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Novos meios de expressão filosófica : o debate com o pensamento monadológico na obra de Jorge Luis BorgesOliveira, Gustavo Palma de 19 December 2013 (has links)
The subject of this work is the analysis of the content of the fictional and essayistic production from the writer Jorge Luis Borges, mainly that one made during the 1930s and 1940s and thematizing metaphysical subjects. The aim is to investigate if is there a philosophical project underlying it, and what are the general lines of this project. The introduction includes brief remarks about the importance of the work of Borges to Western thought in the second half of the twentieth century. The first chapter discusses the limitations that are imposed to a philosophical project included in a fictional work, and of its critical efficacy. The next chapter investigates the metaphysical essays Borges wrote during the period in analysis, searching for their philosophical roots. This effort focuses on interpretations by Borges of the systems built by George Berkeley, David Hume and Francis Herbert Bradley, and leads to the discussion of the refutation of the conception of time that permeates British idealism, promoted by the writer through the application of the principle of the indiscernibility. The borgian refutation of time, however, undermines the notion of personal identity, which is self-evident. The third and final chapter shows up that Borges tried to solve this paradox by means of a critical plunge in Gottfried Leibniz´s philosophical system, no longer by means of the essayistic discourse , but through fictional prose. Accordingly, the final chapter includes an outline of the method by which Borges, drawing on the resources of modal fictional discourse, contests speeches such as philosophy itself, supposed to have higher truth- value. It includes, as well, the review of those short stories written by Borges which reverberate leibnizian categories, in order to show the application of that method and hence the meaning of those narratives, which is, according to our hypothesis, to display, each under a different point of view, the fundamental contradiction of Leibniz´s conceptual system. This contradiction is that, despite all the efforts of the philosopher in safeguarding human freedom before a perfect and infinite mathematical cosmology, and of the assertion of the independence of the individual monad, the human condition which emerges from this order is humiliating for men, reducing them to a single piece in a stiff cosmic system. / A presente dissertação tem por objeto o conteúdo da produção ficcional e ensaística do escritor Jorge Luis Borges, mais especificamente aquela composta durante as décadas de 1930 e 1940 e que tocam ou tematizam temas metafísicos. O objetivo é investigar se existe ali, subjacente, um projeto filosófico, e quais são as linhas gerais desse projeto. A introdução inclui breves considerações a respeito da importância da obra de Borges para o pensamento ocidental da segunda metade do século XX. O primeiro capítulo discute as limitações que se impõem a um projeto filosófico inscrito numa obra ficcional, e o horizonte de sua eficácia crítica. No capítulo seguinte, investigam-se os ensaios metafísicos que o escritor redigiu ao longo do período analisado, em busca de suas raízes filosóficas. Esse esforço concentra-se nas interpretações feitas por Borges dos sistemas edificados por Georges Berkeley, David Hume e Francis Herbert Bradley, e conduz à discussão da refutação, promovida pelo escritor por meio da aplicação do princípio dos indiscerníveis, da concepção de tempo que permeia a corrente idealista britânica. A refutação borgiana do tempo traz consigo, no entanto, o solapamento da noção de identidade pessoal, noção que, no entanto, é autoevidente. Tal paradoxo, demonstra-se no terceiro e último capítulo, Borges tentará resolvê-lo por meio de um mergulho crítico no sistema de Gottfried Leibniz, não mais pela via do discurso ensaístico, mas por meio da prosa ficcional. Nesse sentido, o capítulo final inclui um esboço do método pelo qual Borges, valendo-se dos recursos modais do discurso ficcional, coloca em discussão discursos de valor veritativo pretensamente superior, como é o caso da filosofia; bem como a resenha de contos escritos por Borges que ecoam categorias integrantes do sistema de Leibniz, com o objetivo de evidenciar a aplicação desse método e, por conseguinte, o sentido daquelas narrativas, que é, segundo nossa hipótese, de exibir, cada qual sob um ponto de vista diferente, a contradição fundamental do organismo conceitual leibniziano. Essa contradição consiste em que, malgrado todos os esforços do filósofo em resguardar a liberdade humana diante de uma cosmologia matemática perfeita e infinita, e não obstante a afirmação da independência individual da mônada, a condição humana que decorre dessa ordem é humilhante e nulificadora para o homem, pois o reduz a uma simples peça de um rígido sistema cósmico. / Mestre em Filosofia
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