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A gramaticalização de A Gente no português brasileiro : análise histórico-social-linguística da fala das comunidades gaúchas de Jaguarão e PelotasBorges, Paulo R.S. January 2004 (has links)
O objetivo deste trabalho é descrever e analisar a gramaticalização de a gente no português brasileiro. A análise está apoiada nas concepções teóricas de gramaticalização e na Teoria da Variação Laboviana. O corpus da pesquisa é constituído de dois tipos de dados: fala de personagens de onze peças de teatro de autores gaúchos, correspondente a um período de cem anos (1896 até 1995), e fala de sessenta indivíduos das cidades gaúchas de Jaguarão e Pelotas. As entrevistas foram realizadas em 2000 e 2001: trinta e seis em Pelotas (VarX) e vinte e quatro em Jaguarão (BDS Pampa). Os corpora possuem uma divisão equilibrada de informantes por gênero, faixa etária e classe social. Os resultados do uso de a gente indicam que: a gramaticalização de a gente decorre de vários processos de mudança concomitantes e inter-relacionados – mudança semântica, sintática, morfológica e fonológica; a partir da década de 1960 a forma a gente cristaliza-se como pronome pessoal de primeira pessoa do plural; a utilização de a gente, em variação com nós, está relacionada a condicionadores lingüísticos de natureza discursiva, sintática, morfológica e fonológica; o uso de a gente em Pelotas está em um estágio mais adiantado do que em Jaguarão; a divisão por classe social indica que em Pelotas a mudança acontece ‘de cima para baixo’ e em Jaguarão ‘de baixo para cima’; o uso de a gente é maior nas faixas etárias mais jovens nas duas comunidades; em Pelotas ocorre a redução (mudança incipiente) de a gente para a ‘ente (~ ‘ente); a propagação da mudança ocorre dos grandes centros para os menores.
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Pronomes pessoais na interlíngua de surdo/a aprendiz de português L2 (escrito)Andrade, Telma Rosa de 03 August 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-12-14T15:07:57Z
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2016_TelmaRosadeAndrade.pdf: 2217839 bytes, checksum: 8059dd88042e4e126c8fe1b270b7f109 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2017-01-06T19:11:29Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2016_TelmaRosadeAndrade.pdf: 2217839 bytes, checksum: 8059dd88042e4e126c8fe1b270b7f109 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-06T19:11:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2016_TelmaRosadeAndrade.pdf: 2217839 bytes, checksum: 8059dd88042e4e126c8fe1b270b7f109 (MD5) / Este estudo investiga o uso dos pronomes na interlíngua de surdos aprendizes de português (L2), que utilizam a língua de sinais brasileira (LIBRAS) como a primeira língua (L1). Nas línguas de sinais, os pronomes são realizados pela apontação no espaço de sinalização e também pela orientação do olhar. Em português, os pronomes assumem formas diferentes se estão na posição de sujeito ou de complemento. Na coleta dos dados, adotamos uma perspectiva transversal, assumindo que o input linguístico da aquisição aumenta em função do nível acadêmico dos participantes. Verificamos que o uso dos pronomes nos dados de aquisição de português L2 (escrito) ocorre nas seguintes condições: (1) preenchimento de lacuna com o pronome sujeito, com verbo flexionado, em contexto de sentença: (a) tendência do uso adequado do pronome de 3ª pessoa, como substituto de nomes do tipo [+animado] / [+humano]; (b) tendência de uso inadequado do pronome na 3ª pessoa, como substituto de nomes do tipo [-animado]; (2) preenchimento de lacuna com o pronome sujeito, com verbo flexionado, em contexto de diálogo: (a) tendência de uso adequado do pronome na 1ª e na 2ª pessoa, no singular, em contraste com o plural. Constatamos que não existe diferença significativa nos resultados em função do nível acadêmico, mas, no