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Dádiva, mercadoria e pessoa : as trocas na constituição do mundo social Mbyá-GuaraniAssis, Valéria Soares de January 2006 (has links)
Esta tese é um estudo etnográfico sobre como os Mbyá, grupo Guarani do leste do Rio Grande do Sul, concebem, usam e trocam seus bens materiais. O objetivo é analisar, à luz das abordagens contemporâneas sobre a teoria da dádiva e da antropologia do consumo, as relações sociais imbricadas na utilização e trocas de objetos, sua cultura material. Os objetos trocados pelos Mbyá podem ser classificados como objeto ritual, artesanato e mercadoria. Esses objetos circulam em uma série de transações, ora pautadas na troca do tipo dadivosa, ora na troca comercial. A partir da descrição e análise etnográficas, este trabalho procura entender como se manifestam essas trocas, explorando os conceitos nativos, como jopói (troca, trocar) e –vende (vender), comparando-os às noções clássicas de dádiva e mercadoria e identificando suas aproximações e distinções. Concomitantemente, buscou-se, na exploração desses conceitos, perceber as características das relações sociais imbricadas em cada modalidade de troca, e como elas participam da produção e reprodução social e do ethos Mbyá. Um dos principais valores morais que prescrevem as trocas entre os grupos locais é o mborayu (reciprocidade, generosidade). Através das trocas de objetos é possível compreender como o conceito de mborayu perpassa e se atualiza nos campos da identidade, estética, gênero, pessoa, vida social e ritual. As trocas de objetos evidenciam que a produção e reprodução local exigem a incorporação de elementos do Outro. A hipótese é que as distintas categorias de troca expressam diferenças na significação do que e de quem é incorporado. Por outro lado, há as categorias de troca que impelem a produção de si para fora. Há assim, uma via dupla que busca, ao mesmo tempo, produzir uma identidade para dentro com a incorporação de partes do Outro, e outra, que produz uma identidade para fora, elaborada com partes do Mesmo. / An ethnographic analysis is provided on the manner the Mbyá, a Guarani group of the eastern region of Rio Grande does Sul, Brazil, naturalize, employ and exchange material goods. Current research comprises an analysis on the social relationships underlying the exchange of goods, or rather, the group’s material culture, according to contemporary approaches on gifts and consumption anthropology. Items exchanged by the Mbyá may be classified as ritual, crafts and goods, which are transacted through a series of dealings either of the gift or of the commercial type. Research investigates how exchanges manifest themselves through descriptions and ethnographic analyses, explores native concepts such as jopói (exchange) and –vende (to sell), compares them to the classical concepts of gift and goods, and identifies similarities and differences. Exploring these items, research tried to perceive the characteristics of social relationships underlying each kind of exchange and how they participate in social production and reproduction and in their ethos. Mborayu (reciprocity, generosity) is one of the main moral values that prescribe exchange among local groups. Item exchange reveals how the mborayu concept is conveyed and updated in the identity, aesthetic, gender, personal, social and ritual fields. Item exchange evidences that local production and reproduction require the incorporation of the characteristics of the Other. Hypothesis suggests that the different exchange categories express the differences in the meaning of what is incorporated and whose item it is. On the other hand, there are exchange categories that provoke the outward production of the self. A double way exists that endeavors to produce an inner identity through the incorporation of sections of the Other and, at the same time, an other way that produces an outward identity elaborated by sections of the Same.
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Dádiva, mercadoria e pessoa : as trocas na constituição do mundo social Mbyá-GuaraniAssis, Valéria Soares de January 2006 (has links)
Esta tese é um estudo etnográfico sobre como os Mbyá, grupo Guarani do leste do Rio Grande do Sul, concebem, usam e trocam seus bens materiais. O objetivo é analisar, à luz das abordagens contemporâneas sobre a teoria da dádiva e da antropologia do consumo, as relações sociais imbricadas na utilização e trocas de objetos, sua cultura material. Os objetos trocados pelos Mbyá podem ser classificados como objeto ritual, artesanato e mercadoria. Esses objetos circulam em uma série de transações, ora pautadas na troca do tipo dadivosa, ora na troca comercial. A partir da descrição e análise etnográficas, este trabalho procura entender como se manifestam essas trocas, explorando os conceitos nativos, como jopói (troca, trocar) e –vende (vender), comparando-os às noções clássicas de dádiva e mercadoria e identificando suas aproximações e distinções. Concomitantemente, buscou-se, na exploração desses conceitos, perceber as características das relações sociais imbricadas em cada modalidade de troca, e como elas participam da produção e reprodução social e do ethos Mbyá. Um dos principais valores morais que prescrevem as trocas entre os grupos locais é o mborayu (reciprocidade, generosidade). Através das trocas de objetos é possível compreender como o conceito de mborayu perpassa e se atualiza nos campos da identidade, estética, gênero, pessoa, vida social e ritual. As trocas de objetos evidenciam que a produção e reprodução local exigem a incorporação de elementos do Outro. A hipótese é que as distintas categorias de troca expressam diferenças na significação do que e de quem é incorporado. Por outro lado, há as categorias de troca que impelem a produção de si para fora. Há assim, uma via dupla que busca, ao mesmo tempo, produzir uma identidade para dentro com a incorporação de partes do Outro, e outra, que