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Contribuições ao Estudo Comparativo do Fibrinóide em Placentas Humanas, de Gestações Normais e com Pré-eclâmpsia

Paula Pitta de Rezende Côrtes 01 August 2004 (has links)
A placenta humana é um órgão temporário, mas indispensável ao desenvolvimento embrionário e fetal de cada indivíduo, desempenhando como principal função as trocas materno-fetais. Seus principais componentes são as placas corial e basal, com a árvore vilositária e a lacuna sangue-maternal interposta entre elas. Na árvore vilositária, encontramos o fibrinóide, material acelular, que pode ser do tipo-fibrina, quando derivado de um coágulo materno e do tipo-matriz, quando derivado das células trofoblásticas extravilosas. O fibrinóide é encontrado em placentas de gestações normais, porém, em grande quantidade em placentas de gestações com pré-eclâmpsia. O objetivo deste trabalho foi estudar comparativamente, a anatomia microscópica do fibrinóide e estruturas relacionadas, em placentas de gestações normais e de gestações com pré-eclâmpsia. Foi realizado estudo histológico comparativo em vinte placentas humanas sendo, dez placentas de gestações normais e dez placentas de gestações com pré-eclâmpsia. Destas, foram retirados quatro fragmentos de cada, da região paracentral, colhidos da placa basal até a placa corial, e fixados por imersão em formalina Ringer-lactato 1/6 molar a 4%. As lâminas preparadas foram submetidas às seguintes colorações: Hematoxilina-eosina, PAS e Mallory para análise em microscopia de campo claro. Após análise comparativa, observou-se que as placentas de gestações com pré-eclâmpsia apresentavam características morfológicas distintas das normais como: aumento do fibrinóide tipo-fibrina e do fibrinóide tipo-matriz em volume e quantidade, espessamento da membrana basal trofoblástica, aumento dos aglomerados nucleares (brotos sinciciais), aumento dos capilares sinusóides, caracterizando congestão vascular e, aumento em área de superfície das placas epiteliais. Acreditamos que os resultados encontrados são conseqüentes das alterações vasculares próprias da pré-eclâmpsia como alteração do fluxo sanguíneo, adaptação das arteríolas espiraladas, espasmo arteriolar generalizado, hiperplasia da camada muscular das arteríolas nos troncos vilosos entre outros. / Human placenta is a temporary organ, but indispensable to the fetal and embryonic development of each individual; its main function consists in the fetal-maternal exchanges. Its principal components are the basal and chorionical plates, with the villous tree and the maternal-bood gap interposed between them. In the villous tree, we find the fibrin, acellular material, wich may be of the fibrinous-type, when derived from a maternal clot and of the matrix-type when derived from extravillous trophoblastic cells. The fibrin is found in placentas of normal gestations, but in great quantity in placentas of pre-eclamptic gestations. The purpose of this experiment has been to study, comparatively, the microscopic anatomy of the fibrin and related structures in placentas of normal gestations and in pre-eclamptic gestations. A comparative histological study has been performed in twenty human placentas of which ten placentas were of normal gestation and ten placentas were of pre-eclamptic gestations. Of these, four fragments have been taken from each of the paracentral region, collected from the basal plate up to the chorionical plate, and fixed by immersion in 1/6 molar Ringer-lactate formalin at 4%. Slides wich have been prepared have been submitted to the following colourations: Eosine-hematoxiline, PAS and Mallory for the analysis of clear field microscopy. After a comparative analysis, it has been observed that placentas of pre-eclamptic gestations showed morphological characteristics different from the normal ones, such as: increase of fibrin fibrinous-type and the matrix-type fibrin in quantity and volume, thickening of the trophoblastic basal membrane, increase of sprouts, increase of sinusoid capillaries, characterizing vascular congestion and increase in the surface area of the epithelial plates. We believe that these results are a consequence of the vascular alterations proper to pre-eclampsia, such as blood flow alteration, adaptation of the spiral arterioles, generalized arteriolar spasm, hyperplasia of the muscular layer of the arterioles in the villous trunks, among others.
