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ENTRE AS INTERFACES DAS RACIONALIDADES DA SAÚDE: Por que terapia floral? / BETWEEN THE INTERFACES OF THE RATIONALITIES OF HEALTH: Why floral therapy?

Castro, Graciele Dotto 28 March 2011 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Western science, today, is science that has been instituted and comes in the first place, with characteristics such as objectivity, measurement and Cartesianism. This study brings to light, in a way, an old debate about what science is. And, behind that backdrop, reveals itself the central question: what reasons have led some doctors, immersed in the biomedical rationality and, consequently, in the Western scientific rationality, to look at other rationalities of health, getting to choose to work with at least one of them, the floral medicine, main theme of this study. Just this, a medicine based on other rationality of health, on other scientific rationality and, therefore, another understanding of individual, disease, health, treatment and cure. While the Western medical science focuses its gaze on diseases, organs and injuries and it is still slow, floral medicine - which is one of the complementary medicines is starting to look at the individuals and their relation with themselves and their surroundings to think about healing and illness, it looks at the person in all his relations to make his diagnosis and treatment, without fragmenting the individual and his body. Through content analysis of Bardin (2010), held with eight interviews with doctors who also work with floral medicine in the city of Porto Alegre, six categories were observed, which indicate the differences of the rationalities and the influences of each one in their work and also the reasons for the choice of floral medicine as a tool in the treatment of sick individuals, or better, of individuals with some physical, mental or emotional imbalance. The categories are: 1. What is illness? 2. What is healing? 3. What is health? 4. How does Western science work; 5. How does floral medicine work; 6. The path from biomedicine to floral medicine. These categories indicate the way of thinking of doctors during their life history and their professional history, what has influenced them and even led them up to work with floral therapy. Some of them already had in their lives factors and concepts that were the pillars to whet their curiosity about other forms of care with patients that complemented what they learned with medicine. Other doctors, fully immersed in the Western medical and scientific rationality, were caught by surprise by the effects of floral in their lives or in the lives of people nearby, which made them rethink their actions as doctors. All, however, when in contact with floral medicine, claimed to have noticed in this the possibility of helping their patients and themselves in the art of curing human suffering, thereby obtaining results that were and are interesting or even amazing. Maybe this surprise is not only because of the results, but because of the approximation that the study of floral made possible between these doctors and their patients, and thus between these doctors and the art of healing, making them even more curing agents of individuals and not just of illness or injuries. / A ciência ocidental, hoje, é a ciência instituída que vem em primeiro lugar, com características como a objetividade, mensuração e o cartesianismo. Este trabalho vem trazer à luz, de certa forma, uma discussão antiga sobre o que é ciência. E, por trás desse pano de fundo, desvela-se a questão central: quais motivos levaram alguns médicos, imersos na racionalidade biomédica e, consequentemente, na racionalidade científica ocidental, a olhar outras racionalidades da saúde, chegando a escolher trabalhar com pelo menos uma delas, a medicina floral, tema central deste estudo. Justo esta, uma medicina embasada em outra racionalidade de saúde, em outra racionalidade científica e, com isso, outra compreensão de sujeito, de doenças, de saúde, de tratamento e de cura. Enquanto a ciência médica ocidental foca seu olhar nas doenças, órgãos e lesões e ainda está a passos lentos, começando a olhar para os sujeitos e sua relação consigo mesmo e com o seu entorno para pensar a cura e a doença, a medicina floral que é uma das medicinas complementares olha o sujeito em todas as suas relações para realizar seu diagnóstico e seu tratamento, sem fragmentar o indivíduo e seu corpo. Através da análise de conteúdo de Bardin (2010), realizada com as oito entrevistas feitas com médicos que também atuam com medicina floral no município de Porto Alegre-RS, foram observadas seis categorias, as quais indicam as diferenças das racionalidades e as influências de cada uma em seus trabalhos e, ainda, os motivos pela escolha da medicina floral como mais uma ferramenta de trabalho no tratamento dos sujeitos doentes, ou melhor, com algum desequilíbrio físico, mental ou emocional. As categorias são: 1. O que é doença?; 2. O que é cura?; 3. O que é saúde?; 4. Como é a medicina ocidental; 5. Como é a medicina floral; 6. Caminho da biomedicina ao floral. Estas categorias indicam a forma de pensar dos médicos durante sua história de vida e sua história profissional, o que os influenciou e até os levou a trabalhar com terapia floral. Alguns deles já possuíam em sua vida fatores e concepções que foram os pilares para aguçar sua curiosidade em relação a outras formas de cuidado com os pacientes, que complementassem o que aprenderam com a medicina. Outros médicos, totalmente imersos na racionalidade científica e médica ocidental, foram pegos de surpresa pelos efeitos do floral em suas vidas ou na vida de pessoas próximas, o que os fez repensar sobre seu agir médico. Todos, no entanto, ao entrar em contato com a medicina floral, disseram ter percebido nesta a possibilidade de ajudar seus pacientes e a si mesmos na arte de curar o sofrimento humano, obtendo assim resultados que foram e são interessantes ou mesmo surpreendentes. Talvez essa surpresa não seja apenas pelos resultados, mas pela maior aproximação que o estudo dos florais possibilitou entre esses médicos e seus pacientes, e, assim, entre esses médicos e a arte de curar, tornando-os, ainda mais, agentes de cura de sujeitos, e não apenas de doenças ou lesões.
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A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS: um estudo a partir de Conferências Nacionais de Saúde (1986-2015)

