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A sociocriosfera nos Andes Centrais: percepções, adaptações e impactos dos desastres glaciais no Callejón de Huaylas, Peru / Sociocryosphere in the central Andes: perceptions, adaptations and impacts of glacial disasters in the Callejón de Huaylas, PeruFigueiredo, Anderson Ribeiro de January 2017 (has links)
Este trabalho investigou a sociocriosfera nos Andes Centrais e examinou as percepções, adaptações e os impactos dos desastres glaciais nos povoados do Callejón de Huaylas, Peru. Trata-se de um estudo de caso que se utiliza de conceitos de cultura, adaptação, risco, perigo e desastre para compreender de forma integrada os efeitos advindos de mudanças climáticas regionais e as relações existentes entre os povoados do Callejón de Huaylas com as geleiras adjacentes. O trabalho teve como base os aportes teórico-metodológicos da Geografia Física e da abordagem cultural na Geografia para entender os problemas físicos e humanos advindos da ocupação de uma região inóspita. A investigação foi estruturada em três momentos: primeiramente, foi realizada a construção dos cenários físicos dos desastres glaciais, por meio de uma série de instrumentos – como mapas geológico, geomorfológico, de declividade, de uso e ocupação do solo e dos principais riscos glaciais do flanco ocidental do Nevado Huascarán (Cordilheira Branca). Posteriormente, foi investigado o processo civilizatório andino no Callejón de Huaylas – com base, principalmente, em evidências arqueológicas, foi gerado o mapa de localização dos assentamentos pré-colombianos, de acordo com os estágios de desenvolvimento cultural. O terceiro momento refere-se à identificação dos efeitos pós-coloniais e de ocupação humana em zonas de alto perigo na região periglacial, aumentando o risco dessas comunidades. Assim, no campo dos cenários físicos, a integração dos registros geológicos e geomorfológicos mostrou o dinamismo das regiões periglaciais andinas, ou seja, desde longa data a paisagem vem sendo definida pela dinâmica glacial Os principais vetores da dinâmica do fluxo de massas, desencadeada por ação glacial direta e indireta, permitiu a delimitação das principais regiões de perigo. Nessas regiões, situa-se grande parte da infraestrutura agrícola atual, e no caso da cidade de Huaraz (9°31'42"S e 77°31'37"O), grande parte das áreas urbanas, mostrando o grande risco ao qual está submetida. Por outro lado, sítios arqueológicos como Keushu (9°5'24"S e 77°41'59"O), não se encontram em zonas de grande perigo de fluxos decorrentes da dinâmica glacial. No cenário do processo civilizatório, os assentamentos das culturas pré-colombianas localizavam-se, predominantemente, em zonas elevadas, distantes dos trajetos de aluviões. Portanto, consideramos que as culturas pré-colombianas adaptaram-se aos perigos dos desastres glaciais. Nesse sentido, é pertinente reconhecer que essas populações gestaram um essencial etnoconhecimento andino. As cidades modernas mais populosas, como Huaraz, que estão em áreas de alto risco de desastres glaciais, tem origem na época colonial. Assim, o período colonial resultou não apenas na espoliação das riquezas dos Andes, mas, sobretudo, na desestruturação de um sistema cognitivo milenar. O processo de desterritorialização produzido pelos desastres glaciais provocou, para além de perdas econômicas, perdas de relações, que afetam a existência da pessoa produzindo, portanto, perdas irreparáveis. A reterritorialização dos locais suscetíveis aos desastres glaciais se dá pela necessidade de se ter um lugar (para plantar, para viver), mas também devido aos sentimentos topofílicos que se referem ao elo afetivo existente entre a pessoa e o lugar. Em suma, este trabalho mostra que o modelo de sociedade pós-colonial tende a inviabilizar possíveis estratégias de adaptação às mudanças climáticas no Callejón de Huaylas. / This work investigated the sociocryosphere of the central Andes, examining perceptions, adaptations and impacts of glacial disasters on the towns of the Callejón de Huaylas, Peru. It is a case study that uses concepts of culture, adaptation, risk, hazard and disaster to comprehend in an integrated way the effects of regional climate changes and the existing relations between the villages of the Callejón de Huaylas and adjacent glaciers. The work is based on the Physical Geography theoretical-methodological contributions and the cultural approach in Geography to understand the physical and human problems arising from the occupation of an inhospitable region. The research was structured in three moments. Firstly, the physical scenarios of glacial disasters were constructed through a series of instruments - such as geological, geomorphological, slope, land use and occupation maps and the main glacial hazards of the western flank of the Nevado