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Tradução no contexto da Era Vargas: Érico Veríssimo, tradutor de Aldous Huxley

Souto, Sheila Maria Tabosa Silva 27 February 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T12:40:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 816611 bytes, checksum: 4117bbf74011ab28c0f0fccd2227f005 (MD5) Previous issue date: 2014-02-27 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The present work analyzes Erico Veríssimo as a translator of Point counter point (1928) by Aldous Huxley in Globe Publishing House. His translation, Contraponto (1934), is analyzed in the context of translation and ideology of Vargas Age, a nationalist and authoritarian government. The methodology is developed via cultural transferences, and it intends to comprehend the trajectory of Erico Veríssimo as a translator and remake the translation process of Point counter point. The profile of the translator Veríssimo is initially traced through his first experiences at Globe Magazine, where he published rapid translations, inventing pseudonyms for them. Later on, he published translations of books internationally known and the translation process occurred in an elevated and more elaborated standard. The route and the choice of Contraponto translation initially presented an editorial audacity of Veríssimo, who risked commercially, once the literary work was dense and the author was not known in Brazil. However, it was a decisive point to the translator Veríssimo and to the divulgation of Huxley in Brazil. Contraponto became a best-seller and an editorial milestone. It was published in the Nobel Collection, which brings to the ordinary reader and the intellectuals of that epoch the translation of literary works of international repercussion, raising and enriching culturally its public. The editorial policy of Globe in translating the world classics is linked to the nationalist ideals of Vargas in valuing the role of vernacular language and the education in the search for an identity for the Nation. In a selective textual analysis from the concepts of specific cultural items in translation by Aixelá and the Theory of Polisystems, it is highlighted that translation is marked by conservation strategy (repetition), in a tendency of adequacy. The translation of Veríssimo permits the visualization of marks of foreign culture. Moreover, it does not nationalize cultural specificities, adding new information to the reader. With the concepts of translation and ideology brought by Lefevere, it is understood that rewriting can be inspired by ideological motivations. Therefore, it could be associated that Contraponto approaches ideological questions related to fascism, linking them to Vargas Age, with which had totalitarian similarities. / Este trabalho analisa Erico Veríssimo enquanto tradutor na Editora Globo da obra Point counter point (1928), de Aldous Huxley, intitulada Contraponto (1934), no contexto da tradução e ideologia no Regime Vargas, governo autoritário e nacionalista. A metodologia é desenvolvida via transferências culturais, buscando compreender a trajetória de Erico Veríssimo como tradutor e refazer o processo tradutório da obra de Huxley. O perfil do tradutor Veríssimo é traçado inicialmente através de suas primeiras experiências na Revista do Globo, onde lançava no mercado traduções rápidas, inventando pseudônimos para as mesmas; e, posteriormente, com a publicação de traduções de obras de renome internacional, onde o processo tradutório ocorria num padrão elevado e mais elaborado. O percurso e a escolha da tradução Contraponto representam inicialmente uma ousadia editorial de Veríssimo, arriscando-se comercialmente, uma vez que a obra era densa e o autor desconhecido no Brasil; e, de fato, foi um ponto decisivo para Veríssimo tradutor e para a divulgação de Huxley no Brasil. Contraponto foi sucesso de vendas e um marco editorial, publicado na coleção Nobel, que levava ao leitor médio e aos intelectuais da época as traduções de repercussão internacional, formando e enriquecendo culturalmente seu público. A política editorial da Globo de traduzir os clássicos mundiais coaduna com os ideais nacionalistas de Vargas de valorizar o papel da língua vernácula e da educação na busca da identidade da Nação. Numa análise textual seletiva a partir dos conceitos dos itens culturais específicos em tradução trazidos por Aixelá e da teoria de polissistemas, destacamos que a tradução é marcada pela estratégia de conservação (repetição), numa tendência à adequação. Sua tradução permite a visualização das marcas da cultura estrangeira, não nacionaliza especificidades culturais, acrescentando informações novas ao leitor. Com os conceitos de tradução e ideologia advindos de Lefevere, entendemos que a reescritura pode ser inspirada por motivações ideológicas, logo podemos associar o fato de Contraponto tratar de questões ideológicas ligadas ao fascismo com o Governo Vargas, que possuía semelhanças totalitaristas.

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