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Alteridade e diálogo: uma meta-arqueologia da educação a partir de Emmanuel Lévinas e Paulo FreireGuedes, Edson Carvalho 04 May 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-05-04 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The meta-archeology of Education, suggested in this work, refers to Emmanuel
Lévinas and Paulo Freire and wants to orientate a philosophical reflection about the
questions raised by the necessity of looking at the Other as a source of learning that
enables the human being to be more. The problem concerning this research may be
explained as follows: How can Lévinas Philosophy, in a dialog with the educational
Theory by Paulo Freire, help defining principles or bases of intersubjective
relationships present in education? We consider that the intersubjective relationships,
within the educational universe, are built over two great bases or over a basis
properly defined and over something that is beyond the basis. A contribution that this
research brings and that reveals a possible originality within the educational field
refers to the deconstruction of the category that is conveniently referred to as basis
or principle. Supported by the philosophy of Emmanuel Lévinas, we present a
perspective concerning the Western philosophy that comprised, most of the times,
totalitarian bases, concerned about the unit, coherence and synthesis, dismissing,
because of that, the singularities, the contradictions and the diversities. We suggest
the term meta-archeology to indicate a reality that begins, but that is open to
diversity, the difference, resistant to presenting itself as a paradigm. The hypothesis
that determined the beginning of our works, already influenced by the philosophy of
Emmanuel Lévinas and by the epistemology of the education of Paulo Freire, brings
as an answer to our thesis problem the following statement: The relationship
between the alterity and the exercise of the dialog enable and emphasize a metaarcheology
of the emancipative education, beyond the identity limits. On the other
hand, it is the autological rationality that begins and sustains, within the educational
processes, the interpersonal relationships excluding and resistant to diversity. In
order to build a methodology that would organize the approach of a subject in
regards to a phenomenon and, at the same time, offer sufficient elements to
[dis]organize and [re]organize the speech in view of future theoretical and practical
constructions, we considered it is more convenient to approach the questions raised
by the phenomenological hermeneutics of Paul Ricoeur. The thesis was grounded on
four main categories: knowledge and autology, on the one hand, and alterity and
dialog on the other hand. These are two cuts that tension each other reciprocally.
The comprehension of the first group of categories favors the comprehension of the
second one and vice-versa. The first group is understood as the basis or principle for
the education; the second one, as meta-archeology, something that is beyond the
principle (arché). The set of Lévinas categories has alterity as its central category
and articulator of the others: ethics and philosophy first, language, subjectivity,
autrement (different than being). The set of Freire categories has dialog as its central
category and articulates the others: freedom, social and political, justice, culture. With
these categories, we tried to build an educational theory that may enable ethical
learning processes of reception and commitment with others and even enable
learning for the suspicion, refractory to the will of power. / A meta-arqueologia da Educação, proposta neste trabalho, toma como referência
Emmanuel Lévinas e Paulo Freire e quer orientar uma reflexão filosófica sobre as
questões colocadas pela necessidade de olhar o Outro como fonte de uma
aprendizagem que possibilita o ser humano ser mais. O problema desta pesquisa
pode ser explicitado da seguinte maneira: Como a Filosofia de Lévinas, em diálogo
com a Teoria da educação de Paulo Freire ajudam a delinear princípios ou
fundamentos de relações intersubjetivas presentes na educação? Consideramos
que as relações intersubjetivas, no universo educacional, são construídas sobre dois
