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Papel do receptor taquicinérgico NK3, via agonista senktide, na sensitização comportamental induzida pela administração repetida de cocaína em micos-estrela

Melamed, Jonathan Lobo 08 December 2011 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, 2011. / Submitted by Alaíde Gonçalves dos Santos (alaide@unb.br) on 2012-04-17T14:14:31Z No. of bitstreams: 1 2011_JonathanLoboMelamed.pdf: 6269394 bytes, checksum: 55fc2a574f0887f8f8195c41464d1623 (MD5) / Approved for entry into archive by Leila Fernandes (leilabiblio@yahoo.com.br) on 2012-04-20T10:35:46Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2011_JonathanLoboMelamed.pdf: 6269394 bytes, checksum: 55fc2a574f0887f8f8195c41464d1623 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-04-20T10:35:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2011_JonathanLoboMelamed.pdf: 6269394 bytes, checksum: 55fc2a574f0887f8f8195c41464d1623 (MD5) / A exposição repetida ao psicoestimulante cocaína gera uma variedade de efeitos, incluindo a sensitização comportamental. Esta é o aumento da expressão de determinados comportamentos após um regime repetido de algumas drogas de abuso. Ainda, os neuropeptídeos da família das taquicininas parecem exercer um papel modulatório sobre os sistemas neurais envolvidos na adicção. No entanto, a maioria dos estudos tem avaliado esse efeito quando da administração aguda de ligantes dos receptores taquicinérigicos NK3 em roedores. Dessa forma, o presente estudo avaliou em uma espécie de primata não-humano (mico-estrela; Callithrix penicillata): 1) o desenvolvimento de uma sensitização comportamental após a administração repetida de cocaína; 2) o efeito da ativação repetida do receptor taquicinérgico NK3, com o agonista direto senktide, nas alterações comportamentais induzidas pela cocaína; e 3) os níveis de cortisol antes e depois da injeção repetida de cocaína e senktide. Para tanto, 15 micos foram divididos em três grupos (n=5) e submetidos a uma administração diária, durante sete dias consecutivos, com salina, cocaína (7 mg/kg) ou senktide (0,2 mg/kg). O comportamento dos animais foi observado por 20 min no campo aberto (CA) depois de cada injeção (sessões de tratamento; dias 1-7). Após sete dias sem nenhuma intervenção, todos os animais receberam uma única dose de 5 mg/kg de cocaína e foram novamente observados por 20 min no CA (sessão teste; dia 14). Uma amostra de sangue de cada mico foi obtida nos dias 0, 8, 15 e 30. Apenas nos animais tratados repetidamente com cocaína (7 mg/kg) foi observado um aumento significativo nos comportamentos de vigilância. Esse efeito foi mantido mesmo após a aplicação de uma dose menor da droga (5 mg/kg) depois de sete dias de retirada. Ainda, o tratamento prévio com senktide aumentou significativamente os níveis de glance e a velocidade média de locomoção quando 5 mg/kg de cocaína foi administrado. Por outro lado, os níveis de cortisol permaneceram inalterados ao longo de todo o estudo, independente do tratamento dado. Portanto, o tratamento repetido de cocaína induziu um efeito de hipervigilância nos micos, os quais foram sensitizados pelo presente regime de administração. Ainda, a ativação repetida do receptor NK3 com senktide potencializou alguns dos efeitos de 5 mg/kg de cocaína. Desta forma, o micoestrela parece ser um bom sujeito experimental, e o protocolo de doses fixas repetidas uma ferramenta ímpar, no estudo comparativo de aspectos da dependência por cocaína. / Repeated exposure to the pyschostimulant cocaine induces a variety of effects, including behavioral sensitization. This is the increased expression of certain behaviors after the repeated administration of some drugs of abuse. In addition, the family of tachykinin neuropeptides seems to exert a modulatory role on the neural systems involved in addiction. Most studies, however, have analyzed this effect after the acute administration of NK3 receptor ligands in rodents. Thus, the present study evaluated in a non-human primate (black-tufted ear marmosets; Callithrix penicillata) the: 1) development of a behavioral sensitization effect after a repeated administration of cocaine; 2) effect of repeated activation of the NK3 receptor, with the direct agonist senktide, on behavioral changes induced by cocaine; and 3) cortisol levels before and after repeated injections of cocaine and senktide. Accordingly, 15 marmosets were divided into three groups (n=5) and subjected, during seven consecutive days, to a daily administration with saline, cocaine (7 mg/kg) or senktide (0.2 mg/kg). After each injection, behavioral observations were made during 20 min in an open field (OF) (treatment sessions, days 1-7). After seven days without any intervention, all animals received a single 5 mg/kg dose of cocaine and were again observed in the OF for 20 min (test session, day 14). A blood sample was obtained from each marmoset on days 0, 8, 15 and 30. A significant increase in vigilance behaviors was observed only in animals repeatedly treated with cocaine (7 mg/kg). This effect was maintained even after the administration of a lower dose of the drug (5 mg/kg) held after the seven-day withdrawal. Furthermore, treatment with senktide significantly increased glance levels and average speed when 5 mg/kg of cocaine was administered. On the other hand, cortisol levels remained unaltered throughout the study, regardless of the treatment given. Therefore, repeated treatment with cocaine induced a hypervigilance effect in the marmosets, which were sensitized by the present administration regimen. Also, repeated activation of the NK3 receptor with senktide potentiated some of the effects of 5 mg/kg of cocaine. Thus, the black-tufted ear marmoset seems to be a good experimental model, and the repeated and fixeddose protocol a unique tool, for comparative studies related to cocaine addiction. hypervigilance, cortisol.
