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A mística de Boosco deleitoso / The mystic in the Boosco deleitoso

José Carlos de Lima Neto 31 March 2014 (has links)
O misticismo na Idade Média pode ser entendido como uma prática de espiritualidade que confirma a legitimidade da experiência íntima do ser humano com a divindade e desempenha uma função importante neste período histórico: ser um modo para se alcançar a relação direta e individual com Deus, num momento em que a instituição religiosa buscava a uniformização da fé, extirpando muitas práticas heterodoxas (heresias). Todavia, a mística se impõe como uma evolução natural da espiritualidade cristã no medievo ocidental, que estava submergida na razão (teologia), possibilitando ao indivíduo uma expressão mais livre e sensível da fé. O Boosco Deleitoso, classificado por estudiosos como uma obra mística, expressa esta condição emotiva da fé. O objetivo deste estudo, portanto, concentra-se em observar a mística na referente obra portuguesa. Para isso, foi preciso sustentar este trabalho em dois alicerces: a história e a psicanálise. No primeiro momento, far-se-á um estudo da espiritualidade medieval e a evolução da mística neste ambiente sociopolítico; em seguida, será traçado pontos de identificação entre o Boosco Deleitoso e os autores e autoras da mística medieval. No segundo momento, a partir de um estudo sobre a mística sob o olhar da psicanálise, buscar-se-á fazer uma abordagem literária dos discursos místicos tendo em consideração as contribuições teóricas de Freud e Lacan sobre o assunto. O corpus desta pesquisa se encontra entre os capítulos 118 e 153 do Boosco Deleitoso, parcela da obra que perceptivelmente foi influenciada pela mística medieval / The mysticism in the Middle Age can be understood as a spirituality that confirms the legitimacy of the close experience of the human being with the deity and plays an important function in this historical period: to be a way to reach the direct and individual relation with God, at a moment where the religious institution searched the standardization of the faith, excising many practical heterodox (heresies). However, the mystique if imposes as a natural evolution of the Christian spirituality in medieval occidental person, who was submerged in the reason (theology), making possible to the individual a freer and sensible expression of the faith. The Boosco Deleitoso, classified for studious as a mystique, express workmanship this emotional condition of the faith. The objective of this study, therefore, is concentrated in observing the mystique in the referring Portuguese workmanship. For this, she was necessary to support this work in two foundations: history and the psychoanalysis. At the first moment, a study of the medieval spirituality and the evolution of the mystique in this sociopolitical environment will become; after that, it will be traced points of identification between the Boosco Deleitoso and the authors and authors of the medieval mystique. At as the moment, from a study on the mystique under the look of the psychoanalysis, one will search to make a literary boarding of the mystics speeches having in consideration the theoretical contributions of Freud and Lacan on the subject. The corpus of this research if finds between chapters 118 and 153 of the Boosco Deleitoso, parcel out of the workmanship that perceivably was influenced by the medieval mystique
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A mística de Boosco deleitoso / The mystic in the Boosco deleitoso

José Carlos de Lima Neto 31 March 2014 (has links)
O misticismo na Idade Média pode ser entendido como uma prática de espiritualidade que confirma a legitimidade da experiência íntima do ser humano com a divindade e desempenha uma função importante neste período histórico: ser um modo para se alcançar a relação direta e individual com Deus, num momento em que a instituição religiosa buscava a uniformização da fé, extirpando muitas práticas heterodoxas (heresias). Todavia, a mística se impõe como uma evolução natural da espiritualidade cristã no medievo ocidental, que estava submergida na razão (teologia), possibilitando ao indivíduo uma expressão mais livre e sensível da fé. O Boosco Deleitoso, classificado por estudiosos como uma obra mística, expressa esta condição emotiva da fé. O objetivo deste estudo, portanto, concentra-se em observar a mística na referente obra portuguesa. Para isso, foi preciso sustentar este trabalho em dois alicerces: a história e a psicanálise. No primeiro momento, far-se-á um estudo da espiritualidade medieval e a evolução da mística neste ambiente sociopolítico; em seguida, será traçado pontos de identificação entre o Boosco Deleitoso e os autores e autoras da mística medieval. No segundo momento, a partir de um estudo sobre a mística sob o olhar da psicanálise, buscar-se-á fazer uma abordagem literária dos discursos místicos tendo em consideração as contribuições teóricas de Freud e Lacan sobre o assunto. O corpus desta pesquisa se encontra entre os capítulos 118 e 153 do Boosco Deleitoso, parcela da obra que perceptivelmente foi influenciada pela mística medieval / The mysticism in the Middle Age can be understood as a spirituality that confirms the legitimacy of the close experience of the human being with the deity and plays an important function in this historical period: to be a way to reach the direct and individual relation with God, at a moment where the religious institution searched the standardization of the faith, excising many practical heterodox (heresies). However, the mystique if imposes as a natural evolution of the Christian spirituality in medieval occidental person, who was submerged in the reason (theology), making possible to the individual a freer and sensible expression of the faith. The Boosco Deleitoso, classified for studious as a mystique, express workmanship this emotional condition of the faith. The objective of this study, therefore, is concentrated in observing the mystique in the referring Portuguese workmanship. For this, she was necessary to support this work in two foundations: history and the psychoanalysis. At the first moment, a study of the medieval spirituality and the evolution of the mystique in this sociopolitical environment will become; after that, it will be traced points of identification between the Boosco Deleitoso and the authors and authors of the medieval mystique. At as the moment, from a study on the mystique under the look of the psychoanalysis, one will search to make a literary boarding of the mystics speeches having in consideration the theoretical contributions of Freud and Lacan on the subject. The corpus of this research if finds between chapters 118 and 153 of the Boosco Deleitoso, parcel out of the workmanship that perceivably was influenced by the medieval mystique
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Entre o um e o dois: Mestre Eckhart e o aberto da Abgeschiedenheit