total, existem mais acertos nas séries finais. Verificamos também que o traço semântico de animacidade do referente é uma propriedade relevante na aquisição do sistema pronominal, pois os participantes usam o pronome preferencialmente para substituir o referente do tipo [+animado]. A dificuldade no uso de pronomes para substituir o referente do tipo [-animado] existe para a maioria dos participantes. Além disso, verificamos a dificuldade no uso dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa, em contexto de sentença, mesmo com o verbo flexionado Na análise dos resultados, adotamos a abordagem da teoria gerativa e a hipótese de que a L1 é o estado mental inicial no desenvolvimento da L2. Considerando que o contraste no sistema pronominal nas duas línguas é significativo, concluímos que as inadequações no uso do sistema pronominal na interlíngua dos surdos aprendizes de português L2 indicam que existe interferência da L1. Essa interferência pode ser explicada pelo papel da dêixis, obrigatória nas três pessoas em LIBRAS, mas não no português, na indicação do referente por meio do movimento direcional e da orientação do olhar. __________________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / This study investigates the use of pronouns in the interlanguage of deafs that are learners of Portuguese as a second language (L2), that have the Brazilian Sign Languages (LIBRAS) as their first language (L1). In sign languages, pronouns are realized as pointing signs, which are oriented towards a previously specified position in the space of location, as well as by the orientation of the eye gaze. In Portuguese, personal pronouns take different forms depending on whether they are subjects or objects. In the data collection and in the analysis, we adopt the transversal perspective, considering that the linguistic input increases as a function of the academic level of the participants. The use of the pronouns in the acquisition of (written) Portuguese (L2) is observed in the following conditions: (1) filling the blanks with the subject pronoun, in the context of a sentence with an inflected/ finite verb,: (a) tendency to the adequate use of the third person pronoun, as a substitute of nouns of the type [+animate] / [+human]; (b) tendency to the use of the inadequate third person pronoun as a substitute of nouns of the type [-animate]; (2) filling the blanks with the subject pronoun, with the inflected verb, in the context of a dialogue: (a) tendency to the adequate use of first and second person pronoun, in contrast with the plural form. It was further noticed that there is no significant difference in the results in connection with the academic level, although more accurate results were found in the final grades. It was further noticed that the semantic feature on the referent is significant in the acquisition of the pronominal system, given that the participants use the pronoun as a substitute of the referent of the type [+animate]. The difficulty in the use of the pronoun as a substitute of a referent of the type [-animate] is found for the majority of the participants. Besides that, it was noticed that there are difficulties in the use of first and second person pronouns, in the context of the clause with an inflected verb. In the analysis, we adopt a transversal methodology further assuming the hypothesis that the L1 is the mental state in the development of L2. Considering that the contrast in the pronominal system is significant in both languages, we conclude that the inadequacies in the use of the pronominal system in the interlanguage of deafs point out that there is interference of the L1. This interference may be explained through the role of deixis, which is obrigatory for the three persons in LIBRAS, but not in Portuguese, the indication of the referent being obtained through the directional movement e the orientation of the eye gaze.