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Caracterização da inibição por pré-pulso em primatas não-humanos (Sapajus spp.) e avaliação dos efeitos da dizocilpina e canabidiol na modulação do filtro sensório-motor

Saletti, Patrícia Grandizoli 10 August 2015 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, 2015. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2015-10-29T18:00:03Z No. of bitstreams: 1 2015_PatríciaGrandizoliSaletti.pdf: 47057297 bytes, checksum: f3315f28ce8b31713e5d97266adc91b6 (MD5) / Approved for entry into archive by Marília Freitas(marilia@bce.unb.br) on 2015-12-20T16:34:07Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_PatríciaGrandizoliSaletti.pdf: 47057297 bytes, checksum: f3315f28ce8b31713e5d97266adc91b6 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-12-20T16:34:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_PatríciaGrandizoliSaletti.pdf: 47057297 bytes, checksum: f3315f28ce8b31713e5d97266adc91b6 (MD5) / O reflexo de sobressalto acústico é uma resposta primitiva de defesa dos animais após um estímulo sonoro intenso e repentino. Essa resposta é inibida quando um estímulo de baixa intensidade é apresentado previamente. A inibição por pré-pulso (IPP) da reposta de sobressalto é uma maneira de mensurar o filtro sensório-motor, mecanismo utilizado para filtrar o excesso de informação do meio. O teste de IPP é muito utilizado de forma experimental para testar déficits no filtro sensório-motor em modelos animais. Alguns transtornos neurológicos humanos apresentam danos na resposta de IPP, como por exemplo a esquizofrenia, devido a déficits no funcionamento do filtro sensório-motor comuns em pacientes com esse transtorno. Algumas drogas podem ser utilizadas para gerar efeitos esquizotípicos, como antagonistas de receptores glutamatérgicos NMDA. Sabe-se que essas drogas causam déficits no teste de IPP em roedores. Com a validação de um protocolo experimental que envolve a resposta de IPP é possível realizar testes de substâncias que provocam efeitos esquizotípicos, bem como substâncias que apresentam características antipsicóticas. Geralmente os animais utilizados como modelos de esquizofrenia são roedores e poucos estudos tem sido realizados para avaliar o efeito de substâncias no teste de IPP em primatas nãohumanos. Assim, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver um teste de IPP para ser utilizado em macacos-pregos (Sapajus spp.). Além disso, objetivou-se avaliar o papel do colículo superior na resposta de IPP e testar os efeitos de dois fármacos, a dizocilpina (MK-801) e o canabidiol na medida de IPP desses primatas. Para isso, esse trabalho foi dividido em dois estudos. O estudo 1 avaliou a resposta de IPP em oito macacos-pregos utilizando um protocolo experimental que mensura o movimento do corpo do animal. Após essa primeira análise, dois animais com lesão no colículo superior, dois animais submetidos à lesão fictícia e os oito macacos acima citados foram testados nesse protocolo para que fosse identificada alguma alteração na resposta de IPP. Os resultados do primeiro estudo mostraram que o gênero Sapajus segue o mesmo padrão de resposta de IPP que outros primatas não-humanos. Observamos que as intensidades de 115 dB e 80 dB foram suficientes para gerar sobressalto e inibir essa resposta, respectivamente. Além disso, observamos que o intervalo entre os dois estímulos apresentados que melhor inibiu a resposta de sobressalto foi o de 120 ms. Os animais com lesão no colículo superior apresentaram uma tendência a diminuição da IPP corroborando estudos realizados em roedores, que indicam participação dessa estrutura cerebral na via neural da IPP. O estudo 2 foi realizado para determinar os efeitos do MK 801 e do canabidiol na resposta de IPP em primatas não-humanos. Novamente, oito macacos-pregos foram submetidos ao teste após administrações das drogas. O MK-801 foi administrado em três diferentes doses (0,01; 0,02; 0,03 mg/kg) antes do teste de IPP. Após algumas semanas os animais foram submetidos ao teste após o tratamento com canabidiol também em três doses (15, 30, 60 mg/kg). Posteriormente, os animais receberam MK-801 por quatro semanas consecutivas e foram expostos ao teste de IPP. Na quarta semana, além do MK-801, os animais foram pré-tratados com canabidiol e submetidos ao teste de IPP. Os resultados do estudo 2 mostraram que a MK-801, na maior dose testada diminuiu a resposta de IPP nos macacos de forma aguda. Entretanto, ao contrário do que é observado em roedores, a administração repetida do MK-801, concomitantemente ao teste de IPP, gerou uma interação droga-treino que reverteu o efeito inicial gerado pelo MK-801. Devido a isso, não foi possível detectar efeito antipsicótico