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Investigação diacrônica de construções complexas formadas por [[achar] + [predicação não-verbal]] / Diachronic investigation of complex constructions formed by [[achar] + [non-verbal predication]]Parreira, Ana Caroline de Lima 25 May 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-05-25 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Este trabalho investiga dois tipos de predicações não-verbais encaixadas no verbo achar e estruturadas por recurso a predicador de natureza adjetival, o primeiro designado predicação não-verbal encaixada simples (acho (que) a pesquisa (é) interessante) e o segundo, predicação não-verbal encaixada complexa (acho (que é) bom (que) você ir /vá embora). O principal objetivo do trabalho consiste em traçar o percurso de desenvolvimento diacrônico dessas construções na história do português, adotando-se como aparato teórico-metodológico os Modelos Baseados no Uso (KEMMER; BERLOW, 2000; BYBEE, 2010), perspectiva que procura conjugar pressupostos da Linguística Cognitiva e do Funcionalismo, estes representados, especialmente, pelos estudos sobre gramaticalização de orações (HOPPER; TRAUGOTT, 2003; LEHMANN, 1988). A fim de atestar a trajetória de mudança das construções em análise, investigaram-se dois diferentes corpora: um primeiro, composto por amostras do português histórico dos séculos XIII a XX; e um segundo, que inclui amostras de fala representativas do século XXI. A análise dos resultados comprovou que as predicações não-verbais, ao longo da história do português, não resultam de um processo de integração de orações, como propõe Lehmann (1988) para as predicações verbais. Constatou-se que essas construções são resultantes de um processo de gramaticalização que leva à expansão da estrutura e do significado dos argumentos que as constituem, motivada por analogização. As mudanças observadas nas predicações não-verbais encaixadas envolvem três fatores: o primeiro de ordem formal, diz respeito ao tipo morfossintático do argumento sujeito da construção, que, de nominal passa a oracional; o segundo, de ordem funcional, relaciona-se ao tipo semântico da entidade representada pelo argumento sujeito, que de indivíduo passa a permitir a codificação também de estado-de-coisas, episódio e proposição (LYONS, 1977; DIK, 1989; HENGEVELD; MACKENZIE, 2008); o terceiro, também de ordem funcional, refere-se à classe semântica do predicado não-verbal, que se expande da classe dos qualificativos para a classe dos avaliativos e dos modais. Essas mudanças em conjunto, associadas à abstratização do verbo achar, permitiram comprovar a hipótese de que predicações não-verbais simples, mais integradas à construção matriz, submetem-se a um processo histórico de expansão semântica e estrutural, rumo a um complexo oracional menos integrado, e não a processo contrário. Conclui-se, portanto, que essa nova forma de organização do complexo oracional reflete o modo como a língua permite aos falantes avaliar experiências mais abstratas, a partir de experiências mais concretas, utilizando-se, para isso, de estruturas pré-existentes na língua. / This study investigates two kinds of non-verbal constructions embedded in the verb achar and structured using a predicate of adjectival nature, the first one designated as predicação nãoverbal encaixada simples (simple non-verbal embedded construction) (acho (que) a pesquisa (é) interessante) and the second, predicação não-verbal encaixada complexa (complex nonverbal embedded construction) (acho (que é) bom (que) você ir /vá embora). The aim of this work is to trace the course of development of these constructions in the history of Portuguese language, adopting as theoretical-methodological approach Usage Based Models of Language (Kemmer; Berlow, 2000; Bybee, 2010), perspective that seeks to combine Cognitive Linguistics and Functionalism assumptions, especially represented by studies on clauses grammaticalization (Hopper; Traugott, 2003; Lehmann, 1988). In order to attest the path of changing of the constructions in analysis, we investigated two different corpora: the first composed of Portuguese historical samples from 13th to 20th centuries and the second, which includes representative speech samples of the 21st century. The analysis of the results proved that the non-verbal constructions, throughout the history of Portuguese, do not result from a clause integration process, as proposed by Lehmann (1988) for the verbal predications. It was noted that these constructions are result of a grammaticalization process that leads to the expansion of the structure and the meaning of the arguments which compose them motivated by analogy. The observed changes in non-verbal embedded constructions involve three factors: the first, from formal order, concerned to the morphosyntactic type of the construction subject argument, which changes from nominal to clausal; the second, from functional order, relates to the semantic type of the entity represented by the subject argument that from individuals allow the coding also of state of affairs, episode and proposition (LYONS, 1977; DIK, 1989; HENGEVELD; MACKENZIE, 2008); the third, also from functional order, refers to the semantic class of non-verbal predicate, which expands from qualificatives class to evaluation and modal class. These changes together, associated with the abstractization process of the verb achar, allowed to prove the hypothesis that simple non-verbal constructions, more integrated with the matrix construction, undergo a historic process of semantic and structural expansion, towards to a less integrated sentence complex, and not to the opposite process. It is therefore concluded that this new form of organization of complex sentence reflects the way language allows speakers to evaluate more abstract experiences, based on more concrete experiences, using for this, pre-existing structures in language.
