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Da liberdade transcendental à liberdade prática: a transição da crítica da razão pura para a crítica da razão práticaOrben, Douglas João January 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014 / With the purpose to present the philosophic transition from theoretical freedom to practical freedom in Kant, this text is centered in Critique of pure reason (Transcedental Dialectic, above all) and in Critique of practical reason. Trying to overcome a reading that reduces the purposes of the first Critique to the delimitation of the possible knowledge, it’s an intention to demonstrate the transcendental naturality such as the systematic relevance that the metaphysic ideas assume already in theoretical philosophy. Then, the discussion focus the concept of transcendental freedom, that presents as not contradictory for the speculative reason, what can be thought without contradicting the rigorous natural laws. Pacifying the conflict between spontaneous causality (free) and the phenomenal causality (determinate), so the conditions to the edification in practical circuit, by means of the possibility of an unconditioned dominion, secured by the theoretical freedom are visualized. In this sense, in spite of the self-sufficiency of the Kant’s practical philosophy, it isn’t indifferent about the results achieved by the theoretical reason, because it’s through these effects that the moral enterprise receives investigative legitimacy. On the other hand, so far as the moral law reality presents as a factum of the reason, besides the evidence of the practical range, the own negative freedom concept assumes a positive reality. If the practical reality of the moral law is demonstrated, so the objective reality of the freedom is equally confirmed, because the freedom is the basic condition for morality. Then, the transition from the first to the second Critique reveals the philosophic importance of the freedom concept, as to satisfy the speculative reason as to edify the project of the practical reason, taking care with the systematic linkage of both dominions. / Com o propósito de apresentar a transição filosófica da liberdade teórica à liberdade prática em Kant, a presente dissertação centra-se na Crítica da razão pura (Dialética Transcendental, sobretudo) e na Crítica da razão prática. Na tentativa de superar uma leitura que reduz o escopo da primeira Crítica à delimitação do conhecimento possível, pretende-se demonstrar a naturalidade transcendental bem como a relevância sistemática que as ideias metafísicas assumem já na filosofia teórica. A partir daí, a discussão enfoca o conceito de liberdade transcendental, o qual se apresenta como não contraditório para a razão especulativa, podendo ser pensado sem contradizer as rigorosas leis naturais. Ao apaziguar o conflito entre uma causalidade espontânea (livre) e a causalidade fenomênica (determinada), visualizam-se as condições para a edificação do âmbito prático, mediante a possibilidade de um domínio incondicionado, assegurado pela liberdade teórica. Neste sentido, a despeito da autossuficiência da filosofia prática kantiana, a mesma não é indiferente aos resultados alcançados pela razão teórica, pois é através destes que o empreendimento moral ganha legitimidade investigativa. Por outro lado, na medida em que a realidade da lei moral apresenta-se como um factum da razão, além da comprovação do âmbito prático, o próprio conceito negativo de liberdade assume uma realidade positiva. Se a realidade prática da lei moral é demonstrada, então a realidade objetiva da liberdade é igualmente comprovada, uma vez que a liberdade é a condição basilar para a moralidade. Portanto, a transição da primeira para a segunda Crítica revela a importância filosófica do conceito de liberdade, tanto para satisfazer a razão especulativa quanto para edificar o projeto da razão prática, isto tudo sem descuidar da articulação sistemática de ambos os domínios.