do canabidiol. Porém, corroborando estudos prévios realizados em roedores, o canabidiol isoladamente não alterou a resposta de IPP dos macacos-pregos. Concluímos assim, que animais do gênero Sapajus são bons modelos experimentais para o teste de IPP e que o MK-801 pode ser utilizado para gerar déficits de IPP de forma aguda nesses animais para avaliação de antipsicóticos. O processo de habituação observado nos animais indica que efeitos adversos do MK-801, como prejuízo no filtro sensório-motor, podem ser reduzidos pela tolerância e pela familiarização ao teste de IPP. Ademais foi possível identificar diferenças neurofarmacológicas entre roedores e primatas e a importância desses animais para pesquisas básicas e testes pré-clinicos. ______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The acoustic startle reflex is a primitive defense response in animals that occurs after an intense and sudden acoustic stimulus. This response can be inhibited when a low stimulus is presented previously. The prepulse inhibition (PPI) of the startle response is a useful way to measure sensorimotor gating mechanisms. This mechanism protects against an excess of information. PPI test is widely used experimentally to test deficits in sensorimotor gating in animal models. PPI deficits are commonly observed in some human neurological disorders, such as schizophrenia, due to damage in sensorimotor gating caused by cognitive deficits. Some drugs can be used to induce schizophrenic-like effects, such as NMDA receptor antagonists. These drugs induce deficits in PPI response in rodents. Validation of an experimental protocol on PPI response makes it possible to perform tests on substances that cause schizophrenic-like effects, as well as compounds with antipsychotic properties. Studies usually employ rodents as experimental models of schizophrenia and only few studies have been performed with nonhuman primates to test pharmacological effects in the PPI paradigm. Thus, the present study aimed to develop a PPI test to be applied in capuchin monkeys (Sapajus spp.) to evaluate the role of the superior colliculus in PPI response and test the effects of two drugs in these animals: dizocilpine (MK-801) and cannabidiol. Therefore, two studies were conducted. The first study characterized the PPI response of eight capuchin monkeys using a whole-body prepulse inhibition protocol. After that, two animals with superior colliculus (SC) lesion, two SC sham lesion and the eight monkeys cited above were tested to evaluate the role of this brain structure in the PPI response. Results showed that Sapajus follows the same PPI pattern as other nonhuman primates. The intensities of 115 dB and 80 dB were sufficient to induce a startle response and to inhibit this response, respectively. We also observed that 120 ms was the best interstimuli interval for PPI. Animals with superior colliculus lesion showed a downward tendency of PPI response, corroborating studies in rodents that indicate a participation of this brain structure in the neural pathway of PPI. The second study was conducted to determine the effects of MK-801 and cannabidiol on nonhuman primates’ PPI response. MK-801 was administered in three different doses (0.01; 0.02; 0.03 mg/kg) before the PPI assay. After a few weeks, the animals were submitted to PPI test after receiving cannabidiol also in three doses (15, 30, 60 mg/kg). Subsequently, animals received MK-801 during four consecutive weeks and were then exposed to the PPI test. On the fourth week, subjects were pre-treated with cannabidiol before the MK-801 administration and then the PPI test was performed. Results from the second study demonstrated that MK-801, at the dose of 0.03 mg/kg, decreased the PPI response of an acute administration. However, repeated administration of MK-801 throughout the PPI test induced a drug-training interaction that reversed the effects of MK- 801 on PPI disruption, unlike reports in rodents. As such it was not possible to detect an antipsychotic effect for cannabidiol. However, cannabidiol alone did not change the PPI response in the capuchin monkeys, corroborating previous studies in rodents. Therefore, we conclude that capuchin monkeys are useful experimental models to test PPI response. Moreover, MK-801 can be used to induce PPI deficits in this species. The habituation process observed in our study indicates that the adverse effects of MK-801, as sensorimotor gating impairments, may be reduced by MK-801 tolerance effect such as after familiarization with the PPI test. Furthermore, our results underscore neuropharmacological differences between rodents and nonhuman primates and the importance of primates in basic research and preclinical assays.