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(Re)análise da referência de segunda pessoa na fala da Região SulLoregian-Penkal, Loremi 31 August 2012 (has links)
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo estudar o comportamento de duas regras variáveis: na primeira delas, analisamos de que forma se dá a alternância pronominal tu/você na fala de informantes do corpus VARSUL dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e deste estado, analisamos também informantes da localidade do Ribeirão da Ilha (corpus BRESCANCINI). Levantamos esta variável com o intuito de verificar se o tu está sendo substituído pelo você no Sul do Brasil. A segunda regra variável, (re)análise de LOREGIAN (1996), diz respeito à concordância verbal com o pronome tu nas localidades de Florianópolis, Porto Alegre e Ribeirão da Ilha. às quais acrescentamos as três cidades do interior de Santa Catarina - Chapecó. Blumenau e Lages - e as três cidades do interior do Rio Grande do Sul - Flores da Cunha. Panambi e São Borja. Com esta segunda regra variável, objetivamos testar se a manutenção do tu é acompanhada ou não da marca verbal de segunda pessoa. Para o estudo dessas regras variáveis, foram analisadas 24 entrevistas de cada cidade de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e 11 do Ribeirão da ilha, totalizando 203 informantes, distribuídos em duas faixas etárias (25 a 49 anos; mais de 50 anos), três níveis de escolaridade (primário; ginásio; colegial) e sexo (masculino; feminino). O trabalho teve como suporte a metodologia variacionista, utilizada para descrever a variação e a mudança lingüística, com a utilização do pacote VARBRUL. No decorrer da análise, foram descritos os contextos lingüísticos e sociais que condicionam, de forma integrada, o comportamento sincrônico dos falantes quanto aos fenômenos de alternância pronominal e de concordância verbal. Os resultados dão conta da variação tanto na comunidade como no indivíduo e apontam na direção de que está havendo, por um lado, a manutenção do pronome tu como marca de identidade e de valores regionais, mas com uma forma verbal não-marcada e um maior preenchimento do pronome sujeito nas quatro cidades do Rio Grande do Sul e em Chapecó, Santa Catarina. Já os resultados de Florianópolis e Ribeirão da Ilha apontam no sentido de que a marca de identidade do ilhéu seja a presença de flexão verbal canônica de segunda pessoa. Por outro lado, os informantes de Lages, na rota dos tropeiros, e em menor escala os de Blumenau são os que estão mais avançados em direção ao uso de só você.
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O uso produtivo do se reflexivo na fala de João Pessoa: uma abordagem funcionalista.Mello, Fernanda Rosário de 15 December 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005-12-15 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Structures in Portuguese using se particles have several ways to be analyzed. Among
them, we may emphasize those ones which present the refexive ´se ` pronoun. Using oral
(con)texts collected from the Projeto Variação Lingüística do Estado da Paraíba (VALPB),
this research aims to study the functional behavior of the 3ª person clitic in reflexive
structures. The development of this research took into account social and linguistic factors,
using as theoretical support the basic principles of the American Functionalism. In this
research, we can realize the reflexive se pronoum expanding its use in the João Pessoa
speech. This element loses certain features that are esencial for to be characterized like a
reflexive one, in certain way that its going to expanding its occurrence context, becomming
more obscure, less transparent in its function. It starts to be used ina context more abstract,
leaving its main function and taking new aspects in the speech. / Estruturas formadas com a partícula se em português apresentam uma série de
possibilidades de análise. Dentre tantas, podemos destacar aquelas que trazem o pronome
se reflexivo. Com base em textos orais extraídos do corpus do Projeto Variação
Lingüística do Estado da Paraíba (VALPB), esta pesquisa objetiva analisar o
comportamento funcional do clítico de 3ª pessoa em estruturas reflexivas. Para a realização
dessa pesquisa foram acionados fatores de ordem social e lingüística, tendo como suporte
teórico os princípios básicos do funcionalismo americano. O pronome se reflexivo vem
alargando seu uso na fala de João Pessoa. Tal elemento perde certos traços que lhe são
essenciais para que seja caracterizado como reflexivo à medida que vai expandindo seu
contexto de ocorrências, tornando-se mais opaco, menos transparente em sua função. Passa
a conviver em contextos mais abstratos de uso, deixando sua tarefa primeira e angariando
novas nuanças no discurso.
