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Vulnerabilidade para o HIV em mulheres trans : o papel da psicologia e o acesso à saúde

Costa, Angelo Brandelli January 2015 (has links)
O objetivo deste estudo foi analisar a vulnerabilidade programática, social e individual para a infecção por HIV em mulheres trans. Para esse fim, realizaram-se quatro estudos. No primeiro estudo, a partir da análise crítica da escala de Masculinidade e Feminilidade (M) da versão brasileira da Escala de Personalidade de Comrey (CPS), recuperou-se o tratamento histórico que a psicologia feminista deu às ideias de sexo e gênero e seus desdobramentos. Além disso, apontou-se para uma concepção de gênero autodeterminada, não essencialista, pluralista e não patológica. Por fim, analisou-se como o CPS é mantido como medida psicológica válida no contexto brasileiro em paralelo, contraditoriamente, com a defesa da igualdade de gênero. O segundo estudo avaliou a prevalência de HIV em mulheres trans do sul do brasil que buscam cirúrgicas de redesignação genital e fatores associados. O terceiro, buscou conhecer as demandas e barreiras no acesso a serviços de saúde relativos ao HIV e específicos para pessoas trans em dois estados do Brasil - Rio Grande do Sul e São Paulo -, que iniciaram de forma pioneira o atendimento a essa população. Foram investigadas, ainda, as experiências de discriminação no contexto de saúde que impactavam o acesso à saúde em geral. Por fim, o quarto estudo, avaliou a eficácia de uma intervenção online multidimensional (educacional, afetiva e comportamental) para mudar as atitudes dos profissionais de saúde em relação a população LGBT. Encontrou-se que a psicologia brasileira precisa aderir a uma visão inclusiva da diversidade de gênero, que a prevalência de HIV em mulheres trans é alta e associada ao trabalho sexual, que há barreiras no seu acesso à saúde e, que o preconceito dos profissionais de saúde é alto, mas que intervenções para reduzi-lo são efetivas. Apontam-se diretrizes para psicologia reduzir a vulnerabilidade da população trans. / The aim of this study was to analyze the programmatic, social and individual vulnerability to HIV infection among trans women. For this aim, four studies were done. In the first study, a critical literature review of the Masculinity and Femininity (M) scale of the Brazilian version of Comrey Personality Scale (CPS) recovered the historical treatment that feminist psychology gave the sex and gender ideas and their developments. In addition, the studied pointed to a self-determined, not essentialist, pluralistic and not pathological gender conception. Finally, it was examined how the CPS is kept as valid psychological measure in the Brazilian context in parallel, paradoxically, to the defense of gender equality. The second study assessed the prevalence of HIV and associated factors in trans women from southern Brazil who seek sex reassignment surgery. The third study sought to evaluate the demands and barriers in access to health services related to HIV and specific to trans people in two states in Brazil - Rio Grande do Sul and São Paulo - that started in a pioneering way the care of this population. It also investigated the experiences of discrimination in the health context that impacted access to health care in general. Finally, the fourth study assessed the effectiveness of a multidimensional (educational, affective and behavioral) web-based intervention program to change Brazilian health care practitioners’ attitudes toward the LGBT population. It was found that the Brazilian psychology must adhere to a comprehensive view of gender diversity, that the prevalence of HIV in trans women is high and associated with sex work, that there are barriers in the healthcare access and that prejudice among health professionals is high, but, interventions to reduce it are effective. We point to guidelines for psychology to reduce the vulnerability of trans population.
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Vulnerabilidade para o HIV em mulheres trans : o papel da psicologia e o acesso à saúde