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Controvérsias : persuasão racional na ciênciaOliveira, Rúbia Liz Vogt de January 2011 (has links)
Diferentemente do que alegam visões idealizadas da ciência, as controvérsias não são fenômenos marginais na história da ciência, mas o âmbito próprio do desenvolvimento crítico do saber científico. As interações polêmicas são campo de atividade da racionalidade científica. Partindo do exame da tricotomia de tipos de polêmicas de Marcelo Dascal – constituída por discussão, disputa e controvérsia – objetiva-se caracterizar as polêmicas e traçar relações entre elas, especialmente no que tange às suas respectivas racionalidades. A proposta não se restringe a apontar consensos e dissensos entre a racionalidade dura da discussão, a irracionalidade da disputa e a racionalidade branda da controvérsia; tenciona-se o “diálogo entre racionalidades”. A interação entre as racionalidades – preservando as características de cada racionalidade, pois não se projeta reduzir uma racionalidade à outra –, possibilita o alargamento do escopo de atuação das racionalidades. A tricotomia de tipos de Marcelo Dascal escapa a tendência de dicotomização do par discussão/disputa, o qual foi tradicionalmente tido por exaustivo. Sob tal perspectiva, a controvérsia se apresenta como uma via alternativa. A racionalidade branda conduz a persuasão racional – objetivo da controvérsia. A controvérsia permite, ainda, a emergência de idéias inovadoras, o que faz dessa polêmica motor da ciência. Marcello Pera opera uma volta a Aristóteles para resgatar a função cognitiva que retórica e dialética desempenham na argumentação persuasiva da ciência. Para Pera, o foco na argumentação persuasiva da ciência revela aspectos da prática científica que foram esquecidos pelas propostas tradicionais (metodologistas) e que não receberam tratamento adequado de propostas contemporâneas (anti-metodologistas). Segundo M. Pera, o desafino das opiniões sobre a descrição e a explicação dos fatos alegadamente recorrentes do desalinho entre os fatos do mundo e as descrições do mundo gera as polêmicas na ciência. A racionalidade persuasiva empregada nas interações polêmicas visa ao convencimento não apenas dos contendores, mas também da comunidade concernente ao debate. A prática de uma argumentação persuasiva da ciência é o ponto-chave para a confluência das idéias de Marcelo Dascal e Marcello Pera. Em decorrência desses novos entendimentos acerca da ciência, emerge uma nova visão da racionalidade científica: mais flexível, sensível aos papéis da audiência e do contexto e valorada no seu empenho cognitivo. Essa racionalidade, abordada desde um ponto de vista humano, permite a emersão de conclusões razoáveis ou convincentes. / Unlike idealized views of science claim, controversies are not marginal phenomena in the history of science but the proper domain of scientific knowledge’s critical development. Polemical exchange are the field of activity of scientific rationality. Based on the exam of the Marcelo Dascal’s trichotomy of polemical exchange types – consisting of discussion, dispute and controversy – the objective is to characterize the controversy and to trace the relations between them, especially in regard to their respective rationalities. The proposal is not restricted to pointing out consensus and disagreements among the hard rationality of the discussion, the irrationality of the dispute and the soft rationality of controversy. The "dialogue between rationalities” is aimed. The interaction between rationalities – preserving the characteristics of each rationality, since it is not projected to reduce one rationality into the other – makes it possible to extend the scope of work of rationalities. The trichotomy of types of M. Dascal escapes from the tendency to dichotomization of the pair discussion/dispute, which is traditionally regarded as exhaustive. Controversy is presented as an alternative way between hard rationality and irrationality. The soft rationality leads rational persuasion – the proper aim of controversy. Controversy also allows the emergence of innovative ideas, which makes this polemic the engine of science. Marcello Pera turns back to Aristotle to rescue the cognitive function that rhetoric and dialectic play in the persuasive argumentation of science. For Pera, the focus on the persuasive argumentation of science reveals aspects of scientific practice that have been overlooked by traditional proposals (methodologists) and that have not received proper treatment from contemporary proposals (anti-methodologists). According to M. Pera, polemics in science are generated by the missmatch between descriptions fail to capture the facts. The persuasive rationality employed in polemical interactions aims convincing not only the contenders, but also the community concerning the debate. The practice of a persuasive argumentation in science is the key point for the confluence of the ideas from Marcelo Dascal and Marcello Pera. Due to these new understandings about science, a new and more flexible vision of scientific rationality emerge: one, which is sensitive to the role of audience and context in cognitive appraisals. As approached from a human point of view, this new rationality allows the emergence of convincing or reasonable conclusions.
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A fundamentação da moral no limite da razão em KantDejeanne, Solange de Moraes January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / The thesis of the foundation of morality at the “boundaries of reason” in Kant is essentially grounded upon three principles: initially, the conception of noumena as a limit-concept and its respective determination of reason’s boundaries through the speculative-regulatory use of transcendental ideas; secondly, the defense of practical freedom; and, finally, Kant’s doctrine of the Fact of Reason. In order to develop argumentation which supports such thesis it is examined concepts presented throughout the critical thinking which apparently do not undergo any criticism, but which, according to Kant, constitute the own “nature” of the human reason, such as “necessity” and “interest” of reason. It is defended the integration of these “dynamic” elements