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Varia??o entre os pronomes tu e voc? na fun??o de sujeito na fala de Natal (RN): uma abordagem sociofuncionalistaSilva, Francielly Coelho da 23 March 2015 (has links)
Submitted by Automa??o e Estat?stica (sst@bczm.ufrn.br) on 2016-03-31T22:16:13Z
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Previous issue date: 2015-03-23 / ? luz de uma abordagem sociofuncionalista (TAVARES, 2003; 2013; G?RSKI;
TAVARES, 2013), analiso 378 dados dos pronomes tu e de voc?, extra?dos de 12
conversa??es integrantes do Banco Conversacional de Natal (CUNHA, 2010). Tenho
como objetivos: (i) mapear tend?ncias lingu?sticas e extralingu?sticas de
especializa??o dos pronomes sujeitos de segunda pessoa do singular tu e voc? na
conversa??o de Natal (RN); (ii) avaliar o papel do princ?pio da persist?ncia
(HOPPER, 1991) como um poss?vel elemento motivador das tend?ncias de
especializa??o dos pronomes tu e voc?; (iii) identificar em qual dos seis subsistemas
pronominais propostos por Scherre et al. (2009) se insere o da conversa??o de Natal
retratada neste estudo. A fim de alcan?ar os objetivos propostos, submeti os dados a
tratamento estat?stico multivariado para o fornecimento de frequ?ncias e pesos
relativos. Obtive, como grupos de fatores relevantes, de acordo com a an?lise
estat?stica, a natureza da rela??o entre os interlocutores (se a rela??o ? assim?trica,
pouco ?ntima e mais formal, o uso do voc? ? favorecido, se a rela??o ? sim?trica,
?ntima e informal, o uso do tu ? favorecido); o grau de formalidade do ambiente em
que ocorre a conversa??o (em ambientes mais informais o tu foi favorecido; em
ambientes mais formais, o voc? foi favorecido); e o tipo de discurso (relatado/n?o
relatado) (o tu foi favorecido no discurso n?o relatado e o voc? foi favorecido no
discurso relatado). Com base nos resultados referentes a esses grupos de fatores,
organizei o quadro de especializa??es dos pronomes tu e voc?, observando que o tu
parece especializado para contextos de uso mais informais do que aqueles para os
quais o voc? parece especializado. A motiva??o subjacente a essas tend?ncias de
especializa??o pode ser o princ?pio da persist?ncia, pois, ao longo de seu
desenvolvimento hist?rico, o voc? manifesta um tra?o de maior formalidade ou, ao
menos, de menor intimidade, quando contrastado com o tu. Por fim, conclu? que, dos
seis subsistemas pronominais propostos por Scherre et al. (2009), a comunidade de
fala de Natal pode ser enquadrada no quinto, caracterizado pelo uso vari?vel dos
pronomes sujeito tu e voc?, com frequ?ncia maior de uso de voc? do que de tu, e
rara ocorr?ncia de concord?ncia do tu com verbo de segunda pessoa do singular. / In this dissertation, under the light of a sociofunctionalist approach (TAVARES, 2003;
2013; GORSKI; TAVARES, 2013), I analyze 378 data of pronouns tu and voc?
extracted from 12 conversations belonging to Natal Conversational Data Base
(CUNHA, 2010). I have the following objectives: (i) mapping linguistic and extralinguistic
specialization trends of second person singular subject pronouns tu and
voc? in the speech of Natal (RN); (ii) assessing the role of the principle of persistence
(HOPPER, 1991) as a possible motivating factor of specialization trends of pronouns
tu and voc?; (iii) identify in which of the six pronouns subsystems proposed by
Scherre et al. (2009) is situated the speech community of Natal portrayed in this
study. In order to achieve the proposed objectives, I submitted the data to
multivariate statistical analysis, which have provided frequencies and relative
weights.I obtained, as relevant factor groups, according to the statistical analysis, the
nature of the relationship between the interlocutors (if the relationship is asymmetric,
less intimate, and more formal, the use of voc? is favored; if the relationship is
symmetrical, intimate and informal, the use of tu is favored); the degree of formality of
the environment in which the conversation takes place (in more informal
environments tu was favored; in more formal environments voc? were favored); and
the type of discourse (reported / not reported) (tu was favored in not reported
discourse and voc? was favored in reported discourse). Based on results regarding
to these factors groups, I organized a panorama of specializations of pronouns tu and
voc?, noting that tu seems specialized for more informal contexts of use than those
for which voc? seems specialized. The motivation underlying these trends of
specialization may be the principle of persistence, since along its historical
development, voc? carries a trace of greater formality or, at least, less intimacy, when
contrasted to tu. Finally, I concluded that, of the six pronoun subsystems proposed by
Scherre et al. (2009), the speech community of Natal can be framed in the fifth,
characterized by variable use of subject pronouns tu and voc?, with more frequent
use of voc? than tu, and rare occurrence of agreement of tu with second-person
singular verb.