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Eclâmpsia e pré-eclâmpsia: estudo comparativo e experiência no Hospital São Lucas da PUCRS

Paula, Letícia Germany January 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2013-08-07T19:05:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 000427853-Texto+Completo-0.pdf: 933723 bytes, checksum: a5b9bb9f2861281b9d24d56d11ee4c8c (MD5) Previous issue date: 2010 / Objective: To characterize a group of women who developed eclampsia and to compare them with a group that had preeclampsia syndrome. Methods: The records of patients delivered at Hospital São Lucas from PUCRS were reviewed retrospectively and the charts of 733 pregnant women with hypertension were selected; 424 had a diagnosis of preeclampsia syndrome and 52, of eclampsia. Results: Patients with eclampsia and preeclampsia were different in several clinical, laboratorial and demographic aspects. Those with eclampsia were younger, had fewer pregnancies and lower weights. Mean values of systolic and diastolic blood pressure were markedly higher in the eclampsia group. The occurrence of HELLP syndrome was significantly different between groups, with a higher risk in the eclampsia group. Mean urinary protein excretion was also above severity thresholds in hypertensive pregnancies. Patients with eclampsia had higher serum uric acid levels, were more likely to have cesarean section, and had worst perinatal outcomes. The combination of uric acid equal or above 6 mg/dL and proteinuria/creatininuria ratio (PCR) equal or above 5 had a striking association with eclampsia according to logistic regression. Maternal age below 16 years was also a risk. Conclusion: Our data strongly suggest that the combination of maternal serum uric acid above 5. 9 mg/dL and proteinuria-to-creatininuria ratio equal or above 5 pose special risk to mothers and may be an indication that pregnancy interruption should be considered. / OBJETIVO: Caracterizar um grupo de pacientes que apresentaram eclâmpsia e compará-lo com um grupo de pacientes com pré-eclâmpsia. PACIENTES E MÉTODOS: Foram revisados retrospectivamente os prontuários de 733 pacientes com hipertensão na gravidez; 424 foram consideradas com pré-eclâmpsia e 52, com eclâmpsia. RESULTADOS: Pacientes com eclâmpsia e pré-eclâmpsia foram diferentes em aspectos demográficos, clínicos e laboratoriais. As pacientes com eclampsia eram mais jovens, tinham menos gestações e menor peso. Os valores das pressões sistólica e diastólica foram significativamente mais elevados no grupo das eclâmpticas. A proteinúria foi significativamente maior no grupo das pacientes com eclampsia, bem como a ocorrência de síndrome HELLP. Também apresentaram ácido úrico sérico mais elevado, maior incidência de cesarianas, e desfechos perinatais mais desfavoráveis. A idade materna abaixo de 16 anos foi fator de risco para a ocorrência de eclampsia. A combinação de ácido úrico sérico materno igual ou maior que 6 mg/dL e índice proteinúria/creatininúria igual ou superior a 5 demonstrou forte associação com a ocorrência de eclâmpsia, demonstrado pela regressão logística. CONCLUSÃO: A combinação de ácido úrico sérico materno igual ou superior a 6 e índice proteinúria/creatininúria em amostra igual ou superior a 5 estão fortemente associados ao desenvolvimento de crise eclâmptica e a interrupção da gestação deve ser considerada, dentro de um contexto clínico completo, mesmo na presença de prematuridade.
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Avaliação do critério diagnóstico para o diabetes mellitus gestacional proposto pela Associação Internacional de Grupos de Estudo em Diabetes e Gravidez e do rastreamento pela glicemia em jejum

Bagnasco, Nelly Janet Trujillo January 2013 (has links)