Souza, Adriana Andrade de 19 March 2012 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-06-24T13:56:05Z No. of bitstreams: 1 adrianaandradedesouza.pdf: 786976 bytes, checksum: 1786e04c5379bbcb5d4ffe6872499136 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2016-07-13T15:45:25Z (GMT) No. of bitstreams: 1 adrianaandradedesouza.pdf: 786976 bytes, checksum: 1786e04c5379bbcb5d4ffe6872499136 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-13T15:45:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 adrianaandradedesouza.pdf: 786976 bytes, checksum: 1786e04c5379bbcb5d4ffe6872499136 (MD5) Previous issue date: 2012-03-19 / O tema central deste trabalho, “Entre o um e o dois: Mestre Eckhart e o aberto da Abgeschiedenheit” baseia-se na compreensão de que o pensamento eckhartiano acerca do desprendimento (Abgeschiedenheit) oscila entre três dimensões. Uma destas dimensões se refere ao que se poderia chamar uma “pedagogia” da conversão, na qual está em jogo a necessidade do esforço do homem em desapropriar-se de si mesmo. Outra dimensão do desprendimento seria a compreensão da busca da identidade com Deus como um “em si”, ou seja, como dádiva previamente dada, assim expressa nas palavras de Eckhart: “o fundo da alma e o fundo de Deus são um fundo.” A partir desse permanecer em si, o desprendimento ainda se descobre em uma dimensão vivida, ou seja, trata-se de um permanecer “em si”, no próprio da ação sem porquê, tal como é expresso na célebre frase eckhartiana: “frutificar a dádiva é a única gratidão para com a dádiva.” Assim compreendido, o desprendimento revelase como uma negação da negação, que é pura afirmação sem porquê, a que neste trabalho chamamos o aberto da Abgeschiedenheit. O “sem-porquê” é a dinâmica de retração na qual a Deidade se mantém ao criar o mundo. O próprio do pensamento de Eckhart é que essa dinâmica se estende imediatamente à existência humana, pelo ser uno de homem e Deus no fundo. Tornar-se interior no fundo da alma significa, para o homem, desprender-se da perspectiva de dualidade própria do seu ser criado, para tornar própria a pureza que não é, nas palavras de Eckhart, “nem no mundo, nem fora do mundo.” Ou seja, aquela pureza do fundo da Deidade da qual é próprio um brotar-se em si mesmo – sem nenhum porquê. O “semporquê”, em Eckhart, é essa idéia que diz não ser o desprendimento somente uma interiorização extática, mas plenitude efetiva, bem exercitada – muito mais do que só de dentro. Para nós, este é o modo como Eckhart une um dos grandes temas dos místicos renanos, a saber, o fundo sem fundo da Deidade e a abertura sem porquê, ao tema maior do nascimento de Deus na alma – nascimento que implica uma reciprocidade, porque a alma só é verdadeiramente bem-aventurada quando em retorno ela “gera Deus”. Esse “gerar” é o cumprimento da perspectiva da Deidade na existência humana, é o “sem-porquê” vivido. É o caminho do distinto à pura indistinção de Deus (da Abgeschiedenheit) em seu brotar-se em si mesmo – o caminho de volta para dentro da vida vivida. / The central theme of this work, "Between the one and the two: Meister Eckhart and the open of the Abgeschiedenheit", is based on the understanding that Eckhart’s thought about the detachment (Abgeschiedenheit) ranges in three dimensions. One of these dimensions refers to what one might call a "pedagogy" of conversion, in which the need of human effort to evict itself is at stake. Another dimension of the detachment would be the understanding of the search for identity with God as a "per se", ie, as a previously given gift, which is expressed in Eckhart’s words as "the depth of the soul and the depth of God are one depth". From this remaining in oneself, the detachment still finds itself in a live dimension, ie, it refers to remaining "in itself" in the very action without reason, as it is expressed in the famous words of Eckhart: "to make the donation fruitful is the only gratitude for the gift." Understood in this way, the detachment is revealed as a negation of the negation, which is pure assertion without reason, and in this work is named the open of the Abgeschiedenheit. The "no why" is the dynamics of contraction in which the deity remains as it creates the world. The thought of Eckhart is properly that this dynamics is immediately extended to human existence, by the being one as man and God in the depth. To become interior in the depth of the soul means to man, to loosen up from the prospect of a created being’s own duality, in order to make proper the purity that, in the words of Eckhart, is "neither in the world nor out of the world ". That is, the purity of the depth of the Deity to whom is proper to spring in itself - without any reason. The "no why" in Eckhart, is this idea that says the detachment is not only an ecstatic internalization, but effective plenitude, well-exercised - much more than just the inside. For us, this is how Eckhart takes one of the major themes of the Rhineland mystics, namely the depth with no depth of the Deity, and without reason, and links it to the major theme of the birth of God in the soul - a birth that involves reciprocity, because the soul is only truly blessed when in return it "creates God." This "generating" is the fulfillment of view of the Deity in human existence, it is the lived "why not". Is the path from the separate to the pure indistinctness of God (the Abgeschiedenheit) in its spring in itself - the way back into the lived life.
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Marguerite Porete, teóloga do século XIII: experiência mística e teologia dogmática em O Espelho das Almas Simples de Marguerite Porete