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"Formas de tratamento no português brasileiro: a alternância tu/você na cidade de Santos - SP" / Pronouns of Address in Brazilian Portuguese: the alternance of tu/você in Santos - SPArtarxerxes Tiago Tacito Modesto 04 September 2006 (has links)
Esta pesquisa visa a descrever e explicar o uso das formas de tratamento tu e você em Santos, cidade do litoral do Estado de São Paulo, levando em consideração aspectos sociolingüísticos e pragmático-discursivos, que atuam na alternância destas formas. Há, segundo RAMOS (2001), dois pontos de vista que têm norteado as pesquisas sobre as formas de tratamento: um de natureza sócio-histórica, que leva em consideração o uso amplo de você como uma opção por um tratamento igualitário, e outro que trata o problema como um processo de mudança baseado na implementação da forma você com estatuto pronominal, que desta forma vem alterando a concordância e acarretando muitas mudanças no sistema pronominal a partir de meados dos séculos XIX. Assim, este trabalho apresenta um estudo quantitativo das formas de tratamento tu e você em Santos, buscando os fatores relevantes para a primeira das duas abordagens sugeridas, além de fazer algumas considerações acerca da segunda abordagem. Com o suporte da metodologia da Sociolingüística Variacionista Laboviana, busca-se explicitar até que ponto as diferentes situações interacionais levam os falantes a escolherem uma ou outra forma pronominal. Constituem o corpus analisado 20 inquéritos correspondentes a textos conversacionais realizados entre falantes santistas. Em outras palavras, busca-se verificar em que medida fatores discursivos (referenciação, expressividade,monitoramento), ao lado dos fatores sociais (gênero, faixa etária, escolaridade dos informantes) e um lingüístico (função sintática da forma de tratamento), podem explicar o fenômeno. Adota-se, por conseguinte, uma perspectiva funcionalista de análise, já que se leva em conta toda a situação comunicativa: o propósito do evento da fala, seus participantes e o contexto discursivo. / This research aims to describe and explain the ways of address tu and você in Santos, city of the coast of São Paulo, considering sociolinguistic and pragmatic discursive aspects that act on the alternation of these forms. There is, according to RAMOS(2001), two points of view that have lead the researches on the ways of address: one of socio- historical nature, that considers the ample use of você as an option for equalitarian treatment, and another one that sees the problem as a change in process problem, based on the implementation of the form você with a pronominal statute, causing by this way modifications in the concordance and provocating many changes in the pronominal system since the middle of the XIX centuries. Therefore, this work presents a quantitative study of the ways of address tu and você in Santos, looking for the relevant factors presented by the first of these two approaches above, but it makes some considerations about the second approach too. Supported by the Labovian Variacionist Sociolinguistic Methodology, it looks to explicit how the different interacional situations lead the speakers to select one or another pronominal form. The corpus is composed by 20 recordings of santistas speakers conversations. By other words, it looks for verifying how the discursive factors (referentiation, expressivity, monitoring), sided by social factors (gender, age, scholarship of the speakers) and a linguistic factor (syntactic function of the ways of address), can explain the phenomena. It takes, therefore, a functionalist perspective of analysis, because it considers all the communicative situation: the speaking event proposal, its participants and the discursive context.