Diabetes mellitus gestacional definido como intolerância aos carboidratos de distintos graus de severidade na gravidez, tornou-se um importante problema de saúde pública pela sua crescente prevalência e pelas complicações relacionadas como macrossomia, pré-eclâmpsia e diabetes tipo 2 mais tarde na vida da mãe. Existem ainda controvérsias quanto ao método de rastreamento e critério diagnóstico que deve empregar-se na sua detecção. Recentemente, a Associação Internacional de Grupos de Estudo em Diabetes e Gravidez (IADPSG) propôs um novo critério diagnóstico baseado nos resultados do estudo Hiperglicemia e Desfechos Adversos na Gravidez. A IADPSG recomendou que todas as gestantes fizessem o teste oral de tolerância à glicose com 75 g em 2h nas semanas 24-28, exceto aquelas previamente diagnosticadas com diabetes em uma etapa inicial da gestação. O diabetes mellitus gestacional é então diagnosticado se for atingido ao menos um dos seguintes valores de glicemia plasmática: 92 mg/dl para jejum, 180 mg/dl para 1h ou 153 mg/dl para 2h. Os propósitos deste estudo são avaliar o impacto do critério diagnóstico proposto pela IADPSG na prevalência de diabetes mellitus gestacional e na predição de pré-eclâmpsia e de recém-nascido grande para idade gestacional. Além disso, objetivou-se também examinar o desempenho da glicemia plasmática em jejum como teste de rastreamento. Foram analisados dados do Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional, um estudo de coorte multicêntrico de 5564 gestantes com idade ≥20 anos, recrutadas, consecutivamente em serviços de pré-natal do Sistema Único de Saúde entre 1991 e1995. Todas as mulheres realizaram um teste oral de tolerância à glicose com 75 g em 2h nas semanas gestacionais 24- 28. As mulheres foram seguidas até o parto e dados dos desfechos foram coletados do prontuário usando um protocolo estruturado. Medidas antropométricas foram obtidas em duplicata de acordo com um protocolo padronizado. A prevalência de diabetes mellitus gestacional segundo o critério da IADPSG foi de 18,0% (IC 95% 16,9-19,0). Segundo o critério da Organização Mundial da Saúde de 1999 (OMS de 1999), a prevalência foi de 7,2% (IC 95% 6,5-7,9), mas considerando também os casos de glicemia de jejum alterada (≥ 100 mg/dl), foi de 11,9% (IC 95% 11,0-12,8). A capacidade do critério da IADPSG para predizer desfechos adversos da gravidez foi similar à da OMS de 1999 para grande para idade gestacional (RRIADPSG=1,32, IC 95% 1,05- 1,65; RROMS1999=1,66, IC 95% 1,24-2,21) e para pré-eclâmpsia (RRIADPSG=1,23, IC 95% 0,83- 1,82; RROMS1999=2,26, IC 95% 1,45-3,50). As frações atribuíveis correspondentes foram de menores valores para o critério diagnóstico da IADPSG. A avaliação da acurácia do critério da IADPSG em predizer desfechos revelou maior sensibilidade prognóstica comparada ao critério da OMS de 1999. Como um trade-off, o critério da IADPSG apresentou menor especificidade prognóstica. Esta acurácia limitada é consistente com o desempenho, em termos de áreas sob a curva característica operatória do receptor (ROC), para os níveis de glucose plasmática em jejum, 1h e 2h: 0,553 (IC 95% 0,522-0,584), 0,583 (IC 95% 0,553-0,613), 0,571 (IC 95% 0,540-0,601) para grande para idade gestacional; e 0,561 (IC 95% 0,511-0,610), 0,610 (IC 95% 0,560-0,655), 0,618 (IC 95% 0,570-0,670) para pré-eclâmpsia, respectivamente. Para a glicemia plasmática de jejum como teste de rastreamento, a área sob a curva ROC foi de 0,960 (IC 95% 0,951 – 0,968), mas excluindo a glicemia plasmática de jejum do critério diagnóstico, foi de 0,766 (IC 95% 0,736 – 0,796). Os pontos de corte para a glicemia plasmática de jejum de 81-85 mg/dl classificaram 48,9- 34,4% das mulheres como tendo um teste positivo. O ponto de corte de 81 mg/dl mostrou sensibilidade de 83,3% para o critério da IADPSG sem incluir a glicemia plasmática em jejum, enquanto que o ponto de corte de 85 mg/dl, apenas de 70,0%, mas à custa de menor especificidade. Em resumo, o critério da IADPSG conduz a um aumento na prevalência de diabetes mellitus gestacional quando comparado a uma alternativa tradicional (critério da OMS de 1999), mas não melhora a predição de desfechos adversos da gravidez. Os custos aumentados associados ao tratamento de maior número de gestantes necessitam ser balanceados contra os benefícios potencialmente aumentados. A glicemia de jejum é um teste válido para identificar mulheres com DMG ou em maior risco de ter DMG e assim requerer um teste diagnóstico como o teste oral de tolerância à glicose com 75 g em 2h. O uso da glicemia de jejum como teste de rastreamento poderia reduzir os custos e ser mais conveniente às gestantes. / Gestational diabetes mellitus (GDM) defined as carbohydrate intolerance of different degrees of severity in the pregnancy, has