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Interferência do clima e efeito do estado nutricional de colmeias de abelhas Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) sobre a infestação e a reprodução do ácaro parasita Varroa destructor / Influence of climate and nutritional state of honey bee (Apis mellifera L.) colonies (Hymenoptera: Apidae) on infestation and reproduction of the mite parasite Varroa destructorMendes, Elisa Cimitan 17 November 2017 (has links)
A apicultura brasileira melhorou muito após a introdução da abelha africana em 1956 pelo geneticista Warwick Kerr e a ocorrência da sua hibridização com as abelhas europeias já presentes no país. Entre outras vantagens, esta abelha híbrida ou Africanizada é relativamente resistente às doenças e parasitas que normalmente afligem as abelhas. A apicultura depende de recursos naturais e apresenta oscilações de produção de acordo com as condições do clima e ambiente regionais. Em épocas de ausência de floradas, a reserva de alimento na colônia é insuficiente e o fornecimento de alimentação artificial às abelhas torna-se aconselhável. Vários estudos com suplementações proteicas para abelhas têm sido realizados com a finalidade de proporcionar maior nutrição nos períodos de escassez de alimento no campo. Entretanto, há de se avaliar também os efeitos destes suplementos nas populações parasitárias das abelhas, como a do ácaro Varroa destructor. Este ácaro constitui uma importante praga e está presente praticamente no mundo todo. Os objetivos principais deste estudo consistiram em avaliar a dinâmica da população de V. destructor quanto aos graus de infestação e reprodução em colônias de abelhas Africanizadas localizadas em um apiário de Ribeirão Preto-SP, relacionando com as principais variáveis climáticas (primeira etapa) e com o fornecimento de dieta proteica complementar (segunda etapa). De agosto de 2013 a outubro de 2016, foram realizados experimentos com abelhas operárias, tanto em adultas (1ª etapa) como em crias (1ª e 2ª etapas). Para a segunda etapa, considerou-se também as variáveis de mapeamento das colônias, como pólen, néctar, cria aberta e cria operculada e as variáveis de sazonalidade, levando-se em conta as quatro estações do ano. Para ambas as etapas observou-se a presença ou ausência natural de rainha nas colônias e sua influência sobre a infestação e reprodução de varroas. Os resultados mostraram, quanto às variáveis climáticas, relação significativa e negativa da temperatura do ar com a infestação de varroas nas abelhas adultas. A umidade relativa do ar apresentou relação significativa e positiva com a infestação do ácaro, tanto em adultas como nas crias. Nenhuma variável climática considerada neste estudo (temperatura, umidade ou precipitação), mostrou evidência de influência sobre a reprodução dos ácaros. Houve um aumento de mais de 3% no grau de infestação de varroas nas crias de abelhas em colônias que receberam a dieta proteica adicional (de 7,83% para 10,97%), em comparação às colônias controle. Entretanto, este aumento não foi significativo. Quanto à reprodução de varroas, o fornecimento da dieta proteica apresentou influência significativa sobre o aumento do número de ácaros encontrados por célula infestada, somente nos meses de setembro de 2015 e fevereiro de 2016. As variáveis de mapeamento apresentaram relação significativa com a infestação de varroas, sendo negativa quanto ao pólen ou crias abertas e positiva quanto ao néctar ou crias operculadas. Nenhuma dessas variáveis apresentaram efeitos significativos sobre a reprodução de varroas. As infestações de varroas foram maiores no outono, em seguida o verão, o inverno e a primavera. Houve diferença significativa entre os valores de infestação entre as estações, exceto entre verão e outono e entre inverno e primavera. A reprodução do ácaro foi maior no outono e em seguida o inverno, o verão e a primavera. Não houve diferença significativa na reprodução do ácaro somente entre as estações verão e primavera. A ausência de rainha influenciou significativamente no aumento da infestação de ácaros na segunda etapa dos experimentos. / Brazilian beekeeping improved considerably after the introduction of the African bee in 1956 by the geneticist Warwick Kerr and its hybridization with the European honey bees that had been introduced in the 1800s. Among other advantages, this hybrid or Africanized bee is relatively resistant to the diseases and parasites that normally affect bees. Apiculture depends on natural resources, which vary with climate and regional environment. When there is a lack of flowers in the field, food reserves in the colony can soon become insufficient. Under such conditions, it is advisable to offer artificial feed to the bees. Various studies with protein supplements have been conducted to provide improved nutrition, especially during dearth periods. However, it is important to determine how such supplements may affect bee health, including infestation with bee parasites, such as the mite Varroa destructor. This mite is an important pest worldwide. Our objectives were to examine the population dynamics of V. destructor in Africanized honey bee colonies in Brazil, as a function of climate and colony factors and of feeding with protein diets. From August 2013 to October 2016, infestations were investigated in adult bees and in honey bee brood. Maps were made of the allocations of pollen, nectar, open and sealed brood in the combs. Data was also taken concerning climate variables during the four seasons. The effect of the presence versus absence of the queen was also investigated through hive manipulations. There was a significant negative correlation of infestation on adult bees with air temperature. Relative humidity was significantly correlated with infestations of the mite on adult bees and in the brood. None of the three climate variables measured (temperature, humidity and rainfall) significantly affected mite reproduction. Brood infestation rates were increased in colonies that were fed a protein diet (10.9 versus 7.83%); however, this difference was not significant. The mean number of mites per bee brood cell was significantly greater in colonies fed a protein diet during only two months of the study, these being September 2015 and February 2016. Some of the mapping variables were significantly correlated with mite infestation. There was a negative correlation of pollen and unsealed brood area with infestation rate, while mite infestation rate was positively correlated with nectar and sealed brood areas. None of the mapping variables was significantly correlated with mite reproduction. Infestation rates were highest in autumn, followed by summer, winter and spring. Mite reproduction was highest in autumn, followed by winter, summer and spring. Mite reproduction did not differ significantly between spring and summer. Loss of the queen significantly increased infestation in the bee brood.
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