Huascarán (Cordillera Blanca). Subsequently, the Andean civilization process was investigated in the Callejón de Huaylas - based, mainly, on archaeological evidence, the map of the pre-Columbian settlements location was generated, according to the cultural development stages. The third point concerns the identification of post-colonial effects and human occupation in the periglacial region high-danger zones, increasing the risk of these communities. Thus, in the field of physical scenarios, the integration of geological and geomorphological records showed the dynamism of Andean periglacial regions, that is, the landscape has long been defined by glacial dynamics. The main mass flow dynamics vectors, triggered by direct and indirect glacial action, allowed the delimitation of the main danger regions A large part of the present agricultural infrastructure is located in these regions, and in the case of the city of Huaraz (9°31'42"S e 77°31'37"O), a great part of the urban areas, showing the great risk to which it is submitted. On the other hand, archaeological sites like Keushu (9°5'24"S e 77°41'59"O) are not in zones of great danger of flows from glacial dynamics. In the civilization process scenario, the pre-Columbian cultures settlements were located, mainly, in elevated zones, far from the alluvial paths. Therefore, we consider that pre-Columbian cultures have adapted to the hazards of glacial disasters. In this sense, it is pertinent to recognize that these populations have generated an essential Andean ethno-cognition. The most populous modern cities, such as Huaraz, in areas of high risk of glacial disasters, originated in the colonial time. Thus the colonial period resulted not only in the spoliation of the riches of the Andes, but above all, in the deconstruction of a millenarian cognitive system. The process of deterritorialization produced by glacial disasters has caused, in addition to economic losses, loss of relationships, which affect the person's existence, thus producing irreparable losses. The reterritorialization of sites susceptible to glacial disasters is due to the need to have a place (to plant, to live), but also due to the topophilic feelings that refer to the affective link between the person and the place. In short, this work shows that the postcolonial society model tends to make impossible strategies to adapt to climate change in the Callejón de Huaylas.
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A sociocriosfera nos Andes Centrais: percepções, adaptações e impactos dos desastres glaciais no Callejón de Huaylas, Peru / Sociocryosphere in the central Andes: perceptions, adaptations and impacts of glacial disasters in the Callejón de Huaylas, PeruFigueiredo, Anderson Ribeiro de January 2017 (has links)
Este trabalho investigou a sociocriosfera nos Andes Centrais e examinou as percepções, adaptações e os impactos dos desastres glaciais nos povoados do Callejón de Huaylas, Peru. Trata-se de um estudo de caso que se utiliza de conceitos de cultura, adaptação, risco, perigo e desastre para compreender de forma integrada os efeitos advindos de mudanças climáticas regionais e as relações existentes entre os povoados do Callejón de Huaylas com as geleiras adjacentes. O trabalho teve como base os aportes teórico-metodológicos da Geografia Física e da abordagem cultural na Geografia para entender os problemas físicos e humanos advindos da ocupação de uma região inóspita. A investigação foi estruturada em três momentos: primeiramente, foi realizada a construção dos cenários físicos dos desastres glaciais, por meio de uma série de instrumentos – como mapas geológico, geomorfológico, de declividade, de uso e ocupação do solo e dos principais riscos glaciais do flanco ocidental do Nevado Huascarán (Cordilheira Branca). Posteriormente, foi investigado o processo civilizatório andino no Callejón de Huaylas – com base, principalmente, em evidências arqueológicas, foi gerado o mapa de localização dos assentamentos pré-colombianos, de acordo com os estágios de desenvolvimento cultural. O terceiro momento refere-se à identificação dos efeitos pós-coloniais e de ocupação humana em zonas de alto perigo na região periglacial, aumentando o risco dessas comunidades. Assim, no campo dos cenários físicos, a integração dos registros geológicos e geomorfológicos mostrou o dinamismo das regiões periglaciais andinas, ou seja, desde longa data a paisagem vem sendo definida pela dinâmica glacial Os principais vetores da dinâmica do fluxo de massas, desencadeada por ação glacial direta e indireta, permitiu a delimitação das principais regiões de perigo. Nessas regiões, situa-se grande parte da infraestrutura agrícola atual, e no caso da cidade de Huaraz (9°31'42"S e 77°31'37"O), grande parte das áreas urbanas, mostrando o grande risco ao qual está