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A poiesis da nação em Mia CoutoMoellwald, Branca Cabeda Egger January 2009 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2008. / Made available in DSpace on 2012-10-23T16:10:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1
267268.pdf: 1275941 bytes, checksum: 92b1799b4ae46581b2ea138a1f1c47ab (MD5) / Este trabalho busca ler as formas de representação da nação moçambicana em gesta na literatura de Mia Couto, a partir da análise de três dos seus romances: Terra sonâmbula, A varanda do frangipani e O último voo do flamingo. Dialoga teórica e criticamente com fragmentos do pensamento benjaminiano, a grande moldura para essa reflexão, atualizados em alguns tropos das teorias pós-coloniais de Edward Said, Stuart Hall e Homi Bhabha. Interessa-me, neste trabalho, sobretudo a teoria da narração benjaminiana, sua especulação sobre o que é contar a História, as histórias, e as estórias de Couto, em que tempo e memória são seus eixos fundamentais. Em um tempo-espaço que resiste à perda da experiência (Erfahrung), ao declínio da capacidade de narrar em um mundo de vivências (Erlebnisse) fragmentadas, a palavra salvadora de Couto vai criando Moçambique, a contrapelo de qualquer modelo homogeneizador de nação, reafirmando a ambivalência dos seus interstícios. Suas metáforas e alegorias marcadas pelo movimento da errância, do exílio e de todo tipo de des-locamento revelam um universo social, político, cultural e religioso que se coloca em um lugar intervalar de tradução cultural, um terceiro espaço, entre uma tradição que ainda insiste em revisitar o passado, que não e´ mais concebido como fixo ou imutável, e um presente pós-colonial que configura um tempo de emergência, um tempo do agora, o Jetztzeit benjaminiano. Em um mundo cindido entre Erfahrung e Erlebnis, em constante territorialização/desterritorialização /reterritorialização, a literatura de Couto escreve e falam. / The intention of this work is to analyze the representation forms of the Mozambican nation featured in Mia Coutos literature through the analysis of three of his novels: Terra sonâmbula (Sleepwalking land), A varanda do frangipani (Under the frangipani) and O ultimo voo do flamingo (Last flight of the flamingo). The work dialogues theoretically and critically with fragments of the Benjaminian thought which can be considered the great framework for this reflection actualized in some tropes of the post-colonial theories of Edward Said, Stuart Hall and Homi Bhabha. It is of my main interest in this work the Benjaminian narration theory, his speculation concerning the telling of History, histories, and Coutos tales, in which time and memory are fundamental axes. In a space-time that resists to the loss of experience (Erfahrung), to the decline of the capacity to narrate in a world of fragmented experiences (Erlebnisse), the savior word of Couto creates Mozambique, against all homogenizing models of nation, reaffirming the ambivalence of its interstices. His metaphors and allegories are marked by movements of wandering, exile and all sort of dis-locations, which reveal a social, political, cultural and religious universe that puts itself in an interspatial position of cultural translation, a third space between a tradition that still insists in revisiting the past, not conceived as fixed or immutable anymore, and a post-colonial present that configures a time of emergency, a nowtime, the Benjaminian Jetztzeit. In a world divided between Erfahrung and Erlebnis in constant eerritorialization/deterritorializaion/reterritorialization, Coutos literature writes and speaks this world, engendering new perspectives for the traditional mythos/logos, world of the living/world of the dead, colonialism/post-colonialism, tradition/modernity, reality/dream, orality/writing and rural/urban dichotomies. Coutodefeated, invisibilized by the History of the hegemonic narrative of colonialism.
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Circunstancialidade da invenção em A Varanda do Frangipani, de Mia Couto: entre a letra e a vozNascimento, Melquisedec Chaves do 28 April 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-04-28 / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo / This aims of this paper is to analyze the novel A Varanda do Frangipani by
mozabican writer Mia Couto. Based on researches about orality made by Paul
Zumthor, is researched some signs of performance through discursive strategies
used by narrators. Such concept presented by Zumthor relates a virtual performance
on the space of enunciation. In this perspective, orality is in the place of vocality,
because is looked in this paper, not traces of speaks that could signs a frequent use
in some communities, but virtual gestures presents in the discourse, that could be
possible to realize in the phenomenon of reading and listening. For this reason, the
reader is like a performer of the work s art, he is co-author of the work. The general
hypothesis signs that a discourse of A Varanda do Frangipani is crowded of vocal
and performing gestures. The first chapter, entitled Between letter and voice , is
presented the concept of performance. That concept supports the general
hypothesis. The reader, in face of the literary text, as well is object of discussion in
this chapter: a previous deal between the reader and the work possibilities himself
to live the performance. In this chapter is presented a literary biography of Mia Couto.
