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Preditores do envelhecimento saudável: fatores epigenéticos e o gene APOE / Predictors of healthy aging: epigenetic factors and the APOE gene

Hojaij, Naira Hossepian Salles de Lima 11 February 2019 (has links)
INTRODUÇÃO: Fatores genéticos estão associados a fenótipos do envelhecimento como a longevidade e algumas doenças relacionadas à idade, mas a identificação dos genes envolvidos no fenótipo complexo do envelhecimento permanece um desafio. Estudos de associação genômica ampla (GWAS), têm apontado o gene da Apolipoproteína E (APOE) como o único associado de maneira consistente à longevidade e alguns fenótipos do envelhecimento. Até o momento, entretanto, a associação do gene APOE com fenótipos alternativos como o envelhecimento saudável (ES), não tem sido demonstrada de maneira consistente. OBJETIVOS: determinar a influência do polimorfismo do APOE na variação de índices prognósticos do envelhecimento (multimorbidade, funcionalidade e acúmulo de déficits) em dez anos. MÉTODOS: estudo longitudinal de coorte retrospectiva de 125 idosos independentes inicialmente para atividades de vida diária (ABVD e AIVD), de um ambulatório assistencial em um hospital escola, em São Paulo. Na avaliação inicial, foram identificados o polimorfismo do gene APOE (alelos E2, E3 e E4), variável preditora primária, e algumas variáveis epigenéticas (clínicas, sociodemográficas e hábitos de vida). No seguimento, avaliações anuais de prontuários foram realizadas para identificar associações com perdas de envelhecimento fisiológico (índice de acúmulo de déficits, DI), ganho de multimorbidade (Cumulative Illness Rating Scale for Geriatrics, CIRS-G e Charlson comorbidity index, CCI) e dependência em ABVD/AIVD, e morte, em dez anos. Curvas de Kaplan-Meier e modelos de regressão de Cox foram utilizados para associações dos fatores genéticos e epigenéticos com piora funcional e morte, e de regressão linear múltipla para associações com os índices CIRS-G, CCI e DI. RESULTADOS: 125 participantes da avaliação inicial, idade média de 74,9 anos, 76,8% mulheres, e 81,6% brancos. A média do CIRS-G foi de 10,24. A distribuição dos alelos: E2 10%, E3 50,8%, e E4 39,2%. A presença de E2 e E4 em relação ao grupo controle E3/E3 não foram preditoras de piora nos índices prognósticos do envelhecimento. Alguns fatores epigenéticos apresentaram associações com desfechos em dez anos. Maior acúmulo de déficits: idade mais elevada p < 0,001; sedentarismo p=0,02; tabagismo p=0,02. Maior dependência em ABVD: idade mais elevada p=0,002; sexo masculino p=0,01; pontuação maior no CIRS-G p=0,02; sedentarismo p=0,02. Maior dependência para AIVD: idade mais elevada p < 0,001; sexo masculinop=0,01; sedentarismo p=0,02. Mortalidade: idade mais elevada p=0,002, pontuações maiores CCI p=0,001. Atividades metabólicas (beta=-4,37; p=0.003) e morar sozinho (beta=-2,28; p=0.005) foram associados com níveis mais baixos de CIRS-G em 10 anos, e etilismo (beta=1,78; p=0.04) com níveis mais altos de CIRS-G. CONCLUSÕES: O polimorfismo do gene APOE não influenciou o prognóstico do envelhecimento. O ganho inesperado de acúmulo de déficits apresentou associação com alguns preditores epigenéticos em idosos ambulatoriais (idade >= 80 anos, sedentarismo e tabagismo). A idade >=80 anos, sexo masculino e sedentarismo, foram associados a perda em dez anos de funcionalidade para ABVD e AIVD. Atividades metabólicas e morar sozinho foram associados a menor multimorbidade em dez anos. Mortalidade em dez anos foi associada a idade >= 80 anos e alta multimorbidade através do CCI / BACKGROUND: While genetic factors are linked to longevity and agerelated diseases, the identification of genes responsible for different aging phenotypes remains unclear. Previous studies, including the genome-wide association studies (GWAS), have indicated that Apolipoprotein E (APOE) gene is associated with longevity and other aging phenotypes. However, little is still known on the association of the APOE gene with healthy aging. OBJECTIVES: To determine the influence of the APOE gene polymorphism on the variation of aging prognostic indices (functionality, multimorbidity, and accumulation of deficits) over 10 years. METHODS: A retrospective cohort study comprising 125 older adults who were independent in activities