of reason in the discussion of central arguments of the Kant thinking not only to contribute to a better understanding of the Kant proposal of a rational foundation of morality, but also sets a “good term” concerning the “unity of reason”, having in mind that a moral principle demands such unity. It is emphasized Kant’s view according to which the determination of knowledge limits can only be grasped by something external to the very field of possible experience, that is, by transcendental ideas, necessary ideas of reason, and that in the determination of the limits of knowledge reason “sees around itself” an “empty space” in which “the moral ideas find a place out of the speculating field”.This “empty space” is examined, it is the only place where the moral ideas can occupy, that shows itself as a factor responsible not only for the “fragility” but also for the strength of Kant’s view in favor of a pure practical principle, and, specially, for the coherence of the entirety of Kant’s thinking. The fragility of moral arguments is shown as Kant has to justify a principle without any external resource to the very principle, and the strength of these very arguments is manifest in the fact that they are constituted in such a way as to “show” morality in its “essence”. / A tese da fundamentação da moral no “limite da razão” em Kant apóia-se principalmente em três argumentos: na concepção dos noumena como conceito-limite e respectiva determinação dos limites da razão pelo uso especulativo-regulativo das idéias transcendentais; na defesa da liberdade prática; e na doutrina kantiana do Facto da Razão. Para o desenvolvimento da argumentação, exploram-se conceitos presentes no pensamento crítico que aparentemente não são submetidos a qualquer crítica, mas que, segundo Kant, constituem a própria “natureza” da razão humana, tais como o de “necessidade” e “interesse” da razão. Defende-se a integração destes elementos “dinâmicos” da razão na discussão de argumentos centrais do pensamento kantiano não só no intuito de contribuir para uma melhor compreensão da proposta kantiana de uma fundamentação racional da moralidade, mas, principalmente, para chegar a um “bom termo” acerca da “unidade da razão”, tendo em vista que a justificação de um princípio moral puro exige tal unidade. Enfatiza-se a posição de Kant de que a determinação dos limites do conhecimento só pode realizar-se por algo externo ao próprio campo da experiência possível, isto é, por idéias transcendentais, idéias necessárias da razão, e que justamente, na determinação dos limites do conhecimento, a razão “vê ao redor de si” um “espaço vazio” no qual “as idéias morais encontram um lugar fora do campo da especulação”. Examina-se este “lugar vazio”, único lugar que as idéias morais podem ocupar, que se mostra como fator responsável tanto pela “fragilidade” quanto pela força dos argumentos de Kant em prol de um princípio prático puro, e, principalmente, pela coerência do pensamento kantiano no seu todo.A fragilidade dos argumentos morais mostra-se na medida em que, com eles, Kant tem de justificar um princípio sem qualquer recurso externo ao próprio princípio, e a força destes mesmos argumentos manifesta-se no fato de serem constituídos de tal modo que “mostram” a moral na sua “essência”.
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Cor inquietum: uma leitura de confissõesContaldo, Sílvia Maria de January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / The purpose os this study is to understand the philosphical route of St. Augustine, through his work Confessions, from their questions about himself about man, about God. With an emphasis on the novelty of the style adopted in his narrative – the autobiography – the intention is to understand what, this thinker, may be called the manifesto of the inner word. Throughout the book are listed several questions of philosophical and theological nature that were crucial not only for the development of philosophy in the middle ages but for the entire history of the ideas of the Occidental world. The main point of his thought opens up a range of questions and concerns that can suport existencial projects demarcating of the sense of being and knowing human. For that sought to identify and relate two fields of knowledge, that is the reason and the faith, which are the beams that support the thought of Augustine. We call this movement of ideas, written in first person and included in their uniqueness, the Cor inquietum, because of its absolutely original method of treating the subjects of philosophy, often confronting them with the themes of Christian faith. In this sense also sought to demonstrate that the philosophy of Augustineare some anthropological categories that define man as a being in constant dialogue with her self and with God, realizing his vocation of homo viator . / A finalidade deste estudo é compreender o percurso filosófico de santo Agostinho, ao longo de sua obra Confissões, a partir de suas interrogações sobre si mesmo, sobre o homem, sobre Deus. Com ênfase na novidade do estilo que é adotado em sua narrativa – a autobiografia – a intenção é compreender o que nesse pensador pode ser chamado de manifesto do mundo interior. Ao longo da obra estão inscritas diversas questões de natureza filosófica e teológica que foram fundamentais não só para o desenvolvimento da Filosofia na Idade Média mas para toda a história das ideias do mundo ocidental. O fio condutor de seu pensamento abre um leque de questões e problematizações que podem sustentar projetos existenciais balizadores do sentido de ser e saber-se humano. Para isso buscou-se identificar e relacionar dois âmbitos do conhecimento, a saber, a razão e a fé, que são as vigas de sustentação do pensamento de Agostinho. Denominamos esse movimento de ideias, escritas em primeira pessoa e inscritas em sua singularidade, de Cor inquietum, em razão de seu modo absolutamente original de tratar os temas da Filosofia, muitas vezes confrontando-os com os temas da fé cristã. Nesse sentido, procurou-se também demonstrar que no pensamento filosófico de Agostinho encontram-se certas categorias antropológicas que definem o homem como ser em permanente diálogo consigo mesmo e com Deus, realizando sua vocação de homo viator.
