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Variação pronominal nós/a gente e tu/você em Concórdia - SC

Franceschini, Lucelene Teresinha 18 October 2013 (has links)
Resumo: O objetivo central desta pesquisa foi descrever e analisar a variação pronominal nós/a gente e tu/você no falar de Concórdia - SC e, posteriormente, comparar esses resultados, a fim de verificar se as tendências dessas duas variáveis são as mesmas no falar dessa comunidade. Quanto à variável tu/você, também foi feita uma análise da atitude e comportamento linguístico dos falantes de nossa amostra em relação a essa variável. Este estudo está apoiado, especialmente, nos pressupostos da Teoria da Variação e Mudança Linguística, delineada por Weinreich, Labov e Herzog (1968) e Labov (1972, 2008), que leva em consideração a influência de variáveis linguísticas e sociais no condicionamento do uso das formas em variação. A amostra foi constituída por 24 entrevistas, coletadas entre os anos de 2007 e 2010 pela própria pesquisadora, e distribuídas por duas faixas etárias (26 a 45 anos; 50 anos ou mais); sexo (masculino; feminino) e três níveis de escolaridade (fundamental I; fundamental II; ensino médio). Para a análise estatística dos dados coletados foi utilizado o pacote de programas VARBRUL (PINTZUK, 1988). Os resultados gerais desta pesquisa indicaram uma provável mudança em curso, pois, tanto na variação nós/a gente, como na variação tu/você, os pronomes inovadores a gente e você apresentaram uma maior probabilidade de uso na faixa etária mais jovem; já os pronomes conservadores nós e tu predominaram na faixa etária mais velha. Quanto às varáveis independentes selecionadas, a determinação do referente mostrouse a mais significativa na análise das duas variáveis dependentes, apontando, assim, as mesmas tendências, ou seja: em contexto de sujeito indeterminado, os pronomes inovadores a gente e você são favorecidos e, em contexto determinado, são os pronomes canônicos nós e tu que predominam. A comparação da atitude e do comportamento linguístico dos falantes de nossa amostra apontou reações subjetivas bastante uniformes em relação ao tu/você, o que parece indicar, conforme Labov (1974), que um novo padrão de prestígio está entrando no falar de Concórdia, o você, mas que este ainda não alcançou uniformidade no uso real, já que neste falar ainda predomina o uso do tu.
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Os demonstrativos este, esse e aquele no portugues culto falado em São Paulo

Pavani, Silvia 08 April 1987 (has links)
Orientador: Ataliba Teixeira de Castilho / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-16T19:40:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Pavani_Silvia_M.pdf: 2417726 bytes, checksum: c88d09c686647276f384862cb0ecdefc (MD5) Previous issue date: 1987 / Resumo: Neste trabalho apresentamos o estudo dos demonstrativos 'este¿, 'esse¿ e 'aquele¿ conforme ocorrem na linguagem oral dos paulistanos cultos, partindo do "corpus" recolhido por equipes de pesquisadores do Projeto NURC/SP. Enquanto componentes do Sintagma Nominal analisamos a combinação dos demonstrativos com outros componentes do SN, como o nome, determinantes e modificadores diversos. Já do ponto de vista do Discurso ocupamo-nos das relações de referência entre os demonstrativos e: a) os elementos da realidade extralingüística (referência exofórica); b) os elementos do próprio discurso (referência endofórica). Anotamos ainda uma relação de referência existente entre os demonstrativos e algo apenas pressuposto pelo falante, um recurso discursivo que se mostrou amplamente utilizado na linguagem oral de nossos informantes, e que não tem, entretanto, recebido o merecido tratamento por parte das mais tradicionais gramáticas do português. Finalmente, tratamos também, neste trabalho, da relação existente entre demonstrativos e artigos definidos, atentando para suas semelhanças e, principalmente, para suas diferenças, procurando demonstrar como correta a colocação de demonstrativos e artigos definidos como pertencentes a duas classes de palavras distintas. / Abstract: Not informed. / Mestrado / Mestre em Linguística