of daily living (ADL and IADL) at baseline. Participants were evaluated at an ambulatory setting from an academical medical center at the University of Sao Paulo Medical School. Baseline assessment included the identification of the APOE gene polymorphism (alleles E2, E3, and E4), which was the primary predictor, and other epigenetic variables such as sociodemographic factors, multimorbidity, and behavior measures. Annual follow-up evaluations over 10 years were conducted to identify dependencies in ADL and IADL, multimorbidity, and death using the hospital medical charts. A cumulative deficit index was computed using the patients\" multimorbidity and functionality every year. Kaplan-Meier curves and Cox proportional hazard models were used to associate the genetic and epigenetic factors with time to dependence in ADL and IADL and death. Multiple linear regression models examined the association of risk factors with the scores of the Cumulative Illness Rating Scale for Geriatrics (CIRS-G), Charlson comorbidity index, and deficit index at 10 years. RESULTS: Participants had a mean age of 74.9 years; 76.8% were female, and 81.6% white. The mean score in CIRS-G was 10.2 points. The distribution of the alleles of APOE was 10% for E2, 50.8% E3, and 39.2% E4. Compared to the allele E3/E3 (control group), the presence of allele E2 did not predict dependence in ADL and IADL. The presence of allele E4 did not predict any outcome. Some epigenetic risk factors were associated with the outcomes over 10 years. For significant increase in deficit index: older age, p < 0,001; sedentarism, p=0,02; tobacco consumption p=0,02 .For dependence in ADL: older age, p=0.002; men p=0,01 ; higher scores in the CIRS-G, p=0.02; sedentarism, p=0.02. For dependence in IADL: older age, p < 0.001; men p=0,01 ; sedentarism, p=0.02 For mortality: older age, p=0,002; higher score in the Charlson comorbidity index, p=0.001. While metabolic activities (beta=-4,37; p=0.003) and living alone (beta=-2,28; p=0.005) were associated with a lower score in the CIRS-G at 10 years of follow-up, alcohol consumption (beta=1,78; p=0.04) was associated with higher scores in this index. CONCLUSIONS: The APOE gene polymorphism did not influence the prognosis of aging. Older age, sedentarism and tobacco consumption were associated with a significant increase in deficit index. Older age, men and sedentarism were predictors of functional loss. Metabolic activities and living alone were associated with a lower score in the CIRS-G at 10 years of follow-up. Older age and multimorbidity at baseline were predictors of mortality
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Epidemiologia da multimorbidade na popula??o brasileira

Carvalho, Januse Nogueira de 15 May 2017 (has links)
Submitted by Automa??o e Estat?stica (sst@bczm.ufrn.br) on 2017-08-10T11:59:48Z No. of bitstreams: 1 JanuseNogueiraDeCarvalho_TESE.pdf: 1542578 bytes, checksum: d631bdbfb1473cff64f0a8e95c3021da (MD5) / Approved for entry into archive by Arlan Eloi Leite Silva (eloihistoriador@yahoo.com.br) on 2017-08-11T15:41:56Z (GMT) No. of bitstreams: 1 JanuseNogueiraDeCarvalho_TESE.pdf: 1542578 bytes, checksum: d631bdbfb1473cff64f0a8e95c3021da (MD5) / Made available in DSpace on 2017-08-11T15:41:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 JanuseNogueiraDeCarvalho_TESE.pdf: 1542578 bytes, checksum: d631bdbfb1473cff64f0a8e95c3021da (MD5) Previous issue date: 2017-05-15 / A presen?a simult?nea de duas ou mais doen?as ou condi??es cr?nicas em um indiv?duo denomina-se multimorbidade. Conhecer a ocorr?ncia desta condi??o na popula??o ? relevante e tem sido objeto de estudo nos ?ltimos anos, uma vez que impacta na qualidade de vida da popula??o, al?m de ampliar a utiliza??o e os gastos dos servi?os de sa?de. Este estudo teve como base os dados da Pesquisa Nacional de Sa?de, inqu?rito domiciliar realizado no Brasil no ano de 2013 e teve como objetivo avaliar o perfil de multimorbidade da popula??o brasileira (?18 anos) e suas rela??es com vari?veis socioecon?micas, demogr?ficas, relacionadas ao estilo de vida e de uso de servi?os de sa?de. Foram inclu?dos dados de 60.202 participantes. Foi realizada uma an?lise descritiva para estimar as preval?ncias (%) de multimorbidade considerando um n?vel de confian?a de 95%. Para observar a rela??o entre a presen?a