In the second chapter, entitled, Collective Memory and the discursive space , is
discussed the difference between orality and write, mainly based at the Walter Ong s
researches: these both modalities has distinct traces, and it could be understood
through of the own logic and under in a cultural perception point of view. Still is
discussed how is the discursive space where there are reader and listener. In the last
chapter, From the voice that sing to the word that tells , is presented a critical fortune
about Mia Couto s work under three different perspectives, such critical relates
different ways to treat the orality in Mia Couto s work. Finally, is made the analysis of
novel through of the narrator voices. The present paper signs that there there are in
the enunciation s virtual space: author, narrator, reader-listener, allows what Zumthor
calls performance: A Varanda do Frangipani novel is virtually act. This is possible
based in the enunciative context realized by reader/listener, that, despite of narrator
silence, are present gestures, looking, movements, lapse, irony / O objetivo deste trabalho é analisar o romance A varanda do Frangipani, do
moçambicano Mia Couto. Baseado nas proposições do estudioso da oralidade Paul
Zumthor, procura-se, por meio das estratégias narrativas presentes no romance,
indícios de performance, conceito discutido por Zumthor, que remetem a uma
encenação virtual no espaço da enunciação. Nessa perspectiva, oralidade está para
vocalidade, pois rastrea-se, nesta análise, não os traços de falas que indicariam um
uso corrente em determinada comunidade de falantes, mas os gestos virtuais
presentes no discurso, que são percebidos no fenômeno da leitura-audição. Assim,
o leitor estaria mais para um performer: ele é co-autor da obra. A hipótese geral
indica que o discurso de A Varanda do Frangipani está permeado por gestos vocais
e performáticos. O primeiro capítulo, intitulado Entre a letra e a voz , apresenta o
conceito de performance. Tal conceito sustenta a hipótese geral desta investigação.
O leitor, frente ao texto literário, também é objeto de discussão neste capítulo: notase
que o contrato prévio entre leitor e obra é o que lhe possibilita vivenciar a
performance. Ainda no primeiro capítulo é apresentada a biografia literária de Mia
Couto. No segundo capítulo, A Memória coletiva e a espacialidade discursiva ,
discute-se a diferenciação entre oralidade e escrita, principalmente a partir dos
estudos de Walter Ong: essas duas modalidades possuem traços distintos, sendo
que podem ser entendidos dentro de suas lógicas sob o ponto de vista cultural.
Discute-se, também, como leitor e ouvinte situam-se na espacialidade discursiva. No
último capítulo, Da voz que canta à palavra que narra , é apresentada a fortuna
crítica do autor, sob três perspectivas diferentes, tais críticas não deixam de fazer
referência à oralidade em Mia Couto. Por fim, a análise do romance a partir das falas
das personagens e as considerações sobre as estratégias narrativas dos narradores.
A presente pesquisa indica que encontra se virtualmente no espaço da enunciação
autor, narrador, leitor-ouvinte, realizando, assim, o que Zumthor chama de
performance: virtualmente A Varanda do Frangipani é encenada. Isto é possível a
partir das marcas enunciativas percebidas pelo leitor-ouvinte, que mesmo no silêncio
do narrador, apresenta, os gestos, olhares, movimentos, lapsos, ironias
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Niketche: a dança da recriação do amor poligâmicoCesário, Irineia Lina 07 May 2008 (has links)
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Irineia Lina Cesario.pdf: 465968 bytes, checksum: 3057c536aca0d24472f2b84821fc6361 (MD5)
Previous issue date: 2008-05-07 / Fundação Ford / The main issue investigated and documented by the reading of Niketche a
story of polygamy (2004) written by Paulina Chiziane alludes to the analogies in the
plural dialogue in the space of the perceptive and cultural experience that generate
libertarian images of the female conscience in the Mozambican polygamous context.
In the course of the intradiegetic narration in the first person, we describe
polygamy in a state of dramatic language sustained by concepts of literary theory
and recent studies carried out by researchers of African Literature such as Coelho
(1993), Leite (1988, 2004), Chaves (2005), Soares (2006), Lobo (2007), Noa (1997),
Rosario (1989) and Santilli (2003).
Chapter I, The Mirror A Reflection of Dialogue between Feminine and
Masculine Love, centralizes the orality and vocality in discourse from Zumthor
(1993,2000) under the aspects of Mozambican tongue and language represented in
the polydiscourse of the Niketche dance, supported by Baudrillard (1992), Bettelheim
(1980), Bachelard (2002), Genette (1995), Eco (1989), Segolin (1999), Urbano
(2000), Bonicci (2000), Todorov (1968), Derrida (2005), Barthes (2006), among
others.
In Chapter II, Discursive Confluences between Feminine Faces/Voices, we
demonstrate the discursive convergencies of female and male characters under the
polyphonic theory of Bakthin (2002) which allowed us to establish an image of
women oriented by caricatural and ludicrous behavior in group performance, founded
on the matriarchal system, yet guaranteed by Casimiro (2004) and Tsemo (1992).
