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CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL E O PROCESSO DE RESILIÊNCIA: PERSPECTIVA DE COMPREENSÃO A PARTIR DA ABORDAGEM ECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DE BRONFENBRENNERSagaz, Valéria Rossi 22 April 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-04-22 / This study focus on development and learning of the resilience by children and adolescents who were victims of sexual abuse by close relatives or their nuclear family’s members. The guide questions were: The local schools and the institution Sentinela Program are developing activities that promote the leaning of the resilience? What are and where are the risks, protection and promoters of resilience factors? The aims of this study were to characterize the
educative role of the Sentinela Program and schools to the development and learning of resilience, to identify the risks, protection and promoters of resilience factors. The
Bronfenbrenner’s Ecological Theory of Human Development substantiated this research. The data collection was done in Ponta Grossa – Paraná with the Sentinela Program, Tutorial
Council and six schools that attend students from 6 to 14 years old. The procedures used were ecological insertion, documentary research, psychological tests application. The instruments of the data collection were reports, interviews, the Childish Stress Scale and H.T.P. Projective and group works. Three children and three adolescents, six professional people from Sentinela Program, thirteen teachers and two tutorial counselors join this work. The phenomenalogical
perspective was the analysis device. The outcomes pointed out that two children and three adolescents developed social and emotional resilience; one child developed the academic
resilience due to the emotional and pedagogic support from school. It was noticed that there is not educational projects and actions in the schools for the development of the resilience as well as programs for prevention, detection and protection against sexual violence. In the Sentinela Program, the emotional and social resiliences were developed by the learning of social skills about self-control of politeness and expression of positive feelings; by the rescue of the self-esteem, self-confidence and social support to the involved families. The risks factors in the Context Core were: the shortage of information about sexual abuse; few
denunciations from schools to the Tutorial Council (three of the six schools did not know about the cases); the lack of communication between schools and the Sentinela Program; the family environment. As protection factors were identified: the creation of the special legal institution that deals with crimes against children and adolescents in Paraná state in 2007; the reference of two cases from schools to the Tutorial Council; the denunciation done by mothers whose daughters were outraged by their companions. The promoter factors of resilience at school, in a case, were the emotional support, reinforcement in school subjects and orientation to the mother’s victim. At Sentinela Program that factor was: the psychological support and accompaniment to five victims; the social attendance to two victims and some pedagogical
activities to six. There was some support to the mothers in three cases. Some of the risk factors identified in the Individual Core were low self-esteem in six cases, and suicide
thoughts in one case. The self-protection factors consisted in avoiding the aggressor company and believing in the legal punishment. The resilient factors were: friendship for two girls,
liking the studies for three and having bonds with confident people for five of them. In the Time Core, living with the aggressor and live in a substandard condition were considered risks factors for three victims. The protection factor, in three cases, was the remoteness from the aggressor. It was noticed that to become resilient, the victims need support and acceptance by the adults who can give them new apprenticeships. / Este estudo focaliza o desenvolvimento e aprendizagem da resiliência em crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual intrafamiliar. As questões orientadoras foram: As escolas e o Programa Sentinela desenvolvem atividades que promovam o aprendizado da resiliência? Quais são e onde se situam os fatores de risco, proteção e promotores de resiliência? Teve por objetivos caracterizar o papel educativo do Programa Sentinela e da instituição escolar para o desenvolvimento e aprendizado da resiliência; identificar os fatores de risco, proteção e promotores de resiliência. A Teoria Ecológica do Desenvolvimento Humano de Bronfenbrenner fundamentou a pesquisa. A coleta de dados foi realizada na cidade de Ponta Grossa - PR, junto ao Programa Sentinela, Conselho Tutelar e seis escolas de Ensino Fundamental. Os procedimentos consistiram em inserção ecológica, pesquisa documental, aplicação de testes psicológicos. Os instrumentos de coleta de dados foram relatórios, entrevistas, Testes ESI – Escala de Stress Infantil e Projetivo H.T.P., dinâmicas de grupo. Participaram três crianças e três adolescentes, seis profissionais do Programa Sentinela, treze educadores, dois conselheiros tutelares. Para análise utilizou-se a perspectiva
fenomenológica. Os resultados revelaram que duas crianças e três adolescentes desenvolveram resiliência emocional e social. Apenas uma dessas crianças desenvolveu a resiliência
acadêmica, devido ao apoio afetivo e pedagógico recebido na sua escola. Constatou-se a ausência de projetos e ações educativas nas escolas para o desenvolvimento da resiliência,
bem como para a prevenção, detecção e proteção à violência sexual. No Programa Sentinela, a resiliência emocional e a social foram desenvolvidas por meio do aprendizado de habilidades sociais de automonitoria, de civilidade e expressão de sentimento positivo; pelo resgate da auto-estima, da autoconfiança, e suporte social às respectivas famílias. Foram identificados como fatores de risco no Núcleo Contexto: escassez de informações à população sobre o abuso sexual; poucas denúncias das escolas aos Conselhos Tutelares; das seis escolas três desconheciam os casos de abuso sexual ocorridos com suas alunas; a falta de comunicação
entre as escolas e o Programa Sentinela; e o próprio ambiente familiar das vítimas. Como fatores de proteção, foram identificados: a criação da Vara de Crimes contra Crianças e
Adolescentes no Paraná, em 2007; o encaminhamento de dois casos pela escola ao Conselho Tutelar; as denúncias feitas pelas mães de duas vítimas sobre o abuso sexual realizado pelos próprios cônjuges. Como fator promotor de resiliência na escola, em um caso o apoio afetivo, reforço escolar e orientações à mãe da vítima. No Programa Sentinela mostrou-se promotor de resiliência o acompanhamento psicológico para cinco das vítimas; o atendimento social para duas e as atividades pedagógicas para seis. No âmbito familiar, o apoio materno em três casos. Alguns dos fatores de risco identificados no Núcleo Pessoa foram baixa auto-estima em seis casos, e idéias suicidas em um caso. Os fatores de auto-proteção consistiram em evitar a presença do agressor, e contar com a sua punição pelo sistema judiciário. Como fatores
resilientes, ter amizades para duas; gosto pelo estudo para três, ter vínculos com pessoas que inspiram confiança para cinco. No Núcleo Tempo, continuar convivendo com o agressor e permanecer na condição econômica de pobreza foi considerado fator de risco para três das vítimas. Como fator de proteção, em três casos o afastamento do agressor. Concluiu-se que, para se tornarem resilientes, foi indispensável o apoio e a aceitação incondicional por parte
dos adultos que lhes oportunizaram novos aprendizados.
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