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A poética do desenho em terapia de casal

Borges, André Luiz de Biagi 30 August 2013 (has links)
Couple therapy, influenced by the discourse of social constructionism in its theorethical multiplicity, emphasizes the use of language as the builder of reality. However, it typically restricts its interest to the resources of verbal language, devoting little attention to other linguistic forms. Considering the possibility of contributing to this knowledge, we propose the inclusion of drawings as a language resource for therapeutic practices, increasing the understanding of the use of the language in a responsive-relational joint action for construction of meanings. Thus, this study aims at understanding the relational processes of meaning co-construction through the creation of drawings, in the context of Couple Therapy, seeking, in a special way, to analyze the implications of the use of drawings in the construction of change narratives of oneself and the marriage relationship. The study was carried out by way of video recordings of the therapy sessions of three couples, in 10 weekly sessions in a social clinic context. The analysis of the data, based on the constructionist version of social poetics, included transcripts of all sessions, followed by readings that allowed for the identification of different uses of the drawings. From the analysis of the drawings produced by the three couples, we identified drawing as a creative resource to: (a) facilitate conversation hampered by tension, (b) signal focus and selection of oscillatory conversation, (c) explore what has not yet been said in conversation, (d) strengthen the descriptions and narratives created in conversation and (e) summarize the assessment process. The detailed analysis of the therapeutic process of one of the couples, which presented a greater variation of elements referring to individual and marital aspects, showed that the practice of drawing in marital therapy creates participatory contexts in which spouses could feel safe to engage in the creative process, with inventive possibilities of one coming to be desirable and satisfying. In this way, the drawings became a propitiatory resource in bringing life to the use of the word, as well as promoting other forms of speech, freed from the captivity of the usual modes, normalized within human relationships. In couple therapy, drawings are possible as a new part of our language which incorporated with the usual and within the same, allows for the learning of new gestures and the production of new meanings. / A terapia de casal influenciada pelo discurso do construcionismo social, em sua multiplicidade teórica, enfatiza o uso da linguagem como construtora de realidades, porém, tipicamente, restringe seu interesse aos recursos da linguagem verbal, dedicando pouca atenção a outras formas linguísticas. Considerando possível contribuir com esse conhecimento, propomos a inclusão do desenho como recurso linguístico das práticas terapêuticas, ampliando o entendimento do uso da linguagem em uma ação conjunta responsiva-relacional de construção de sentidos. Assim, este estudo tem por objetivo compreender os processos relacionais de coconstrução de sentidos mediante a criação do desenho, no contexto de Terapia de Casal, buscando, especificamente, analisar as implicações da utilização do desenho na construção de narrativas de mudança de si e da relação conjugal. A pesquisa foi realizada por meio da vídeo-gravação do atendimento de três casais, em 10 sessões semanais, no contexto de uma clínica social. A análise dos dados, fundamentada na versão construcionista da poética social, incluiu as transcrições de todas as sessões, seguidas de leituras que possibilitaram a identificação de diferentes usos do desenho. A partir da análise dos desenhos produzidos pelos três casais, identificamos o desenho como recurso criativo para: (a) viabilizar a conversa dificultada pela tensão; (b) sinalizar o foco e a seleção da conversa oscilatória; (c) explorar o ainda não dito na conversa; (d) fortalecer as descrições e narrativas criadas na conversa e (e) sintetizar o processo avaliatório. A análise detalhada do processo terapêutico de um dos casais, o qual apresentou maior variação de elementos trabalhados referentes aos aspectos individual e conjugal, mostrou que a prática do desenho na terapêutica conjugal cria contextos participativos, nos quais os cônjuges puderam sentir-se seguros para o engajamento no processo criativo, com possibilidades inventivas de um vir a ser desejável e satisfatório. Dessa forma, o desenho configurou-se em recurso propiciatório para trazer vida ao uso da palavra, bem como promotor de outras formas de falar libertadoras do cativeiro dos modos usuais, normatizados dentro das relações humanas. Na terapia de casal, o desenho é possível como uma nova parte de nossa linguagem que incorporada à usual, dentro dela, permitirá a aprendizagem de novos gestos e a produção de novos sentidos. / Mestre em Psicologia Aplicada
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O processo de construção de sentidos sobre mudança em Terapia Familiar / The construction of meaning on change in Family Therapy