submetida. Por outro lado, sítios arqueológicos como Keushu (9°5'24"S e 77°41'59"O), não se encontram em zonas de grande perigo de fluxos decorrentes da dinâmica glacial. No cenário do processo civilizatório, os assentamentos das culturas pré-colombianas localizavam-se, predominantemente, em zonas elevadas, distantes dos trajetos de aluviões. Portanto, consideramos que as culturas pré-colombianas adaptaram-se aos perigos dos desastres glaciais. Nesse sentido, é pertinente reconhecer que essas populações gestaram um essencial etnoconhecimento andino. As cidades modernas mais populosas, como Huaraz, que estão em áreas de alto risco de desastres glaciais, tem origem na época colonial. Assim, o período colonial resultou não apenas na espoliação das riquezas dos Andes, mas, sobretudo, na desestruturação de um sistema cognitivo milenar. O processo de desterritorialização produzido pelos desastres glaciais provocou, para além de perdas econômicas, perdas de relações, que afetam a existência da pessoa produzindo, portanto, perdas irreparáveis. A reterritorialização dos locais suscetíveis aos desastres glaciais se dá pela necessidade de se ter um lugar (para plantar, para viver), mas também devido aos sentimentos topofílicos que se referem ao elo afetivo existente entre a pessoa e o lugar. Em suma, este trabalho mostra que o modelo de sociedade pós-colonial tende a inviabilizar possíveis estratégias de adaptação às mudanças climáticas no Callejón de Huaylas. / This work investigated the sociocryosphere of the central Andes, examining perceptions, adaptations and impacts of glacial disasters on the towns of the Callejón de Huaylas, Peru. It is a case study that uses concepts of culture, adaptation, risk, hazard and disaster to comprehend in an integrated way the effects of regional climate changes and the existing relations between the villages of the Callejón de Huaylas and adjacent glaciers. The work is based on the Physical Geography theoretical-methodological contributions and the cultural approach in Geography to understand the physical and human problems arising from the occupation of an inhospitable region. The research was structured in three moments. Firstly, the physical scenarios of glacial disasters were constructed through a series of instruments - such as geological, geomorphological, slope, land use and occupation maps and the main glacial hazards of the western flank of the Nevado Huascarán (Cordillera Blanca). Subsequently, the Andean civilization process was investigated in the Callejón de Huaylas - based, mainly, on archaeological evidence, the map of the pre-Columbian settlements location was generated, according to the cultural development stages. The third point concerns the identification of post-colonial effects and human occupation in the periglacial region high-danger zones, increasing the risk of these communities. Thus, in the field of physical scenarios, the integration of geological and geomorphological records showed the dynamism of Andean periglacial regions, that is, the landscape has long been defined by glacial dynamics. The main mass flow dynamics vectors, triggered by direct and indirect glacial action, allowed the delimitation of the main danger regions A large part of the present agricultural infrastructure is located in these regions, and in the case of the city of Huaraz (9°31'42"S e 77°31'37"O), a great part of the urban areas, showing the great risk to which it is submitted. On the other hand, archaeological sites like Keushu (9°5'24"S e 77°41'59"O) are not in zones of great danger of flows from glacial dynamics. In the civilization process scenario, the pre-Columbian cultures settlements were located, mainly, in elevated zones, far from the alluvial paths. Therefore, we consider that pre-Columbian cultures have adapted to the hazards of glacial disasters. In this sense, it is pertinent to recognize that these populations have generated an essential Andean ethno-cognition. The most populous modern cities, such as Huaraz, in areas of high risk of glacial disasters, originated in the colonial time. Thus the colonial period resulted not only in the spoliation of the riches of the Andes, but above all, in the deconstruction of a millenarian cognitive system. The process of deterritorialization produced by glacial disasters has caused, in addition to economic losses, loss of relationships, which affect the person's existence, thus producing irreparable losses. The reterritorialization of sites susceptible to glacial disasters is due to the need to have a place (to plant, to live), but also due to the topophilic feelings that refer to the affective link between the person and the place. In short, this work shows that the postcolonial society model tends to make impossible strategies to adapt to climate change in the Callejón de Huaylas.