grandes fundamentos ou sobre um fundamento propriamente dito e sobre algo que
está para além do fundamento. Uma contribuição que esta pesquisa traz e que
revela uma possível originalidade no campo educacional refere-se à desconstrução
da categoria que se convencionou chamar de fundamento ou princípio. Ancorados
na filosofia de Emmanuel Lévinas, apresentamos uma perspectiva acerca da
filosofia ocidental que constituiu, na maioria das vezes, fundamentos totalitários,
preocupados com a unidade, coerência e síntese, destituindo, por conta disso, as
singularidades, as contradições e as diversidades. Propomos o termo metaarqueologia
para designar uma realidade que principia, mas que permanece aberta
à diversidade, à diferença, resistente a se apresentar como paradigma. A hipótese
que marcou o início de nossos trabalhos, já influenciados pela filosofia de Emmanuel
Lévinas e pela epistemologia da educação de Paulo Freire, traz como resposta ao
nosso problema de tese a seguinte afirmação: A relação de alteridade e o exercício
do diálogo permitem e marcam uma meta-arqueologia da educação emancipatória,
para além dos limites identitários. Por outro lado, é a racionalidade autológica que
principia e sustenta, no interior dos processos educativos, as relações interpessoais
excludentes e resistentes à diversidade. Para construir uma metodologia que
organizasse a abordagem de um sujeito acerca de um fenômeno e, ao mesmo
tempo, oferecesse elementos suficientes para [des]arrumar e [re]organizar o
discurso em vista de futuras construções teóricas e práticas, julgamos mais
conveniente abordar as questões postas pela hermenêutica fenomenológica de Paul
Ricoeur. A tese alicerçou-se em quatro categorias centrais: saber e autologia, de um
lado, e alteridade e diálogo, de outro. São dois cortes que se tensionam
reciprocamente. A compreensão do primeiro grupo de categorias favorece a
compreensão do segundo e vice-versa. O primeiro grupo é compreendido como
fundamento ou princípio para a educação; o segundo, como uma meta-arqueologia,
algo que está para além do princípio (arché). O conjunto de categorias levinasianas
tem alteridade como categoria central e articuladora das outras: ética e filosofia
primeira, linguagem, subjetividade, autrement (de outro modo que ser). O conjunto
das categorias freireanas tem diálogo como categoria central e articula as outras:
liberdade, social e político, justiça, cultura. Com essas categorias, buscamos
construir uma teoria educacional que possa viabilizar processos de aprendizagens
éticos de acolhimento e compromisso com o outrem e ainda propiciadora de uma
aprendizagem para a suspeita, refratária à vontade de poder.
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Alteridade e Diálogo: uma meta-aqueologia da educação a partir de Emmanuel Lévinas e de Paulo Freire.Guedes, Edson Carvalho 04 May 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-05-04 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The meta-archeology of Education, suggested in this work, refers to Emmanuel Lévinas
and Paulo Freire and wants to orientate a philosophical reflection about the questions
raised by the necessity of looking at the Other as a source of learning that enables the
human being to be more. The problem concerning this research may be explained as
follows: How can Lévinas Philosophy, in a dialog with the educational Theory by Paulo
Freire, help defining principles or bases of intersubjective relationships present in
education? We consider that the intersubjective relationships, within the educational
universe, are built over two great bases or over a basis properly defined and over
something that is beyond the basis. A contribution that this research brings and that
reveals a possible originality within the educational field refers to the deconstruction of
the category that is conveniently referred to as basis or principle. Supported by the
philosophy of Emmanuel Lévinas, we present a perspective concerning the Western
philosophy that comprised, most of the times, totalitarian bases, concerned about the unit,
coherence and synthesis, dismissing, because of that, the singularities, the contradictions
and the diversities. We suggest the term meta-archeology to indicate a reality that begins,
but that is open to diversity, the difference, resistant to presenting itself as a paradigm.
