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Campos de batalha jornalística : os enquadramentos construídos por Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21 na luta pela (i)legitimidade do ciclo de manifestações de 2013, em Porto Alegre/RSFernandes, Eduardo Georjão January 2016 (has links)
O tema desta pesquisa são as disputas travadas por veículos midiáticos na cobertura a ações de movimentos sociais. Busca-se, empiricamente, identificar os enquadramentos interpretativos construídos por três jornais (Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21) sobre o ciclo de protestos de 2013, em Porto Alegre/RS, em especial no que se refere às interações entre manifestantes e aparato policial. Metodologicamente, foi construído um banco de dados com todas as publicações de cada jornal, na cobertura ao ciclo de manifestações, bem como foram entrevistados(as) jornalistas responsáveis pela produção do conteúdo dessas publicações. Após a organização e a quantificação do corpus de dados, com a identificação de tendências de cobertura, foram selecionados eventos específicos de protesto (ocorridos em 27 de março, 04 de abril, 13 de junho e 20 de junho), bem como as “retrospectivas” de final de ano, para análise de conteúdo. A convergência entre o material empírico e os referenciais teóricos resultou em três dimensões centrais: a identidade dos(as) manifestantes; a caracterização da(s) reivindicação(ões) do protesto; as interações entre manifestantes e policiais. A partir de tais dimensões construiu-se um modelo analítico para operacionalização do estudo. Os resultados da pesquisa indicam que a construção de enquadramentos interpretativos por Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21 foi caracterizada pela multiplicidade de esquemas interpretativos. Essa multiplicidade diz respeito a diferenças (a) entre os conteúdos de cada jornal e a (b) transformações de enquadramento no curso das mobilizações. Zero Hora e Diário Gaúcho produziram enquadramentos similares. Inicialmente, as coberturas de ambos os jornais centraram-se na identificação de repertórios de dano a patrimônios por manifestantes, tomando-se a manifestação (denominada “baderna”) como ilegítima. Ao longo do ano, Zero Hora e Diário Gaúcho delimitaram uma distinção entre “manifestantes pacíficos” e um grupo específico - qualificado pelo termo “vândalos” -, o qual foi considerado responsabilizável pela realização de repertórios de dano a patrimônios. A referida transformação de enquadramento denotou uma autonomização deste repertório específico (tomado como ilegítimo) em relação à manifestação (considerada legítima). O Sul21 caracterizou-se, diversamente, pela ênfase, desde o início do ano, no questionamento à ação policial de repressão às mobilizações. Os protestos, por outro turno, foram invariavelmente considerados legítimos pelo Sul21. Por fim, as “retrospectivas” de final de ano indicaram similaridades no enquadramento de todos os jornais, com a construção de uma síntese interpretativa hegemônica a respeito do ciclo de protestos. A partir da análise de dados, formulou-se a seguinte tipologia dos enquadramentos interpretativos adotados em diferentes momentos do ano: “Manifestação como afronta à ordem”; “Polícia como instituição violenta”; “Maioria de manifestantes pacíficos em oposição à minoria de manifestantes violentos”; “Maioria de manifestantes pacíficos em oposição à minoria de manifestantes violentos e a uma polícia violenta”. A análise cronológica denotou disputas entre esses diferentes modelos de cobertura, com a constituição de um “campo de batalha” interpretativo. / The subject of this research is the disputes promoted by media vehicles at the coverage of social movements actions. We seek to, empirically, identify the interpretative frameworks built by three newspapers (Zero Hora, Diário Gaúcho and Sul21) about the 2013 protests cycle, in Porto Alegre/RS, in particular in what it refers to the interactions between protesters and police apparatus. Methodologically, we constructed a database with all the publications of each newspaper, at the coverage of the mobilization cycle and we interviewed journalists responsible for producing the content of these publications. After organizing and quantifying the database, identifying coverage trends, we selected specific protest events (occurred on March 27, April 04, June 13 and June 20) and the end-of-the-year "retrospectives" for content analysis. The convergence between empirical data and theoretical references resulted in three central dimensions: the identity of protesters; the characterization of protest claims; the interactions between protesters, and police. From these dimensions we constructed an analytical model for the implementation of the study. The survey results indicate that the construction of interpretative frameworks by Zero Hora, Diário Gaúcho, and Sul21 was characterized by the multiplicity of interpretative schemes. This multiplicity concerns about the differences (a) between the contents of each newspaper and about the (b) framework changes in the course of mobilizations. Zero Hora and Diário Gaúcho produced similar frameworks. Initially, the coverage of both newspapers focused on the identification of repertoires of patrimonial damage by protesters, taking the manifestation (called "hooliganism") as illegitimate. Throughout the year, Zero Hora and Diário Gaúcho delimited a distinction between "peaceful protesters" and a specific group - qualified as "vandals" -, which