Submitted by Bruna Rodrigues (bruna92rodrigues@yahoo.com.br) on 2017-10-03T13:39:11Z No. of bitstreams: 1 TeseMBPG.pdf: 6838512 bytes, checksum: af7942c4aaa846f32732261c66215872 (MD5) / Approved for entry into archive by Ronildo Prado (bco.producao.intelectual@gmail.com) on 2018-01-29T16:08:04Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TeseMBPG.pdf: 6838512 bytes, checksum: af7942c4aaa846f32732261c66215872 (MD5) / Approved for entry into archive by Ronildo Prado (bco.producao.intelectual@gmail.com) on 2018-01-29T16:08:13Z (GMT) No. of bitstreams: 1 TeseMBPG.pdf: 6838512 bytes, checksum: af7942c4aaa846f32732261c66215872 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-01-29T16:11:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1 TeseMBPG.pdf: 6838512 bytes, checksum: af7942c4aaa846f32732261c66215872 (MD5) Previous issue date: 2017-06-23 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / This research aims to understand the social construction of the image of Brazilian ethanol, with special attention to the period from 2003 to 2014, through the investigation of the discourses that contribute to the formation of regimes of truth about the "green commodity" and the articulations between political and economic actors interested in it. The period is marked by the (re)birth of ethanol in the national market under the appeal of a "sustainable product", apparently desired by society, who would demand renewable energy sources that can replace polluting and depleting fossil fuels. In contrast to these discourses we can find those who point out that sugarcane ethanol carries within itself social relations historically marked by bad working conditions, by the concentration of land and power, by the depreciation of natural resources and by the competition with food production. In this context, many efforts have been undertaken by governments and the sugar and ethanol industry to overcome the contradictions in which ethanol is involved, in order to make it an internationally accepted commodity. The thesis considers, therefore, that the process of production of the green commodity involves works that go beyond those necessary for the materialized constitution of the product, also requiring a work of symbolic production, not always perceived like that, of which science is a fundamental part. The thesis then proposes that the green commodity is composed by particular types of value (“collective use value” and a “ethical exchange value”). These values, which are found in addition to traditional values described by sociological theories, mark the specificities of a type of commodity that objectively and symbolically results of capitalistic processes boosted by moral justifications. By understanding the market as a result of political, cultural, and axiological disputes that surpass the economic sphere, and searching the representations about Brazilian ethanol, this thesis analytically dialogues with rural sociology and environmental sociology, maintaining a strong interface with the field of economic sociology. Methodologically, qualitative procedures of social research were employed, with emphasis on semi-structured interview techniques, biographies and document analysis. / Esta pesquisa visa interpretar a construção social da imagem do etanol brasileiro, com especial atenção ao período de 2003 a 2014, por meio da investigação dos discursos que concorrem pela conformação de regimes de verdade acerca da mercadoria “verde” e das articulações entre os atores política e economicamente nela interessados. O período é marcado pelo (re)nascimento do etanol no mercado nacional sob o apelo de “produto sustentável”, aparentemente desejado pela sociedade, demandante de fontes renováveis de energia que possam substituir os combustíveis fósseis poluidores e em vias de esgotamento. Em contraposição a esses discursos encontram-se aqueles que apontam que o etanol derivado da cana-de-açúcar carrega em si relações sociais historicamente marcadas por degradantes condições de trabalho, pela concentração de terras e poder, pela depreciação de recursos naturais e pela competição com a produção de alimentos. Neste contexto, diversos esforços foram empreendidos por governos e pela indústria sucroalcooleira para contornar as contradições nas quais o etanol está envolvido, de modo a transformá-lo numa commodity aceita internacionalmente. A tese considera, deste modo, que o processo de produção da mercadoria verde envolve a realização de trabalhos que vão além daqueles necessários para a constituição materializada do produto, exigindo igualmente um trabalho de produção simbólica, nem sempre percebido, e do qual a ciência é parte fundamental. A tese propõe, então, que a mercadoria verde é portadora de tipos próprios de valor (“valor de uso coletivo” e “valor de troca ético”). Esses se somam a outros já descritos por correntes da teoria social e marcam as especificidades de um tipo de mercadoria que resulta, objetiva e simbolicamente, de processos capitalistas impulsionados por justificativas morais. Ao entender o mercado como resultado de disputas políticas, culturais e axiológicas que perpassam a esfera econômica, e buscar as representações tecidas sobre o etanol brasileiro, esta tese dialoga analiticamente com a sociologia rural e a sociologia ambiental, mantendo forte interface com o campo da sociologia econômica. Metodologicamente foram empregados procedimentos qualitativos de pesquisa social, com destaque às técnicas de entrevista semiestruturada, análise documental e biográfica.