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Controvérsias : persuasão racional na ciênciaOliveira, Rúbia Liz Vogt de January 2011 (has links)
Diferentemente do que alegam visões idealizadas da ciência, as controvérsias não são fenômenos marginais na história da ciência, mas o âmbito próprio do desenvolvimento crítico do saber científico. As interações polêmicas são campo de atividade da racionalidade científica. Partindo do exame da tricotomia de tipos de polêmicas de Marcelo Dascal – constituída por discussão, disputa e controvérsia – objetiva-se caracterizar as polêmicas e traçar relações entre elas, especialmente no que tange às suas respectivas racionalidades. A proposta não se restringe a apontar consensos e dissensos entre a racionalidade dura da discussão, a irracionalidade da disputa e a racionalidade branda da controvérsia; tenciona-se o “diálogo entre racionalidades”. A interação entre as racionalidades – preservando as características de cada racionalidade, pois não se projeta reduzir uma racionalidade à outra –, possibilita o alargamento do escopo de atuação das racionalidades. A tricotomia de tipos de Marcelo Dascal escapa a tendência de dicotomização do par discussão/disputa, o qual foi tradicionalmente tido por exaustivo. Sob tal perspectiva, a controvérsia se apresenta como uma via alternativa. A racionalidade branda conduz a persuasão racional – objetivo da controvérsia. A controvérsia permite, ainda, a emergência de idéias inovadoras, o que faz dessa polêmica motor da ciência. Marcello Pera opera uma volta a Aristóteles para resgatar a função cognitiva que retórica e dialética desempenham na argumentação persuasiva da ciência. Para Pera, o foco na argumentação persuasiva da ciência revela aspectos da prática científica que foram esquecidos pelas propostas tradicionais (metodologistas) e que não receberam tratamento adequado de propostas contemporâneas (anti-metodologistas). Segundo M. Pera, o desafino das opiniões sobre a descrição e a explicação dos fatos alegadamente recorrentes do desalinho entre os fatos do mundo e as descrições do mundo gera as polêmicas na ciência. A racionalidade persuasiva empregada nas interações polêmicas visa ao convencimento não apenas dos contendores, mas também da comunidade concernente ao debate. A prática de uma argumentação persuasiva da ciência é o ponto-chave para a confluência das idéias de Marcelo Dascal e Marcello Pera. Em decorrência desses novos entendimentos acerca da ciência, emerge uma nova visão da racionalidade científica: mais flexível, sensível aos papéis da audiência e do contexto e valorada no seu empenho cognitivo. Essa racionalidade, abordada desde um ponto de vista humano, permite a emersão de conclusões razoáveis ou convincentes. / Unlike idealized views of science claim, controversies are not marginal phenomena in the history of science but the proper domain of scientific knowledge’s critical development. Polemical exchange are the field of activity of scientific rationality. Based on the exam of the Marcelo Dascal’s trichotomy of polemical exchange types – consisting of discussion, dispute and controversy – the objective is to characterize the controversy and to trace the relations between them, especially in regard to their respective rationalities. The proposal is not restricted to pointing out consensus and disagreements among the hard rationality of the discussion, the irrationality of the dispute and the soft rationality of controversy. The "dialogue between rationalities” is aimed. The interaction between rationalities – preserving the characteristics of each rationality, since it is not projected to reduce one rationality into the other – makes it possible to extend the scope of work of rationalities. The trichotomy of types of M. Dascal escapes from the tendency to dichotomization of the pair discussion/dispute, which is traditionally regarded as exhaustive. Controversy is presented as an alternative way between hard rationality and irrationality. The soft rationality leads rational persuasion – the proper aim of controversy. Controversy also allows the emergence of innovative ideas, which makes this polemic the engine of science. Marcello Pera turns back to Aristotle to rescue the cognitive function that rhetoric and dialectic play in the persuasive argumentation of science. For Pera, the focus on the persuasive argumentation of science reveals aspects of scientific practice that have been overlooked by traditional proposals (methodologists) and that have not received proper treatment from contemporary proposals (anti-methodologists). According to M. Pera, polemics in science are generated by the missmatch between descriptions fail to capture the facts. The persuasive rationality employed in polemical interactions aims convincing not only the contenders, but also the community concerning the debate. The practice of a persuasive argumentation in science is the key point for the confluence of the ideas from Marcelo Dascal and Marcello Pera. Due to these new understandings about science, a new and more flexible vision of scientific rationality emerge: one, which is sensitive to the role of audience and context in cognitive appraisals. As approached from a human point of view, this new rationality allows the emergence of convincing or reasonable conclusions.