was considered responsible for conducting repertoires of patrimonial damage. This framework transformation denoted an increasing autonomy of this particular repertoire (taken as illegitimate) in relation with the mobilization itself (considered legitimate). Sul21 was characterized, diversely, by the emphasis, since the beginning of the year, on questioning the police action of repression to the manifestations. The protests, on the other hand, were invariably considered legitimate by Sul21. Finally, the end-of-the-year "retrospectives" indicated similarities between the frameworks of all the newspapers, with the construction of a hegemonic interpretative synthesis about the protest cycle. From the data analysis, we formulated the following typology of interpretative frameworks adopted in different moments of the year: "manifestation as an affront to order"; "Police as a violent institution"; "The majority of peaceful protesters opposed to the minority of violent protesters"; "The majority of peaceful protesters opposed to the minority of violent protesters and opposed to a violent police." The chronological analysis denoted disputes between these different types of coverage, with the establishment of a "battlefield" interpretation.
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Campos de batalha jornalística : os enquadramentos construídos por Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21 na luta pela (i)legitimidade do ciclo de manifestações de 2013, em Porto Alegre/RSFernandes, Eduardo Georjão January 2016 (has links)
O tema desta pesquisa são as disputas travadas por veículos midiáticos na cobertura a ações de movimentos sociais. Busca-se, empiricamente, identificar os enquadramentos interpretativos construídos por três jornais (Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21) sobre o ciclo de protestos de 2013, em Porto Alegre/RS, em especial no que se refere às interações entre manifestantes e aparato policial. Metodologicamente, foi construído um banco de dados com todas as publicações de cada jornal, na cobertura ao ciclo de manifestações, bem como foram entrevistados(as) jornalistas responsáveis pela produção do conteúdo dessas publicações. Após a organização e a quantificação do corpus de dados, com a identificação de tendências de cobertura, foram selecionados eventos específicos de protesto (ocorridos em 27 de março, 04 de abril, 13 de junho e 20 de junho), bem como as “retrospectivas” de final de ano, para análise de conteúdo. A convergência entre o material empírico e os referenciais teóricos resultou em três dimensões centrais: a identidade dos(as) manifestantes; a caracterização da(s) reivindicação(ões) do protesto; as interações entre manifestantes e policiais. A partir de tais dimensões construiu-se um modelo analítico para operacionalização do estudo. Os resultados da pesquisa indicam que a construção de enquadramentos interpretativos por Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21 foi caracterizada pela multiplicidade de esquemas interpretativos. Essa multiplicidade diz respeito a diferenças (a) entre os conteúdos de cada jornal e a (b) transformações de enquadramento no curso das mobilizações. Zero Hora e Diário Gaúcho produziram enquadramentos similares. Inicialmente, as coberturas de ambos os jornais centraram-se na identificação de repertórios de dano a patrimônios por manifestantes, tomando-se a manifestação (denominada “baderna”) como ilegítima. Ao longo do ano, Zero Hora e Diário Gaúcho delimitaram uma distinção entre “manifestantes pacíficos” e um grupo específico - qualificado pelo termo “vândalos” -, o qual foi considerado responsabilizável pela realização de repertórios de dano a patrimônios. A referida transformação de enquadramento denotou uma autonomização deste repertório específico (tomado como ilegítimo) em relação à manifestação (considerada legítima). O Sul21 caracterizou-se, diversamente, pela ênfase, desde o início do ano, no questionamento à ação policial de repressão às mobilizações. Os protestos, por outro turno, foram invariavelmente considerados legítimos pelo Sul21. Por fim, as “retrospectivas” de final de ano indicaram similaridades no enquadramento de todos os jornais, com a construção de uma síntese interpretativa hegemônica a respeito do ciclo de protestos. A partir da análise de dados, formulou-se a seguinte tipologia dos enquadramentos interpretativos adotados em diferentes momentos do ano: “Manifestação como afronta à ordem”; “Polícia como instituição violenta”; “Maioria de manifestantes pacíficos em oposição à minoria de manifestantes violentos”; “Maioria de manifestantes pacíficos em oposição à minoria de manifestantes violentos e a uma polícia violenta”. A análise cronológica denotou disputas entre esses diferentes modelos de cobertura, com a constituição de um “campo de batalha” interpretativo. / The subject of this research is the disputes promoted by media vehicles at the coverage of social movements actions. We seek to, empirically, identify the interpretative frameworks built by three newspapers (Zero Hora, Diário Gaúcho and Sul21) about the 2013 protests cycle, in Porto Alegre/RS, in particular in what it refers to the interactions between protesters and police apparatus. Methodologically, we constructed a database with all the publications of each newspaper, at the coverage of the mobilization cycle and we interviewed journalists responsible for producing the content of these publications. After organizing and quantifying the