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A sociocriosfera nos Andes Centrais: percepções, adaptações e impactos dos desastres glaciais no Callejón de Huaylas, Peru / Sociocryosphere in the central Andes: perceptions, adaptations and impacts of glacial disasters in the Callejón de Huaylas, PeruFigueiredo, Anderson Ribeiro de January 2017 (has links)
Este trabalho investigou a sociocriosfera nos Andes Centrais e examinou as percepções, adaptações e os impactos dos desastres glaciais nos povoados do Callejón de Huaylas, Peru. Trata-se de um estudo de caso que se utiliza de conceitos de cultura, adaptação, risco, perigo e desastre para compreender de forma integrada os efeitos advindos de mudanças climáticas regionais e as relações existentes entre os povoados do Callejón de Huaylas com as geleiras adjacentes. O trabalho teve como base os aportes teórico-metodológicos da Geografia Física e da abordagem cultural na Geografia para entender os problemas físicos e humanos advindos da ocupação de uma região inóspita. A investigação foi estruturada em três momentos: primeiramente, foi realizada a construção dos cenários físicos dos desastres glaciais, por meio de uma série de instrumentos – como mapas geológico, geomorfológico, de declividade, de uso e ocupação do solo e dos principais riscos glaciais do flanco ocidental do Nevado Huascarán (Cordilheira Branca). Posteriormente, foi investigado o processo civilizatório andino no Callejón de Huaylas – com base, principalmente, em evidências arqueológicas, foi gerado o mapa de localização dos assentamentos pré-colombianos, de acordo com os estágios de desenvolvimento cultural. O terceiro momento refere-se à identificação dos efeitos pós-coloniais e de ocupação humana em zonas de alto perigo na região periglacial, aumentando o risco dessas comunidades. Assim, no campo dos cenários físicos, a integração dos registros geológicos e geomorfológicos mostrou o dinamismo das regiões periglaciais andinas, ou seja, desde longa data a paisagem vem sendo definida pela dinâmica glacial Os principais vetores da dinâmica do fluxo de massas, desencadeada por ação glacial direta e indireta, permitiu a delimitação das principais regiões de perigo. Nessas regiões, situa-se grande parte da infraestrutura agrícola atual, e no caso da cidade de Huaraz (9°31'42"S e 77°31'37"O), grande parte das áreas urbanas, mostrando o grande risco ao qual está submetida. Por outro lado, sítios arqueológicos como Keushu (9°5'24"S e 77°41'59"O), não se encontram em zonas de grande perigo de fluxos decorrentes da dinâmica glacial. No cenário do processo civilizatório, os assentamentos das culturas pré-colombianas localizavam-se, predominantemente, em zonas elevadas, distantes dos trajetos de aluviões. Portanto, consideramos que as culturas pré-colombianas adaptaram-se aos perigos dos desastres glaciais. Nesse sentido, é pertinente reconhecer que essas populações gestaram um essencial etnoconhecimento andino. As cidades modernas mais populosas, como Huaraz, que estão em áreas de alto risco de desastres glaciais, tem origem na época colonial. Assim, o período colonial resultou não apenas na espoliação das riquezas dos Andes, mas, sobretudo, na desestruturação de um sistema cognitivo milenar. O processo de desterritorialização produzido pelos desastres glaciais provocou, para além de perdas econômicas, perdas de relações, que afetam a existência da pessoa produzindo, portanto, perdas irreparáveis. A reterritorialização dos locais suscetíveis aos desastres glaciais se dá pela necessidade de se ter um lugar (para plantar, para viver), mas também devido aos sentimentos