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Controvérsias : persuasão racional na ciênciaOliveira, Rúbia Liz Vogt de January 2011 (has links)
Diferentemente do que alegam visões idealizadas da ciência, as controvérsias não são fenômenos marginais na história da ciência, mas o âmbito próprio do desenvolvimento crítico do saber científico. As interações polêmicas são campo de atividade da racionalidade científica. Partindo do exame da tricotomia de tipos de polêmicas de Marcelo Dascal – constituída por discussão, disputa e controvérsia – objetiva-se caracterizar as polêmicas e traçar relações entre elas, especialmente no que tange às suas respectivas racionalidades. A proposta não se restringe a apontar consensos e dissensos entre a racionalidade dura da discussão, a irracionalidade da disputa e a racionalidade branda da controvérsia; tenciona-se o “diálogo entre racionalidades”. A interação entre as racionalidades – preservando as características de cada racionalidade, pois não se projeta reduzir uma racionalidade à outra –, possibilita o alargamento do escopo de atuação das racionalidades. A tricotomia de tipos de Marcelo Dascal escapa a tendência de dicotomização do par discussão/disputa, o qual foi tradicionalmente tido por exaustivo. Sob tal perspectiva, a controvérsia se apresenta como uma via alternativa. A racionalidade branda conduz a persuasão racional – objetivo da controvérsia. A controvérsia permite, ainda, a emergência de idéias inovadoras, o que faz dessa polêmica motor da ciência. Marcello Pera opera uma volta a Aristóteles para resgatar a função cognitiva que retórica e dialética desempenham na argumentação persuasiva da ciência. Para Pera, o foco na argumentação persuasiva da ciência revela aspectos da prática científica que foram esquecidos pelas propostas tradicionais (metodologistas) e que não receberam tratamento adequado de propostas contemporâneas (anti-metodologistas). Segundo M. Pera, o desafino das opiniões sobre a descrição e a explicação dos fatos alegadamente recorrentes do desalinho entre os fatos do mundo e as descrições do mundo gera as polêmicas na ciência. A racionalidade persuasiva empregada nas interações polêmicas visa ao convencimento não apenas dos contendores, mas também da comunidade concernente ao debate. A prática de uma argumentação persuasiva da ciência é o ponto-chave para a confluência das idéias de Marcelo Dascal e Marcello Pera. Em decorrência desses novos entendimentos acerca da ciência, emerge uma nova visão da racionalidade científica: mais flexível, sensível aos papéis da audiência e do contexto e valorada no seu empenho cognitivo. Essa racionalidade, abordada desde um ponto de vista humano, permite a emersão de conclusões razoáveis ou convincentes. / Unlike idealized views of science claim, controversies are not marginal phenomena in the history of science but the proper domain of scientific knowledge’s critical development. Polemical exchange are the field of activity of scientific rationality. Based on the exam of the Marcelo Dascal’s trichotomy of polemical exchange types – consisting of discussion, dispute and controversy – the objective is to characterize the controversy and to trace the relations between them, especially in regard to their respective rationalities. The proposal is not restricted to pointing out consensus and disagreements among the hard rationality of the discussion, the irrationality of the dispute and the soft rationality of controversy. The "dialogue between rationalities” is aimed. The interaction between rationalities – preserving the characteristics of each rationality, since it is not projected to reduce one rationality into the other – makes it possible to extend the scope of work of rationalities. The trichotomy of types of M. Dascal escapes from the tendency to dichotomization of the pair discussion/dispute, which is traditionally regarded as exhaustive. Controversy is presented as an alternative way between hard rationality and irrationality. The soft rationality leads rational persuasion – the proper aim of controversy. Controversy also allows the emergence of innovative ideas, which makes this polemic the engine of science. Marcello Pera turns back to Aristotle to rescue the cognitive function that rhetoric and dialectic play in the persuasive argumentation of science. For Pera, the focus on the persuasive argumentation of science reveals aspects of scientific practice that have been overlooked by traditional proposals (methodologists) and that have not received proper treatment from contemporary proposals (anti-methodologists). According to M. Pera, polemics in science are generated by the missmatch between descriptions fail to capture the facts. The persuasive rationality employed in polemical interactions aims convincing not only the contenders, but also the community concerning the debate. The practice of a persuasive argumentation in science is the key point for the confluence of the ideas from Marcelo Dascal and Marcello Pera. Due to these new understandings about science, a new and more flexible vision of scientific rationality emerge: one, which is sensitive to the role of audience and context in cognitive appraisals. As approached from a human point of view, this new rationality allows the emergence of convincing or reasonable conclusions.