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Curitiba da gente

Tamanine, Andréa Maristela Bauer 20 April 2012 (has links)
Resumo: O objetivo central deste trabalho foi investigar a variação entre nós/ a gente na posição de sujeito e a gramaticalização de a gente a partir da análise das variáveis lingüísticas e sociais em um conjunto de dados orais de informantes de Curitiba, capital do Paraná. Os dados foram disponibilizados pelo Projeto VARSUL - Variação Lingüística Urbana da Região Sul do Brasil, sendo que a análise contemplou 32 entrevistas divididas igualmente entre níveis de escolaridade, faixa etária e sexo dos informantes. A base teórica e metodológica da investigação centrou-se, especialmente, nos pressupostos da gramaticalização e da Teoria Variacionista (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968). Os procedimentos técnicos quantitativos utilizados na análise dos dados relativos aos contextos favorecedores da alternância das formas pronominais nós/ a gente e da gramaticalização de a gente investigados tiveram por base o pacote de programas estatísticos VARBRUL (PINTZUK, 1988). Entre os resultados obtidos na amostra, destaca-se que o pronome a gente, em variação com nós, apresentou maior tendência de uso entre as curitibanas mais jovens e que o texto descritivo e os verbos estativos são contextos de retenção do uso de nós entre os nformantes. A expressiva ocorrência de a gente na função de sujeito indica sua especialização, estágio avançado da gramaticalização segundo Hopper (1991), e o seu uso nesta função apontou significativa presença como determinador, sentido preferencialmente representado pelo uso de nós até então, fatos importantes para constatação do fluxo contínuo no processo de mudança de a gente. No caso da redução fonética a gente > a ‘ente, os dados reduzidos representaram apenas 15% entre as ocorrências de a gente, o que se considera um número pequeno para afirmações seguras, mas fato que precisa ser tratado omo mostra de que o fenômeno ocorre e que deve merecer observação mais aprofundada.
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A elipse do sujeito pronomial em revistas de histórias em quadrinhos

Ryba, Bernardete 09 October 2012 (has links)
Resumo: O Português é caracterizado, segundo a Gramática Tradicional, como uma língua que prescinde do uso do sujeito pronominal porque as desinências verbais são suficientemente marcadas para indicar o pronome sem que haja a necessidade de explicitá-lo. Entretanto, estudiosos voltados à análise desse tema têm demonstrado uma situação diversa em seus trabalhos, isto é, têm demonstrado que o português contemporâneo do Brasil tem preenchido cada vez mais a casa do sujeito. A presente pesquisa é desenvolvida com base nos pressupostos teóricos e metodológicos da Sociolinguística Variacionista (LABOV) e examina o uso dos pronomes-sujeito na linguagem das histórias em quadrinhos das personagens Flash Gordon, Tarzan e Homem-Aranha, para verificar: se está em curso a mudança de não-preenchimento para preenchimento do pronome-sujeito e se há fatores que estejam condicionando o uso ou não do sujeito pronominal. A amostra desta pesquisa - que após codificada é submetida às rodadas do programa VARBRUL - é composta de 25.243 dados, levantados a partir de 288 revistas veiculadas nas décadas de 50, 60, 70, 80 e 90. Os resultados mostram que há uma mudança em curso com relação ao preenchimento do pronome-sujeito, passando da situação de não-preenchimento para a de preenchimento no período de 1950 a 1980.