topofílicos que se referem ao elo afetivo existente entre a pessoa e o lugar. Em suma, este trabalho mostra que o modelo de sociedade pós-colonial tende a inviabilizar possíveis estratégias de adaptação às mudanças climáticas no Callejón de Huaylas. / This work investigated the sociocryosphere of the central Andes, examining perceptions, adaptations and impacts of glacial disasters on the towns of the Callejón de Huaylas, Peru. It is a case study that uses concepts of culture, adaptation, risk, hazard and disaster to comprehend in an integrated way the effects of regional climate changes and the existing relations between the villages of the Callejón de Huaylas and adjacent glaciers. The work is based on the Physical Geography theoretical-methodological contributions and the cultural approach in Geography to understand the physical and human problems arising from the occupation of an inhospitable region. The research was structured in three moments. Firstly, the physical scenarios of glacial disasters were constructed through a series of instruments - such as geological, geomorphological, slope, land use and occupation maps and the main glacial hazards of the western flank of the Nevado Huascarán (Cordillera Blanca). Subsequently, the Andean civilization process was investigated in the Callejón de Huaylas - based, mainly, on archaeological evidence, the map of the pre-Columbian settlements location was generated, according to the cultural development stages. The third point concerns the identification of post-colonial effects and human occupation in the periglacial region high-danger zones, increasing the risk of these communities. Thus, in the field of physical scenarios, the integration of geological and geomorphological records showed the dynamism of Andean periglacial regions, that is, the landscape has long been defined by glacial dynamics. The main mass flow dynamics vectors, triggered by direct and indirect glacial action, allowed the delimitation of the main danger regions A large part of the present agricultural infrastructure is located in these regions, and in the case of the city of Huaraz (9°31'42"S e 77°31'37"O), a great part of the urban areas, showing the great risk to which it is submitted. On the other hand, archaeological sites like Keushu (9°5'24"S e 77°41'59"O) are not in zones of great danger of flows from glacial dynamics. In the civilization process scenario, the pre-Columbian cultures settlements were located, mainly, in elevated zones, far from the alluvial paths. Therefore, we consider that pre-Columbian cultures have adapted to the hazards of glacial disasters. In this sense, it is pertinent to recognize that these populations have generated an essential Andean ethno-cognition. The most populous modern cities, such as Huaraz, in areas of high risk of glacial disasters, originated in the colonial time. Thus the colonial period resulted not only in the spoliation of the riches of the Andes, but above all, in the deconstruction of a millenarian cognitive system. The process of deterritorialization produced by glacial disasters has caused, in addition to economic losses, loss of relationships, which affect the person's existence, thus producing irreparable losses. The reterritorialization of sites susceptible to glacial disasters is due to the need to have a place (to plant, to live), but also due to the topophilic feelings that refer to the affective link between the person and the place. In short, this work shows that the postcolonial society model tends to make impossible strategies to adapt to climate change in the Callejón de Huaylas.