become an important public health problem owing to its growing prevalence and related complications such as macrosomia, preeclampsia and type 2 diabetes later in the life. There are still controversies about what screening methods and diagnostic criteria to use.. Recently, the International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG) proposed new recommendations for the detection and diagnosis of hyperglycemic disorders in pregnancy based on the results of the Hyperglycemia Adverse Pregnancy Outcome study. The IADPSG recommended all pregnant women to undertake the 2h 75 g oral glucose tolerance test between the 24-28 gestational weeks, except those previously diagnosed with diabetes at the initial stage of pregnancy. Gestational diabetes mellitus is then diagnosed if one of the following plasma glucose values is reached: 92 mg/dl for fasting, 180 mg/dl for 1h or 153 mg/dl for 2h. The aims of this study are to evaluate the impact of the diagnostic criteria proposed by the IADPSG on the prevalence of gestational diabetes mellitus and in the prediction of preeclampsia and a large for gestational age newborn. Additionally, we aimed to assess the performance of fasting plasma glucose as a screening test for gestational diabetes mellitus diagnosed by the IADPSG criteria. We analyzed data of the Brazilian Gestational Diabetes Study, amulti-centric cohort study of 5564 pregnant women with ≥20 years old, enrolled consecutively in prenatal care services in the National Health Service from 1991-1995. All women underwent a 2h 75 g oral glucose tolerance test in the 24-28 gestational weeks. Women were followed through delivery and data on outcomes were collected from chart review using a structured protocol. The prevalence of gestational diabetes mellitus according to the IADPSG criteria was 18.0% (95% CI 16.0-19.0). According to the 1999 World Health Organization (1999 WHO) criteria, the prevalence was 7.2% (95% CI 6.5-7.0), but considering also cases with impaired fasting glucose (≥ 100 mg/dl), it was 11.9% (95% CI 11.0-12.8). The IAPDSG criteria capacity to predict outcomes was similar to that of the 1999 WHO criteria for large for gestational age (RRIADPSG=1.32, 95% CI 1.05-1.65; RR1999WHO=1.66, 95% CI 1.24-2.21) and for preeclampsia (RRIADPSG=1.23, 95% CI 0.83-1.82; RR1999WHO=2.26, 95% CI 1.45-3.50). The corresponding attributable fractions were lower for the IADPSG criteria. Evaluation of the IADPSG criteria accuracy in predicting outcomes revealed higher prognostic sensitivity compared to the 1999 WHO criteria. As a trade-off, the IADPSG criteria presented lower prognostic specificity. This limited accuracy is consistent with the poor performance, in terms of the areas under the receiver operating characteristic curve (ROC), for fasting, 1h and 2h glucose levels: 0.553 (95% CI 0.522-0.584), 0.583 (95% CI 0.553-0.613), 0.571 (95% CI 0.540-0.601) for large for gestational age; and 0.561 (95% CI 0.511-0.610), 0.610 (95% CI 0.560-0.655), 0.618 (95% CI 0.570-0.670) for preeclampsia, respectively. For the fasting plasma glucose as a screening test, the area under the receiver operating characteristic curve for fasting plasma glucose against a diagnosis of gestational diabetes mellitus by the IADPSG diagnostic criteria was 0.960 (95% CI 0.951 - 0.968), but excluding fasting plasma glucose from the diagnostic criteria, 0.766 (95% CI 0.736 - 0.796). Fasting plasma glucose cut-off points of 81-85 mg/dl classified 48.9- 34.4% of women as having a positive test. The cut-off point of 81 mg/dl showed sensitivity of 83.3% for the IADPSG without FPG criteria; the cut-off point of 85 mg/dl, of only 70.0%, at the expense of lower specificity. In sum, the IADPSG criteria compared to a traditional alternative (1999 WHO criteria) led to a higher prevalence of gestational diabetes mellitus while not improving the prediction of adverse pregnancy outcomes. The increased costs associated with treating a higher number of pregnant women need to be balanced against the potentially increased benefits. FPG is a valid screening test to identify women with GDM, or at high risk of having GDM and thus requiring the 2h 75g OGTT. The use of FPG as a screening test could reduce costs and improve convenience to pregnant women.