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A gramatica das formas possessivas no portugues do Brasil

Muller, Ana Lucia de Paula 20 May 1997 (has links)
Orientador: Rodolfo Ilari / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-22T08:45:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Muller_AnaLuciadePaula_D.pdf: 4507404 bytes, checksum: 3661de9c5c27201aa534e2f816918774 (MD5) Previous issue date: 1997 / Resumo: Esta tese examina a sintaxe e a semântica das formas possessivas no português brasileiro, tratando das seguintes questões: (i) a relação anafórica entre as formas possessivas seu/dele e seus antecedentes; (ii) a relação entre o pronome possessivo e os argumentos genitivos de um sintagma nominal; (iii) as diferentes funções sintáticas e semânticas do pronome possessivo conforme sua posição no sintagma nominal. Este trabalho estabelece que o possessivo de terceira pessoa - seu - é uma anáfora, no sentido de que não é capaz de funcionar como um dêitico, i. e., não possui independência referencial. Seu comporta-se como uma variável no sentido da lógica e, por essa razão, seus antecedentes são, na maioria dos casos, sintagmas quantificados ou sintagmas genéricos cuja interpretação pode ser traduzida por um quantificador universal. Dele, ao contrário, é um pronome que recupera antecedentes referenciais. A tese demonstra a existência de argumentos genitivos de um núcleo nominal - constituintes sintáticos caracterizados por serem introduzidos por de, aceitarem paráfrase com cujo, por não permitirem a substituição por um pronome oblíquo e, finalmente, por serem os únicos constituintes pronominálizáveis por um pronome possessivo. Demonstra-se também a existência de uma hierarqui~ estrutural. entre esses argumentos (do argumento mais "externo" ao mais "interno"): possuidor> agente/experienciador > tema. Essa hierarquia é respeitada quando do estabelecimento da interpretação de um pronome possessiv() anteposto: o pronome é sempre interpretado como o argumento mais "externo"! Existe, portanto, uma relação estrutural entre o pronome possessivo anteposto e os argumentos genitivos de um núcleo nominal. Finalmente, o papel delimitador/determinante do pronome possessivo anteposto ao núcleo nominal é contrastado ao papel predicativo/atributivo do pronome posposto. O pronome possessivo anteposto é analisado como um argumento do núcleo nominal ocupando uma posição de especificado r com escopo sobre o núcleo nominal, seus argumentos e adjuntos. Já o pronome posposto é analisado como um predicado do núcleo, ocupando uma posição de adjunto do nome-núcleo / Abstract: This thesis examines the syntax and semantics of possessive forms in Brazilian Portuguese focussing on the following questions: (I) the anaporic relation between the possessive forms seu/dele and their antecedents; (ii) the relation between the possessive pronoun and the genitive arguments of a nominal phrase; (iii) the different syntactic and semantic functions of the possessive pronoun according to its position in the nominal phrase. The thesis claims that the 3rd person possessive - seu - is an anaphor in the sense that it is not capable of behaving like a deictic, that is, it has no referential independence. Seu behaves as a variable, in the logical sense and, for this reason, takes quantified phrases or generics with a universal quantifier interpretation as antecedents. Dele, on the other hand, is a pronoun which takes referential antecedents. The thesis argues tor the existence of genitive arguments of a noun phrase - syntactic constituents that may be characterized by being introduced by de, being paraphrasable by cujo, not accepting substitution by a pronoun and, finally, by being the only constituents which can be pronominalized by a possessive pronoun. Genitive arguments obey a structural hierarchy (from the most "external" to the most "internal): possessive > agent/experiencer > theme. This hierarchy is obeyed by an anteposed possessive pronoun: this pronoun is always interpreted as the most external argument. There is, therefore, a structural relation between the anteposed possessive pronoun and the genitive arguments of a nominal head. Finally, the delimitative/determiner role of the anteposed possessive pronoun is contrasted with the predicative/attributive role of the postposea pronoun. The anteposed pronoun is analysed asan argument of the nominal head in a specifier position having scope over the nominal phrase. The postposed pronoun is analysed as a predicate in adjunction to the nominal head / Doutorado / Doutor em Linguística
