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O testemunho de Maryan: limites e possibilidades na expressão do trauma / The testimony of Maryan: limits and possibilities in the expression of traumaOsmo, Alan 24 August 2016 (has links)
Este trabalho tem como objeto os desenhos do pintor Maryan S. Maryan, que foram produzidos na ocasião de seu tratamento psicanalítico. Maryan foi um pintor da segunda metade do século XX, de origem judia polonesa. Ele era um adolescente quando aconteceu a ocupação nazista da Polônia em 1939. Maryan passou por diversos campos de concentração e acabou sendo o único membro de sua família que sobreviveu. Em 1971, o pintor buscou um tratamento psicanalítico, mas, diante de sua grande dificuldade em falar, seu analista sugeriu que ele desenhasse para se expressar. Maryan preencheu ao todo nove cadernos durante um ano de tratamento psicanalítico. Seus desenhos são um material muito rico que pode ser explorado de distintas formas. Uma delas é vê-los como um poderoso testemunho relacionado às terríveis experiências traumáticas pelas quais o pintor passou em sua vida. A expressão desse tipo de violência tem grande complexidade, tendo em vista que sua lembrança é bastante dolorosa. A proposta deste trabalho é um olhar interdisciplinar para os desenhos de Maryan, que articula concepções da psicanálise, reflexões teóricas desenvolvidas a respeito do testemunho, e também textos literários da chamada literatura de testemunho. A psicanálise tem contribuições teóricas para esse debate, por exemplo, por meio da ideia de trauma. Entretanto, esse conceito, por vezes, traz problemas para se pensar violências como as que passaram sujeitos que sobreviveram a um genocídio, como Maryan. Neste trabalho, a escolha teórica é por desenvolver a ideia de trauma a partir da obra de Sándor Ferenczi, autor que permite uma compreensão em que é enfatizada uma dimensão social. O segundo momento de sua concepção de trauma, que é comumente chamado de desmentido, diz respeito a uma reação inadequada do meio quando um sujeito tenta se expressar sobre uma situação de violência. Outra contribuição interessante de Ferenczi é a ideia de identificação com o agressor, que permite uma compreensão para a complexa dinâmica que envolve vítima e agressor em situações de violência. Nicolas Abraham e Maria Torok são autores que fizeram desdobramentos interessantes ao pensamento de Ferenczi, através das ideias de cripta e de fantasma. Além desses conceitos psicanalíticos, são utilizadas, para a reflexão dos desenhos de Maryan, discussões em torno da ideia de testemunho, desenvolvidas em um campo interdisciplinar, por autores como Márcio Seligmann-Silva, Shoshana Felman, Dori Laub, Annette Wieviorka, entre outros. Foram utilizados, também, textos literários da chamada de literatura de testemunho de autores como Primo Levi, Imre Kertész e Ruth Klüger. Esses autores são, como Maryan, sobreviventes do Holocausto, que, através de seus livros, relatam as experiências terríveis que viveram / This work has as object the drawings of Maryan S. Maryan, which were produced on the occasion of his psychoanalytic treatment. Maryan was a painter of the second half of twentieth century, of Polish Jewish origin. He was a teenager at the time of the Nazi occupation of Poland, in 1939. Maryan went through several concentration camps and ended up being the only member of his family who survived. In 1971, the painter sought psychoanalytic treatment, but, due to his great difficulty in speaking, his analyst suggested him to draw to express himself. Maryan filled a total of nine sketchbooks during one year of psychoanalytic treatment. His drawings are a very rich material that can be researched in distinct ways. One of them is to see them as a powerful testimony related to the terrible traumatic experiences which the painter went through during his life. The expression of such violence has a great complexity, given that its remembrance is quite painful. The purpose of this work is an interdisciplinary look at Maryans drawings, which articulates concepts of psychoanalysis, theoretical reflections about the testimony, and also literary texts of the called testimonial literature. Psychoanalysis has theoretical contributions to this debate, for example, through the idea of trauma. However, this concept sometimes brings problems when thinking about violent experiences as those endured by subjects who survived genocide, as Maryan. In this work, the theoretical choice is to develop the idea of trauma from the writings of Sándor Ferenczi, an author that allows an understanding in which a social dimension is emphasized. The second moment of his conception of trauma, that is commonly called denial, concerns an inadequate reaction of the environment when a subject tries to express a situation of