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A "Revista Agricola, órgão da Sociedade Sergipana de Agricultura" e a estratégia da produção e organização do campo em Sergipe, 1905-1908 : "por em commum as 'luzes' e experiências"

Santos, Fabrícia de Oliveira 09 July 2012 (has links)
This thesis demonstrates a reading of an article in the Revista Agrícola (SSA), a publication of the Sergipe Agricultural Society viewed from the standpoint of Mikhail Bakhtin’s language philosophy. The magazine is seen in terms of the period of tumultuous political transition from empire to republic, the changes in labor organization, and their effects on the restructuring of the cities and countryside. The magazine is considered as being a mechanism which aided in organizing the discourse concerning the Sergipe countryside, beginning in 1860 with the Sergipe Imperial Institute of Agriculture, consolidated with its publication during the four years from 1905 to 1908. This thesis analyses the reason for the existence of this publication as part of the typographic capitalism, its simultaneity of ideas, the production of a language concerning farming, commerce and industry, according to current ideologies on a global scale. The discourse did not exist in a cultural vacuum, exhibit evidence of polyphony, various voices, in agreement and discord, in such a way as not to be a homogenous discourse, but promoted a united discourse on how and in which ways the countryside should be reorganized in order to face the new demands of capitalism. This form of production was diluted by linguistic signs and symbols within a historical and geographical discourse, with descriptions, criticisms and praise. It was not the soil itself that offered the greatest difficulties; it was the question of farming itself, the question of activities in the countryside. The countryside itself was to a point illusory: fertile, yet inefficiently used, in which the rural workers were camouflaged beneath ideological symbols, such as being lazy, and work-shy. Those who responsible the discourse, despite their best attempts to be independent, presented and defended their ideals. The discourse since the magazine was more fragmented, disguised and more connected to the needs of international markets. Some of the words were repeated, but with new meanings; old agrarian issues dressed up as new issues. / A presente Tese desvela uma leitura do discurso da/na Revista Agrícola (SSA), órgão da Sociedade Sergipana de Agricultura a partir da filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin. Lê a Revista a partir do convulsivo locus de transição política do período imperial para o republicano, das mudanças na organização do trabalho, e seus efeitos na reestruturação do campo e da cidade. A Revista é concebida como um mecanismo que corroborou no ordenamento discursivo para o campo sergipano, iniciado em 1860, com o Imperial Instituto Sergipano de Agricultura (IISA), consolidado com a sua edição durante quatro anos de 1905 a 1908. Nesta Tese desvela-se o porquê da existência desse periódico como parte do capitalismo tipográfico, sua simultaneidade de ideias, a produção de uma linguagem sobre a lavoura, o comércio e a indústria, de acordo com ideologias vigentes em uma escala global. Os discursos não operavam em um vazio cultural estavam interpenetrados por uma polifonia, várias vozes, consonantes e dissonantes, de maneira que não foi um discurso homogêneo, mas promoveu uma unidade discursiva acerca da forma e dos rumos que o campo deveria ser reestruturado, frentes às novas demandas do capitalismo. Este modo de produção estava diluído entre signos e sinais da linguagem em meio a um discurso geográfico, histórico, com descrições, críticas, enaltecimento, mas, o seu substrato, a terra, não oferecia tantos problemas, a grande questão era a lavoura, a ação sobre o campo. O campo era um simulacro, fértil, porém pouco aproveitado, no qual os trabalhadores rurais estavam escamoteados sob signos ideológicos, como indolentes, pouco aptos ao trabalho, e os produtores dos discursos, apesar das fissuras apontadas nas suas tentativas consideradas valorosas, independente de serem atendidas, apresentaram e defenderam suas ideias. Os discursos posteriores à Revista foram propostas cada vez mais fragmentadas, escamoteadas, e vinculadas às necessidades dos mercados internacionais. Algumas palavras repetem-se, mas como nova significação, novas questões agrárias travestem antigas questões. / São Cristóvão, SE

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