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A gramaticalização de A Gente no português brasileiro : análise histórico-social-linguística da fala das comunidades gaúchas de Jaguarão e PelotasBorges, Paulo R.S. January 2004 (has links)
O objetivo deste trabalho é descrever e analisar a gramaticalização de a gente no português brasileiro. A análise está apoiada nas concepções teóricas de gramaticalização e na Teoria da Variação Laboviana. O corpus da pesquisa é constituído de dois tipos de dados: fala de personagens de onze peças de teatro de autores gaúchos, correspondente a um período de cem anos (1896 até 1995), e fala de sessenta indivíduos das cidades gaúchas de Jaguarão e Pelotas. As entrevistas foram realizadas em 2000 e 2001: trinta e seis em Pelotas (VarX) e vinte e quatro em Jaguarão (BDS Pampa). Os corpora possuem uma divisão equilibrada de informantes por gênero, faixa etária e classe social. Os resultados do uso de a gente indicam que: a gramaticalização de a gente decorre de vários processos de mudança concomitantes e inter-relacionados – mudança semântica, sintática, morfológica e fonológica; a partir da década de 1960 a forma a gente cristaliza-se como pronome pessoal de primeira pessoa do plural; a utilização de a gente, em variação com nós, está relacionada a condicionadores lingüísticos de natureza discursiva, sintática, morfológica e fonológica; o uso de a gente em Pelotas está em um estágio mais adiantado do que em Jaguarão; a divisão por classe social indica que em Pelotas a mudança acontece ‘de cima para baixo’ e em Jaguarão ‘de baixo para cima’; o uso de a gente é maior nas faixas etárias mais jovens nas duas comunidades; em Pelotas ocorre a redução (mudança incipiente) de a gente para a ‘ente (~ ‘ente); a propagação da mudança ocorre dos grandes centros para os menores.
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Da tradução ou não de pronomes e partículas pronominais do Italiano ao Português: algumas escolhas feitas por dois tradutores / Translation or not of pronouns and pronominal particles from Italian to Portuguese: some choices made by two translatorsIrene Soares Thiago 03 March 2016 (has links)
Este estudo é movido pela curiosidade quanto a como se resolvem, nas traduções do italiano para o português, questões de colocação pronominal. Encontramos, normal e frequentemente, na língua italiana, principalmente na língua falada, pronomes cujos equivalentes em português existem em gramáticas normativas da língua portuguesa, mas que, na prática, não são utilizados pelos falantes e escritores brasileiros. Encontramos, também, na língua italiana, um significativo número de verbos pronominais (como esserci, volerci, averne etc.) e um considerável número de verbos pronominais múltiplos (como andarsene, farcela, fregarsene etc.) que, juntamente com esses pronomes, constituem, para os professores brasileiros de italiano língua estrangeira (LE), elementos difíceis de trabalhar na sala de aula. Além disso, tais elementos também podem dificultar o trabalho dos tradutores, que devem fazer determinadas escolhas ao traduzi-los para o português. Como são traduzidos os pronomes combinados do italiano nas versões brasileiras? Será que os portugueses, que possuem, por exemplo, tais pronomes utilizam-nos em todos os casos em que os encontramos nos textos de partida? E as partículas pronominais são simplesmente eliminadas no texto de chegada ou são substituídas? Tais aspectos, se observados e organizados, podem levar a uma melhor compreensão das duas línguas em contato e dar subsídios a estudantes, professores e tradutores. Pensando nessa dificuldade, esta pesquisa buscou e listou alguns autores e obras disponíveis para consulta e analisou um corpus com cento e sessenta e três ocorrências de pronomes no italiano, mais sete acréscimos de pronomes no português brasileiro (PB) e/ou português europeu (PE), partindo do romance Uno, nessuno e centomila de Luigi Pirandello e suas respectivas traduções em PB e PE. Nosso objetivo consiste em encontrar respostas úteis à diminuição do estranhamento, por parte de um italiano, que escuta, de um brasileiro, frases sem pronomes (ainda que o italiano as entenda) e/ou a sensação de inadequação e, até mesmo, de desconforto, por parte de um brasileiro, ao produzir frases com todos os pronomes. No corpus analisado, temos uma amostra das escolhas e respectivas traduções propostas pelos tradutores para casos de pronomes reflexivos, de pronomes pessoais do caso reto, de pronomes pessoais do caso oblíquo, de pronomes combinados e de partículas pronominais ne, ci e