Submitted by Maicon Juliano Schmidt (maicons) on 2015-07-14T13:42:06Z No. of bitstreams: 1 Iracil Rosinda Pires Soares.pdf: 5974329 bytes, checksum: ac4333b5efc51234ae48c04c15c79d7d (MD5) / Made available in DSpace on 2015-07-14T13:42:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Iracil Rosinda Pires Soares.pdf: 5974329 bytes, checksum: ac4333b5efc51234ae48c04c15c79d7d (MD5) Previous issue date: 2014-01-31 / Nenhuma / A dependência de substâncias é um dos problemas mais graves e complexos de saúde pública, reconhecida mundialmente. A necessidade de desenvolvimento de tratamento é fundamental e deve levar em conta diferenças entre os sexos no que diz respeito à depressão e à ansiedade, à motivação para a mudança do comportamento problema e à fissura (craving) pelo crack. Para tal, conhecer as características e especificidades do dependente químico é essencial para o desenvolvimento de medidas efetivas de prevenção e intervenção. Esta dissertação de mestrado está organizada em dois artigos empíricos. O primeiro artigo apresenta os resultados do perfil sociodemográfico de homens e mulheres dependentes de crack internados para desintoxicação nos sistemas de saúde público e privado. Participaram 159 adultos (80 homens e 79 mulheres), com idades entre 18 e 60 anos, com média de 30,7 anos (DP=8,54). Dos participantes, 99 (62,3%) estavam internados em duas instituições públicas, e 60 (37,7%) em uma instituição privada, localizadas em Porto Alegre, RS, Brasil. A média de idade para a primeira situação de consumo de crack foi de 24 anos (DP=8,6). Os instrumentos utilizados foram uma entrevista sociodemográfica e padrão de consumo de substâncias psicoativas e o Mini International Neuropsychiatric Interview (M.I.N.I. Plus). Os resultados identificaram vulnerabilidades em ambos os sexos e em ambas as instituições, no presente estudo, nas seguintes variáveis: escolaridade, renda familiar, doenças diagnosticadas, uso de drogas lícitas e/ou ilícitas na família, motivos do consumo de crack, frequência do consumo de pedras de crack no início do uso e antes da internação, recursos para obtenção do crack, locais de tratamento, processo penal e ato infracional. Os dados indicam a importância de conhecer o perfil do dependente de crack, delineamento este que pode contribuir para o planejamento de programas preventivos em relação ao uso e abuso de substâncias psicoativas. O segundo artigo empírico teve como objetivo verificar os sintomas de ansiedade e depressão, avaliar a fissura pelo crack e identificar a motivação para mudança do comportamento, caracterizando as diferenças entre adultos do sexo feminino e masculino dependentes de crack internados para desintoxicação em instituições públicas e privadas. Os instrumentos utilizados foram o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), Inventário de Depressão de Beck (BDI-II), Cocaine Craving Questionnaire-Brief (CCQ-B) para o Crack, Escala URICA (University of Rhode Island Change Assessment) e Régua de Prontidão para Mudança. De acordo com os resultados, a amostra (N=159) apresentou sintomas de ansiedade moderada; sintomas de depressão mínima; fissura pelo crack moderada; encontrava-se no estágio de pré-contemplação e manutenção em relação à motivação para mudança do comportamento aditivo, no entanto, quando investigado o escore de prontidão para mudança, a amostra apresentou-se desmotivada em relação à mudança do comportamento, ao passo que, na Régua de Prontidão para a mudança mostrou vontade de mudar e confiança para alcançar a mudança. Observou-se uma frequência maior de casos graves de ansiedade no sistema público e maior frequência de mulheres com ansiedade grave no sistema público. Verificou-se que os principais preditores de prontidão para mudança (URICA) foram: em relação ao sexo, feminino; ao local de internação, instituição privada; e que não tenham vivenciado perdas significativas no decorrer da vida. Esses achados sugerem que o sexo tem relevante papel na dependência química, visto que apresentaram diferenças estatisticamente significativas no que se refere à ansiedade e à motivação para mudança do comportamento. Estes resultados confirmam a necessidade de mais pesquisas envolvendo as questões investigativas entre homens e mulheres na dependência de crack e outras substâncias psicoativas. / Substance dependence is recognized as one of the most serious and complex public health problems worldwide. The need to develop treatment is essential and must take into account the differences between sexes when concerning depression and anxiety, motivation to change problem behavior and craving for crack. To this end, it is essential to identify the characteristics and specificities of the chemically dependent in order to develop effective prevention and intervention measures. This dissertation is organized in two empirical articles. The first article presents the results of the demographic profile of men and women addicted to crack hospitalized for detoxification in public and private health systems. Participated 159 adults (80 men and 79 women), aged between 18 and 60 years, mean age of 30.7 years (SD=8.54). Of the participants, 99 (62.3%) were hospitalized in two public institutions, and 60 (37.7%) in a private institution located in Porto Alegre, RS, Brazil. The average age for the first situation of crack consumption was 24 years (SD=8.6). The instruments used were a sociodemographic interview and pattern of psychoactive substance use and the Mini International Neuropsychiatric Interview (M.I.N.I. Plus). The results identified, in the present study, vulnerabilities in both sexes and at both institutions in the following variables: education, family income, diagnosed diseases, use of licit and/or illicit drugs in the family, reasons for crack consumption, frequency of consumption of crack rocks at the beginning of use and before hospitalization, resources for obtaining crack, treatment settings (rehabilitation centers, inpatient settings), criminal prosecution and offense. The data indicate the importance of knowing the profile of the crack dependent for this can contribute to the planning of preventive programs regarding the use and abuse of psychoactive substances. The second empirical article aimed to verify the anxiety and depression symptoms, assess the craving for crack and identify the motivation for behavior change, characterizing the differences between male and female crack dependent adults admitted for detoxification in public and private institutions. The instruments used were the Beck Anxiety Inventory (BAI), Beck Depression Inventory (BDI-II), Cocaine Craving Questionnaire-Brief (CCQ-B) for Crack, Scale URICA (University of Rhode Island Change Assessment) and The Readiness-to-Change ruler. According to the results, the sample (N=159) presented moderate symptoms of anxiety; minimal symptoms of depression; moderate craving for crack; it was found on the stage of contemplation and action regarding the motivation to change the addictive behavior, however, when the score of readiness to change was inquired, the sample was unmotivated 18 regarding behavior change, whereas The Readiness-to-Change ruler showed willingness to change and confidence to achieve change. We observed a higher frequency of severe cases of anxiety in the public system and increased frequency of women with severe anxiety in the public system. It was verified that the main predictors of readiness to change (RTC) were in relation to sex, female; the place of addmition, private institution; and who have not experienced significant losses throughout life. These findings suggest that sex plays an important role in chemical dependency, since they showed statistically significant differences with respect to anxiety and motivation to change behavior. These results confirm the need for more research involving investigative issues between male and female in crack dependence and other psychoactive substances.