de multimorbidade e as vari?veis independentes realizou-se a an?lise multivariada mediante regress?o de Poisson com vari?ncia robusta. Para observar as combina??es entre as doen?as cr?nicas foi realizada uma an?lise de clusters. Os resultados mostram um contingente populacional consider?vel de pessoas com duas ou mais doen?as cr?nicas no Brasil. A preval?ncia de multimorbidade foi de 23,6% e foi maior entre mulheres (RP=1,46), pessoas da faixa et?ria de 60 anos ou mais (RP=6,44) , entre os que possuem planos privados de sa?de (RP= 1,19) e que n?o possuem ocupa??o (RP= 1,21). Observou-se tamb?m uma maior preval?ncia entre indiv?duos ex-fumantes (RP=1,38) e nas pessoas com obesidade (RP=1,74). O uso de servi?os de sa?de nos ?ltimos 12 meses foi significativamente maior para os indiv?duos com multimorbidade, entre os que realizaram consultas m?dicas (RP= 1,31), nos que tiveram interna??es (RP=2,12) e nos que tiveram atendimentos de urg?ncia e emerg?ncia em domic?lios (RP=3,75). A combina??o de doen?as cr?nicas mais frequente foi a hipertens?o com a hipercolesterolemia (7,2%). Na an?lise de conglomerados quatro clusters de doen?as foram identificados. Os padr?es de agrupamentos mais prevalentes tamb?m foram associados a fatores socioecon?micos, demogr?ficos e relacionados ao estilo de vida. O sexo feminino, o tabagismo e a obesidade foram fatores de risco comum a todos os clusters. A preval?ncia de multimorbidade da popula??o brasileira variou de acordo com fatores socioecon?micos, demogr?ficos, relacionados ao estilo de vida e tamb?m aumentou o uso servi?os de sa?de,e devem ser considerados no planejamento de servi?os de sa?de e desenvolvimento de estrat?gias de preven??o e tratamento das m?ltiplas doen?as ou condi??es cr?nicas. / The simultaneous occurrence of two or more chronic diseases in a person is called multimorbidity. Knowing the occurrence of this condition in the population has been the subject of researches in recent years, since it impacts on the quality of life of the population, in addition to expanding the use and spending of health services. This study was based on data from the National Health Survey, a household survey conducted in Brazil in the year 2013 and the objective was to evaluate the multimorbidity profile of the Brazilian population (?18 years) and its relations with socioeconomic, demographic, related to lifestyle variables and health services utilization. Data from 60,202 participants were included. A descriptive analysis was performed to estimate the prevalence (%) of multimorbidity considering a 95% confidence level. In order to observe the relationship between the presence of multimorbidity and the independents variables, the multivariate analysis was performed using Poisson regression with robust variance. To observe the combinations between chronic conditions, a cluster analysis was performed. The results show a considerable number of people with two or more chronic diseases in Brazil. The prevalence of multimorbity was 23.6% and was higher among women (PR = 1.46), people aged 60 years or older (PR = 6.44), among those with private health plans (PR = 1.19) and that they do not have occupation (PR = 1.21). It was also observed a higher prevalence among ex-smokers (PR = 1.38) and in those with obesity (PR = 1.74). The use of health services in the last 12 months was significantly higher for individuals with multimorbidity, among those who had medical appointments (PR = 1.31), those who had hospitalizations (PR = 2.12), and those who had Urgency and emergency at home (PR = 3.75). The most frequent combination of chronic conditions was hypertension with hypercholesterolemia (7.2%). In the conglomerate analysis four clusters of diseases were identified. The most prevalent cluster patterns were also associated with socioeconomic, demographic, and related to lifestyle variables. Female sex, smoking and obesity were common risk factors for all clusters. The prevalence of multimorbidity of the Brazilian population varied according to socioeconomic, demographic and related to lifestyle factors and also increased the use of health services, and should be considered in the planning of health services and development of strategies for prevention and treatment of multiple chronic diseases.

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