vi, com manutenções, omissões, trocas por outros pronomes (possessivos, retos, oblíquos, demonstrativos) e, até mesmo, uma espécie de compensação numérica com a inclusão de palavra inexistente no texto de partida. / This study is conducted by the curiosity on how pronoun collocations issues are solved in translations from Italian to Portuguese. We usually and normally find in the Italian, especially in the spoken language, pronouns whose equivalent in are given in normative grammars of the Portuguese language, but that are not used in pratice neither in written nor in the spoken language. We also find in the Italian language, a significant number of pronominal verbs (as esserci, volerci, averne etc.) and a considerable number of multiple pronominal verbs (as andarsene, farcela, fregarsene etc.) which are also difficult to work in the classroom. Furthermore, these elements can also hamper the work of translators, who must make certain choices to translate them into Portuguese. The question then arises, how are Italian combined pronouns rendered in Brazilian and European Portuguese translations? Do European Portuguese speakers, who use such pronouns, use them in all cases in which we find them in source texts? Are combined pronouns simply eliminated in the target text or are they replaced? Such aspects, when observed and organized, can lead to a better understanding of the two languages in contact and give grants to students, teachers and translators. Considering this difficulty, this research sought and listed some authors and available works for consultation and examined a corpus of one hundred sixty-three occurrences of pronouns in Italian, plus seven uses of pronouns in Brazilian Portuguese (BP) and/or European Portuguese (EP), based on the novel Uno, nessuno and centomila by Luigi Pirandello and its corresponding translations into PB and PE. Our objective is to find useful answers for the decrease of strangeness of an Italian listening to a Brazilian who is using sentences without pronouns (although the Italian understands them) and/or the feeling of inadequacy and even discomfort of a Brazilian to produce sentences with all the pronouns. In the analyzed corpus, we have a sample of the choices made by translators to translate reflexive, personal subjective pronouns and objective pronouns, combined pronouns and the pronominal particles ne, ci e vi, showing cases of maintenance, omission, exchanges for other pronouns (possessive, subjective, objective, demonstrative) and even a kind of numerical compensation with the inclusion of a full noun not occurring in the source text.
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A identificação das categorias lexicais v(erbo) e n(ome) a partir de categorias funcionaisTeixeira , Sabrina Anacleto 26 February 2013 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-03-29T11:33:16Z
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Previous issue date: 2013-02-26 / Este estudo investiga o processo de categorização de palavras pertencentes às categorias lexicais N(ome) e V(erbo). Nosso objetivo é verificar se crianças em estágio inicial de aquisição do PB são sensíveis às categorias funcionais de determinantes e pronomes e se elas podem usar esses itens funcionais para categorizar palavras novas como nomes ou verbos. A perspectiva teórica adotada visa a conciliar um modelo de processamento voltado para a aquisição da linguagem – Bootstrapping Fonológico (MORGAN; DEMUTH, 1996; CHRISTOPHE et al., 1997) – e uma teoria linguística que considera uma interface entre o sistema linguístico e outros sistemas – sistemas sensório-motor e conceptual-intencional (CHOMSKY, 1995, 1999; HAUSER; CHOMSKY; FITCH, 2002). Tal conciliação permite-nos explicar como as crianças extraem a estrutura sintática subjacente à sua língua do continuum da fala, a partir das pistas distribucionais e prosódicas. Trabalhos anteriores com bebês alemães (HÖHLE et al., 2004) e canadenses de língua francesa (SHI; MELANÇON, 2010) obtiveram resultados que indicam que bebês de 14 meses usam os determinantes para categorizar palavras novas como nomes. Nossa hipótese é que bebês aos 13 meses identificam os determinantes e os pronomes como grupos distintos dentro da categoria dos itens funcionais e que esses itens podem guiar o processo de categorização de nomes e verbos. Os resultados de um experimento usando a técnica de Olhar Preferencial apontam para o uso dos determinantes e dos pronomes para a categorização de palavras novas como nomes e verbos, respectivamente, no PB por bebês brasileiros de 13 meses. / This