudo uma língua do tronco tupi e da família tupi-guarani, originou-se do tupi antigo, o qual era predominante na costa atlântica no momento da chegada dos colonizadores portugueses à América do Sul. Este último e, posterioramente, a língua geral amazônica tiveram um papel relevante na história brasileira, com forte presença em sua toponímia, tendo deixado marcas profundas na língua e na cultura da população do Brasil contemporâneo. Hoje o nheengatu é ainda falado por cerca de 8 mil pessoas, principalmente na bacia do Rio Negro, na fronteira do Brasil com a Venezuela e com a Colômbia. Este trabalho compõe-se da tradução de dez lendas amazônicas do nheengatu para o russo e visa a contribuir para a promoção e a divulgação dos conhecimentos sobre as culturas das populações indígenas da Amazônia na Rússia, facilitando o acesso à literatura sobre tais culturas na língua russa, propiciando, dessa maneira, tanto materiais valiosos para diferentes esferas do conhecimento na Rússia, quanto suporte considerável para as políticas atuais em relação aos povos nativos no Brasil. Além disso a presente dissertação oferece reflexões teóricas preliminares, relacionadas à tradução de mitologia em geral e comentários que acompanham a tradução em questão, como contrubuição modesta para área dos Estudos da Tradução. / Nowadays, all over the world, the actions take place, which target the goal of revitalizing, maintaining and popularizing the Indian languages and cultural traditions. These actions include creation of schools for training teachers of such languages, as well as development of projects which collect and elaborate teaching, learning and re-learning material for the Indians themselves; besides that, there is scientific research in the context of several disciplines, which develops the documentation, study and popularization of various minor tongues and cultures. For the Russian population, which for the most part does not master other languages besides the Russian itself, the knowledge about minor cultures and languages of people from distant places is inaccessible and, sometimes, very hard to find even in English. But, taking into account the constant growth of world conscience about the importance and actuality of such knowledge, the tendency of its popularization is increasing every year, including Translation Studies initiatives. Nheengatu, or língua geral amazônica (Amazonian general language) the Indian language chosen for the present study a language from the Tupi branch and the Tupi- Guarani family, originates itself from tupi antigo (old Tupi, or classical Tupi) which was predominant in the Atlantic coast at the moment of the Portuguese colonizers arrival to the South America. Later, the Amazonian general language had a relevant role in the Brazilian history, with strong presence in its toponymy, and had left deep marks in contemporary Brazilian culture and language. Today the Nheengatu is still spoken by around eight thousand people, mostly in the Rio Negro basin, in the frontier of Brazil, Venezuela and Colombia. The present work is composed of the translation of ten Amazonian legends from Nheengatu to Russian and aims to contribute to the promotion and popularization of knowledge about the culture of the indigenous population of Amazon region in Russia, making the access to the literature about these cultures in Russian language easier. Therefore it will not only be valuable material for different spheres of knowledge in Russia, but also a considerable support for the politics with relation to the Brazilian native people. Besides, this study offers preliminary theoretical reflections related to the translation of mythology in general, and commentaries, which accompany the translation in question, as a modest contribution for the Translation Studies field.
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\'No céu também não havia salvação\': mitos indígenas na trilogia sul-americana Amazonas, de Alfred Döblin, e sua função estética / \"There was no salvation in heaven\": indigenous myths in Alfred Döblin\'s South American Amazon trilogy and its aesthetic functionRedel, Elisângela 17 April 2019 (has links)
A proposta do trabalho é analisar a integração e a construção de narrativas míticas indígenas na trilogia sul-americana Amazonas, obra alemã do século XX de Alfred Döblin. Trata-se de um romance ainda pouco conhecido no Brasil, escrito entre os anos de 1935 e 1937, quando o autor esteve exilado em Paris. Naquele período, o médico e intelectual Döblin teve acesso, na Biblioteca Nacional da capital francesa, a obras etnológicas da mitologia indígena latino-americana. O nosso interesse volta-se centralmente ao estudo de como essas narrativas míticas indígenas são incorporadas na trilogia, como nela são desenvolvidas e que significações suscitam. Partindo deste viés específico, consideramos que o autor opera, sobretudo, de duas maneiras: a primeira é a incorporação de certos mitos na representação ficcional da vida dos indígenas e da forma como os mitos funcionam nessas sociedades; a segunda é a adaptação de mitos na construção da trama ficcional. Ou seja, o leitor possui uma participação dupla na narrativa mítica: como observador no nível da realidade ficcional e como receptor no nível da narrativa romanesca. Para compreender esta questão, valer-nos-emos da perspectiva que Jan Assmann (1999; 1992) traz sobre o mito, especialmente das noções de mitomotricidade fundacional e mitomotricidade contrapresente. Quanto à organização do trabalho, dividimo-o em 5 capítulos. Os três primeiros discutem os caminhos já percorridos pela crítica, o delineamento da proposta de trabalho e os pressupostos teóricos norteadores da pesquisa. O quarto capítulo realiza uma análise da integração dos mitos indígenas no primeiro livro do romance A terra sem morte (\"Amazonas\"), com algumas partes do segundo e do terceiro livro desse romance (\"O reino de Cundinamarca\", \"Las Casas e Sukuruja\") e, da parte final da trilogia, os últimos capítulos do romance A nova selva (\"No Amazonas\", \"O Grande Pai\" e o \"Tigre azul\"). A conclusão resume os resultados alcançados, constatando que a mitologia indígena é introduzida no romance de maneira complexa e atua como elemento estético que busca reconfigurar a posição do homem na natureza. O mito, da forma como é utilizado na trilogia, tem efeito \"contrapresente\" sobre os leitores e induz a uma reflexão crítica sobre o desenvolvimento da civilização humana e do seu poder destrutivo, sobretudo na primeira metade do século XX. / The proposal of the work is to analyze the integration and construction of indigenous mythical narratives in a German work of the 20th century, the South American trilogy Amazon, by Alfred Döblin. It is a novel still little known in Brazil, written between the years of 1935 and 1937, when the author was exiled in Paris. In that period, the physician and intellectual Döblin had access, at the National Library of the French capital, to ethnological works of Latin American indigenous mythology. Our interest is centered in the study of how these indigenous mythical narratives are incorporated into the trilogy, how they are developed in it and what significations they arouse. Starting from this specific bias, we consider that the author operates, above all, in two ways: the first is the incorporation of certain myths into the fictional representation of indigenous life and the way myths function in these societies; the second is the adaptation of myths in the construction of the fictional plot. That is, the reader has a dual participation in the mythical narrative: as an observer at the level of fictional reality and as a receiver at the level of the narrative. To understand this question, we will use the perspective that Jan Assmann (1999, 1992) brings about the myth, especially the notions of foundational mitomotricity and counter-present mitomotricity. As for the organization of work, we divide it into 5 chapters. The first three discuss the paths already covered by the critique, the outline of the work proposal and the theoretical assumptions guiding the research. The fourth chapter analyzes the integration of indigenous myths in the first book of the novel A terra sem morte (\"Amazonas\"), with parts of the second and third books of this novel (\"O reino de Cundinamarca\", \"Las Casas e Sukuruja\"), and from the final part of the trilogy, the last chapters of the novel A nova selva (\"No Amazonas\", \"O Grande Pai\" e o \"Tigre azul\"). The conclusion sums up the results achieved, noting that indigenous mythology is introduced in the novel in a complex way and acts as an aesthetic element that seeks to reconfigure the position of man in nature. The myth, as it is used in the trilogy, has a \"counter-present\" effect on readers and induces a critical reflection on the development of human civilization and its destructive power, especially in the first half of the twentieth century.
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