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Devenir et rester capoeiriste en europe : transmissions interculturelles et 'mondialité' de la capoeira afro-brésilienne / Becoming and Remaining Capoeirista in Europe : intercultural Transmissions And 'Mondialité' of Afro-Brazilian Capoeira / Tornar-se e manter-se capoeirísta na Europa : transmissão intercultural e “mondialité” na capoeira afro-brasileira

Aceti, Monica 30 November 2011 (has links)
La diffusion de la capoeira brésilienne dans le monde est portée par la mobilité croissante des acteurs de sa transmission entre le Brésil et l’Europe, ainsi que par les possibilités de circulations informationnelles actuelles (YouTube, Internet). La roda (ronde) de capoeira se présente comme un espace d’expressions plurielles d’individualités « encerclées ». Le contrôle du groupe et du maître, par égard à une « tradition » et des « fondements », s’exercent sur des corps qui performent une danse-lutte et s’inversent — mains contre sol et pieds au ciel — de façon parfois ludique à en devenir subversive vis-à-vis de l’efficacité sportive. Dans ce travail par analyse d’entretiens (N=134) et observation participante dans des terrains multi-situés en Europe et au Brésil, nous nous sommes appliquée à comprendre comment les carrières des capoeiristes se fabriquent en Europe. Dans une perspective interactionniste et enracinée, nous avons remarqué que le mythe du métissage de Gilberto Freyre trouve une deuxième vie à l’« extérieur ». Derrière ce masque, un premier modèle typologique (les micro-firmes) révèle une organisation libérale marchande et patriarcale. Ces structures forment désormais les membres les plus méritants de leur rang au « métier » de capoeiriste et les reconnaissent au titre de professeur.e.s, contremaître.sse et récemment de maître. D’une activité marginale et exotique — ce bien culturel immatériel récemment reconnu au titre de patrimoine brésilien — est désormais le théâtre de tensions marchandes et d’enjeux territoriaux. Certain.e.s se font une « place », en réglant leurs comptes à coups de gancho (coups de pied retournés), d’autres se spécialisent dans les animations socioculturelles et quelques-un.e.s entrent en résistance : negaça (position d’esquive dite du déni), malandragem (roublardise) et jongleries diplomatiques, tels sont les outils que ces capoeiristes « dissidents » (deuxième typologie) ont acquis au cours de leur socialisation aux accents néopatrimoniaux. D’autres encore se réunissent à l’occasion de rodas d’échanges auto-organisées et participatives, en créant localement leurs terreiros (places) de capoeira. On assiste à un processus de déterritorialisation du patrimoine brésilien qui parallèlement donne à lire des formes de relation interculturelles de « mondialité » en référence à Édouard Glissant. Ainsi, cette étude fait apparaître que la mondialisation de la capoeira ne conduit ni à une mac’homogénéisation, ni à sa « décaractérisation », mais à la plurivocité des façons d’être et d’agir de femmes et d’hommes capoeiristes selon trois modèles typologiques : les micro-firmes patriarcales, les groupes dissidents néopatrimoniaux et les réseaux d’échanges ludiques participatifs / The spread of Brazilian capoeira in the world is supported by the increasing mobility of the actors of its transmission between Brazil and Europe, as well as the possibilities created by current information circulation (YouTube, Internet). The capoeira roda (circle) presents itself as a space of plural expressions of ‘encircled’ individualities. Out of consideration for a ‘tradition’ and ‘foundations’, the control of the group and the master is over the bodies that perform a dance-fight and reverse –hands against the ground and feet up to the sky –in a playful way almost to the point of becoming subversive regarding sports effectiveness. In this work of interviews analysis (N=134) and participating observation in fields from various locations in Europe and Brazil, we concentrated on understanding how the career of capoeiristas are generated in Europe. In an interactionist and deeply rooted perspective, we have noticed that Gilberto Freyre’s myth of miscegenation finds a second life ‘outside’. Behind this mask, a first typological model (the micro-firms) reveals a liberal, commercial and patriarchal organization. These structures now train the most deserving members of their rank in the ‘job’ of capoeirista and acknowledge them as teacher, contramestre and more recently as mestre. From a marginal and exotic activity – this intangible cultural product recently recognized as Brazilian Heritage – is now the subject of commercial tensions and territorial stakes. Some make a name for themselves by taking matters into their own hands through the use of the gancho (hook kick), others specialize in socio-cultural activities and a few mark the start of resistance: negaça (evasive move, also called ‘denial move’), malandragem (trickery) and diplomatic jugglery, such are the tools that those ‘dissident’ capoeiristas (second typology) acquired during their socialization with a hint of neo-patrimony. Others still meet around self-organized and participating exchange rodas, by creating locally their terreiros (places) of capoeira. We are witnessing a deterritorialisation process of Brazilian heritage which as the same time produces forms of intercultural relations of ‘mondialité’ referring to Édouard Glissant. Thus, this study shows that the globalization of capoeira can neither lead to a mac’homogenization, nor to its decharacterization, but to the multiple meanings of ways of being and acting of women and men capoeiristas according to three typological models: the patriarchal micro-firms, the néopatrimonial dissidents and the participatory exchange networks / A difusão da capoeira brasileira no mundo é levada pela mobilidade crescente dos actores da sua transmissão entre o Brasil e a Europa, assim como pelas possibilidades de circulação de informação actuais (YouTube, Internet). A roda de capoeira apresenta-se como um espaço de expressões plurais de individualidades «cercadas». O controlo do grupo e do mestre, relativamente a uma «tradição» e «fundamentos» que se exercem sobre os corpos numa performance de uma dança-luta, invertendo-se – mãos contra o solo e pés para o céu – de maneira talvez lúdica para tornar-se subversiva face à eficácia desportiva. Neste trabalho por análise de entrevistas (N=134) e observação participante em terrenos multi-situados na Europa e no Brasil, nós nos aplicámos a compreender como as carreiras dos capoeirístas se fabricam na Europa. Numa perspectiva interaccionista e enraizada, nós reparámos que o mito da mestiçagem de G. Freyre encontra uma segunda vida no “exterior”. Atrás desta máscara, um primeiro modelo tipológico (as micro-firmas) revelam uma organização mercantil liberal e patriarcal. Estas estruturas formam de agora em diante os membros de maior mérito ao «ofício» de capoeirísta e é-lhes reconhecido o título de professor(a), contramestre(a) e recentemente de mestre. De uma actividade marginal e exótica - este bem cultural e imaterial reconhecido recentemente com o título de património brasileiro – é doravante o teatro de tenções de mercado e de concorrências territoriais. Alguns ganham o seu espaço, ajustando contas a força de «gancho» (golpe revirado), outros especializando-se em animações culturais e alguns entram em resistência : negaça (posição de esquiva dita de recusa), malandragem e malabarismo diplomático, tais são as ferramentas que estes capoeristas “dissidente” (segunda tipologia) adquiriram no decorrer da sua socialização com sotaque neo-patrimonial. Outros ainda, reúnem-se por ocasião de rodas de trocas auto-organizadas e participativas, criando localmente os seus terreiros de capoeira. Nós assistimos a um processo de desterritorialização do património brasileiro que paralelamente mostra formas de relações interculturais de “mondialité” em referência a E. Glissant. Assim, este estudo revela que a mundialização da capoeira não conduz nem a uma mac’homogeneização, nem à sua descaracterização, mas à pluralidade de maneiras de ser e de agir de mulheres e de homens capoeiristas segundo três modelos tipológicos: as micro-firmas patriarcais, os dissidentes neo-patrimoniais e as redes de trocas participativas

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