study investigates the categorization process of words that belong to lexical categories N(oun) or V(erb). Our goal is to verify if children in the early stages of the acquisition of BP are sensitive to function categories such as determiners and pronouns and if they can use these function items to categorize novel words as nouns or verbs. The theoretical approach adopted aims at conciliating a processing model of language acquisition – Phonological Bootstrapping (MORGAN and DEMUTH, 1996; CHRISTOPHE et al., 1997) with a linguistic theory that considers an interface between linguistic system and other systems – sensory-motor and conceptual-intentional systems (CHOMSKY, 1995, 1999; HAUSER; CHOMSKY and FITCH, 2002). This conciliation allows us to explain how children extract the syntactic structure of their language from the speech through distributional and prosodic cues. Previous studies with German (HÖHLE et al., 2004) and French Canadian (SHI and MELANÇON, 2010) infants indicate that fourteen-month-old infants use determiners to categorize novel words as nouns. Our hypothesis is that thirteen-month-old infants identify determiners and pronouns as belonging to distinct groups within function categories and that these items can guide the categorization process of nouns and verbs. Results of an experiment using the Preferential Looking Paradigm suggest the use of determiners and pronouns to categorize novel words either as nouns or verbs in BP by thirteen-month-old Brazilian infants.
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O Objeto nulo do portugues do Brasil : um estudo sintatico-diacronicoCyrino, Sonia Maria Lazzarini, 1957- 11 November 1994 (has links)
Orientador: Mary A. Kato / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-19T15:42:55Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1994 / Resumo: o objeto nulo no português do Brasil (PB) tem sido alvo de vários estudos, por apresentar peculiaridades que o distingue do objeto nulo de outras línguas, entre elas o português europeu. Esta tese apresenta as diversas propostas que têm sido feitas a respeito de seu estatuto sintático, e mostra suas inadequações para dar conta do fenômeno. Através do exame de elementos fóricos que podem ocorrer na posição de objeto, e focalizando certos pronomes e elipse de VP, esta tese propõe que o objeto nulo do português do Brasil seja o resultado do mesmo processo operante nesses fenômenos. Essa proposta é baseada na teoria de "reconstrução em FL", desenvolvida por R. Fiengo e R. May (1993). A análise de dados diacrônicos mostra como o objeto nulo do português do Brasil surgiu. Devido a uma alteração de ordem externa, uma das opções oferecidas pela gramática para a realização fórica do objeto direto em certas estruturas, a opção "clítico", foi abandonada. A partir da existência de evidência robusta, houve uma mudança diacrônica, que estendeu a possibilidade de reconstrução (e elipse), a DP/NPs -animado: o objeto nulo do PB. A tese procura, assim, contribuir para a compreensão de fenômenos de mudança diacrônica, bem como dos fatos do português do Brasil / Abstract: The null object in Brazilian Portuguese (BP) has been the aim of several studies, because it shows peculiarities that distinguish it from the null object of other languages, including European Portuguese. This dissertation shows the various proposals that have been made with respect to its syntactic status and shows what their inadequacies in explaining the phenomena are. Through the examinantion of phoric elements which may occur in object position, and focusing on certain pronouns and VP ellipsis, the proposal in this dissertation is that the null object of Brazilian Portuguese is the result of the same process underlying those phenomena. This proposal is based on the theory of "reconstruction at LF", developed by R. Fiengo and R. May (1993). The analysis of diachronic data shows how the null object of Brazilian Portuguese appeared. Because of an external change in the language, one of the options offered by the grammar for the position of direct object in certain structures, i.e., the clitic, was abandoned. Through the existence of robust evidence, there was a diachronic change which extended the possibility of reconstruction (and ellipsis) to-animate DP/NPs: the null object of BP. The aim of this dissertation is to contribute to the understanding of the phenomena involved in diachronic change, as well as the understanding of the facts of Brazilian Portuguese / Doutorado / Doutor em Ciências
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