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Quem e "voce"? analise de um pronome pessoal

Corradello, Elaine de Fatima Alcara 21 October 1997 (has links)
Orientador: Sirio Possenti / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-22T22:31:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Corradello_ElainedeFatimaAlcara_M.pdf: 2259530 bytes, checksum: 4c9e9030cfb03ce9df02189a4d1005a2 (MD5) Previous issue date: 1997 / Resumo: O trabalho consiste em focalizar o pronome pessoal da 2a pessoa do discurso, você, sob distintas perspectivas: gramatical, sociolingüística e pragmático-discursiva, tendo como objetivo defender que nem sempre o pronome pode ser analisado unicamente como fazendo referência ao interlocutor, porque ocorre no discurso, muitas vezes, como um indeterminador referencial, podendo ser entendido como a referência: a) ao próprio locutor; b) ao locutor, mais um grupo específico de pessoas, menos o interlocutor; c) a uma 3a pessoa; e d) a referência ao locutor, mais interlocutor, mais "todo mundo", "quem quer que seja", indistintamente. Gramaticalmente, com base nas definições de Gramáticas Normativas Tradicionais (GNTs), o pronome é classificado, pela maioria, apenas como um pronome de tratamento da 2a pessoa, utilizado como forma íntima e familiar de tratamento, não sendo considerada a sua função indeterminadora no discurso, comumente usada pelos falantes do português do Brasil. De uma análise sociolingüística (corpus do Projeto NURC) podemos conferir que são os falantes do sexo masculino, da primeira faixa etária, os que mais se utilizam, do você indeterminador, especialmente em situações dialógicas e menos formais. Com efeito, é este último fator (grau de formalidade) o que mais propicia o uso do pronome em questão. Pela análise pragmático-discursiva é possível chegar-se ao significado do pronome na instância discursiva, através da análise contextual, do posicionamento dos interlocutores, de suas intenções e de todas as estratégias que permeiam o discurso / Abstract: The goal of the job is to focus the personal pronoum on the second person of the speech, você, under distinct perspectives: grammatical, sociolingüistics and pragmatic discursive, having as a goal to prove that not always, the pronoum can be c1assified only as the reference to the listener, because it occurs many times in the speech as an indeterminating reference, being able to be understood as a reference: a) to the self speaker; b) to the speaker and a specific group of persons but the listener; c) to a third person of the speech; and d) to the speaker and listener and "todo mundo" ("everybody"), "quem quer que seja"("whoever it is"), indistinctively. Grammaticaly, based on the Tradicional Normative Grammars the pronoum is c1assified, mostly, only as a treatment pronoum of the second person, using in the familiar and personal treatments, not being considered its indeterminating function, comonly used by brasilian portuguese speakers. Under a sociolingüistic analyses we can confirm that the male speakers, of the first age, are those who most use the você indeterminator, especially under less formal diailoguing conditions. As a matter of fact, is what most propritiate the use of this pronoum. From a pragmatic-discursive analyse it's possible to arrive to the prorioum's meaning at the moment of production, trough the delimitation of the peoples involved in the reference, as of the contextualanalyses, of the listener's positioning, their intentions on of all the strategies that suround the discurse / Mestrado / Mestre em Linguística
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Estudo comparativo da sintaxe pronominal em São Paulo e Porto Alegre

Alencar, Maria das Graças de 12 February 1998 (has links)