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A noção de "Monarquia Universal" segundo o historiador Serge Gruzinski : aspectos metodológicos, simbólicos e institucionais no período hispano-colonialGiorgi, Grasiela de Souza Thomsen January 2014 (has links)
O presente trabalho investiga os métodos utilizados pelo etno-historiador Serge Gruzinski – as Connected Histories e a História das Sensibilidades – com a finalidade de compreender como foram construídas as instituições jurídico-políticas pela monarquia católica na América Espanhola até o final da dinastia dos Habsburgos, a partir de uma realidade hegemônica preexistente nos povos pré-colombianos. Não foi possível a simples implantação do sistema institucional hispânico e também não se perpetuaram as instituições pré-colombianas, criandose instituições mescladas. Trata-se de uma realidade complexa, na qual não podem ser considerados apenas indígenas e espanhóis, pois através deste contato surgiram os mestiços e na América nasceram os criollos. Aportaram no Novo Mundo negros, povos de outras raças que se misturaram. Esta mistura não ocorreu apenas no aspecto biológico, mas antes na religião, na escrita e nas instituições. O método das connected histories foi criado por Sanjay Subrahmanyam e adotado por Gruzinski. Os principais desencadeadores deste método, quando aplicado à América Espanhola, são: a função mediadora dos passeurs culturels a descentralização da história e as mestiçagens. Os passeurs são quem realiza os processos de ocidentalização e de globalização. A descentralização da história substitui o polo único europeu ou ibérico por uma pluralidade de centros localizados na periferia, buscando a elaboração da história de forma global e não reducionista. A Monarquia Católica é o campo de observação e aplicação deste método porque está para além dos limites do Estado-nacional. Os elementos mestiços tem sido ignorados ou desvalorizados ao longo da história, mas são importantes porque aprofundam a história e apresentam as realidades complexas, para além de espanhóis e indígenas. Destaca-se também a importância das imagens e do imaginário, que podem expressar uma ideia diretamente, cujas reações são difíceis de traduzir em palavras. É importante captar a história para além das expressões intelectuais ou técnicas, sob pena de haver um reducionismo na apreensão do passado. Trata-se do método da história das sensibilidades. Por fim, é importante destacar a visão de Matthew Restall em relação aos mitos da conquista espanhola, com sua crítica ao mito da superioridade dos espanhóis, pois não podemos partir da premissa de que os espanhóis eram em algum sentido melhores do que os nativos americanos, sob pena de não compreendermos a complexidade da história gerada a partir do contato entre estes dois mundos. / The present work searches the methods used by the etno historian Serge Gruziski – The Connected Histories and the Sensibilities’ History – to understand how the Catholic Monarchy built the political and juridical institutions of the Spanish America until the end of the Habsburg Dynasty, upon a hegemonic reality pre-existent in the pre-Columbian peoples. The simple implantation of the Spanish institutional system was impossible, as was the perpetuation of the pre-Columbian institutions, originating mixed institutions. It was a complex reality, in which we cannot just consider Indians and Spaniards, because from this very contact emerged mestizos and in America, creoles were born. Negroes and other races docked in America and mixed. This mix don´t happen only in the biologic sense, but also and above all in the religion, in the writings and in the institutions. The connected histories method was created by Sanjay Subrahmanyam and adopted by Gruzinski. The main elements of this method, when applied to the Spanish America, are the mediator paper of the passeurs culturels, the history´s decentralization and the miscegenation. The passeurs are the actors who made the processes of the westernization and globalization. The history´s decentralization replaces the only European pole by a plurality of centers situated in the periphery, seeking to elaborate a global history and not a reductionist version of it. The Catholic Monarchy is the field of observation and application of this method, because it is beyond the limits of the State Nation. The mestizos has been ignored or devaluated through the history, but they are important because they deepen the history and show complex realities, beyond Spaniards and Indians. Noteworthy is also the importance of the images and the imaginary, that can express an idea directly, whose reactions are difficult to translate in words. It´s important to understand the history beyond the intellectual and technical expressions, otherwise we generate a reductionist view and comprehension of the past. This is the method of the Sensibilities’ History. Finally, it’s important to highlight Matthew Restall’s view towards the myths of the Spanish Conquer, with his critic to the myth of the Spanish superiority, because we cannot start by the premise that the Spaniards were in either way better than the native Americans, otherwise we will be unable to understand the complexity of the history generated by the contact between this two worlds.