Del Gobo, Juliano 14 June 2017 (has links)
Submitted by Eunice Novais (enovais@uepg.br) on 2017-09-13T17:21:23Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Juliano del Gobo.pdf: 1561259 bytes, checksum: 02e8d1aff033d933d126130c2027b7d7 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-09-13T17:21:23Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Juliano del Gobo.pdf: 1561259 bytes, checksum: 02e8d1aff033d933d126130c2027b7d7 (MD5) Previous issue date: 2017-06-14 / A Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza o termo MAC ou, simplesmente, Medicina Tradicional (MT) para nomear um amplo universo de conhecimentos, atitudes e práticas, baseadas em teorias, crenças e experiências advindas de diferentes culturas, utilizadas para a manutenção da saúde, prevenção, diagnóstico, recuperação ou tratamento de doença física ou mental. As MAC/MT estão presentes na agenda internacional da OMS desde o final da década de 1970 e junto dela um conjunto variado de condições tem lhe possibilitado maior valorização e legitimidade no campo oficial da saúde. Este cenário tem estimulado a implantação de políticas nacionais de MAC/MT em todo o mundo. Em 2006, o Brasil seguiu essa tendência mundial e publicou a Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), quando apresentou um conjunto de objetivos e diretrizes para implementação de práticas e sistemas terapêuticos associados às MAC/MT no Sistema Único de Saúde (SUS). A presente dissertação é resultado de estudo de natureza qualitativa e quantitativa, e analisou a inserção das MAC no SUS. Teve por objetivos descrever e refletir sobre o surgimento e o desenvolvimento da PNPIC, do ponto de vista das conferências nacionais de saúde (CNS) realizadas entre 1986 e 2015. De forma mais específica, objetivou sistematizar e analisar deliberações de conferências que versaram sobre o tema; e por fim, dimensionar relações e tensionamentos entre indivíduos e grupos diante da inserção de novas práticas no campo da saúde. O percurso metodológico foi organizado por meio da triangulação de técnicas e fontes, a partir das seguintes etapas: análise documental dos relatórios das conferências realizadas entre 1986 e 2011; participação e observação de atividades e discussões que trataram do tema das MAC/PICs na 15ª CNS (2015); a realização de entrevistas com sujeitos significativos participantes desta etapa nacional. Dos resultados de pesquisa: a análise documental destacou os cenários políticos de cada conferência e as propostas sobre as MAC/PICs aprovadas. Foram organizadas tabelas de dados sobre a quantidade de propostas e sobre a terminologias utilizada para se referir às MAC/PICs em cada etapa. Concluiu-se que o surgimento e desenvolvimento da PNPIC ocorreu em meio a duas tendências: a primeira, mais progressista e voltada para a construção de um novo modelo de atenção à saúde, organizado de forma multiprofissional, pautado na promoção e manutenção da saúde e no combate à medicalização da vida; a segunda tendência identificada é mais conservadora, inserida na lógica da organização do modelo assistencial vigente e submetida à hierarquia biomédica. A pesquisa de campo identificou um movimento organizado para dar visibilidade e fortalecer as PICs na 15ªCNS; da mesma forma identificou resistências ao seu desenvolvimento em três planos: no plano corporativo, no plano científico e no plano econômico. O conteúdo das entrevistas confirmou os dados empíricos e de forma complementar revelou a dinâmica do que se chamou de ‘espaço interno das PICs’, onde ocorrem relações de articulação e disputa entre os agentes que militam no campo. / The World Health Organization (WHO) uses the term CAM or simply Traditional Medicine to name a wide range of knowledge, attitudes and practices, based on theories, beliefs and experiences Health, prevention, diagnosis, recovery or treatment of physical or mental illness.CAM/MT have been on the international agenda of the WHO since the late 1970s, and with it a varied set of conditions has enabled it to gain greater value and legitimacy in the official health field. This scenario has stimulated the implementation of national CAM/MT policies around the world. In 2006, Brazil followed this worldwide trend and published the National Policy on Integrative and Complementary Practices (PNPIC), when it presented a set of objectives and guidelines for the implementation of therapeutic practices and systems associated with CAM/MT in the Unified Health System. The present dissertation is the result of a qualitative and quantitative study, and analyzed the insertion of CAM into SUS. Its objectives were to describe and reflect on the emergence and development of the PNPIC from the point of view of the National Health Conferences held between 1986 and 2015. More specifically, it aimed to systematize and analyze deliberations of conferences that dealt with the theme ; And finally, to dimension relationships and tensions between individuals and groups in view of the insertion of new practices in the field of health. The methodological course was organized through the triangulation of techniques and sources, from the following stages: documentary analysis of the reports of the conferences held between 1986 and 2011; Participation and observation of activities and discussions that dealt with CAM/PICs in the 15th CNS; The conduct of interviews with significant subjects participating in this national stage. Of the research results: the documentary analysis highlighted the political scenarios of each conference and the proposals on the approved CAM/PICs. Tables of data were organized on the number of proposals and on the terminology used to refer to the CAM/PICs at each stage. It was concluded that the emergence and development of the PNPIC occurred in two tendencies: the first, more progressive and focused on the construction of a new model of health care, organized in a multiprofessional way, based on the promotion and maintenance of health and Combating the medicalization of life; The second trend identified is more conservative, inserted in the logic of the organization of the current care model and submitted to the biomedical hierarchy. The field research identified an organized movement to give visibility and strengthen the PICs in the 15ªNS; In the same way identified resistance to its development in three planes: in the corporate plane, in the scientific plane and in the economic plane. The content of the interviews confirmed the empirical data and, in a complementary way, revealed the dynamics of what was called the 'internal space of PICs', where articulation and dispute relations occur among the agents who work in the field.

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