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Níveis séricos da proteína S100B em gestantes com pré-eclâmpsia grave

Vettorazzi, Janete January 2006 (has links)
Resumo não disponível
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Baixa ingesta de cálcio em portadoras de pré-eclâmpsia

Brietzke, Elisa Macedo January 2003 (has links)
Resumo não disponível
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Níveis séricos da proteína S100B em gestantes com pré-eclâmpsia grave

Vettorazzi, Janete January 2006 (has links)
Resumo não disponível
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Baixa ingesta de cálcio em portadoras de pré-eclâmpsia

Brietzke, Elisa Macedo January 2003 (has links)
Resumo não disponível
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Fatores de risco para doença cardiovascular em gestantes com pré-eclampsia há 10 anos ou mais

Canti, Ivete Cristina Teixeira January 2007 (has links)
Resumo não disponível
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Elevação da razão entre picos de velocidade no estudo doppler da artéria oftálmica de pacientes com pré-eclampsia

Stein, Nina Rodrigues January 2009 (has links)
Pré-eclampsia é uma das mais importantes causas de mortalidade materna. Há muito tempo, pesquisadores tentam desenvolver um teste de detecção precoce para tentar evitar suas complicações e seguir mais próximo os casos graves. A razão entre os picos de velocidade mesodiastólica e sistólica é um parâmetro de estudo Doppler ainda não muito estudado na pré-eclampsia. O objetivo desta pesquisa é comparar a razão entre picos de velocidade mesodiastólica e sistólica em pacientes com pré-eclampsia e gestantes normais. Este estudo tem delineamento caso-controle, e foram incluídos 16 pacientes em cada grupo para se obter uma diferença estatística significativa de 1,2 vezes um desvio padrão. Além da razão dos picos de velocidade e da análise das medidas dos próprios picos mesodiastólico e sistólico isolados, foram estudados outros parâmetros Doppler como índice de resistência, índice de pulsatilidade e pico de velocidade diastólica. Foi constatado que a razão entre picos de velocidade mesodiastólica e sistólica e o pico de velocidade mesodiastólica observado isoladamente, foram significativamente maiores, e o índice de resistência e índice de pulsatilidade foram menores no grupo de pacientes com pré-eclampsia. A média e desvio-padrão da razão dos picos no olho direito foi de 0,842±0,135 e no olho esquerdo 0,827±0,151 nas pacientes com pré-eclampsia, e 0,567±0,127 no olho direito e 0,581±0,097 no olho esquerdo nas gestantes normais. Não foi observada diferença significativa nas medidas realizadas no olho direito e esquerdo. Correlação positiva estatisticamente significativa só foi observada entre a razão entre picos de velocidade e a pressão arterial. A curva ROC observada na razão entre picos obtida nesta pequena amostra é promissora, apresentando área de 0,93. O ponto de corte da razão entre picos pode ser estimado em 0,72 com sensibilidade de 81% e especificidade de 93% para esta amostra de pacientes. Os dados obtidos sugerem que a razão entre picos de velocidade deverá ser testada para se estabelecer seu futuro uso no controle de complicações e seguimento dos casos de pré-eclampsia, podendo até mesmo, eventualmente, se estabelecer alguma rotina de avaliação de prognóstico. Estudos com populações de menor tempo de gestação poderão demonstrar se este teste é sensível o suficiente para detectar precocemente os casos de pré-eclampsia. O uso de medicações antihipertensivas poderia ter seu efeito no sistema nervoso central melhor elucidado caso mais estudos sobre o Doppler da artéria oftálmica fosse realizado com populações de gestantes em uso deste tipo de drogas. Além disso, este teste poderá ser explorado para se aumentar o conhecimento da fisiopatologia da pré-eclampsia, já que os resultados obtidos demonstram a ocorrência de vasodilatação no território da artéria oftálmica e, tendo em vista que este vaso é o primeiro ramo da artéria carótida interna, muito provavelmente também o é no sistema nervoso central.
