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O PROCEDER e as tramas do poder na territorialização do capital no Cerrado / PROCEDER and the wefts of power in the territorial capital in the CerradoINOCÊNCIO, Maria Erlan 14 July 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-07-14 / The space transformations arising from Cerrado s territorial modernization process were
driven by capital s productive restructuring which to expand its borders towards the heartland
of Brazil, they promoted a reordering of natural and artificial elements, interfering mainly in
the productive paradigm of Cerrado s people. The dynamics of ownership of this area were
based on geopolitical strategies of state initiative, but which they found that focus on
domestic and international private capital, especially for the Japanese ones, whose entered the
Cerrado, in permanently way since 1970 to implement the Nipo-Brazilian Cooperation
Program for the Development of Cerrado, PRODECER. This program represented one of the
greatest public investments of private capital on Cerrado and created development priorities,
wich directed the ownership of different territorial portions. However if the 1970s
characterized private investment on Cerrado, the state capital has been present since 1930,
with the vargas policy of March to the West, unfolding in Terms of Goals of Juscelino
Kubitschek in the 1950s, which besides creating the infrastructural system that would support
the posterior process of capitalist insertion of Cerrado, to international productive circuit,
through the Terms of Goals, put into practice the delivery project of federal capital to the
interior of Brazil, what supported, as a matter of fact, the displacement from the border
towards Cerrado. The military regime introduced in 1964 effected the strategy of studying the
country from the geopolitical point of view, considering Cerrado as region of great natural
resources an watersheds, meeting point among the North, North-East, South and South-
East, able to capture the neighboring spaces, spreading a new production pattern. To this fact
adds the geopolitical situation of food safety that grounded in the international s productive
pattern changes, commanded by the United States, and little interest by American for
commercial interchange with Latin American countries, has pushed Brazil to seek closer
relationship with other nations, which resulted in an increase in Brazilian exports to Asia,
especially China and Japan. Particular Japan, poor in natural resources, with desinclined
territory to agricultural practice, has in Brazil the supplier source of raw materials, mainly
food products and basic inputs. And in this context, Cerrado with vast areas of availability,
low production pattern, and therefore reduced price of land pieces, privileged geostrategic
position, starts to receive Japanese investment which had focused on economic development
under the joint action of governmental and private agencies of economic and technical
cooperation. The application of these capitals produced a large impact in areas related to steel,
paper, pulp, mining, but mainly agricultural, being through agriculture that the capital has
spread throughout Cerrado and triggered the largest territorial effects. The research is focused
on the study of geopolitics as a mechanism for understanding Cerrado s territorial
modernization. Founded, therefore in the different state acitons, combined or not to the
private capital, from national and transnational origin, space modelers, which had at the
natural, infrastructural and technical system necessary support to the production capitalist
expansion process. After installing PRODECER , considered the big push of territorial
modernization, from the 1970 s, was created a new productive dynamic in which Cerrado is
placed as focal point of the territorial capital in the country. Plots of power network in the
capital s territorial on Cerrado caused social, economic, environmental and policy changes,
which culminated in the territorial modernizations of this space in a singular, both creatively
and culturally. / As transformações espaciais, decorrentes do processo de modernização territorial do Cerrado
foram guiadas pela reestruturação produtiva do capital que, ao expandir suas fronteiras em
direção às terras centrais do Brasil, promoveu uma (re) ordenação dos elementos naturais e
artificiais, interferindo, principalmente, no paradigma produtivo do povo cerradeiro . As
dinâmicas de apropriação desse espaço basearam-se em estratégias geopolíticas de iniciativa
estatal, mas que encontraram respaldo no capital privado nacional e internacional. O capital
japonês adentrou o Cerrado, a partir de 1970, implantando o Programa de Cooperação Nipo-
Brasileiro para o Desenvolvimento do Cerrado, PRODECER. Esse programa representou um
dos maiores investimentos públicos de capital privado no Cerrado e criou eixos de
desenvolvimento, capturando e transformando diferentes porções territoriais. Entretanto, se a
década de 1970 se caracterizou pelos investimentos privados no Cerrado, o capital estatal
esteve presente desde 1930, com a política getulista da Marcha para o Oeste. Consolidou-se
no Plano de Metas de Juscelino Kubistchek, na década de 1950, que além de criar o sistema
infraestrutural, que suportaria o posterior processo de inserção capitalista do Cerrado ao
circuito produtivo internacional, por meio do Plano de Metas, colocou em prática o projeto de
transferência da capital federal para o interior do Brasil, o que sustentou o deslocamento da
fronteira em direção ao Cerrado. O Regime Militar, implantado em 1964, efetivou a estratégia
de pensar o país a partir do ponto de vista geopolítico, considerando o Cerrado como região
de grandes riquezas naturais e bacias hidrográficas, ponto de encontro entre o Norte,
Nordeste, Sul e Sudeste, capaz de capturar os espaços vizinhos, disseminando um novo
modelo de produção. A esse fato soma-se a conjuntura geopolítica da segurança alimentar,
que calcada na mudança dos padrões produtivos internacionais, comandada pelos Estados
Unidos, e o pouco interesse norte americano pelo intercâmbio comercial com países
latino-americanos, pressionou o Brasil a buscar maior relacionamento com outras nações, em
especial, China e Japão, o que redundou em aumento das exportações brasileiras ao continente
asiático. O Japão, em particular, pobre em recursos naturais, com território pouco propenso à
prática da agricultura, reconhece o Brasil como fonte supridora de matérias-primas,
principalmente produtos alimentícios e insumos básicos. O Cerrado, com grande
disponibilidade de áreas, baixo padrão produtivo e, portanto, reduzido preço das terras,
posição geoestratégica privilegiada, passa a receber os investimentos japoneses que tiveram
como foco o desenvolvimento econômico em conjunta atuação com órgãos governamentais
e/ou privados de cooperação econômica e técnica. A aplicação desses capitais produziu
grande impacto em diversas áreas (siderurgia, papel, celulose, mineração) e principalmente na
agricultura, através da qual o capital se propagou pelo Cerrado, desencadeando grandes
efeitos territoriais. A pesquisa está centrada no estudo da geopolítica como mecanismo para se
compreender a modernização territorial do Cerrado. Alicerça-se, portanto, nas diferentes
ações estatais, conjugadas ou não ao capital privado, de origem nacional e transnacional, que
modelam o espaço, tendo nos sistemas natural, infraestrutural e técnico o apoio necessário ao
processo de expansão capitalista de produção. A partir de 1970, após a instalação do
PRODECER, considerado o big push da modernização territorial do Cerrado, criou-se uma
nova dinâmica produtiva, na qual as tramas do poder colocaram o como centro dinamizador
da territorialização do capital no país, e provocaram-lhe alterações sociais, econômicas,
ambientais e políticas, de uma forma singular, tanto produtiva como culturalmente.
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