violence. Another interesting contribution of Ferenczi is the idea of identification with the aggressor, which allows an understanding of the complex dynamics involving victim and aggressor in situations of violence. Nicolas Abraham and Maria Torok are authors who have made interesting developments to Ferenczis thought, through the ideas of crypt and phantom. For the reflection on Maryans drawings, in addition to these psychoanalytic concepts, are also used discussions around the idea of testimony developed in an interdisciplinary field by authors such as Márcio Seligmann-Silva, Shoshana Felman, Dori Laub, Annette Wieviorka, among others. Also literary texts of the called testimonial literature were used, from authors such as Primo Levi, Imre Kertész and Ruth Klüger. As Maryan, these authors were also Holocaust survivors, who reported through their books the terrible experiences that they lived
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Autenticidade: o psicanalista entre Ferenczi e Lacan / Authenticity: the psychoanalyst between Ferenczi and LacanVitorello, Daniel Migliani 10 April 2015 (has links)
Trata-se de uma pesquisa que aborda o psicanalista na relação com o seu ser. Uma vez que a psicanálise não é um mero conjunto de técnicas aprendidas e aplicadas, a dificuldade do seu ofício se torna complexa e singular e, sobretudo, ao psicanalista, coloca-se o problema da sua presença. Dessa forma, Freud logo percebeu a própria influência que os processos psíquicos do analista produziam em uma análise, de modo que, para ele, seria necessário que o analista se encontrasse em uma determinada posição subjetiva. Posição que seria, dentre outras coisas, o efeito de uma análise pessoal. Esta, para ele, deveria servir para o ser do analista desaparecer, isto é, opacidade e assepsia psíquica. E como uma espécie de posição oficial para se referir à posição do analista, ergueu-se o princípio de abstinência e seus correlatos: neutralidade e frieza. A partir daí, pode-se sustentar que a maioria das recomendações técnicas freudianas estava pautada na tentativa de corrigir ou impedir a inevitável contaminação da sua posição pelo seu ser. Todavia, não há escolha, pois a princípio, o espaço analítico engloba inevitavelmente dois seres, ainda que, a cada um, seja designado ocupar uma posição. Por sua vez, a comunidade analítica encontrou dois grandes destinos paradigmáticos para o analista na relação com o seu ser. Por um lado, operar via contratransferência e, por outro, via desejo do analista. No entanto, como metodologia, procurou-se no atravessamento de paradigmas, as condições para abordar o tema por outras perspectivas e a partir de outras noções. Entendeu-se ser necessário dar um passo para trás. Pode-se perceber que Sándor Ferenczi, precursor da contratransferência, experimentou a psicanálise tentando render uma autenticidade para a relação analítica. Por sua vez, apesar de Jacques Lacan ter enveredado por um caminho diverso para ele a contratransferência designa os efeitos da transferência que atingem o desejo do analista , igualmente à Ferenczi, pode-se sustentar que ele também buscava uma autenticidade no analista. Dessa forma, notou-se que um com o outro ou contra o outro, juntos não deixaram de questionar a autenticidade do e no analista e o seu papel determinante no tratamento. Ambos são as referências teóricas dessa pesquisa. Portanto, para aquém das multiplicidades e polissemias do arranjo psicanalítico, o objetivo principal desta tese é discutir que a própria clínica psicanalítica constituída pelo seu método, sua técnica e sua teoria que lhes são próprias pode encontrar na noção de autenticidade, uma medida possível das suas vias para se pensar a irredutível tensão entre a posição do analista e o seu ser. Dessa forma, foi possível perceber que a referida noção pode se converter em uma condição para o analista, bem como, em um importante operador clínico enquanto perspectiva favorável para os efeitos do trabalho analítico / This research focuses the analyst in the relationship with his being. Since psychoanalysis is not a simple set of learned and applied techniques, the difficulty of their craft becomes complex and unique and especially to the psychoanalyst, we pose the problem of their presence. Thus, Freud realized the very influence that the psychics process of the analyst could produce in an analysis, so that, for him, it would be necessary that the analyst found himself in a particular subject position. Position that would be, among others, the effect of a personal analysis. This, for him, should serve to the analysts being disappear, ie, opacity and psychic asepsis. And as a kind of official position to refer to the analyst\'s position, it was raised the principle of abstinence and its correlates: neutrality and coldness. From there, it