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A noção de "Monarquia Universal" segundo o historiador Serge Gruzinski : aspectos metodológicos, simbólicos e institucionais no período hispano-colonialGiorgi, Grasiela de Souza Thomsen January 2014 (has links)
O presente trabalho investiga os métodos utilizados pelo etno-historiador Serge Gruzinski – as Connected Histories e a História das Sensibilidades – com a finalidade de compreender como foram construídas as instituições jurídico-políticas pela monarquia católica na América Espanhola até o final da dinastia dos Habsburgos, a partir de uma realidade hegemônica preexistente nos povos pré-colombianos. Não foi possível a simples implantação do sistema institucional hispânico e também não se perpetuaram as instituições pré-colombianas, criandose instituições mescladas. Trata-se de uma realidade complexa, na qual não podem ser considerados apenas indígenas e espanhóis, pois através deste contato surgiram os mestiços e na América nasceram os criollos. Aportaram no Novo Mundo negros, povos de outras raças que se misturaram. Esta mistura não ocorreu apenas no aspecto biológico, mas antes na religião, na escrita e nas instituições. O método das connected histories foi criado por Sanjay Subrahmanyam e adotado por Gruzinski. Os principais desencadeadores deste método, quando aplicado à América Espanhola, são: a função mediadora dos passeurs culturels a descentralização da história e as mestiçagens. Os passeurs são quem realiza os processos de ocidentalização e de globalização. A descentralização da história substitui o polo único europeu ou ibérico por uma pluralidade de centros localizados na periferia, buscando a elaboração da história de forma global e não reducionista. A Monarquia Católica é o campo de observação e aplicação deste método porque está para além dos limites do Estado-nacional. Os elementos mestiços tem sido ignorados ou desvalorizados ao longo da história, mas são importantes porque aprofundam a história e apresentam as realidades complexas, para além de espanhóis e indígenas. Destaca-se também a importância das imagens e do imaginário, que podem expressar uma ideia diretamente, cujas reações são difíceis de traduzir em palavras. É importante captar a história para além das expressões intelectuais ou técnicas, sob pena de haver um reducionismo na apreensão do passado. Trata-se do método da história das sensibilidades. Por fim, é importante destacar a visão de Matthew Restall em relação aos mitos da conquista espanhola, com sua crítica ao mito da superioridade dos espanhóis, pois não podemos partir da premissa de que os espanhóis eram em algum sentido melhores do que os nativos americanos, sob pena de não compreendermos a complexidade da história gerada a partir do contato entre estes dois mundos. / The present work searches the methods used by the etno historian Serge Gruziski – The Connected Histories and the Sensibilities’ History – to understand how the Catholic Monarchy built the political and juridical institutions of the Spanish America until the end of the Habsburg Dynasty, upon a hegemonic reality pre-existent in the pre-Columbian peoples. The simple implantation of the Spanish institutional system was impossible, as was the perpetuation of the pre-Columbian institutions, originating mixed institutions. It was a complex reality, in which we cannot just consider Indians and Spaniards, because from this very contact emerged mestizos and in America, creoles were born. Negroes and other races docked in America and mixed. This mix don´t happen only in the biologic sense, but also and above all in the religion, in the writings and in the institutions. The connected histories method was created by Sanjay Subrahmanyam and adopted by Gruzinski. The main elements of this method, when applied to the Spanish America, are the mediator paper of the passeurs culturels, the history´s decentralization and the miscegenation. The passeurs are the actors who made the processes of the westernization and globalization. The history´s decentralization replaces the only European pole by a plurality of centers situated in the periphery, seeking to elaborate a global history and not a reductionist version of it. The Catholic Monarchy is the field of observation and application of this method, because it is beyond the limits of the State Nation. The mestizos has been ignored or devaluated through the history, but they are important because they deepen the history and show complex realities, beyond Spaniards and Indians. Noteworthy is also the importance of the images and the imaginary, that can express an idea directly, whose reactions are difficult to translate in words. It´s important to understand the history beyond the intellectual and technical expressions, otherwise we generate a reductionist view and comprehension of the past. This is the method of the Sensibilities’ History. Finally, it’s important to highlight Matthew Restall’s view towards the myths of the Spanish Conquer, with his critic to the myth of the Spanish superiority, because we cannot start by the premise that the Spaniards were in either way better than the native Americans, otherwise we will be unable to understand the complexity of the history generated by the contact between this two worlds.