Mariani, Ceci Maria Costa Baptista 05 December 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Ceci Maria Costa Baptista Mariani.pdf: 836983 bytes, checksum: 9488e81f23d9e2c3fb66f730fdb5aef6 (MD5) Previous issue date: 2008-12-05 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The point of departure for this study was the work Le Mirouer des Simples Ames by Marguerite Porete, who belonged to a religious order in the region of The Rhine and who, according to history, lived between the second half of the XIII century and the beginning of the XIV century. It is a stimulating work which makes an important contribution to philosophical, theological and literary thinking. Our aim in this study was to explore the Christian mystic, which reached its peak in the late Middle Ages, to deepen the perception of this dynamic which is expressed as an experience of annihilation and to perceive how it unfolds in the theology. The more specific objective was to go deeper into the meaning of Marguerite Porete´s theological thinking, fundamentally mystical, and her contribution to systematic theology today, which intends not only to unite concepts and theological theory, but also to be a theology attentive to historical experience, the objective site of God´s presence, but which in spite of this, has confronted the risk of losing its contemplative dimension, the subjective site of a mystic encounter with God, thus freely transcending historical time and space. Our theological reading of Mirouer led us to perceive that the great contribution from this work lies in the explicitness of the relation between self-deprivation and liberty on the one hand and on the other, the bold affirmation that God is Graciousness, a God of delicacy, sweetness and goodness, in a world whose favored image of God is that of the almighty Father, at one time director, protector and fount of authority, a God of great majesty who remains in heaven and occasionally extends his hand across the clouds. To the God who leads an army constituted of angels and saints who exercise an intermediary function and manifest his protective and judging omnipresence, Marguerite announces the Loin-près, He who from his absolute transcendence, through graciousness, comes to us and transforms us for communion with Him / O ponto de partida dessa pesquisa foi a obra Le Mirouer des Simples Ames de Marguerite Porete, uma beguina cleriga, da região do Reno e que, segundo consta, viveu entre a segunda metade do século XIII e início do século XIV. Uma obra instigante que traz uma contribuição importante para o pensamento filosófico-teológico e literário. Nosso objetivo, com esse estudo, foi sondar a mística cristã que atinge seu ápice na alta idade média, aprofundar a percepção dessa dinâmica, que se expressa como experiência de aniquilamento, e perceber como ela se desdobra em teologia. O objetivo mais específico foi aprofundar o significado do pensamento teológico de Marguerite Porete, fundamentalmente místico, e sua contribuição para teologia sistemática hoje que pretende ser mais que reunião de conceitos, teologia teórica, mas teologia que está atenta para a experiência histórica, lugar objetivo de presença de Deus, mas que, apesar disso, tem enfrentado o risco de perder sua dimensão contemplativa, lugar subjetivo do encontro místico com Deus, transcendência livre do espaço e do tempo, portanto da história. Nossa leitura teológica do Mirouer levou-nos a perceber que a grande contribuição da obra reside na explicitação da relação entre despojamento de si e liberdade por um lado e por outro, na ousada afirmação de que Deus é Cortesia, Deus de delicadeza, doçura e bondade, num mundo cuja imagem privilegiada de Deus é o Pai poderoso, a um tempo diretor e protetor, fonte de autoridade, Deus de grande majestade que permanece no céu e que eventualmente mostra sua mão através das nuvens. Ao Deus que está à frente de um exército constituído de santos e anjos que exercem a função de intermediários e que manifestam sua onipresença protetora e julgadora, Marguerite anuncia o Loin-près, aquele que desde a sua absoluta transcendência, por cortesia, vem a nós e nos transforma para a comunhão com ele

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