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Primatas do cerrado: conservação, biogeografia e mudanças climáticas

Oliveira, Danilo Gustavo Rodrigues de 27 August 2015 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, 2015. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2015-11-25T16:33:54Z No. of bitstreams: 1 2015_DaniloGustavoRodriguesdeOliveira.pdf: 9745568 bytes, checksum: 11bcf91091c2284fdb09966021e0521f (MD5) / Approved for entry into archive by Guimaraes Jacqueline(jacqueline.guimaraes@bce.unb.br) on 2016-02-04T12:57:14Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2015_DaniloGustavoRodriguesdeOliveira.pdf: 9745568 bytes, checksum: 11bcf91091c2284fdb09966021e0521f (MD5) / Made available in DSpace on 2016-02-04T12:57:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2015_DaniloGustavoRodriguesdeOliveira.pdf: 9745568 bytes, checksum: 11bcf91091c2284fdb09966021e0521f (MD5) / Os primatas neotropicais dependem de ambientes com estrato arbóreo para viver. Essa dependência os deixa particularmente vulneráveis às mudanças no uso da terra para fins antrópicos. O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e tem apresentado uma alta taxa de desmatamento nos últimos anos, devido ao avanço da agricultura e pecuária na região. Além disso, o clima tem passado por fortes mudanças que alteraram os seus limites e devem alterar a distribuição de várias espécies nos próximos anos. O objetivo desta tese foi analisar os padrões biogeográficos históricos, atuais e futuros dos primatas do Cerrado e as implicações para a conservação do grupo. Objetivos específicos incluem: analisar a eficiência do atual sistema de áreas protegidas do Cerrado para a proteção de primatas; apontar áreas prioritárias para conservação que complementam as já existentes; apontar áreas de endemismo; apontar zonas de estabilidade climática; compreender a contribuição de biomas vizinhos para a primatofauna da região; verificar o efeito das mudanças climáticas e do uso da terra na distribuição de primatas; comparar a magnitude do efeito das mudanças no futuro; e projetar mudanças futuras para o grau de ameaça. As ocorrências de 16 taxóns de primatas foram coletadas a partir de coleções em museus e literatura científica. Foram utilizados modelos de nicho ecológico no pacote biomod2 do software R em uma abordagem de consenso de algoritmos para estimar os requisitos de nicho das espécies. Foram utilizadas as variáveis bioclimáticas como variáveis ambientais e também foram utilizadas três variáveis obtidas de imagens de satélite para descrever a vegetação no período presente. Os modelos de nicho foram projetados para os períodos: 130 mil aap. (anos antes do presente), 21 mil aap., 6 mil aap., presente, ano de 2050 e ano de 2080. As projeções para o futuro foram realizadas com o cenário mais otimista e o mais pessimista, RCP2.6 e RCP8.5 respectivamente. Foi feita a priorização de áreas para conservação com o programa Marxan e a análise de lacunas de conservação com o ArcMap 10.2. As áreas de endemismo foram identificadas com o programa NDM usando pontos e pontos mais modelos. O agrupamento da distribuição das espécies foi testada usando o teste T do pacote prabclus. As zonas de estabilidade climática foram determinadas como áreas que se mantiveram adequadas para a permanência da espécie no passado por mais tempo. A mudança no uso da terra foi estimada para o ano de 2050 XVI com a ferramenta LCM do programa IDRISI. Foram utilizados os critérios A e B da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) para estimar o grau de ameaça projetado para primatas. De acordo com a estimativa realizada, as principais características do meio que afetam a distribuição de primatas do Cerrado são a precipitação média anual e a sazonalidade da temperatura. Um terço dos taxóns analisados constituem lacunas reais de conservação e apenas um táxon é uma lacuna potencial (estimada por modelos). As áreas prioritárias apontadas foram, em geral, maiores e mais contínuas no norte do Cerrado e mais fragmentadas e isoladas no sul, devido ao maior grau de antropização do sul do domínio. A distribuição dos primatas não é randômica, o que indica existência de uma força que possivelmente moldou a distribuição do grupo no passado. O consenso das áreas de endemismo apontou agrupamento de espécies na transição leste, oeste e norte do domínio e também nas serras do centro-leste do Brasil. As zonas de estabilidade climática médias se distribuem em uma faixa no sul do