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Concepções sobre desenvolvimento infantil de enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família

Silva, Maria de Fátima de Oliveira Coutinho 18 June 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T13:16:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 2464738 bytes, checksum: 75f49615b3f6ce2049d697a7992623c7 (MD5) Previous issue date: 2013-06-18 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The aim of this research was to analyze the conceptions of child development for nurses working in the Family Health Strategy. This study is anchored in Social-Historical Theory of Vigotski, on the understanding that human development departs from the concept that all human organism is active and establishes successive interactions between the social and the biological basis of human behavior and the approach of the Niche Development of Harkness and Super, which provides insight on the quality of care and possible influences on child development in a given context. We conducted a field study, in the Family Health Units belonging to the Sanitary District III and it was used for data collection a questionnaire that captured the socio-demographic data, and a semi-structured interview, which was analyzed according to Bardin s Thematic Content Analysis. Participants were 38 nurses aged between 41-50 years, 30 were married, with children, and had an average of 20 years graduated. Regarding graduated studies, 35 participants were experts in Public Health and related areas and 32 underwent a Training Development Surveillance. Regarding time of service, 25 had around six years of activity in the Family Health Strategy. Applied and analyzed the interviews emerged a thematic class, ten categories, 27 sub-categories and 1.367 units of analysis. The results showed that the conceptions of nurses on child development are guided by the assumptions of the maturationist theory, transpiring in their speeches the actual theoretical construction of Health Ministry s guidelines for monitoring child development. Apprehends that nurses follow the protocols provided by Health Ministry found in the records or the Child Health Card for the children care and it sustains clearly that among the aspects of development evaluated by nurses predominating maintenance of a natural development conception, based on the existence of an intrinsic force from the child. This study finds these professionals as inconsistent and limited to the ideas of mothers on child development, reports that the process of child development is influenced by the family context, affective and environmental and guides mothers to stimulate child development, according to the contents of the Child Health Card or the age and developmental milestones. The study also reveals that majority of nurses do not realize the systematic care for children up to two years of age, judge their own performance in a fragmented way but realize the need to improve the children care. Apprehends, generally, that there are contradictions in the nurses conceptions, it concludes the need to create spaces for the reflection of these professionals, so that they rethink their conceptions from the context of their work place, and take into account the multiple variables in the understanding of the child, family and development. / O objetivo desta pesquisa foi analisar as concepções sobre desenvolvimento infantil de enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família. O mesmo se ancorou na Teoria Sócio-Histórica de Vigotski, na compreensão de que o desenvolvimento humano parte da concepção que todo organismo humano é ativo e institui sucessivas interações entre as condições sociais e a base biológica do comportamento humano e na abordagem do Nicho do Desenvolvimento de Harkness e Super, na qual permite compreender sobre a qualidade do cuidado e possíveis influências no desenvolvimento infantil situado em um determinado contexto. Foi realizado um estudo de campo, nas Unidades de Saúde da Família pertencentes ao Distrito Sanitário III e utilizou-se para a coleta de dados um questionário que captava os dados sócio-demográficos e uma entrevista semi-estruturada, na qual foi analisada de acordo com Análise de Conteúdo Temática de Bardin. Participaram da pesquisa 38 enfermeiras com idades variando entre 41 a 50 anos, destas, 30 eram casadas, com filhos e apresentavam em média 20 anos de graduadas. Em relação à pós-graduação, 35 participantes eram especialistas em Saúde Coletiva e áreas a fins e 32 realizaram curso de Capacitação em Vigilância do Desenvolvimento. Quanto ao tempo de serviço, 25 apresentavam em torno de seis anos de atividades na Estratégia Saúde da Família. Das entrevistas aplicadas e analisadas, emergiram uma classe temática, dez categorias, 27 subcategorias e 1.367 unidades de análises. Os resultados apontaram que as concepções das enfermeiras sobre desenvolvimento infantil estão pautadas nos pressupostos da teoria maturacionista, transparecendo nos seus discursos a própria construção teórica das diretrizes de acompanhamento do desenvolvimento infantil do Ministério da Saúde. Apreende-se que as enfermeiras seguem os protocolos disponibilizados pelo Ministério da Saúde encontrados nos prontuários ou no Cartão de Saúde da Criança para o atendimento às crianças e percebe-se que dentre os aspectos do desenvolvimento avaliados pelas enfermeiras, predominam a manutenção de uma concepção de desenvolvimento natural, pautada na existência de uma força intrínseca à criança. Julgam ainda esses profissionais como inconsistentes e limitados às ideias das mães sobre desenvolvimento infantil, relatam que o processo de desenvolvimento infantil sofre influência do contexto familiar, afetivo e ambiental e orientam as mães para estimular o desenvolvimento infantil, de acordo com o conteúdo do Cartão de Saúde da Criança ou pela idade e marcos do desenvolvimento. Revela também o estudo, que a maioria das enfermeiras não realiza o atendimento sistemático à criança até aos dois anos de idade, julgam a sua própria atuação fragmentada, mas percebem a necessidade de melhorar o atendimento à criança. Apreende-se de um modo geral, que há contradições nas concepções dos enfermeiros, conclui-se a necessidade de criar espaços de reflexão para estes profissionais, a fim de que os mesmos repensem suas concepções a partir do contexto do seu lugar no trabalho, de modo que levem em consideração as múltiplas variáveis de entendimento sobre criança, família e desenvolvimento.

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