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Pensar sem apoios: Hannah Arendt e a vida do espírito como política do pensar / Thinking without bannisters: Hannah Arendt and the life of the mind as a politics of thinking

Novaes, Adriana Carvalho 26 April 2017 (has links)
Esta tese tem como objetivo mostrar que as atividades do espírito às quais Hannah Arendt se dedicou nos últimos anos de vida foram elaboradas ao longo de toda a sua obra. Para isso, as apropriações do pensamento de Immanuel Kant foram decisivas, assim como a crítica às reduções identificadas na interpretação das experiências da história principalmente pelo pensamento moderno. O método de Arendt é destacado e consiste na identificação da origem e interpretação das experiências que geraram significados e como esses significados foram transformados pelo distanciamento das origens ou pela escolha de uma abordagem limitada de negação do caráter contingente dos assuntos humanos. A história da maneira pela qual princípios da filosofia foram tomados e o reexame desses sentidos atribuídos à experiência dirigem os esforços de Arendt para a elaboração de uma política do pensar, fundamentada na defesa da espontaneidade e da resistência que a ação exige de nossas faculdades no contexto violento do século XX, cenário este que contaminou a compreensão da política pela experiência inédita do mal do totalitarismo. A partir da crítica à funcionalização, às falácias metafísicas e aos conceitos totalizantes e personalizados, Arendt combate a negação da filosofia e busca conciliar pensamento e ação pela redefinição das atividades do espírito e pela defesa da contingência e da imprevisibilidade da história. Assim, as atividades do espírito o pensamento, a vontade e o juízo ganham estatuto ontológico, pois afirmados como transcendentes e constitutivos do modo pelo qual o ser humano estabelece e compartilha sua existência e as atribuições de significado. A afirmação da vida do espírito por Arendt se dá como um pensar sem apoios, o que significa a compreensão da filosofia como interpretação da realidade que não se deixa determinar por quaisquer explicações universalizantes sejam advindas da natureza, de teorias ou ideologias. A filosofia de Arendt é um pensar sem apoios na afirmação da insegurança do pensamento filosófico como uma política do pensar. / This thesis aims to demonstrate that the activities of the mind, to which Hannah Arendt dedicated herself in the last years of her life, were indeed elaborated throughout her work. To this end, the appropriations of Immanuel Kant\'s thinking were decisive, so was her criticism to the reductionism employed by modern thought in the interpretation of historical experiences. Arendt\'s method highlighted herein is two-fold. On the one hand, it identifies the origin and interpretation of experiences that have generated meanings. On the other, it shows how distancing from origins has transformed such meanings as well as how the limited approach imposed by the denial of the fact that human affairs are intrinsically contingent. The history of the way in which principles of philosophy were treated, and the reexamination of these meanings attributed to experience, guide Arendt\'s efforts through the elaboration of a politics of thinking, which is based on the defense of spontaneity and resistance. The violent context of the twentieth century, the unprecedented experience of evil brought out by totalitarianism, required the redefinition of the activities of our mind. From critique to functionalization and to totalizing and personalized concepts, Arendt fights the denial of philosophy and seeks to reconcile thought and action by redefining the activities of the mind and by defending the contingency and the unpredictability of history. Therefore, the activities of the mind thinking, willing and judging gain ontological status as affirmed as constitutive of the way in which individuals establish and share their existence and attributions of meaning. The assertion of the life of the mind by Arendt is given as thinking without bannisters, which means understanding philosophy as an interpretation of reality that is not left to be determined by any universalizing explanations, either by nature, by theory or ideology. Thus, she asserts the thinking without bannisters: the insecurity of philosophical thought as a politics of thinking.
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Pensar sem apoios: Hannah Arendt e a vida do espírito como política do pensar / Thinking without bannisters: Hannah Arendt and the life of the mind as a politics of thinking

Adriana Carvalho Novaes 26 April 2017 (has links)
Esta tese tem como objetivo mostrar que as atividades do espírito às quais Hannah Arendt se dedicou nos últimos anos de vida foram elaboradas ao longo de toda a sua obra. Para isso, as apropriações do pensamento de Immanuel Kant foram decisivas, assim como a crítica às reduções identificadas na interpretação das experiências da história principalmente pelo pensamento moderno. O método de Arendt é destacado e consiste na identificação da origem e interpretação das experiências que geraram significados e como esses significados foram transformados pelo distanciamento das origens ou pela escolha de uma abordagem limitada de negação do caráter contingente dos assuntos humanos. A história da maneira pela qual princípios da filosofia foram tomados e o reexame desses sentidos atribuídos à experiência dirigem os esforços de Arendt para a elaboração de uma política do pensar, fundamentada na defesa da espontaneidade e da resistência que a ação exige de nossas faculdades no contexto violento do século XX, cenário este que contaminou a compreensão da política pela experiência inédita do mal do totalitarismo. A partir da crítica à funcionalização, às falácias metafísicas e aos conceitos totalizantes e personalizados, Arendt combate a negação da filosofia e busca conciliar pensamento e ação pela redefinição das atividades do espírito e pela defesa da contingência e da imprevisibilidade da história. Assim, as atividades do espírito o pensamento, a vontade e o juízo ganham estatuto ontológico, pois afirmados como transcendentes e constitutivos do modo pelo qual o ser humano estabelece e compartilha sua existência e as atribuições de significado. A afirmação da vida do espírito por Arendt se dá como um pensar sem apoios, o que significa a compreensão da filosofia como interpretação da realidade que não se deixa determinar por quaisquer explicações universalizantes sejam advindas da natureza, de teorias ou ideologias. A filosofia de Arendt é um pensar sem apoios na afirmação da insegurança do pensamento filosófico como uma política do pensar. / This thesis aims to demonstrate that the activities of the mind, to which Hannah Arendt dedicated herself in the last years of her life, were indeed elaborated throughout her work. To this end, the appropriations of Immanuel Kant\'s thinking were decisive, so was her criticism to the reductionism employed by modern thought in the interpretation of historical experiences. Arendt\'s method highlighted herein is two-fold. On the one hand, it identifies the origin and interpretation of experiences that have generated meanings. On the other, it shows how distancing from origins has transformed such meanings as well as how the limited approach imposed by the denial of the fact that human affairs are intrinsically contingent. The history of the way in which principles of philosophy were treated, and the reexamination of these meanings attributed to experience, guide Arendt\'s efforts through the elaboration of a politics of thinking, which is based on the defense of spontaneity and resistance. The violent context of the twentieth century, the unprecedented experience of evil brought out by totalitarianism, required the redefinition of the activities of our mind. From critique to functionalization and to totalizing and personalized concepts, Arendt fights the denial of philosophy and seeks to reconcile thought and action by redefining the activities of the mind and by defending the contingency and the unpredictability of history. Therefore, the activities of the mind thinking, willing and judging gain ontological status as affirmed as constitutive of the way in which individuals establish and share their existence and attributions of meaning. The assertion of the life of the mind by Arendt is given as thinking without bannisters, which means understanding philosophy as an interpretation of reality that is not left to be determined by any universalizing explanations, either by nature, by theory or ideology. Thus, she asserts the thinking without bannisters: the insecurity of philosophical thought as a politics of thinking.

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