Cerrado que atravessa do Chaco à Mata Atlântica e são mais concentradas em áreas de alta altitude em espécies das áreas de endemismo do leste do domínio e em baixas altitudes para espécies das áreas oeste e norte. No futuro, a área de ocorrência das espécies deve reduzir, em média, de 9,3% a 59,2% dependendo da sua capacidade de migração. Dentro do Cerrado, a perda de área média das espécies fica em torno de 84,4% quando consideramos a expectativa de remanescentes nativos para 2050. Seis táxons irão aumentar o grau de ameaça e quatro correm risco de serem extintos do Cerrado. Comparando as projeções para o passado, presente e futuro emerge a importância da conservação de espécies que habitam áreas marginais no leste e oeste do domínio.
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Efeito do estresse psicossocial sobre o comportamento alimentar de primatas não-humanos (Callithrix penicillata)

Duarte, Renata Bezerra 25 February 2016 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-04-12T16:18:49Z No. of bitstreams: 1 2016_RenataBezerraDuarte.pdf: 1363231 bytes, checksum: af2f47890918cbaf4f3671021719ab24 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2016-04-27T21:05:48Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_RenataBezerraDuarte.pdf: 1363231 bytes, checksum: af2f47890918cbaf4f3671021719ab24 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-04-27T21:05:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_RenataBezerraDuarte.pdf: 1363231 bytes, checksum: af2f47890918cbaf4f3671021719ab24 (MD5) / O estresse é um fator que pode contribuir para o desenvolvimento de um comportamento alimentar do tipo compulsivo frente à disponibilidade de alimentos ricos em açúcar, gordura e com potencial hedônico elevado. No entanto, a presença de estímulos aversivos parece inibir o comportamento alimentar. Assim, uma situação de conflito envolvendo a apresentação concomitante a um estímulo apetitivo (alimento altamente palatável) e um estímulo aversivo (modelo de predador) pode ser uma ferramenta útil para estudos de compulsão alimentar em modelos animais. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o comportamento alimentar de um primata não-humano diante de um alimento altamente palatável, analisando o efeito de um estresse psicossocial e da presença de um estimulo etologicamente aversivo. Para tanto, micos machos e fêmeas adultos da espécie Callithrix penicillata foram submetidos a três estudos. No Estudo 1, buscou-se determinar se um isolamento social involuntário (ISI) de sete dias consecutivos é um fator de estresse nessa espécie. Essa condição induziu um aumento na locomoção e nos comportamentos afiliativos, mas os níveis de cortisol permaneceram constantes. O perfil comportamental, porém, pode ser um indicativo de uma resposta ao estresse. No Estudo 2, micos foram submetidos ao teste de preferência-por-lugar (CPP) condicionada à presença de chocolate. Após sucessivas sessões de condicionamento foram observados um aumento significativo no tempo de permanência e uma diminuição na latência de entrada no compartimento condicionado ao chocolate no dia do teste comparado à fase pré-CPP. Essa resposta de CPP manteve-se presente mesmo 15 dias após o último condicionamento (Estudo 2A). No Estudo 2B os micos consumiram significativamente mais chocolate que ração (alimento neutro com menor valor calórico) e após o condicionamento permaneceram mais tempo no compartimento pareado ao chocolate que antes, sendo que esse último parâmetro apresentou uma correlação positiva com o tempo de forrageio durante o condicionamento. Além disso, durante a sessão teste, a atividade exploratória aumentou e os animais que mais permaneceram no compartimento pareado ao chocolate também foram os mais vigilantes. Nenhuma alteração nos níveis de cortisol foi observada. O Estudo 2 possibilitou, portanto, determinar que o chocolate tem valor hedônico para os micos, podendo induzir comportamentos indicativos de um estado de dependência. Por fim, o Estudo 3 avaliou em um teste de conflito se a presença concomitante de um estímulo aversivo (gato-do-mato taxidermizado) alterava o comportamento alimentar dos micos para o chocolate, e se um estresse psicossocial (ISI) influenciava essa resposta. Na presença do gato e independentemente do ISI, os micos diminuíram o forrageio e consumo de chocolate, assim como o tempo de permanência no compartimento onde os estímulos foram apresentados. Contudo, os animais do ISI demonstraram mais medo