Orientador: Charlotte C. Galves / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-24T13:03:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Alencar_MariadasGracasde_M.pdf: 7680979 bytes, checksum: d9decbb952730a7439bad72d58086547 (MD5) Previous issue date: 1998 / Resumo: Mudanças ocorridas no português brasileiro vêm provocando um distanciamento cada vez maior entre as gramáticas brasileira e portuguesa. A perda do Princípio Evite Pronome bem como o uso da categoria vazia e do pronome lexical ele em posição obieto ilustram de forma bastante clara essa separação entre as duas gramáticas. Diversas pesquisas sobre o tema têm creditado essas mudanças superficiais a uma mudança mais profunda ocorrida no português brasileiro, a saber: o enfraquecimento da concordância Porém, um estudo de Monteiro (91) sobre o sitema pronominal brasileiro revela que a cidade de Porto Alegre é a cidade que menos se enquadra na mudança anunciada, enquanto São Paulo é a que mais se encaixa nas descrições feitas para o potuguês brasileiro. Isto, aliado ao fato de Porto Alegre ainda fazer uso do pronome de 28 pessoa, o que, a princípio, nos pareceu ser um indício de concordância forte, ou seja, de distinção gramatical entre as três pessoas do discurso e ao fato de São Paulo empregar muito freqüentemente o pronome você e a expressão a gente, o que desencadeia a erosão do sistema flexional verbal, nos fizeram escolher estas duas capitais para estabelecer um estudo comparativo. O presente estudo, baseado na fala de informantes do Projeto NURC (Norma URbana Culta), procura avaliar se as diferenças regionais atestadas por Monteiro (91) seriam evidências de que Porto Alegre apresenta uma gramática distinta da descrita para o português brasileiro, permanecendo fiel à gramátiça portuguesa ou se as diferenças observadas constituem apenas variações permitidas no interior de uma mesma gramática ou ainda se seriam apenas reflexos de uma diferenciação no nível de implementação da mudança / Abstract: informed. / Mestrado / Mestre em Linguística
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Idiossincrasias do processamento de pronomes plurais / Idiosyncrasies of processing plural pronouns

Godoy, Mahayana Cristina, 1985- 24 August 2018 (has links)
Orientador: Edson Françozo / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-24T10:24:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Godoy_MahayanaCristina_D.pdf: 4933990 bytes, checksum: c592273bb1019af254798b4a660fb45a (MD5) Previous issue date: 2014 / Resumo: Tradicionalmente, o estudo do processamento das expressões pronominais sempre partiu do pressuposto de que o processador, ao ser confrontado com um pronome, inicia uma busca imediata por um antecedente. Esse ponto de vista guiou boa parte dos vários estudos sobre pronomes singulares (e.g., Arnold et al., 2000; Sturt, 2003) e, também, os poucos estudos feitos sobre o processamento de pronomes plurais (e.g., Oakhill et al., 1992). Nesse trabalho, apresentamos casos de pronomes plurais não-anafóricos que desafiam essa visão incremental, como em "Alice gostava de comer carne, e eles faziam uma picanha suculenta na churrascaria do Leblon". Nesse caso, só é possível alcançar a referência do pronome plural ao final da sentença, quando se chega à expressão "churrascaria do Leblon". Esses casos nos levam a questionar (i) se pronomes plurais, assim como os singulares, se ligam imediatamente a um antecedente provido pelo contexto; (ii) se o processamento de pronomes plurais depende de um antecedente explícito ou inferível no contexto para que possa ocorrer sem custos cognitivos adicionais. Em um primeiro experimento de leitura feito por meio de rastreamento ocular, testamos com que rapidez pronomes plurais e singulares constroem uma relação correferencial com um antecedente explícito no contexto anterior. Os resultados indicam que pronomes singulares estabelecem uma relação imediata de correferência, e a revogação essa relação implica custo cognitivo comparativamente a contextos em que a correferência é mantida. Pronomes plurais, por outro lado, parecem não se ligar de imediato com seu suposto antecedente, o que faz com que situações de revogação de correferência não resultem em um custo adicional de processamento. Em um segundo experimento, testamos quão necessários são esses antecedentes para que pronomes plurais e singulares sejam lidos sem custo adicional. Pronomes singulares que não tinham um antecedente explícito no contexto anterior levaram a um maior tempo de leitura do que pronomes singulares que mantinham relação de correferência com um antecedente. Por outro lado, pronomes plurais sem antecedente não foram cognitivamente mais custosos em comparação a pronomes plurais que contavam com um antecedente explícito no contexto. Levando em conta os processos de resolução pronominal, concluímos que nossos resultados não corroboram o pressuposto de que