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A noção de "Monarquia Universal" segundo o historiador Serge Gruzinski : aspectos metodológicos, simbólicos e institucionais no período hispano-colonialGiorgi, Grasiela de Souza Thomsen January 2014 (has links)
O presente trabalho investiga os métodos utilizados pelo etno-historiador Serge Gruzinski – as Connected Histories e a História das Sensibilidades – com a finalidade de compreender como foram construídas as instituições jurídico-políticas pela monarquia católica na América Espanhola até o final da dinastia dos Habsburgos, a partir de uma realidade hegemônica preexistente nos povos pré-colombianos. Não foi possível a simples implantação do sistema institucional hispânico e também não se perpetuaram as instituições pré-colombianas, criandose instituições mescladas. Trata-se de uma realidade complexa, na qual não podem ser considerados apenas indígenas e espanhóis, pois através deste contato surgiram os mestiços e na América nasceram os criollos. Aportaram no Novo Mundo negros, povos de outras raças que se misturaram. Esta mistura não ocorreu apenas no aspecto biológico, mas antes na religião, na escrita e nas instituições. O método das connected histories foi criado por Sanjay Subrahmanyam e adotado por Gruzinski. Os principais desencadeadores deste método, quando aplicado à América Espanhola, são: a função mediadora dos passeurs culturels a descentralização da história e as mestiçagens. Os passeurs são quem realiza os processos de ocidentalização e de globalização. A descentralização da história substitui o polo único europeu ou ibérico por uma pluralidade de centros localizados na periferia, buscando a elaboração da história de forma global e não reducionista. A Monarquia Católica é o campo de observação e aplicação deste método porque está para além dos limites do Estado-nacional. Os elementos mestiços tem sido ignorados ou desvalorizados ao longo da história, mas são importantes porque aprofundam a história e apresentam as realidades complexas, para além de espanhóis e indígenas. Destaca-se também a importância das imagens e do imaginário, que podem expressar uma ideia diretamente, cujas reações são difíceis de traduzir em palavras. É importante captar a história para além das expressões intelectuais ou técnicas, sob pena de haver um reducionismo na apreensão do passado. Trata-se do método da história das sensibilidades. Por fim, é importante destacar a visão de Matthew Restall em relação aos mitos da conquista espanhola, com sua crítica ao mito da superioridade dos espanhóis, pois não podemos partir da premissa de que os espanhóis eram em algum sentido melhores do que os nativos americanos, sob pena de não compreendermos a complexidade da história gerada a partir do contato entre estes dois mundos. / The present work searches the methods used by the etno historian Serge Gruziski – The Connected Histories and the Sensibilities’ History – to understand how the Catholic Monarchy built the political and juridical institutions of the Spanish America until the end of the Habsburg Dynasty, upon a hegemonic reality pre-existent in the pre-Columbian peoples. The simple implantation of the Spanish institutional system was impossible, as was the perpetuation of the pre-Columbian institutions, originating mixed institutions. It was a complex reality, in which we cannot just consider Indians and Spaniards, because from this very contact emerged mestizos and in America, creoles were born. Negroes and other races docked in America and mixed. This mix don´t happen only in the biologic sense, but also and above all in the religion, in the writings and in the institutions. The connected histories method was created by Sanjay Subrahmanyam and adopted by Gruzinski. The main elements of this method, when applied to the Spanish America, are the mediator paper of the passeurs culturels, the history´s decentralization and the miscegenation. The passeurs are the actors who made the processes of the westernization and globalization. The history´s decentralization replaces the only European pole by a plurality of centers situated in the periphery, seeking to elaborate a global history and not a reductionist version of it. The Catholic Monarchy is the field of observation and application of this method, because it is beyond the limits of the State Nation. The mestizos has been ignored or devaluated through the history, but they are important because they deepen the history and show complex realities, beyond Spaniards and Indians. Noteworthy is also the importance of the images and the imaginary, that can express an idea directly, whose reactions are difficult to translate in words. It´s important to understand the history beyond the intellectual and technical expressions, otherwise we generate a reductionist view and comprehension of the past. This is the method of the Sensibilities’ History. Finally, it’s important to highlight Matthew Restall’s view towards the myths of the Spanish Conquer, with his critic to the myth of the Spanish superiority, because we cannot start by the premise that the Spaniards were in either way better than the native Americans, otherwise we will be unable to understand the complexity of the history generated by the contact between this two worlds.
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