1 |
Da crítica de Herbert Marcuse à razão tecnológica e seus fins destrutivos : uma leitura de "O homem unidimensional"Reis, Paulo Luiz dos January 2017 (has links)
Orientador: Profª. Drª. Marília Mello Pisani / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, 2017. / A pesquisa trata da crítica que Herbert Marcuse empreende à razão tecnológica com foco no aspecto da destrutividade, pondo em evidência a questão da dialética que acompanha a análise de Marcuse. Esta destrutividade envolve aqui bem mais que a questão das guerras, do arsenal de armas inclusive atômicas e da face violenta de nossa civilização. Sim, pois abrange, ainda, a dominação das massas, as novas formas de controle social, a alienação e reificação das pessoas, a vida sob o poder do todo opressivo, o qual é essa própria racionalidade hegemônica que permeia o tecido social. Assim, a destrutividade decorrente dessa racionalidade concerne, também, à atomização dos indivíduos, à crise de identidade, à existência mimetizada sob a positividade do pensamento unidimensional que não opera com a crítica e não opera dialeticamente. Daí nasce o conformismo da sociedade mesmo diante de um aparato tecnológico que propicia fartura e conforto, mas, paralelo a isso, gera uma concentração de capital sem precedentes, em escala jamais vista. A razão tecnológica chegou a uma fase estarrecedora de radicalização da destrutividade, que é, conforme a hipótese que este estudo lança, o nível extremo do capitaloceno e da necropolítica, a potencialização do Warfare State, o Estado beligerante. A razão tecnológica e seu caráter de destrutividade se estruturam por um nexo que vincula capital, trabalho, sociedade, ideologia, capitaloceno e necropolítica, como demonstraremos. O estudo discutirá como se formou a razão tecnológica a partir do industrialismo e do capitalismo moderno, como ela se agigantou em escala global e se consolidou vinculada à dimensão político-econômica, e como se radicalizou para atingir hoje um nível extremo, uma última fronteira, uma era para a qual Marcuse tanto alertou. / The research deals with the criticism that Herbert Marcuse makes to technological reason with a focus on the aspect of destructiveness, highlighting the question of the dialectic that accompanies the analysis of Marcuse. This destructiveness involves much more here than the question of wars, the arsenal of weapons including atomic, and the violent face of our civilization. Yes, because it also includes domination of the masses, new forms of social control, alienation and reification of people, the life under the power of the oppressive whole, which is that hegemonic rationality that permeates the social fabric. Thus, the destructiveness resulting from this rationality concerns, also, the atomization of individuals, the crisis of identity, existence mimicked under the positivity of one-unidimensional thinking that does not operate with criticism, does not operate dialectically. Is born hence the conformity of society even in the face of a technological apparatus that provides abundance and comfort, but, parallel to this, generates an unprecedented concentration of capital on a scale never seen before. The technological reason has arrived at a staggering stage of radicalization of the destructiveness, which is, according to the hypothesis that this study throws, the extreme level of the the capitalocene and the necropolitics, the potentialization of the Warfare State, the belligerent State. The technological reason and its destructiveness character is structured by a nexus that links capital, labor, society, ideology, capitalocene and and necropolitics, as we will demonstrate. The study will discuss how technological reason was formed from industrialism and modern capitalism, how it has grown on a global scale and consolidated itself linked to the political-economic dimension, and how it radicalized itself to reach an extreme level today, a last frontier, an age to which Marcuse warned so much.
|
Page generated in 0.0191 seconds