produz uma identidade para fora, elaborada com partes do Mesmo. / An ethnographic analysis is provided on the manner the Mbyá, a Guarani group of the eastern region of Rio Grande does Sul, Brazil, naturalize, employ and exchange material goods. Current research comprises an analysis on the social relationships underlying the exchange of goods, or rather, the group’s material culture, according to contemporary approaches on gifts and consumption anthropology. Items exchanged by the Mbyá may be classified as ritual, crafts and goods, which are transacted through a series of dealings either of the gift or of the commercial type. Research investigates how exchanges manifest themselves through descriptions and ethnographic analyses, explores native concepts such as jopói (exchange) and –vende (to sell), compares them to the classical concepts of gift and goods, and identifies similarities and differences. Exploring these items, research tried to perceive the characteristics of social relationships underlying each kind of exchange and how they participate in social production and reproduction and in their ethos. Mborayu (reciprocity, generosity) is one of the main moral values that prescribe exchange among local groups. Item exchange reveals how the mborayu concept is conveyed and updated in the identity, aesthetic, gender, personal, social and ritual fields. Item exchange evidences that local production and reproduction require the incorporation of the characteristics of the Other. Hypothesis suggests that the different exchange categories express the differences in the meaning of what is incorporated and whose item it is. On the other hand, there are exchange categories that provoke the outward production of the self. A double way exists that endeavors to produce an inner identity through the incorporation of sections of the Other and, at the same time, an other way that produces an outward identity elaborated by sections of the Same.
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Dádiva, mercadoria e pessoa : as trocas na constituição do mundo social Mbyá-GuaraniAssis, Valéria Soares de January 2006 (has links)
Esta tese é um estudo etnográfico sobre como os Mbyá, grupo Guarani do leste do Rio Grande do Sul, concebem, usam e trocam seus bens materiais. O objetivo é analisar, à luz das abordagens contemporâneas sobre a teoria da dádiva e da antropologia do consumo, as relações sociais imbricadas na utilização e trocas de objetos, sua cultura material. Os objetos trocados pelos Mbyá podem ser classificados como objeto ritual, artesanato e mercadoria. Esses objetos circulam em uma série de transações, ora pautadas na troca do tipo dadivosa, ora na troca comercial. A partir da descrição e análise etnográficas, este trabalho procura entender como se manifestam essas trocas, explorando os conceitos nativos, como jopói (troca, trocar) e –vende (vender), comparando-os às noções clássicas de dádiva e mercadoria e identificando suas aproximações e distinções. Concomitantemente, buscou-se, na exploração desses conceitos, perceber as características das relações sociais imbricadas em cada modalidade de troca, e como elas participam da produção e reprodução social e do ethos Mbyá. Um dos principais valores morais que prescrevem as trocas entre os grupos locais é o mborayu (reciprocidade, generosidade). Através das trocas de objetos é possível compreender como o conceito de mborayu perpassa e se atualiza nos campos da identidade, estética, gênero, pessoa, vida social e ritual. As trocas de objetos evidenciam que a produção e reprodução local exigem a incorporação de elementos do Outro. A hipótese é que as distintas categorias de troca expressam diferenças na significação do que e de quem é incorporado. Por outro lado, há as categorias de troca que impelem a produção de si para fora. Há assim, uma via dupla que busca, ao mesmo tempo, produzir uma identidade para dentro com a incorporação de partes do Outro, e outra, que produz uma identidade para fora, elaborada com partes do Mesmo. / An ethnographic analysis is provided on the manner the Mbyá, a Guarani group of the eastern region of Rio Grande does Sul, Brazil, naturalize, employ and exchange material goods. Current research comprises an analysis on the social relationships underlying the exchange of goods, or rather, the group’s material culture, according to contemporary approaches on gifts and consumption anthropology. Items exchanged by the Mbyá may be classified as ritual, crafts and goods, which are transacted through a series of dealings either of the gift or of the commercial type. Research investigates how exchanges manifest themselves through descriptions and ethnographic analyses, explores native concepts such as jopói (exchange) and –vende (to sell), compares them to the classical concepts of gift and goods, and identifies similarities and differences. Exploring these items, research tried to perceive the characteristics of social relationships underlying each kind of exchange and how they participate in social production and reproduction and in their ethos. Mborayu (reciprocity, generosity) is one of the main moral values that prescribe exchange among local groups. Item exchange reveals how the mborayu concept is conveyed and updated in the identity, aesthetic, gender, personal, social and ritual fields. Item exchange evidences that local production and reproduction require the incorporation of the characteristics of the Other. Hypothesis suggests that the different exchange categories express the differences in the meaning of what is incorporated and whose item it is. On the other hand, there are exchange categories that provoke the outward production of the self. A double way exists that endeavors to produce an inner identity through the incorporation of sections of the Other and, at the same time, an other way that produces an outward identity elaborated by sections of the Same.
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