pronomes plurais e singulares sigam a mesma estratégia de resolução. Como pronomes plurais tendem a depender de informações apresentadas posteriormente no texto, sua resolução pode ser adiada sem acarretar custo processual. Além disso, como nossos dados sugerem que pronomes plurais podem permanecer sem resolução por um período de tempo, os resultados descritos parecem indicar que o processamento linguístico pode se pautar por representações superficiais do input linguístico em algumas situações específicas / Abstract: The study of pronoun resolution has traditionally relied on the presupposition that the parser starts searching for an antecedent as soon as it is confronted with a pronoun. This view has guided most of the large amount of work on the processing of singular pronouns (e.g. Arnold et al., 2000; Sturt, 2003) as well as the scarce work that has been done on the resolution of plural pronouns (e.g., Oakhill et al., 1992). Here, we study some occurrences of plural pronouns that seem to defy such an incremental view, as in "Alice used to eat beef everyday, and they usually prepared a delicious New York strip at the steakhouse". In this text, a referent for the plural pronoun "they" is inferred through the locative "at the steakhouse", but it is not until the end of the sentence that the reader has this information. These observations raise the questions of (i) whether plural pronouns create an immediate co-referential relation with a possible antecedent and (ii) whether processing plural pronouns really requires an antecedent by the time these expressions are read. In an eye-tracker experiment, we tested how quickly singular and plural pronouns build a co-referential link with a referent that was explicit in a previous sentence. Our results show that singular pronouns are immediately read as co-referential to their antecedent, and canceling this co-reference evokes a greater cost in comparison to situations in which the co-reference is kept through the whole sentence. On the other hand, plural pronouns does not seem to create such an immediate relation with its supposed antecedent, and canceling the co-reference does not result in extra processing cost. In a self-paced reading task, we tested how crucial it was for the processing of plural and singular pronouns that these expressions had an antecedent. Singular pronouns with no antecedent showed greater reading times in comparison to pronouns that had an antecedent. Reading times for plural pronouns were the same regardless of the presence of an antecedent. From the perspective of pronoun processing, we can conclude that the results described above do not fit the presupposition that singular and plural pronoun processing follow the same resolution strategy. Because plural pronouns may depend on information presented later in the discourse, its resolution may be delayed without causing extra processing cost. Furthermore, because our data suggest that plural pronouns may continue unresolved, these results may also be interpreted as evidence that language processing, in specific situations, may rely on superficial representations of discourse structure / Doutorado / Linguistica / Doutora em Linguística
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A estrutura das sentenças com pronome interrogativo no portugues brasileiro atual

Sikansi, Nilmara Soares 04 November 1994 (has links)
Orientador: Mary Aizawa Kato / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-19T15:37:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Sikansi_NilmaraSoares_M.pdf: 14514625 bytes, checksum: 018cecd74307326b473664fc7839f62c (MD5) Previous issue date: 1994 / Resumo: Esse trabalho procura analisar a ordem Sujeito-Verbo nas sentenças interrogativas com elemento Q-. Sendo assim, procurei identificar o tipo de estruturação que ocorre em diversos contextos de uso da língua: Projeto NURC-SP (EF, D2 e DID), programas de entrevistas na televisão, peças teatrais, romances, contexto de sala de aula de adultos e crianças, redações do vestibular da UNICAMP, entre outros. A metodologia empregada na análise dos dados é a proposta por Tarallo & Kato (1989) - Harmonia Trans-sistêmica - que une a perspectiva paramétrica do modelo gerativista de Chomsky com o estudo quantitativo adotado pela Sociolingüística laboviana. A conclusão a que chego nesse trabalho é de que a inversão Verbo-Sujeito nas interrogativas com elemento Q- é um fenômeno extremamente restrito no português do Brasil atual, aplicando-se basicamente quando o verbo é uma cópula. Nos demais casos, o que encontramos é uma falsa inversão com o sintagma nominal aparecendo deslocado à direita com um pronome co-referente nulo (pro) na posição de sujeito. / Abstract: Not informed. / Mestrado / Mestre em Linguística