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Predicação na língua Wayoro (Tupi): propriedades de finitude / Predication in the Wayoro language (Tupi): properties of finitenessNogueira, Antônia Fernanda de Souza 15 May 2019 (has links)
Geralmente, as propriedades das orações principais-declarativas-afirmativas-ativas são tomadas como protótipo de orações verbais finitas, ou seja, o modelo a partir do qual orações não-finitas se diferenciarão (GIVÓN, 2016, p. 272). A literatura prevê que tal diferenciação ocorra nos seguintes ambientes sintáticos: orações subordinadas (CRISTOFARO, 2005) e nominalizações, configurando-se este último como fenômeno claramente predominante nas línguas sul-americanas (GIJN; HAUDE; MUYSKEN, 2011a). Esta tese tem como foco as propriedades da finitude nesses três ambientes sintáticos: sentença matriz, oração subordinada e nominalização. Em várias línguas há um morfema que cria nomes a partir de verbos intransitivos e transitivos indicando semanticamente o lugar onde X acontece ou um instrumento para X(COMRIE; THOMPSON, 2007). Na língua Wayoro (subfamília Tupari, Tupi), este morfema é -p~-m nominalizador. Contudo, notamos construções com um morfema homófono que aparecem como complementos de verbos e que permitem propriedades oracionais. Seriam esses complementos melhor analisados como nominalizações ou como orações subordinadas? As propriedades das sentenças matrizes (marcas morfossintáticas de finitude) identificadas marcas de pessoa, morfemas de alteração de valência, marcas de tempo e aspecto, tipos sentenciais, modalidade e polaridade serviram à comparação entre as orações subordinadas e as nominalizações. Com base nas propriedades de finitude, analisamos como nominalização a construção que se comporta sintaticamente como sintagma nominal, sem qualquer marca de finitude. Como oração subordinada (infinitiva), analisamos a construção com -p~-m que funciona como objeto de um verbo e que permite marcas de aspecto e expressão de sujeito pronominal cliticizado ou não pronominal. Dessa forma, as marcas de finitude nos permitem: (i) distinguir, por um lado, nominalização de oração subordinada e, por outro lado, orações matrizes de orações subordinadas, uma vez que sentenças matrizes apresentam concordância e indicação de tempo, o que não ocorre nas orações subordinadas infinitivas; (ii) distinguir predicados verbais (sentenças matrizes e orações subordinadas) de predicados não verbais, visto que a cópula e os verbos existenciais não ocorrem com afixos de tempo/aspecto e marcas de pessoa. / Generally, the properties of the main-declarative-affirmative-active clauses are the finite verbal clause prototype, that is, the prototype from which non-finite clauses will deviate (GIVÓN, 2016, p. 272). As mentioned in the literature, such deviation will occur in the following syntactic environments: subordinate clauses (CRISTOFARO, 2005) and nominalizations, being the latter a clearly predominant phenomenon in the South American languages (GIJN; HAUDE; MUYSKEN, 2011a). This thesis focuses on the properties of finiteness in these three syntactic environments: matrix sentence, (infinitive) subordinate clause, and nominalization. In several languages, there is a morpheme that creates nouns from intransitive and transitive verbs with the meaning of a place where X happensor an instrument for X(COMRIE; THOMPSON, 2007). In the Wayoro language (Tupari subfamily, Tupian), this morpheme is -p~-m nominalizer. However, we noticed constructions with a homophonous morpheme that appear as complements of verbs and that show properties of clauses. Are these complements better analyzed as nominalizations or as subordinate clauses? The property of main clauses (morphosyntactic finiteness features) person marking, valency-changing morphemes, tense and aspect markers, sentential type, modality, and polarityserve to compare the subordinate clauses and the nominalizations. Based on the morphosyntactic finiteness features, we analyze as nominalization the construction that behaves syntactically as a noun phrase without any finiteness feature.We analyze as a subordinate (infinitive) clause the -p~-m construction which functions as an object of a verb and allows aspect markers and expression of cliticized pronominal subjects or non-pronominal subjects. In this way, morphosyntactic finiteness features allow us: to distinguish, on the one hand, nominalization from subordinate clauses and, on the other hand, matrices from subordinate clauses, since matrix sentences exhibit agreement and tense marking, which do not occur in infinitive subordinate clauses; to distinguish verbal predicates (matrix sentences and subordinate clauses) from nonverbal predicates, since copula and existential verbs do not occur with person marking and tense/aspect affixes.
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