The hypothesis that determined the beginning of our works, already influenced by the
philosophy of Emmanuel Lévinas and by the epistemology of the education of Paulo
Freire, brings as an answer to our thesis problem the following statement: The relationship
between the alterity and the exercise of the dialog enable and emphasize a metaarcheology
of the emancipative education, beyond the identity limits. On the other hand, it
is the autological rationality that begins and sustains, within the educational processes, the
interpersonal relationships excluding and resistant to diversity. In order to build a
methodology that would organize the approach of a subject in regards to a phenomenon
and, at the same time, offer sufficient elements to [dis]organize and [re]organize the
speech in view of future theoretical and practical constructions, we considered it is more
convenient to approach the questions raised by the phenomenological hermeneutics of
Paul Ricoeur. The thesis was grounded on four main categories: knowledge and autology,
on the one hand, and alterity and dialog on the other hand. These are two cuts that tension
each other reciprocally. The comprehension of the first group of categories favors the
comprehension of the second one and vice-versa. The first group is understood as the
basis or principle for the education; the second one, as meta-archeology, something that is
beyond the principle (arché). The set of Lévinas categories has alterity as its central
category and articulator of the others: ethics and philosophy first, language, subjectivity,
autrement (different than being). The set of Freire categories has dialog as its central
category and articulates the others: freedom, social and political, justice, culture. With
these categories, we tried to build an educational theory that may enable ethical learning
processes of reception and commitment with others and even enable learning for the
suspicion, refractory to the will of power. / A meta-arqueologia da Educação, proposta neste trabalho, toma como referência
Emmanuel Lévinas e Paulo Freire e quer orientar uma reflexão filosófica sobre as
questões colocadas pela necessidade de olhar o Outro como fonte de uma aprendizagem
que possibilita o ser humano ser mais. O problema desta pesquisa pode ser explicitado da
seguinte maneira: Como a Filosofia de Lévinas, em diálogo com a Teoria da educação de
Paulo Freire ajudam a delinear princípios ou fundamentos de relações intersubjetivas
presentes na educação? Consideramos que as relações intersubjetivas, no universo
educacional, são construídas sobre dois grandes fundamentos ou sobre um fundamento
propriamente dito e sobre algo que está para além do fundamento. Uma contribuição que
esta pesquisa traz e que revela uma possível originalidade no campo educacional refere-se
à desconstrução da categoria que se convencionou chamar de fundamento ou princípio.
Ancorados na filosofia de Emmanuel Lévinas, apresentamos uma perspectiva acerca da
filosofia ocidental que constituiu, na maioria das vezes, fundamentos totalitários,
preocupados com a unidade, coerência e síntese, destituindo, por conta disso, as
singularidades, as contradições e as diversidades. Propomos o termo meta-arqueologia
para designar uma realidade que principia, mas que permanece aberta à diversidade, à
diferença, resistente a se apresentar como paradigma. A hipótese que marcou o início de
nossos trabalhos, já influenciados pela filosofia de Emmanuel Lévinas e pela
epistemologia da educação de Paulo Freire, traz como resposta ao nosso problema de tese
a seguinte afirmação: A relação de alteridade e o exercício do diálogo permitem e marcam
uma meta-arqueologia da educação emancipatória, para além dos limites identitários. Por
outro lado, é a racionalidade autológica que principia e sustenta, no interior dos processos
educativos, as relações interpessoais excludentes e resistentes à diversidade. Para construir
uma metodologia que organizasse a abordagem de um sujeito acerca de um fenômeno e,
ao mesmo tempo, oferecesse elementos suficientes para [des]arrumar e [re]organizar o
discurso em vista de futuras construções teóricas e práticas, julgamos mais conveniente
abordar as questões postas pela hermenêutica fenomenológica de Paul Ricoeur. A tese
alicerçou-se em quatro categorias centrais: saber e autologia, de um lado, e alteridade e
diálogo, de outro. São dois cortes que se tensionam reciprocamente. A compreensão do
primeiro grupo de categorias favorece a compreensão do segundo e vice-versa. O primeiro
grupo é compreendido como fundamento ou princípio para a educação; o segundo, como
uma meta-arqueologia, algo que está para além do princípio (arché). O conjunto de
categorias levinasianas tem alteridade como categoria central e articuladora das outras:
ética e filosofia primeira, linguagem, subjetividade, autrement (de outro modo que ser). O
conjunto das categorias freireanas tem diálogo como categoria central e articula as outras:
liberdade, social e político, justiça, cultura. Com essas categorias, buscamos construir uma
teoria educacional que possa viabilizar processos de aprendizagens éticos de acolhimento
e compromisso com o outrem e ainda propiciadora de uma aprendizagem para a suspeita,
refratária à vontade de poder.
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