database, identifying coverage trends, we selected specific protest events (occurred on March 27, April 04, June 13 and June 20) and the end-of-the-year "retrospectives" for content analysis. The convergence between empirical data and theoretical references resulted in three central dimensions: the identity of protesters; the characterization of protest claims; the interactions between protesters, and police. From these dimensions we constructed an analytical model for the implementation of the study. The survey results indicate that the construction of interpretative frameworks by Zero Hora, Diário Gaúcho, and Sul21 was characterized by the multiplicity of interpretative schemes. This multiplicity concerns about the differences (a) between the contents of each newspaper and about the (b) framework changes in the course of mobilizations. Zero Hora and Diário Gaúcho produced similar frameworks. Initially, the coverage of both newspapers focused on the identification of repertoires of patrimonial damage by protesters, taking the manifestation (called "hooliganism") as illegitimate. Throughout the year, Zero Hora and Diário Gaúcho delimited a distinction between "peaceful protesters" and a specific group - qualified as "vandals" -, which was considered responsible for conducting repertoires of patrimonial damage. This framework transformation denoted an increasing autonomy of this particular repertoire (taken as illegitimate) in relation with the mobilization itself (considered legitimate). Sul21 was characterized, diversely, by the emphasis, since the beginning of the year, on questioning the police action of repression to the manifestations. The protests, on the other hand, were invariably considered legitimate by Sul21. Finally, the end-of-the-year "retrospectives" indicated similarities between the frameworks of all the newspapers, with the construction of a hegemonic interpretative synthesis about the protest cycle. From the data analysis, we formulated the following typology of interpretative frameworks adopted in different moments of the year: "manifestation as an affront to order"; "Police as a violent institution"; "The majority of peaceful protesters opposed to the minority of violent protesters"; "The majority of peaceful protesters opposed to the minority of violent protesters and opposed to a violent police." The chronological analysis denoted disputes between these different types of coverage, with the establishment of a "battlefield" interpretation.
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Análise das relações entre quadros interpretativos e repertórios de ação em duas organizações feministas / Analysis of the relationship between interpretive frames and repertoires of action in two feminist organizationsSilva, Valéria Calvi Amaral January 2013 (has links)
A presente pesquisa tem como objetivo analisar as relações estabelecidas entre as formulações teóricas e práticas no campo do feminismo. Para tanto, consistem em objeto empírico deste trabalho o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a organização não-governamental (ONG) Coletivo Feminino Plural, ambas com atuação no estado do Rio Grande do Sul e identificadas com o feminismo. A partir do conceito movimento social para tratar do feminismo – que passa a ser entendido enquanto rede que admite uma diversidade de atores e proposições-, as formulações teóricas das organizações foram abordadas segundo o conceito quadros interpretativos e as práticas, repertórios de ação, afim de que fossem reestruturados para posterior análise os elementos teóricos e práticos das mesmas. Tal argumentação foi acompanhada pelo resgate do desenvolvimento do feminismo no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, fazendo emergir o contexto no qual MMC e Coletivo Feminino Plural surgem. Análises intra-organizacionais e inter-organizacionais foram realizadas, optando-se, para isso, por uma pesquisa qualitativa relacional, na qual foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com as dirigentes e coordenadoras das organizações para apreender, principalmente, os repertórios de ação e análise de documentos para apreender os quadros interpretativos. / This research aims to analyze the relations established between theoretical formulations and practices in the field of feminism. For this purpose, consist of empirical object of this work the Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) and the non-governmental organization (NGO) Coletivo Feminino Plural, both with operations in the state of Rio Grande do Sul and identified with feminism. From concept to treat social movement of feminism - which happens to be understood as a network that supports a diversity of actors and propositions-the theoretical formulations of organizations were approached according to the interpretative frames concept and practices, repertoires of action in order to that were restructured to further analysis the theoretical and practical elements of the same. That argument was accompanied by rescue of the development of feminism in Brazil, especially in Rio Grande do Sul, giving rise to the context in which MMC and Coletivo Feminino Plural arise. Analyzes intra-organizational and inter-organizational were performed, choosing to do so, by a relational qualitative research, in which semi-structured interviews with the managers and coordinators of organizations interviews were used to capture mainly the repertoires of action and analysis documents to seize interpretive frameworks.