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O pensamento ético de Santo Anselmo de Cantuária: uma defesa do deontologismo mitigadoD’Oca, Fernando Rodrigues Montes January 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014 / This work consists in a study on the ethical thought of Saint Anselm of Canterbury (1033-1109) and its goals are: (i) to show a systematic study on the Anselmian ethical theory, through the analysis of his major works which hold reflections of moral nature, as well as the main ethical concepts which emerge from these reflections; and (ii) to suggest an interpretation about the nature of Anselmian ethics, after an appropriate analysis of some interpretations that exist. Accordingly, this work is organized in three parts. The first part covers a study with the works which most directly include Anselm’s ethical thought, such as: De Veritate (On Truth), De Libertate Arbitrii (On Freedom of Choice), De Casu Diaboli (On the Fall of the Devil) and Cur Deus Homo (Why God became Man). The second part explores the main concepts on which the Anselmian ethical theory bases itself on, such as: rightness (rectitudo), will (voluntas), and blessedness (beatitudo). Fundamentally, these two parts aim to accomplish goal (i). Finally, the third part faces the problem of Anselm’s nature of ethics and, thus, aims to accomplish goal (ii). In this part, the major existent interpretations about the nature of his ethical theory are explicated, for instance: on one hand, the eudaemonist interpretations and, on the other, the deontologist interpretations. This part also includes a presentation of inconsistent and controversial points of these interpretations and, evidently, with the expound of our interpretation, which supports that the Anselmian ethical theory is of a deontological nature but its deontologism is not strong, because it coexists with some eudaemonist elements, and, therefore, defends that Anselm’s ethical deontologism is mitigated. / Este trabalho consiste em um estudo sobre o pensamento ético de Santo Anselmo de Cantuária (1033-1109) e tem como objetivos: (i) apresentar um estudo sistemático sobre a teoria ética anselmiana, mediante a análise de suas principais obras que contêm reflexões de cunho moral, bem como dos principais conceitos éticos que emergem a partir dessas reflexões; e (ii) propor uma interpretação sobre a natureza da ética anselmiana, após a devida análise de algumas interpretações existentes. Em vista disso, este trabalho encontra-se organizado em três partes. A primeira realiza um estudo das obras que mais diretamente contêm o pensamento ético de Anselmo, a saber: De Veritate (Sobre a Verdade), De Libertate Arbitrii (Sobre a Liberdade do Arbítrio), De Casu Diaboli (Sobre a Queda do Diabo) e Cur Deus Homo (Por que Deus se fez Homem?). A segunda investiga os principais conceitos sobre os quais se fundamenta a teoria ética anselmiana, a saber: retidão (rectitudo), vontade (voluntas) e beatitude (beatitudo). Fundamentalmente, essas duas partes visam cumprir o objetivo (i). Finalmente, a terceira parte enfrenta o problema da natureza da ética de Anselmo e, assim, visa cumprir o objetivo (ii). Nessa parte, são apresentadas as principais interpretações existentes sobre a natureza de sua teoria ética, a saber: de um lado, as interpretações eudemonistas e, de outro, as interpretações deontologistas. Essa parte também conta com uma apresentação de aspectos inconsistentes e controversos dessas interpretações e, evidentemente, com a exposição de nossa interpretação, que sustenta que a teoria ética anselmiana é de natureza deontológica, mas que seu deontologismo não é forte, pois coexiste com alguns elementos eudemonistas, e, portanto, defende que o deontologismo ético de Anselmo é mitigado.
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Razão e normatividade: Adorno, Habermas e o problema da fundamentaçãoSantos, Jéverton Soares dos January 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015 / This research deals with a central question in philosophy: the problem of foundation. Although the concept of philosophical foundation has undergone profound transformations throughout history, it including the loss of their metaphysical, ontological and theological references, the underlying question to the theme remains the same: the search for rational grounds legitimating of thought and action. After the "Copernican turn" in philosophy undertaken by Kant and the pragmatic-linguistic turn in contemporary philosophy the question of foundation can to express as way follows: what is the transcendental element that is the practical attitude of human? In order to answer this question we will concentrate on the analysis of the thought of two great philosophers of contemporary: Theodor Adorno and Jürgen Habermas. In the meantime, we are dedicated to also examine the concept of rationality of each of these authors, as well as its normative statement of proposals of ethics. We wonder what is the model of reason more apt to examine the normative nature of issues and gnostic of our time, marked on the one hand, the technical prestige and technological sciences, which causes an instrumental view prevails human, on the other hand, often by perniciosa- influenced the mass media, which together with the deficit in the educational and cultural level prevents the full realization of the concept of majority (Mündigkeit) as telos of individual and collective life as the promised Enlightenment. Our thesis is that dialectical reason developed by Adorno presents itself as a more comprehensive and effective proposal to equate these and other issues of our historic time. / Esta pesquisa versa sobre uma questão central na filosofia: o problema da fundamentação. Ainda que o conceito de fundamentação filosófica tenha sofrido profundas metamorfoses ao longo da história, incluindo a perda de suas referências metafísicas, ontológicas e teológicas, a querela subjacente ao tema continua a mesma: a busca das bases racionais legitimadoras do pensamento e da ação. Tendo em vista a “virada copernicana” na filosofia empreendida por Kant e a reviravolta pragmático-linguística na filosofia contemporânea, a questão da fundamentação deixa-se expressar nos seguintes termos: qual é o elemento transcendental que reside na atitude prática do homem? Com o objetivo de