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Significados e dimensões da leitura-escrita no contexto familiar de crianças de seis e sete anos / Significations et dimensions de la lecture - écriture dans le contexte familial d´enfants de six à sept ansFARIAS, Maria Cilvia Queiroz January 2006 (has links)
FARIAS, Maria Cilvia Queiroz. Significados e dimensões da leitura-escrita no contexto familiar de crianças de seis e sete anos. 2006. 150f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira, Fortaleza-CE, 2006. / Submitted by Maria Josineide Góis (josineide@ufc.br) on 2012-07-30T15:57:57Z
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Previous issue date: 2006 / Este trabalho relata um estudo de caso realizado com 13 crianças de 6 a 7 anos, que estudam no Núcleo de Desenvolvimento da Criança (NDC), escola de Educação Infantil ligada ao Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal do Ceará (UFC). Pertencentes a famílias que se diferenciam em função do segmento socioeconômico, os sujeitos representam diferentes grupos da UFC: professores, alunos e funcionários de nível superior, médio e apoio. O estudo analisou as relações entre as significações atribuídas pelas famílias à leitura e à escrita e a apropriação, pela criança, deste objeto de conhecimento. Este estudo considera que a criança é sujeita às contradições de uma dupla história - a de suas disposições internas e das condições socioculturais, principalmente advindas da família - espaço histórico e simbólico, onde se entrelaçam as relações e a transmissão cultural entre as gerações. As famílias ao se organizarem materialmente e ao atribuírem significados aos atos de ler e escrever em um determinado tempo e espaço estão contribuindo para a formação de crianças leitoras. Por meio de entrevistas semi-estruturadas realizadas com as famílias e crianças e da observação participante foram obtidos dados a respeito das práticas de leitura e de escrita na família. Utilizando testes de leitura e de escrita, foram diagnosticados os níveis conceituais das crianças em relação à psicogênese da língua escrita. Constatou-se que todas as crianças adquiriram a competência para ler e escrever. Esse sucesso pode ser explicado pelos seguintes fatos: as crianças pertencem a famílias alfabetizadas e letradas; participam ativamente de práticas compartilhadas de leitura e de escrita na família; estão inseridas em um programa escolar que, além de considerar as concepções construídas em ambiente extra escolar, desenvolve atividades de leitura e de escrita, com funções reais, contextualizadas e desafiadoras. Admite-se que a escola cumpriu seu papel de alfabetizar e letrar as crianças, mas diferenças nos níveis conceituais de leitura e de escrita foram registradas. Essas diferenças não se relacionam com o capital econômico (poder aquisitivo da família), nem com o capital institucionalizado (títulos de graduação e de pós-graduação dos pais), nem tão pouco aos bens objetivados (acervo literário). Relacionam-se principalmente com os bens incorporados que se referem às capacidades de apropriação pela criança dos signos culturais existentes e de resignificação destes signos. Como conclusão registra-se que concepções mais elaboradas relacionadas com a leitura e a escrita foram identificadas nas crianças cujas famílias desenvolvem de forma mais intensa e sistemática práticas compartilhadas de leitura envolvendo a literatura infantil. / Ce mémoire rapporte une étude de cas réalisée auprès de 13 enfants de 6 à 7 ans, scolarisés au NDC (Groupe de Recherches sur le Développement de l´Enfant), école maternelle líée au Département d´Economie Domestique de l´Université Fédérale du Ceará (UFC) à Fortaleza - Brésil. Les sujets appartiennent à des familles de segments socio-économique différents qui représentent plusieurs groupes de professionnels de l´UFC : professeurs, étudiants et fonctionnaires de niveaux de scolarité supérieure, secondaire ou primaire. L´étude analyse les relations entre les significations attribuées à la lecture et à l´écriture par les familles et l´appropriation par l´enfant de cet objet de connaissance. Ce travail considère que l´enfant est sujet aux contradictions d´une double histoire - celle de ses dispositions internes et celle de ses conditions socio culturelles, principalement originaires de la famille - espace historique et symbolique, dans lequel s´entrelacent les relations et la transmission culturelles entre les générations. Les familles quand elles s´organisent matériellement et donnent sens aux actes de lire et d´écrire dans un temps et un espace déterminés contribuent à la formation d´enfants lecteurs. Certaines données concernant les pratiques de lecture dans la famille ont été recueillies au moyen d´entretiens semi-ouverts réalisés avec les familles et les enfants et d´observations participantes. Des tests de lecture et d´écriture ont permis de diagnostiquer les niveaux conceptuels des enfants dans le cadre de la psychogenèse de la langue écrite. Il a été constaté que tous les enfants ont acquis les compétences de lecture et d´écriture. Ce succès peut s´expliquer par les faits suivants : les enfants viennent de familles alphabétisées et lectrices ; elles participent activement à des pratiques conjointes de lecture et d´écriture dans la famille ; elles sont insérées dans un programme scolaire qui, en plus de tenir compte des conceptions construites dans l´environnement extra-scolaire, met en oeuvre des activités de lecture et d´écriture qui offrent des enjeux réels contextualisés et représentant des défis. On admet que l´école a joué son rôle alphabétiseur et de formation du lecteur, mais des différences entre les niveaux conceptuels ont été enregistrées. Ces différences ne sont liées ni au capital économique (pouvoir acquisitif de la famille), ni au capital institutionnalisé (maîtrise ou diplôme de troisième cycle des parents), ni aux biens objectivés (livres de littérature possédés). Elles sont surtout en relation avec les biens constitués qui se réfèrent aux capacités d´appropriation par l´enfant des signes culturels existant et de leur ressignification. En conclusion on remarque que les conceptions les plus élaborées à propos de la lecture et de l´écriture ont été identifiées chez les enfants qui développent de la façon la plus intense des pratiques conjointes de lecture incluant la littérature pour enfants.
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