Biagi, Berenice Araújo Dantas de 18 October 2012 (has links)
Therapeutic change has been widely researched in Clinical Psychology, using a variety of research methods in the production of knowledge. However, there is little empirical research on change in family therapy underpinned by a social constructionist perspective, and especially by the social poetics. This perspective defines the therapeutic conversation as an dialogical activity, and the poetics leads us back to the \"inside\" of such conversations, highlighting its constructive effects. In this study, we seek this understanding of the process of production of meanings built on therapeutic change in the Family Therapy care context. We aim specifically to: a) identify outstanding moments of the therapeutic process; and b) articulate them to a narrative of family change. In this study, we analyzed the therapeutic process of two families based on the transcripts of audio-taped sessions. Participants were two family groups consisting of: a) mother and daughter; and b) three sisters. The steps of the analysis consisted of: a) exhaustive and curious reading of the sessions transcribed in order to apprehend the dynamism of conversational process; b) identification of remarkable moments in the therapeutic process, as defined by family members and/or the therapist; c) descriptive analysis of striking moments, introducing the context of its occurrence and the involvement of the family and therapist; and d) articulation of the interrelations between the prominent moments during sessions, indicating a narrative of therapeutic change. The analysis pointed out that the conversational construction of therapeutic change in the first family was marked by shifting the discourse from the initial work related health problem of the mother to a discourse of the agency with the care in life. Such construction was analyzed in relation to three key aspects: (a) The deconstruction of the meaning of work, (b) The redefinition of the mother-daughter relationship, and (c) Reconstruction of life. In the second family, the process of meaning construction was marked by the displacement of the discourse of an individual problem - the concern of one daughter for the illness of her mother to a description guided by relational responsibility, also analyzed from three aspects: (a) The course of illness, (b) Coconstructing care, and (c) Life care. The analysis allowed further comprehension of two underlying distinct processes, Agency and Relational Responsibility as ways to promote therapeutic change in family therapy. This study draws our attention to these discursive forms present in the construction of meaning and knowledge production. / A mudança terapêutica tem sido amplamente pesquisada em Psicologia Clínica, utilizando-se uma diversidade de métodos de pesquisa na produção de conhecimento sobre a mesma. Contudo, há poucas pesquisas empíricas sobre a mudança em Terapia Familiar sustentadas por uma perspectiva construcionista social e, especialmente, pela poética social. Essa perspectiva define a conversa terapêutica como atividade dialógica e a poética nos remete para dentro de tais conversas, evidenciando seus efeitos construtivos. Assim, neste estudo, buscamos este entendimento do processo de produção de sentidos sobre a mudança terapêutica construído no contexto de atendimento em Terapia Familiar. Visamos especificamente: a) identificar momentos marcantes do processo terapêutico; e b) articulá-los a uma narrativa de mudança da família. Nesta pesquisa, analisamos o processo terapêutico de duas famílias a partir da transcrição integral das sessões áudio-gravadas. Os participantes da pesquisa foram dois núcleos familiares constituído por: a) mãe e filha; e b) três irmãs. Os passos da análise consistiram na: a) leitura exaustiva e curiosa das sessões transcritas com vistas a apreender o dinamismo do processo conversacional; b) identificação de momentos marcantes do processo terapêutico, tais como definidos pelos membros da família e/ou pela terapeuta; c) análise descritiva dos momentos marcantes, apresentando o contexto de sua ocorrência e a participação da família e da terapeuta; e d) articulação das inter-relações entre os momentos marcantes apontando para uma narrativa da mudança terapêutica. A análise apontou que a construção conversacional da mudança terapêutica na primeira família foi marcada pelo deslocamento do discurso inicial do problema de saúde da mãe oriundo do trabalho para o discurso do agenciamento com o cuidado da vida. Tal construção foi analisada em relação a três aspectos centrais: (a) A desconstrução do sentido do trabalho; (b) A redefinição da relação mãe-filha; e (c) A reconstrução da vida. Na segunda família, o processo de construção de sentidos foi marcado pelo deslocamento do discurso do problema individual preocupação de uma filha com a doença da mãe para uma descrição pautada por uma responsabilidade relacional, analisados também sob três aspectos: (a) O agir no adoecimento; (b) Coconstruindo o cuidado; e (c) O cuidado com a vida. A análise permitiu ainda compreender dois processos distintos subjacentes, o agenciamento e a responsabilidade relacional como formas de promover a mudança terapêutica em Terapia Familiar. Este estudo nos atenta para estas formas discursivas presentes na construção de sentidos e na produção de conhecimento. / Mestre em Psicologia

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