responder a essa pergunta nos deteremos na análise do pensamento de dois grandes filósofos da contemporaneidade: Theodor Adorno e Jürgen Habermas. Nesse ínterim, dedicamo-nos a examinar também o conceito de racionalidade de cada um desses autores, assim como suas propostas de fundamentação normativa da ética. Perguntamo-nos qual é o modelo de razão mais apto a examinar as questões de natureza normativas e gnosiológicas de nossa época, marcada, de um lado, pelo prestígio da técnica e das ciências tecnológicas, que faz com que prevaleça uma visão instrumental e praticista do homem, e por outro lado, pela influência— frequentemente perniciosa— dos meios de comunicação de massa, que aliados à semiformação no plano pedagógico e cultural impede a plena realização do conceito de maioridade (Mündigkeit) enquanto telos da vida individual e coletiva como prometia o Iluminismo. A nossa tese é a de que a razão dialética desenvolvida por Adorno se apresenta como uma proposta mais abrangente e eficaz para equacionar essas e outras questões de nosso momento histórico.
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Autonomia: fundamento da dignidade humana em KantAgostini, Leonardo January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / The aim of this resbearch within the Kantian ethics is: a) grounding the human dignity in the autonomy of the will, that is, in the morality; and b) despite of this grounding of dignity in the moral capacity of human being, who practices it or is able to practice it must respect whom cannot practice it (not for not wanting it but because cannot it, because of bodily and/or mental deficiency); therewith the dignity will give also to them because they must be esteemed as ends in themselves too. From this, it is necessary to construct this work in three chapters. The first chapter presents the grounds and characteristics of the Kantian ethics, it explains the Kantian schedule in finding and fixing the supreme principle of the morality which will serve as a basis for human dignity and it also will examine the categorical imperative possibility. The second one aims to present the human being as autonomous and free. Because of this, it clarifies the autonomy of the will – the quintessence of Kantian thought – because it analyzes the different formulations of the only categorical imperative. It also identifies the autonomy with the freedom in the positive sense; it deliberates on the synonymy between freedom and law and it supports that is indispensable to ascribe the freedom to all the rational beings; moreover, it addresses the impossibility of deducing the freedom and shows the Kant’s focus turn: the fact of reason. And the third one aims to ground the human being dignity in the autonomy of the will. To such it goes from analyze of the categorical imperative formula that esteem the humankind as an end in itself and it differentiates: a) the necessary must and worthy to with itself and with other; b) thing and person; c) end (Zweck) and mean (Mittel). This chapter presents the Kingdom of Ends as the systematic union of the rational beings among themselves which are submitted to one law ordering that they are never esteemed simply as means but always and simultaneously as ends. In that kingdom all have either a price (Preis) or a dignity (Würde). What ensures the dignity is the feeling of the respect: an a priori feeling which is intended only for people; a feeling that prevents the human beings are treated simply as a means, that is, manipulated, instrumentalized; and that, based on the reciprocity between human beings requires those who can practice their ability to morality not treat as mere means to those who cannot but esteem them as end in itself, that is, as if were in a position to do so. / O objetivo dessa pesquisa em ética kantiana é: a) fundamentar a dignidade humana na autonomia da vontade, isto é, na capacidade de moralidade; e b) que não obstante, essa fundamentação da dignidade na capacidade moral do ser humano, quem a exerce ou é capaz de exercê-la deve respeitar quem não a pode praticar (não por não querer praticá-la, mas porque não pode, por causa de deficiências físicas e/ou mentais); a partir disso, a dignidade também será dada a eles, porque eles também devem ser considerados como fins em si mesmos. Diante disso, é necessário estruturar essa dissertação em três capítulos. O primeiro, apresenta os fundamentos e características da ética kantiana, explica o itinerário kantiano na busca e fixação do princípio supremo da moralidade, que servirá como base à dignidade humana, e também examinará a possibilidade do imperativo categórico. O segundo capítulo tem por objetivo apresentar o ser humano como autônomo e livre. Por isso, ele clarifica a autonomia da vontade – a quintessência do pensamento kantiano –, porque analisa as diferentes formulações do único imperativo categórico. Esse capítulo também identifica a autonomia com a liberdade em sentido positivo; delibera sobre a sinonímia entre liberdade e lei e sustenta que é imprescindível que se atribua a liberdade a todos os seres racionais; além disso, aborda a impossibilidade de deduzir a liberdade e mostra a mudança de foco de Kant: o fato da razão. E, o terceiro capítulo visa fundamentar a dignidade do ser humano na autonomia da vontade. Para tal, parte da análise da fórmula do imperativo categórico que considera a humanidade como um fim em si mesma e distingue: a) o dever necessário e meritório para consigo mesmo e para com outrem; b) coisa e pessoa; c) fim (Zweck) e meio (Mittel).Esse capítulo apresenta o reino dos fins como uma união sistemática dos seres racionais entre si que estão submetidos a uma lei que ordena que eles jamais se tratem simplesmente como meios, mas sempre e simultaneamente como fins. Nesse reino tudo tem ou um preço (Preis) ou uma dignidade (Würde). O que assegura a dignidade é o sentimento de respeito: um sentimento a priori, destinado apenas à pessoas; um sentimento que impede que os seres humanos sejam tratados simplesmente como um meio, isto é, que sejam manipulados, instrumentalizados; e que, fundado na reciprocidade entre os seres humanos requer desses, que podem exercer sua capacidade de moralidade, não tratar como meros meios aqueles que não podem, mas considerá-los como fins em si mesmos, isto é, como se estivessem em condições para tal.