frente ao estímulo aversivo do que o grupo controle, embora ambos tenham o mesmo perfil de observação do gato. Com base nos resultados, concluiu-se que: (1) apenas o consumo repetido de um alimento altamente palatável (chocolate) induziu uma resposta de CPP, a qual durou pelo menos 15 dias; (2) a presença de um estímulo naturalmente aversivo (gato taxidermizado) inibiu a busca e o consumo desse mesmo alimento em animais não privados de comida; e (3) um estresse psicossocial via isolamento social não alterou a inibição do comportamento alimentar dos micos que ocorreu durante o teste de conflito (chocolate vs. predador) e assim, nas condições experimentais do presente estudo, não induziu um perfil de consumo tipo compulsivo nessa espécie de primata não-humano. _______________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Stress is a contributing factor to the development of compulsive-like eating behaviors towards foods with high fat and sugar content, as well as elevated hedonic value. However, aversive stimuli seem to inhibit feeding behavior. Therefore, a conflict situation involving the presence of an appetitive (highly-palatable food) and aversive stimulus (predator model) concomitantly may be a useful experimental tool to study compulsive-like eating patterns in animal models. As such, the present study evaluated the feeding behavior of a nonhuman primate towards a highly-palatable food, analyzing the effects of psychosocial stress and the presence of an ethologically aversive stimulus. Male and female adult marmosets (Callithrix penicillata) were submitted to three experimental procedures. In Study 1, it was determined whether a 7-day involuntary social isolation (ISI) constitutes a stress condition in this species. This procedure induced an increase in locomotion and affiliative behaviors, yet cortisol levels remained unaltered. The subjects’ behavioral response are thus possible indicators of a stress response. In Study 2, the marmosets were submitted to a chocolate conditioned-place-preference (CPP) test. After repeated conditioning sessions, a significant increase in the time spent in the chocolate-paired compartment was observed on the test day compared to the pre-CPP fase, as well as a decrease in the latency to first entry in the same locale. This CPP response was still present 15 days after the last conditioning trial (Study 2A). In Study 2B, the marmosets consumed a significantly higher amount of chocolate than chow (neutral and less caloric food) and after the conditioning they spent more time in the chocolate-paired compartment than prior to these trials. The latter parameter was also positively correlated with the time spent foraging during the conditioning fase. Furthermore, on the test trial, exploratory activity increased and the marmosets that had spent more time in the chocolate-paired compartment were also found to be the most vigilant subjects post-CPP. Cortisol levels remained constant throughout this procedure. Study 2 thus indicated that chocolate has a hedonic value for marmosets and may induce addiction-like behaviors. Lastly, Study 3 used a conflict test to determine whether the presence of an aversive stimulus (taxidermized oncilla cat) would alter the marmosets’ foraging for chocolate, and if a psychosocial stress (ISI) influences this response pattern. In the presence of the cat stimulus and regardless of having been submitted to an ISI stress, the marmosets decreased foraging and chocolate consumption, as well as the time spent in the compartment where both stimuli were located. However, the subjects that were submitted to the ISI condition demonstrated a higher fear response towards the aversive stimulus than the controls, although both groups observed the cat stimulus equivalently. Based on these results it was concluded that: (1) only the repeated consumption of a highly palatable food (chocolate) induced a CPP response, which in turn lasted for at least 15-days; (2) the presence of a naturally aversive stimulus (taxidermized cat) inhibited the search and consumption of this same food item by animals that had not been food deprived; (3) psychosocial stress, via social isolation, did not alter the inhibition of feeding behavior that occurred during the conflict test (chocolate vs. predator) and thus, in the experimental conditions presently used, failed to induce a compulsive-type eating behavior in this nonhuman primate species.

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