In Chapter III, In the Legends of Western Orality Africanness, warranted by
Perrone-Moises (1978, 2000) and by researchers of the said African Literature, we
speak of the I-narrators as esthetical results of a ritualized and up-dated plot of the
symbolic past. Lastly, Niketche, a dance of recreation, expresses the transition of
the written language and the language of orality giving them a transforming character
through body language, the place of the performance of the new writing of the
memory, of Western tradition, and the testimonial and biographic change of female
voices in a renewed textual universe / A principal questão investigada e comprovada pela leitura de Niketche: uma
história de poligamia (2004), da escritora Paulina Chiziane, remete-se às analogias
no diálogo plural, no espaço da experiência perceptiva e cultural geradora de
imagens libertárias da consciência feminina no contexto poligâmico moçambicano.
Na direção da narração intradiegética em primeira pessoa, descreveu-se,
neste estudo, a poligamia em estado de linguagem dramática, tendo como suporte
conceitos da teoria literária e estudos recentes de pesquisadores da literatura
africana, como Coelho (1993), Leite (1988, 2004), Chaves (2005), Soares (2006),
Lobo (2007), Noa (1997), Rosário (1989), Santilli (2003).
O capítulo I, intitulado O Espelho: reflexo do diálogo entre o amor feminino e
masculino centraliza a oralidade e a vocalidade no discurso, a partir de Zumthor
(1993, 2000), sob os aspectos da língua e da linguagem moçambicanas,
representado no polidiscurso da dança Niketche, apoiada, por Baudrillard (1992),
Bettelheim (1980), Bachelard (2002), Genette (1995), Eco (1989), Segolin (1999),
Urbano (2000), Bonicci (2000), Todorov (1968), Derrida (2005), Barthes (2006),
dentre outros.
No capítulo II, Confluências discursivas entre faces/vozes femininas , foram
demonstradas as convergências discursivas de personagens femininas e masculinas
sob a teoria polifônica de Bakthin (2002), que permitiu prescrever uma imagem da
mulher orientada pelo comportamento caricatural e lúdico em performance grupal,
fundamentado no matriarcalismo, todavia, afiançada por Casimiro (2004) e Tsemo
(1992).
No capítulo III, Nas lendas da oralidade ocidental a africanidade , avalizada
por Perrone-Moisés (1978, 2000) e por pesquisadores da literatura africana em
citação, aborda-se os eus-narradores como resultantes estéticos de uma trama
ritualizada e atualizada do passado simbólico. Nas considerações finais, Niketche,
dança recriadora, enuncia a transição da língua escrita e da linguagem da oralidade,
conferindo-lhes um caráter transformador pela linguagem do corpo, lugar da
performance da nova escritura da memória, da tradição ocidental e da mudança
testemunhal e biográfica das vozes femininas, em renovado universo textual
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História e histórias entrelaçadas pela voz: a narrativa performática em O Alegre Canto da Perdiz, de Paulina ChizianeSantos, Márcia Cristina dos 26 May 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-05-26 / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo / The aim of this dissertation is to think about the hybrid writing of the African novel
The Happy Partridge s Song (2008) of the authorship of Paulina Chiziane. The
research of this reading of the Mozambican novel pointed out in the orality,
boundaries and narrative performance, consequent of the intersection between voice
and letter, in agreement with the mythical origins of its culture. The items of the our
research are inter-related with the figurative sights of the questions between relation
tradition and modernity and their insurgencies in the social reality of Zambezia,
especially, in relation to black woman while loud voice looking for autonomy, social
status and individual freedom. The light of this culture social question, bring us as a
result that change and the emptying of social positions occupied by woman in
troubles bring up a eccentric writing by the communicated dialogism of the word with
the orality, responsible method by the fusion of two or more voices in the
representation of hybrid speech of the novel. The effect is the constant and invariable
mobility of the narrator and her ideological eminence in the handling passionate and
libertarian trouble of the black woman voice in the context of the patriarchal society,
like voices linked authorial / O objetivo desta dissertação é refletir sobre a escritura híbrida do romance africano
O Alegre Canto da Perdiz (2008), de autoria de Paulina Chiziane. A investida da
leitura desse romance moçambicano situou-se nos limites da oralidade e da
performance narrativa, resultante da interseção entre voz e letra, concordantes com
as origens míticas de sua cultura. Os objetos de nossa investigação são interrelacionados
com os aspectos simbólicos do mito, fenômeno que traz a problemática
da relação tradição e modernidade e suas insurgências na realidade social da
Zambézia, principalmente, em relação à mulher negra como voz gritante em busca
de autonomia, status social e liberdade individual. À luz dessa questão sócio-cultural,
concluímos que a mudança e o esvaziamento de lugares sociais ocupados pela
mulher na intriga geram uma escritura ex-cêntrica pelo dialogismo comunicante da
palavra com a oralidade, método responsável pela fusão de duas ou mais vozes na
representação do discurso híbrido do romance. O efeito é a mobilidade constante e
descontínua da narradora e seu acento ideológico no tratamento da intriga passional
e libertária da voz da mulher negra no contexto daquela sociedade patriarcal, como
vozes enlaçadas à voz autoral
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