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Análise das relações entre quadros interpretativos e repertórios de ação em duas organizações feministas / Analysis of the relationship between interpretive frames and repertoires of action in two feminist organizationsSilva, Valéria Calvi Amaral January 2013 (has links)
A presente pesquisa tem como objetivo analisar as relações estabelecidas entre as formulações teóricas e práticas no campo do feminismo. Para tanto, consistem em objeto empírico deste trabalho o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a organização não-governamental (ONG) Coletivo Feminino Plural, ambas com atuação no estado do Rio Grande do Sul e identificadas com o feminismo. A partir do conceito movimento social para tratar do feminismo – que passa a ser entendido enquanto rede que admite uma diversidade de atores e proposições-, as formulações teóricas das organizações foram abordadas segundo o conceito quadros interpretativos e as práticas, repertórios de ação, afim de que fossem reestruturados para posterior análise os elementos teóricos e práticos das mesmas. Tal argumentação foi acompanhada pelo resgate do desenvolvimento do feminismo no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, fazendo emergir o contexto no qual MMC e Coletivo Feminino Plural surgem. Análises intra-organizacionais e inter-organizacionais foram realizadas, optando-se, para isso, por uma pesquisa qualitativa relacional, na qual foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com as dirigentes e coordenadoras das organizações para apreender, principalmente, os repertórios de ação e análise de documentos para apreender os quadros interpretativos. / This research aims to analyze the relations established between theoretical formulations and practices in the field of feminism. For this purpose, consist of empirical object of this work the Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) and the non-governmental organization (NGO) Coletivo Feminino Plural, both with operations in the state of Rio Grande do Sul and identified with feminism. From concept to treat social movement of feminism - which happens to be understood as a network that supports a diversity of actors and propositions-the theoretical formulations of organizations were approached according to the interpretative frames concept and practices, repertoires of action in order to that were restructured to further analysis the theoretical and practical elements of the same. That argument was accompanied by rescue of the development of feminism in Brazil, especially in Rio Grande do Sul, giving rise to the context in which MMC and Coletivo Feminino Plural arise. Analyzes intra-organizational and inter-organizational were performed, choosing to do so, by a relational qualitative research, in which semi-structured interviews with the managers and coordinators of organizations interviews were used to capture mainly the repertoires of action and analysis documents to seize interpretive frameworks.
