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Milagre em Monte Santo: a fundação da Escola Família Agrícola do Sertão / Miracle in Monte Santo: the foundation of the Rural Family School in the hinterlandFazio, Denizart Busto de 08 March 2019 (has links)
Em meio a violentos conflitos agrários, à baixa expectativa de vida, à seca e à fome, à falta de oferta educacional consistente e à expressiva migração de jovens, em 13 de março de 1998, agricultores da região de Monte Santo (BA) fundam, no meio da caatinga, a Escola Família Agrícola do Sertão (Efase). Propomos um percurso pela história deste acontecimento, evidenciando seu caráter de ruptura em relação a um fluxo esperado de continuidade e reprodução das condições sociais, fiando-se nas narrativas recolhidas dos seus fundadores e depreendendo delas gestos que concernem à reflexão filosófica em educação. A opção pela análise das narrativas deve-se à relação consubstancial que acreditamos existir entre essas atividades básicas que marcam a convivência intergeracional: narrar e educar. É por meio delas que propomos determinada compreensão acerca da fundação desta escola que a retrate como uma resposta significativa, singular e contextualizada a uma questão geral de grande relevância pública e política: a experiência escolar ainda pode guardar um significado político e existencial numa sociedade crescentemente burocratizada e submetida a imperativos econômicos globais? Percorremos o marco de mobilização, e referência simbólica, para aqueles sertanejos, Canudos, e a crescente mobilização em resposta à precariedade daquela vida por meio da ação de homens e mulheres, entendendo a fundação, a partir de Hannah Arendt, como um milagre humano, o aparecimento do novo. As narrações encontram seu lugar como memória da ação, forma de compreensão de um mundo que nos antecede. Em busca de respostas à questão de como poderiam permanecer juntos em um mundo que parecia se esfacelar, aqueles agricultores agiram na tentativa de que pudessem não apenas encontrar um espaço de comunhão, mas que pudessem também instituir um novo comum, a fim de partilhá-lo no tempo com os novos. / Amidst violent agrarian conflicts, low life expectancy, drought and famine, the lack of consistent educational provision, and the significant youth migration, on the 13th of March, 1998, farmers from the region of Monte Santo (a town in the state of Bahia, Brazil) founded, in the middle of the caatinga, the Escola Família Agrícola do Sertão (rural family school of the hinterland, Efase in its Portuguese acronym). A itinerary through the history of such event was intended, in order to highlight its disruptive nature in relation to an expected flow of continuity and reproduction of the social conditions, relying on the accounts gathered from the school´s founders and arising from them gestures that concern the philosophical reflection on education. Choosing to analyze the narratives results from the consubstantial relationship which I believe to exist between these basic activities that mark the intergenerational conviviality: narrate and educate. It is through them that a certain understanding of the foundation of this school is proposed, which portrays it as a remarkable, singular and contextualized response to a general question of great public and political importance: can the school experience still keep a political and existential meaning in an increasingly bureaucratic society, subject to global economic imperatives? I have run across the landmark of mobilization, and symbolic reference, for those hinterland people, Canudos, and the increasing mobilization in response to the precariousness of that kind of life through the action of men and women. The foundation of the school is understood, based on Hannah Arendt, as a human miracle, the emergence of the new. The narratives find their place as a memory of the action, a way of comprehending a world that came before. In the search for answers to the question of how would they be able to keep together in a world that seemed to crumble, those farmers acted in an effort to not only find a space of communion but also to establish a new common ground, in order to share it in time with the newcomers.
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