Costa, Angelo Brandelli January 2015 (has links)
O objetivo deste estudo foi analisar a vulnerabilidade programática, social e individual para a infecção por HIV em mulheres trans. Para esse fim, realizaram-se quatro estudos. No primeiro estudo, a partir da análise crítica da escala de Masculinidade e Feminilidade (M) da versão brasileira da Escala de Personalidade de Comrey (CPS), recuperou-se o tratamento histórico que a psicologia feminista deu às ideias de sexo e gênero e seus desdobramentos. Além disso, apontou-se para uma concepção de gênero autodeterminada, não essencialista, pluralista e não patológica. Por fim, analisou-se como o CPS é mantido como medida psicológica válida no contexto brasileiro em paralelo, contraditoriamente, com a defesa da igualdade de gênero. O segundo estudo avaliou a prevalência de HIV em mulheres trans do sul do brasil que buscam cirúrgicas de redesignação genital e fatores associados. O terceiro, buscou conhecer as demandas e barreiras no acesso a serviços de saúde relativos ao HIV e específicos para pessoas trans em dois estados do Brasil - Rio Grande do Sul e São Paulo -, que iniciaram de forma pioneira o atendimento a essa população. Foram investigadas, ainda, as experiências de discriminação no contexto de saúde que impactavam o acesso à saúde em geral. Por fim, o quarto estudo, avaliou a eficácia de uma intervenção online multidimensional (educacional, afetiva e comportamental) para mudar as atitudes dos profissionais de saúde em relação a população LGBT. Encontrou-se que a psicologia brasileira precisa aderir a uma visão inclusiva da diversidade de gênero, que a prevalência de HIV em mulheres trans é alta e associada ao trabalho sexual, que há barreiras no seu acesso à saúde e, que o preconceito dos profissionais de saúde é alto, mas que intervenções para reduzi-lo são efetivas. Apontam-se diretrizes para psicologia reduzir a vulnerabilidade da população trans. / The aim of this study was to analyze the programmatic, social and individual vulnerability to HIV infection among trans women. For this aim, four studies were done. In the first study, a critical literature review of the Masculinity and Femininity (M) scale of the Brazilian version of Comrey Personality Scale (CPS) recovered the historical treatment that feminist psychology gave the sex and gender ideas and their developments. In addition, the studied pointed to a self-determined, not essentialist, pluralistic and not pathological gender conception. Finally, it was examined how the CPS is kept as valid psychological measure in the Brazilian context in parallel, paradoxically, to the defense of gender equality. The second study assessed the prevalence of HIV and associated factors in trans women from southern Brazil who seek sex reassignment surgery. The third study sought to evaluate the demands and barriers in access to health services related to HIV and specific to trans people in two states in Brazil - Rio Grande do Sul and São Paulo - that started in a pioneering way the care of this population. It also investigated the experiences of discrimination in the health context that impacted access to health care in general. Finally, the fourth study assessed the effectiveness of a multidimensional (educational, affective and behavioral) web-based intervention program to change Brazilian health care practitioners’ attitudes toward the LGBT population. It was found that the Brazilian psychology must adhere to a comprehensive view of gender diversity, that the prevalence of HIV in trans women is high and associated with sex work, that there are barriers in the healthcare access and that prejudice among health professionals is high, but, interventions to reduce it are effective. We point to guidelines for psychology to reduce the vulnerability of trans population.
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Vulnerabilidade para o HIV em mulheres trans : o papel da psicologia e o acesso à saúde

Costa, Angelo Brandelli January 2015 (has links)
O objetivo deste estudo foi analisar a vulnerabilidade programática, social e individual para a infecção por HIV em mulheres trans. Para esse fim, realizaram-se quatro estudos. No primeiro estudo, a partir da análise crítica da escala de Masculinidade e Feminilidade (M) da versão brasileira da Escala de Personalidade de Comrey (CPS), recuperou-se o tratamento histórico que a psicologia feminista deu às ideias de sexo e gênero e seus desdobramentos. Além disso, apontou-se para uma concepção de gênero autodeterminada, não essencialista, pluralista e não patológica. Por fim, analisou-se como o CPS é mantido como medida psicológica válida no contexto brasileiro em paralelo, contraditoriamente, com a defesa da igualdade de gênero. O segundo estudo avaliou a prevalência de HIV em mulheres trans do sul do brasil que buscam cirúrgicas de redesignação genital e fatores associados. O terceiro, buscou conhecer as demandas e barreiras no acesso a serviços de saúde relativos ao HIV e específicos para pessoas trans em dois estados do Brasil - Rio Grande do Sul e São Paulo -, que iniciaram de forma pioneira o atendimento a essa população. Foram investigadas, ainda, as experiências de discriminação no contexto de saúde que impactavam o acesso à saúde em geral. Por fim, o quarto estudo, avaliou a eficácia de uma intervenção online multidimensional (educacional, afetiva e comportamental) para mudar as atitudes dos profissionais de saúde em relação a população LGBT. Encontrou-se que a psicologia brasileira precisa aderir a uma visão inclusiva da diversidade de gênero, que a prevalência de HIV em mulheres trans é alta e associada ao trabalho sexual, que há barreiras no seu acesso à saúde e, que o preconceito dos profissionais de saúde é alto, mas que intervenções para reduzi-lo são efetivas. Apontam-se diretrizes para psicologia reduzir a vulnerabilidade da população trans. / The aim of this study was to analyze the programmatic, social and individual vulnerability to HIV infection among trans women. For this aim, four studies were done. In the first study, a critical literature review of the Masculinity and Femininity (M) scale of the Brazilian version of Comrey Personality Scale (CPS) recovered the historical treatment that feminist psychology gave the sex and gender ideas and their developments. In addition, the studied pointed to a self-determined, not essentialist, pluralistic and not pathological gender conception. Finally, it was examined how the CPS is kept as valid psychological measure in the Brazilian context in parallel, paradoxically, to the defense of gender equality. The second study assessed the prevalence of HIV and associated factors in trans women from southern Brazil who seek sex reassignment surgery. The third study sought to evaluate the demands and barriers in access to health services related to HIV and specific to trans people in two states in Brazil - Rio Grande do Sul and São Paulo - that started in a pioneering way the care of this population. It also investigated the experiences of discrimination in the health context that impacted access to health care in general. Finally, the fourth study assessed the effectiveness of a multidimensional (educational, affective and behavioral) web-based intervention program to change Brazilian health care practitioners’ attitudes toward the LGBT population. It was found that the Brazilian psychology must adhere to a comprehensive view of gender diversity, that the prevalence of HIV in trans women is high and associated with sex work, that there are barriers in the healthcare access and that prejudice among health professionals is high, but, interventions to reduce it are effective. We point to guidelines for psychology to reduce the vulnerability of trans population.
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[pt] A ESCOLA DE FORMAÇÃO CRÍTICA MAJORIE MARCHI E A TRANSFORMAÇÃO DE UMA GRAMÁTICA DE ACESSO A DIREITOS / [en] THE MARJORIE MARCHI SCHOOL OF CRITICAL EDUCATION AND THE TRANSFORMATION OF A GRAMMAR OF ACCESS TO RIGHTS