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Campos de batalha jornalística : os enquadramentos construídos por Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21 na luta pela (i)legitimidade do ciclo de manifestações de 2013, em Porto Alegre/RSFernandes, Eduardo Georjão January 2016 (has links)
O tema desta pesquisa são as disputas travadas por veículos midiáticos na cobertura a ações de movimentos sociais. Busca-se, empiricamente, identificar os enquadramentos interpretativos construídos por três jornais (Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21) sobre o ciclo de protestos de 2013, em Porto Alegre/RS, em especial no que se refere às interações entre manifestantes e aparato policial. Metodologicamente, foi construído um banco de dados com todas as publicações de cada jornal, na cobertura ao ciclo de manifestações, bem como foram entrevistados(as) jornalistas responsáveis pela produção do conteúdo dessas publicações. Após a organização e a quantificação do corpus de dados, com a identificação de tendências de cobertura, foram selecionados eventos específicos de protesto (ocorridos em 27 de março, 04 de abril, 13 de junho e 20 de junho), bem como as “retrospectivas” de final de ano, para análise de conteúdo. A convergência entre o material empírico e os referenciais teóricos resultou em três dimensões centrais: a identidade dos(as) manifestantes; a caracterização da(s) reivindicação(ões) do protesto; as interações entre manifestantes e policiais. A partir de tais dimensões construiu-se um modelo analítico para operacionalização do estudo. Os resultados da pesquisa indicam que a construção de enquadramentos interpretativos por Zero Hora, Diário Gaúcho e Sul21 foi caracterizada pela multiplicidade de esquemas interpretativos. Essa multiplicidade diz respeito a diferenças (a) entre os conteúdos de cada jornal e a (b) transformações de enquadramento no curso das mobilizações. Zero Hora e Diário Gaúcho produziram enquadramentos similares. Inicialmente, as coberturas de ambos os jornais centraram-se na identificação de repertórios de dano a patrimônios por manifestantes, tomando-se a manifestação (denominada “baderna”) como ilegítima. Ao longo do ano, Zero Hora e Diário Gaúcho delimitaram uma distinção entre “manifestantes pacíficos” e um grupo específico - qualificado pelo termo “vândalos” -, o qual foi considerado responsabilizável pela realização de repertórios de dano a patrimônios. A referida transformação de enquadramento denotou uma autonomização deste repertório específico (tomado como ilegítimo) em relação à manifestação (considerada legítima). O Sul21 caracterizou-se, diversamente, pela ênfase, desde o início do ano, no questionamento à ação policial de repressão às mobilizações. Os protestos, por outro turno, foram invariavelmente considerados legítimos pelo Sul21. Por fim, as “retrospectivas” de final de ano indicaram similaridades no enquadramento de todos os jornais, com a construção de uma síntese interpretativa hegemônica a respeito do ciclo de protestos. A partir da análise de dados, formulou-se a seguinte tipologia dos enquadramentos interpretativos adotados em diferentes momentos do ano: “Manifestação como afronta à ordem”; “Polícia como instituição violenta”; “Maioria de manifestantes pacíficos em oposição à minoria de manifestantes violentos”; “Maioria de manifestantes pacíficos em oposição à minoria de manifestantes violentos e a uma polícia violenta”. A análise cronológica denotou disputas entre esses diferentes modelos de cobertura, com a constituição de um “campo de batalha” interpretativo. / The subject of this research is the disputes promoted by media vehicles at the coverage of social movements actions. We seek to, empirically, identify the interpretative frameworks built by three newspapers (Zero Hora, Diário Gaúcho and Sul21) about the 2013 protests cycle, in Porto Alegre/RS, in particular in what it refers to the interactions between protesters and police apparatus. Methodologically, we constructed a database with all the publications of each newspaper, at the coverage of the mobilization cycle and we interviewed journalists responsible for producing the content of these publications. After organizing and quantifying the database, identifying coverage trends, we selected specific protest events (occurred on March 27, April 04, June 13 and June 20) and the end-of-the-year "retrospectives" for content analysis. The convergence between empirical data and theoretical references resulted in three central dimensions: the identity of protesters; the characterization of protest claims; the interactions between protesters, and police. From these dimensions we constructed an analytical model for the implementation of the study. The survey results indicate that the construction of interpretative frameworks by Zero Hora, Diário Gaúcho, and Sul21 was characterized by the multiplicity of interpretative schemes. This multiplicity concerns about the differences (a) between the contents of each newspaper and about the (b) framework changes in the course of mobilizations. Zero Hora and Diário Gaúcho produced similar frameworks. Initially, the coverage of both newspapers focused on the identification of repertoires of patrimonial damage by protesters, taking the manifestation (called "hooliganism") as illegitimate. Throughout the year, Zero Hora and Diário Gaúcho delimited a distinction between "peaceful protesters" and a specific group - qualified as "vandals" -, which was considered responsible for conducting repertoires of patrimonial damage. This framework transformation denoted an increasing autonomy of this particular repertoire (taken as illegitimate) in relation with the mobilization itself (considered legitimate). Sul21 was characterized, diversely, by the emphasis, since the beginning of the year, on questioning the police action of repression to the manifestations. The protests, on the other hand, were invariably considered legitimate by Sul21. Finally, the end-of-the-year "retrospectives" indicated similarities between the frameworks of all the newspapers, with the construction of a hegemonic interpretative synthesis about the protest cycle. From the data analysis, we formulated the following typology of interpretative frameworks adopted in different moments of the year: "manifestation as an affront to order"; "Police as a violent institution"; "The majority of peaceful protesters opposed to the minority of violent protesters"; "The majority of peaceful protesters opposed to the minority of violent protesters and opposed to a violent police." The chronological analysis denoted disputes between these different types of coverage, with the establishment of a "battlefield" interpretation.