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Demonstrativo, deixis e interdiscurso

Cardoso, Silvia Helena Barbi 20 December 1994 (has links)
Orientador: Sirio Possenti / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-19T18:50:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Cardoso_SilviaHelenaBarbi_D.pdf: 6914011 bytes, checksum: 6f1ab072f1c648c46e32d1025a1cb7b6 (MD5) Previous issue date: 1994 / Resumo: A tradição lingüistica e a tradição filosófica ignoram um nivel pragmático-discursivo de interpretação, necessariamente ideológico, que preside ao fenômeno da dêixis, quer se trate da dêixis "ostensiva", quer da dêixis "anafórica". Esse olhar ideologicamente neutro, que a tradição endereça à dêixis, se deve, de acordo com a hipótese que aqui se defende, ao pressuposto segundo o qual uma das funções da linguagem é mostrar os referentes, devendo essa "mostração" (que se supõe tão bem desempenhada pelos demonstrativos, "os signos mais dêiticos que existem") ser pura, livre de qualquer avaliação ideológica. A partir da análise dos pronomes demonstrativos do português falado, este trabalho propõe que não existe pura indiciação de referentes quando aquilo que se utiliza para mostrar é um signo demonstrativo. À assunção de que a referência é um pressuposto (existencial ou textual) contrapõe-se a hipótese discursiva da referência, segundo a qual a referência, necessariamente social, dialógica, é construida no e pelo discurso. O discurso é aqui concebido como um acontecimento histórico, histórico em dois sent.idos: num primeiro sentido porque é dependente do jogo de influências sociais que o condiciona e de outros discursos com os quais dialoga; num segundo sentido, pela sua singularidadesituada e datada de acontecimento único, irrepetivel, dependente da noção de ato. O demonstrativos, quer como determinantes, quer como núcleos do sintagma nominal, constituem um lugar privilegiado de contato que o discurso que se constitui na interlocução (acontecimento discursivo), responsável pela construção dos objetos de referência, mantém com o seu exterior especifico ou com o domínio do interdiscurso, que oferece os antecedentes ideológicos de tal construção / Abstract: Linguistic as well as phylosophical tradition do not take into account a pragmatic discursive level of interpretation, necessarily ideological, that determines the 'ostensive' or 'anaphoric' deixis. This ideologically neutral posture that tradition addresses to deixis is due to, according to our hypothesis, the pressuposition under which one of the fuctions of language is to show the referents. Tradition supposes that this demonstration is well performed by demonstrative pronouns, the most perfect deictical. According to this same tradition, this act of 'showing' is pure, free from any ideologicalevaluation. From the analysis of the demonstrativepronouns of spoken Portuguese,th~s thesis proposes that pure presentation of referents do not exist when a demonstrative pronoun is used. Instead of the assumption that reference is a pressuposition (existentialor textual), this work presents the discursive hypothesis, under which the reference, necessarily social and dialogical, is built up in and through discourse. Discourse is conceived here as a historical evento It is historical in two senses. First because it depends on the game of social influences as well as the other discourses with wpic~ discourse dialogues. Second, it is historical through its singularity, situated and dated of a unique event, non-repeatable. In this sense, discourse is dependent of the notion of act. The demonstrative pronouns, functioning either as determiners or as noun phrases as a whole, constitute a privileged place of contact that the discourse event, responsible for the construction of the referents, keeps with its specific exterior or with i~s interdiscursive domain. This historical domain provides the ideological antecedents so that discourse constructs reference / Doutorado / Doutor em Ciências

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