can be argued that most of Freud\'s technical recommendations was guided in an attempt to correct or prevent the inevitable contamination of his position by his being. However, there is no choice, because first of all, the analytic space includes inevitably two beings, even though to witch one is designated to occupy a position. In turn, the analytical community founded two great paradigmatic destinations for the analyst in the relationship with his being. On the one hand, operate via countertransference and on the other, via the analyst\'s desire. However, as a methodology, it was searched by the crossing of paradigms, the conditions to approache the subject by other perspectives and from other notions. It was considered necessary to take a step back. One can see that Sándor Ferenczi, precursor of countertransference, experienced psychoanalysis trying to give an authenticity to the analytic relationship. On the other hand, although Jacques Lacan has gone in a different path - for him the countertransference designates the transferences effects that reach the analyst\'s desire like Ferenczi, we can argue that he also searches an authenticity in the analyst. Thus, it was noted that this one with or against the other one, together they did not stopped to question the authenticity of and in the analyst and its decisive role in the treatment. Both authors are the theoretical references of this research. So, before the multiplicities and polysemies of the psychoanalytic arrangement, the main objective of this thesis is to discuss that the psychoanalytic clinic itself - formed by his own method, technique and theory - can find in the notion of authenticity, a possible measure of their paths to think about the irreducible tension between the position of the analyst and his being. Thus, it was possible to realize that this concept may become a condition for the analysts position as well an important clinical operator while a favorable perspective for the effects of the analytic work
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Autenticidade: o psicanalista entre Ferenczi e Lacan / Authenticity: the psychoanalyst between Ferenczi and LacanDaniel Migliani Vitorello 10 April 2015 (has links)
Trata-se de uma pesquisa que aborda o psicanalista na relação com o seu ser. Uma vez que a psicanálise não é um mero conjunto de técnicas aprendidas e aplicadas, a dificuldade do seu ofício se torna complexa e singular e, sobretudo, ao psicanalista, coloca-se o problema da sua presença. Dessa forma, Freud logo percebeu a própria influência que os processos psíquicos do analista produziam em uma análise, de modo que, para ele, seria necessário que o analista se encontrasse em uma determinada posição subjetiva. Posição que seria, dentre outras coisas, o efeito de uma análise pessoal. Esta, para ele, deveria servir para o ser do analista desaparecer, isto é, opacidade e assepsia psíquica. E como uma espécie de posição oficial para se referir à posição do analista, ergueu-se o princípio de abstinência e seus correlatos: neutralidade e frieza. A partir daí, pode-se sustentar que a maioria das recomendações técnicas freudianas estava pautada na tentativa de corrigir ou impedir a inevitável contaminação da sua posição pelo seu ser. Todavia, não há escolha, pois a princípio, o espaço analítico engloba inevitavelmente dois seres, ainda que, a cada um, seja designado ocupar uma posição. Por sua vez, a comunidade analítica encontrou dois grandes destinos paradigmáticos para o analista na relação com o seu ser. Por um lado, operar via contratransferência e, por outro, via desejo do analista. No entanto, como metodologia, procurou-se no atravessamento de paradigmas, as condições para abordar o tema por outras perspectivas e a partir de outras noções. Entendeu-se ser necessário dar um passo para trás. Pode-se perceber que Sándor Ferenczi, precursor da contratransferência, experimentou a psicanálise tentando render uma autenticidade para a relação analítica. Por sua vez, apesar de Jacques Lacan ter enveredado por um caminho diverso para ele a contratransferência designa os efeitos da transferência que atingem o desejo do analista , igualmente à Ferenczi, pode-se sustentar que ele também buscava uma autenticidade no analista. Dessa forma, notou-se que um com o outro ou contra o outro, juntos não deixaram de questionar a autenticidade do e no analista e o seu papel determinante no tratamento. Ambos são as referências teóricas dessa pesquisa. Portanto, para aquém das multiplicidades e polissemias do arranjo psicanalítico, o objetivo principal desta tese é discutir que a própria clínica psicanalítica constituída pelo seu método, sua técnica e sua teoria que lhes são próprias pode encontrar na noção de autenticidade, uma medida possível das suas vias para se pensar a irredutível