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A crítica de Hegel ao formalismo moral KantianoMüller, Rudinei January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / Hegel‟s criticism of the formalism of Kantian morality is an issue which may be approached from different angles. The present thesis aims at demonstrating that, in Kant‟s as well as in Hegel's philosophy, the paramount arguments in regards to formalism (Kant) and the necessity of overcoming it (Hegel) are elaborated on in the speculative philosophy. Hegel‟s critical superiority in relation to Kant consists of its radicalism. It is demonstrated how Hegel claims that the very finite, the phenomenon, is already a sort of non non-finite, revealing its internal contradiction which, when exposed, reveals the substantiality, the true infinite in which both opposite moments, finite and infinite, are true. The determined being already contains in its own destination a must-be, overcoming the Kantian separation, exclusion and opposition between being and must-be. The supreme criterion of Kantian morality, the categorical imperative, is, according to Hegel, empty, formal, analytical and tautological. Thus, an absolutely formal moral criterion may state, in regards to the axiom, what has always been stated. It is incapable of adding any new information to the synthetic form. Whatever the formula says about the axiom is already contained in the axiom; therefore, it does not state anything new. Hence, theft cannot be justified, because the word “theft” is already determined by its very context, in which taking hold of someone else‟s possession is theft. For Hegel, however, due to the superiority of reason over understanding, even if theft is still theft, it is possible, under certain circumstances, to rationally justify it without eliminating the rule or incurring in arbitrariness. It is the understanding of the difference between the principles and the rules which allows, with Hegel, but only under certain circumstances, to ethically justify the exception. / A crítica de Hegel ao formalismo da moral kantiana é um tema que pode ser abordado de diferentes modos. Esta tese demonstra que tanto na filosofia de Kant, quanto na de Hegel, os argumentos decisivos em relação ao formalismo (Kant) e a sua necessária superação (Hegel) estão desenvolvidos na filosofia especulativa. A superioridade crítica de Hegel em relação à Kant consiste na sua radicalidade. Demonstra-se como para Hegel o próprio finito, o fenômeno, já é um não não-finito, revelando a sua contradição interna, que ao ser exposta, revela a substancialidade, o verdadeiro infinito, no qual os dois momentos contrapostos, finito e infinito, são verdadeiros. O ser determinado já contém em sua destinação um dever-ser, superando a kantiana separação, exclusão e oposição entre ser e dever-ser. O critério supremo da moral kantiana, o imperativo categórico, é, segundo Hegel, vazio, formal, analítico e tautológico. Pois, um critério moral totalmente formal somente pode afirmar em relação à máxima, o que ela sempre já sabe. Ele é incapaz de acrescentar uma nova informação de forma sintética. O que a fórmula diz da máxima, já está na máxima, logo não diz nada de novo. Dessa forma, o roubo não é possível de ser justificado, mesmo por que a palavra “roubo” já está determinada pelo seu contexto, onde pegar o que é dos outros é roubar. No entanto, em Hegel, devido à superioridade da razão em relação ao entendimento, mesmo que o roubo continue sendo roubo, é possível que sob determinadas circunstâncias ele seja justificado racionalmente, sem eliminar a regra e nem cair na arbitrariedade. A compreensão da diferença entre princípios e regras possibilita, a partir de Hegel, mas somente sob determinadas circunstâncias, justificar eticamente a exceção à regra.
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