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Avaliação do critério diagnóstico para o diabetes mellitus gestacional proposto pela Associação Internacional de Grupos de Estudo em Diabetes e Gravidez e do rastreamento pela glicemia em jejum

Bagnasco, Nelly Janet Trujillo January 2013 (has links)
Diabetes mellitus gestacional definido como intolerância aos carboidratos de distintos graus de severidade na gravidez, tornou-se um importante problema de saúde pública pela sua crescente prevalência e pelas complicações relacionadas como macrossomia, pré-eclâmpsia e diabetes tipo 2 mais tarde na vida da mãe. Existem ainda controvérsias quanto ao método de rastreamento e critério diagnóstico que deve empregar-se na sua detecção. Recentemente, a Associação Internacional de Grupos de Estudo em Diabetes e Gravidez (IADPSG) propôs um novo critério diagnóstico baseado nos resultados do estudo Hiperglicemia e Desfechos Adversos na Gravidez. A IADPSG recomendou que todas as gestantes fizessem o teste oral de tolerância à glicose com 75 g em 2h nas semanas 24-28, exceto aquelas previamente diagnosticadas com diabetes em uma etapa inicial da gestação. O diabetes mellitus gestacional é então diagnosticado se for atingido ao menos um dos seguintes valores de glicemia plasmática: 92 mg/dl para jejum, 180 mg/dl para 1h ou 153 mg/dl para 2h. Os propósitos deste estudo são avaliar o impacto do critério diagnóstico proposto pela IADPSG na prevalência de diabetes mellitus gestacional e na predição de pré-eclâmpsia e de recém-nascido grande para idade gestacional. Além disso, objetivou-se também examinar o desempenho da glicemia plasmática em jejum como teste de rastreamento. Foram analisados dados do Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional, um estudo de coorte multicêntrico de 5564 gestantes com idade ≥20 anos, recrutadas, consecutivamente em serviços de pré-natal do Sistema Único de Saúde entre 1991 e1995. Todas as mulheres realizaram um teste oral de tolerância à glicose com 75 g em 2h nas semanas gestacionais 24- 28. As mulheres foram seguidas até o parto e dados dos desfechos foram coletados do prontuário usando um protocolo estruturado. Medidas antropométricas foram obtidas em duplicata de acordo com um protocolo padronizado. A prevalência de diabetes mellitus gestacional segundo o critério da IADPSG foi de 18,0% (IC 95% 16,9-19,0). Segundo o critério da Organização Mundial da Saúde de 1999 (OMS de 1999), a prevalência foi de 7,2% (IC 95% 6,5-7,9), mas considerando também os casos de glicemia de jejum alterada (≥ 100 mg/dl), foi de 11,9% (IC 95% 11,0-12,8). A capacidade do critério da IADPSG para predizer desfechos adversos da gravidez foi similar à da OMS de 1999 para grande para idade gestacional (RRIADPSG=1,32, IC 95% 1,05- 1,65; RROMS1999=1,66, IC 95% 1,24-2,21) e para pré-eclâmpsia (RRIADPSG=1,23, IC 95% 0,83- 1,82; RROMS1999=2,26, IC 95% 1,45-3,50). As frações atribuíveis correspondentes foram de menores valores para o critério diagnóstico da IADPSG. A avaliação da acurácia do critério da IADPSG em predizer desfechos revelou maior sensibilidade prognóstica comparada ao critério da OMS de 1999. Como um trade-off, o critério da IADPSG apresentou menor especificidade prognóstica. Esta acurácia limitada é consistente com o desempenho, em termos de áreas sob a curva característica operatória do receptor (ROC), para os níveis de glucose plasmática em jejum, 1h e 2h: 0,553 (IC 95% 0,522-0,584), 0,583 (IC 95% 0,553-0,613), 0,571 (IC 95% 0,540-0,601) para grande para idade gestacional; e 0,561 (IC 95% 0,511-0,610), 0,610 (IC 95% 0,560-0,655), 0,618 (IC 95% 0,570-0,670) para pré-eclâmpsia, respectivamente. Para a glicemia plasmática de jejum como teste de rastreamento, a área sob a curva ROC foi de 0,960 (IC 95% 0,951 – 0,968), mas excluindo a glicemia plasmática de jejum do critério diagnóstico, foi de 0,766 (IC 95% 0,736 – 0,796). Os pontos de corte para a glicemia plasmática de jejum de 81-85 mg/dl classificaram 48,9- 34,4% das mulheres como tendo um teste positivo. O ponto de corte de 81 mg/dl mostrou sensibilidade de 83,3% para o critério da IADPSG sem incluir a glicemia plasmática em jejum, enquanto que o ponto de corte de 85 mg/dl, apenas de 70,0%, mas à custa de menor especificidade. Em resumo, o critério da IADPSG conduz a um aumento na prevalência de diabetes mellitus gestacional quando comparado a uma alternativa tradicional (critério da OMS de 1999), mas não melhora a predição de desfechos adversos da gravidez. Os custos aumentados associados ao tratamento de maior número de gestantes necessitam ser balanceados contra os benefícios potencialmente aumentados. A glicemia de jejum é um teste válido para identificar