LETICIA DA SILVEIRA LOBO 08 October 2024 (has links)
[pt] Essa dissertação versa sobre a atuação no estado do Rio de Janeiro da Escola de Formação Crítica Majorie Machi (EFCMM), projeto criado pelo Grupo Conexão G de Cidadania LGBT para Moradores de Favelas e a construção de uma nova gramática de acesso a direitos a partir dessa Escola. A EFCMM foi pensada para capacitar mulheres trans e travestis periféricas, sobretudo negras, acerca de pautas como o enfrentamento ao racismo e a promoção da cidadania LGBTTQIAP+. O objetivo deste trabalho foi refletir sobre como a metodologia desenvolvida pela Escola rompe com o epistemicídio jurídico e cria uma nova gramática de acesso a direitos, enquanto disputa narrativas hegemônicas. Com base na ética pajubariana e na inspiração cartográfica, foi utilizado o método de Investigação Ação Participante, com a realização de entrevistas, e a análise de narrativa para interpretação dos dados levantados. Essa pesquisa desafiou a formalidade acadêmica e jurídica ao propor uma escrita que misturasse bases teóricas junto a relatos pessoais do diário de campo, utilizando canais pouco convencionais de enunciação da fala, como a música e a fotografia. Por meio da experiência com duas turmas da Escola de Formação Crítica Majorie Machi, no Complexo do Alemão e em Duque de Caxias, e do conhecimento e aproximação com as sujeitas de pesquisa, as onze alunas da turma de Duque de Caxias e as educadoras populares, essa pesquisa foi traçada. A lente teórica eleita foi a perspectiva decolonial, tendo privilegiado autoras trans e travestis brasileiras, ao lado das sujeitas de pesquisa situadas como protagonistas epistêmicas. Já no campo jurídico, o direito se situa como ferramenta do Contrato Racial, ressaltando a exclusão das sujeitas de pesquisa do seu âmbito de proteção. Ao final, foi demonstrado o potencial transformador e emancipatório que representa a atuação política da EFCMM por meio das experiências concretas das sujeitas que atravessam esse trabalho. / [en] This dissertation is about the work in the state of Rio de Janeiro of the The Marjorie Marchi School of Critical Education and the TRANSformation in access torights (EFCMM), a project created by the Conexão G Group for LGBT Citizenship for Favela Residents, and the construction of a new grammar of access to rights based on this school. The EFCMM was designed to strengthen peripheral trans women and transvestites, especially black women, widening their knowledge and defense resources on issues such as racism and LGBTTQIAP+ citizenship. The aim of this work was to reflect on how the methodology developed by the School breaks with legal epistemicide and creates new strategies for access to rights, simultaneously disputing hegemonic narratives. Based on Pajubarian ethics and with cartographic inspiration, the Participatory Action Research method was used to conduct interviews, and narrative analysis was used to interpret the data collected. This research challenged academic and legal formality by proposing a writing that mixed theoretical bases with personal field diary accounts, using unconventional channels of speech enunciation, such as music and photography. It was through my experience with two classes at the Majorie Machi Critical Training School, in Complexo do Alemão and Duque de Caxias, and through getting to know the research subjects, the eleven students in the Duque de Caxias class and the popular educators, that this research was designed. The theoretical lens chosen was the decolonial perspective, favoring Brazilian trans and transvestite authors, alongside the research subjects situated as epistemic protagonists. In the legal field, the law is situated as a tool ofthe Racial Contract, highlighting the exclusion of the research subjects from its scope of protection. In the end, the transformative and emancipatory potential of the EFCMM s political action was demonstrated through the concrete experiences of the subjects who are central to this work.

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