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Análise das relações entre quadros interpretativos e repertórios de ação em duas organizações feministas / Analysis of the relationship between interpretive frames and repertoires of action in two feminist organizationsSilva, Valéria Calvi Amaral January 2013 (has links)
A presente pesquisa tem como objetivo analisar as relações estabelecidas entre as formulações teóricas e práticas no campo do feminismo. Para tanto, consistem em objeto empírico deste trabalho o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e a organização não-governamental (ONG) Coletivo Feminino Plural, ambas com atuação no estado do Rio Grande do Sul e identificadas com o feminismo. A partir do conceito movimento social para tratar do feminismo – que passa a ser entendido enquanto rede que admite uma diversidade de atores e proposições-, as formulações teóricas das organizações foram abordadas segundo o conceito quadros interpretativos e as práticas, repertórios de ação, afim de que fossem reestruturados para posterior análise os elementos teóricos e práticos das mesmas. Tal argumentação foi acompanhada pelo resgate do desenvolvimento do feminismo no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, fazendo emergir o contexto no qual MMC e Coletivo Feminino Plural surgem. Análises intra-organizacionais e inter-organizacionais foram realizadas, optando-se, para isso, por uma pesquisa qualitativa relacional, na qual foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com as dirigentes e coordenadoras das organizações para apreender, principalmente, os repertórios de ação e análise de documentos para apreender os quadros interpretativos. / This research aims to analyze the relations established between theoretical formulations and practices in the field of feminism. For this purpose, consist of empirical object of this work the Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) and the non-governmental organization (NGO) Coletivo Feminino Plural, both with operations in the state of Rio Grande do Sul and identified with feminism. From concept to treat social movement of feminism - which happens to be understood as a network that supports a diversity of actors and propositions-the theoretical formulations of organizations were approached according to the interpretative frames concept and practices, repertoires of action in order to that were restructured to further analysis the theoretical and practical elements of the same. That argument was accompanied by rescue of the development of feminism in Brazil, especially in Rio Grande do Sul, giving rise to the context in which MMC and Coletivo Feminino Plural arise. Analyzes intra-organizational and inter-organizational were performed, choosing to do so, by a relational qualitative research, in which semi-structured interviews with the managers and coordinators of organizations interviews were used to capture mainly the repertoires of action and analysis documents to seize interpretive frameworks.
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Vers une métrique de la commensurabilité des schémas d'interprétation / Towards a metric of the commensurability of interpretative frameworksArduin, Pierre-Emmanuel 26 September 2013 (has links)
La connaissance, parce qu'elle est le résultat de l'interprétation par un individu d'une information, ne peut pas toujours être manipulée comme un objet. C'est en filtrant au travers de nos schémas d'interprétation les informations qui nous parviennent que nous créons des connaissances. La commensurabilité des schémas d'interprétation est un concept abstrait se basant sur une règle assez floue : plus il est probable que la même information prenne le même sens pour plusieurs individus, plus leurs schémas d'interprétation sont commensurables ; moins il est probable que la même information prenne le même sens pour plusieurs individus, moins leurs schémas d'interprétation sont commensurables. L'objet de cette thèse est de proposer des approches pour déterminer dans quelle mesure deux individus donnent le même sens à la même information. / Knowledge resulting of the interpretation by an individual of information, it cannot always be handled as an object. Indeed, we create knowledge when filtering information through ours interpretative frameworks. The commensurability of interpretative frameworks is an abstract concept, relying on a quite unclear rule: higher is the probability that the same information will have the same meaning for several people, more commensurable are their interpretative frameworks ; lower is that probability, less commensurable are their interpretative frameworks. The purpose of this thesis is to propose approaches in order to determine to what extent two individuals will give the same meaning to the same information.
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