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Quando os médicos des-cansam: compreendendo o sentido que médicos de um hospital público dão ao tempo livre, trabalho e lazerGoldenstein, Eduardo 10 May 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-05-10 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / As medicine has become increasingly scientific and technology-driven, medical
care costs have increased and physicians had to specialize more and more,
while working conditions have deteriorated for most of them. Because of the
country s health policies, a vast majority of physicians took jobs in public
hospitals where they do day and night duty shifts. Although salaries are low in
the public sector, their tenure and labor rights are assured. In order to earn
enough to meet their needs, a large part of these physicians work long hours, in
day and night shifts, often times with no possibility of resting or engaging in
leisure activities in their free time. This research focuses on physicians leisure.
It was designed to understand how a group of physicians working in a public
high-tech children s hospital in the city of São Paulo use their free time for
leisure, and especially what their understanding of leisure is. Those physicians
were asked to fill out a questionnaire and mark the number of working hours
and the number of hours dedicated to other activities such as sleeping, resting,
being with their families, and especially leisure considering two situations: a
typical week and an atypical week. With this data in hand the author contacted
seven physicians and long interviews were conducted to discuss the topic, i.e.
leisure and physicians. Six of these seven physicians are pediatricians who
passed an open competition and work duty shifts at the hospital s emergency
room. One is a female plastic surgeon at the hospital where she also works as a
volunteer. To analyze the interviews a specific methodology for qualitative
research was used which is based on Heidegger s hermeneutic ontology.
Based on the quantitative research the author concluded that although
physicians believed they had leisure time this was not borne out by the facts.
The data obtained in the qualitative research in turn allowed the author to
conclude that for the group interviewed enjoying leisure time or not was directly
related with the history or background of each one of them. For many of them
leisure was yet another form of work, that is, it followed the same type of
capitalistic logic, the logic of the perpetuum mobile of production. Leisure was
also dependent on their availability to engage in a certain type of activity that
could be considered as leisure or not. It also became apparent in the interviews
that the physicians of this group had no difficulty in thinking about their leisure,
although they were surprised with the topic at first. One last conclusion was that
for this group of physicians leisure was not always equated with quality of life, or
with pleasure or relaxation / Na medida em que a medicina atual foi se tornando mais e mais científica e
tecnológica, seus custos foram se elevando, os médicos obrigados a cada vez
mais se especializarem e as condições de trabalho para a grande maioria
destes médicos se deteriorando. Por conta das políticas de saúde vigentes a
maioria dos médicos do país passaram a trabalhar em hospitais ligados a rede
pública em regime de plantões diurnos e noturnos, já que nesse setor, apesar
de baixos salários, eles têm garantido estabilidade de emprego e direitos
trabalhistas. Para poder fazer frente às suas necessidades financeiras, uma
grande parte desses médicos trabalham muitas horas, diurnas e noturnas,
muitas vezes sem possibilidade de descansar e ocupar seu tempo livre com
atividades de lazer. O foco dessa pesquisa é o lazer dos médicos. O interesse
é poder entender a forma como um grupo de médicos lotados em um hospital
público infantil de alta tecnologia da cidade de São Paulo disponibilizam seu
tempo livre para o lazer e, especialmente, a compreensão que eles têm desse
lazer. Para tanto, inicialmente solicitamos aos médicos lotados na instituição
que preenchessem um questionário onde se pedia que assinalassem tanto o
número de horas voltadas para o trabalho quanto o número de horas voltadas
para outras atividades como dormir, descansar, estar com a família e
especialmente ao lazer, considerando-se duas situações diferentes: uma
semana atípica e uma semana atípica. Com esses dados em mãos foram
contatados sete médicos com os quais foram feitas entrevistas de longa
duração a respeito do tema proposto, o lazer entre os médicos. Para a análise
destas entrevistas adotou-se uma metodologia específica de pesquisa
qualitativa referenciadas pela ontologia hermenêutica de Heidegger. A partir da
pesquisa quantitativa pudemos concluir que apesar dos médicos pesquisados
considerarem dispor sempre de tempo para o lazer isto não se confirmava na
prática. Já os dados obtidos com a pesquisa qualitativa nos permitiram concluir
que, para este grupo de médicos entrevistados a vivência ou não do lazer
estava diretamente relacionada à história e experiência de vida de cada um
deles; que para muitos o lazer se constituía numa outra forma de trabalho, ou
seja, seguia a mesma lógica capitalista do moto contínuo de produção; e ainda
que o lazer dependia da disponibilidade de cada um para um certo tipo de
atividade que poderia ou não ser considerado lazer. Também ficou patente com
a entrevista que os médicos desse grupo não tinham, apesar da surpresa inicial
para com o tema, qualquer dificuldade de pensar no seu lazer. Por último, foi
possível concluir que para este grupo de médicos nem sempre o lazer
significava uma boa qualidade de vida, nem sempre se confundia com prazer
ou relaxamento
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