mulheres com DMG ou em maior risco de ter DMG e assim requerer um teste diagnóstico como o teste oral de tolerância à glicose com 75 g em 2h. O uso da glicemia de jejum como teste de rastreamento poderia reduzir os custos e ser mais conveniente às gestantes. / Gestational diabetes mellitus (GDM) defined as carbohydrate intolerance of different degrees of severity in the pregnancy, has become an important public health problem owing to its growing prevalence and related complications such as macrosomia, preeclampsia and type 2 diabetes later in the life. There are still controversies about what screening methods and diagnostic criteria to use.. Recently, the International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG) proposed new recommendations for the detection and diagnosis of hyperglycemic disorders in pregnancy based on the results of the Hyperglycemia Adverse Pregnancy Outcome study. The IADPSG recommended all pregnant women to undertake the 2h 75 g oral glucose tolerance test between the 24-28 gestational weeks, except those previously diagnosed with diabetes at the initial stage of pregnancy. Gestational diabetes mellitus is then diagnosed if one of the following plasma glucose values is reached: 92 mg/dl for fasting, 180 mg/dl for 1h or 153 mg/dl for 2h. The aims of this study are to evaluate the impact of the diagnostic criteria proposed by the IADPSG on the prevalence of gestational diabetes mellitus and in the prediction of preeclampsia and a large for gestational age newborn. Additionally, we aimed to assess the performance of fasting plasma glucose as a screening test for gestational diabetes mellitus diagnosed by the IADPSG criteria. We analyzed data of the Brazilian Gestational Diabetes Study, amulti-centric cohort study of 5564 pregnant women with ≥20 years old, enrolled consecutively in prenatal care services in the National Health Service from 1991-1995. All women underwent a 2h 75 g oral glucose tolerance test in the 24-28 gestational weeks. Women were followed through delivery and data on outcomes were collected from chart review using a structured protocol. The prevalence of gestational diabetes mellitus according to the IADPSG criteria was 18.0% (95% CI 16.0-19.0). According to the 1999 World Health Organization (1999 WHO) criteria, the prevalence was 7.2% (95% CI 6.5-7.0), but considering also cases with impaired fasting glucose (≥ 100 mg/dl), it was 11.9% (95% CI 11.0-12.8). The IAPDSG criteria capacity to predict outcomes was similar to that of the 1999 WHO criteria for large for gestational age (RRIADPSG=1.32, 95% CI 1.05-1.65; RR1999WHO=1.66, 95% CI 1.24-2.21) and for preeclampsia (RRIADPSG=1.23, 95% CI 0.83-1.82; RR1999WHO=2.26, 95% CI 1.45-3.50). The corresponding attributable fractions were lower for the IADPSG criteria. Evaluation of the IADPSG criteria accuracy in predicting outcomes revealed higher prognostic sensitivity compared to the 1999 WHO criteria. As a trade-off, the IADPSG criteria presented lower prognostic specificity. This limited accuracy is consistent with the poor performance, in terms of the areas under the receiver operating characteristic curve (ROC), for fasting, 1h and 2h glucose levels: 0.553 (95% CI 0.522-0.584), 0.583 (95% CI 0.553-0.613), 0.571 (95% CI 0.540-0.601) for large for gestational age; and 0.561 (95% CI 0.511-0.610), 0.610 (95% CI 0.560-0.655), 0.618 (95% CI 0.570-0.670) for preeclampsia, respectively. For the fasting plasma glucose as a screening test, the area under the receiver operating characteristic curve for fasting plasma glucose against a diagnosis of gestational diabetes mellitus by the IADPSG diagnostic criteria was 0.960 (95% CI 0.951 - 0.968), but excluding fasting plasma glucose from the diagnostic criteria, 0.766 (95% CI 0.736 - 0.796). Fasting plasma glucose cut-off points of 81-85 mg/dl classified 48.9- 34.4% of women as having a positive test. The cut-off point of 81 mg/dl showed sensitivity of 83.3% for the IADPSG without FPG criteria; the cut-off point of 85 mg/dl, of only 70.0%, at the expense of lower specificity. In sum, the IADPSG criteria compared to a traditional alternative (1999 WHO criteria) led to a higher prevalence of gestational diabetes mellitus while not improving the prediction of adverse pregnancy outcomes. The increased costs associated with treating a higher number of pregnant women need to be balanced against the potentially increased benefits. FPG is a valid screening test to identify women with GDM, or at high risk of having GDM and thus requiring the 2h 75g OGTT. The use of FPG as a screening test could reduce costs and improve convenience to pregnant women.

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