tensão entre a posição do analista e o seu ser. Dessa forma, foi possível perceber que a referida noção pode se converter em uma condição para o analista, bem como, em um importante operador clínico enquanto perspectiva favorável para os efeitos do trabalho analítico / This research focuses the analyst in the relationship with his being. Since psychoanalysis is not a simple set of learned and applied techniques, the difficulty of their craft becomes complex and unique and especially to the psychoanalyst, we pose the problem of their presence. Thus, Freud realized the very influence that the psychics process of the analyst could produce in an analysis, so that, for him, it would be necessary that the analyst found himself in a particular subject position. Position that would be, among others, the effect of a personal analysis. This, for him, should serve to the analysts being disappear, ie, opacity and psychic asepsis. And as a kind of official position to refer to the analyst\'s position, it was raised the principle of abstinence and its correlates: neutrality and coldness. From there, it can be argued that most of Freud\'s technical recommendations was guided in an attempt to correct or prevent the inevitable contamination of his position by his being. However, there is no choice, because first of all, the analytic space includes inevitably two beings, even though to witch one is designated to occupy a position. In turn, the analytical community founded two great paradigmatic destinations for the analyst in the relationship with his being. On the one hand, operate via countertransference and on the other, via the analyst\'s desire. However, as a methodology, it was searched by the crossing of paradigms, the conditions to approache the subject by other perspectives and from other notions. It was considered necessary to take a step back. One can see that Sándor Ferenczi, precursor of countertransference, experienced psychoanalysis trying to give an authenticity to the analytic relationship. On the other hand, although Jacques Lacan has gone in a different path - for him the countertransference designates the transferences effects that reach the analyst\'s desire like Ferenczi, we can argue that he also searches an authenticity in the analyst. Thus, it was noted that this one with or against the other one, together they did not stopped to question the authenticity of and in the analyst and its decisive role in the treatment. Both authors are the theoretical references of this research. So, before the multiplicities and polysemies of the psychoanalytic arrangement, the main objective of this thesis is to discuss that the psychoanalytic clinic itself - formed by his own method, technique and theory - can find in the notion of authenticity, a possible measure of their paths to think about the irreducible tension between the position of the analyst and his being. Thus, it was possible to realize that this concept may become a condition for the analysts position as well an important clinical operator while a favorable perspective for the effects of the analytic work
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O testemunho de Maryan: limites e possibilidades na expressão do trauma / The testimony of Maryan: limits and possibilities in the expression of traumaAlan Osmo 24 August 2016 (has links)
Este trabalho tem como objeto os desenhos do pintor Maryan S. Maryan, que foram produzidos na ocasião de seu tratamento psicanalítico. Maryan foi um pintor da segunda metade do século XX, de origem judia polonesa. Ele era um adolescente quando aconteceu a ocupação nazista da Polônia em 1939. Maryan passou por diversos campos de concentração e acabou sendo o único membro de sua família que sobreviveu. Em 1971, o pintor buscou um tratamento psicanalítico, mas, diante de sua grande dificuldade em falar, seu analista sugeriu que ele desenhasse para se expressar. Maryan preencheu ao todo nove cadernos durante um ano de tratamento psicanalítico. Seus desenhos são um material muito rico que pode ser explorado de distintas formas. Uma delas é vê-los como um poderoso testemunho relacionado às terríveis experiências traumáticas pelas quais o pintor passou em sua vida. A expressão desse tipo de violência tem grande complexidade, tendo em vista que sua lembrança é bastante dolorosa. A proposta deste trabalho é um olhar interdisciplinar para os desenhos de Maryan, que articula concepções da psicanálise, reflexões teóricas desenvolvidas a respeito do testemunho, e também textos literários da chamada literatura de testemunho. A psicanálise tem contribuições teóricas para esse debate, por exemplo, por meio da ideia de trauma. Entretanto, esse conceito, por vezes, traz problemas para se pensar violências como as que passaram sujeitos que sobreviveram a um genocídio, como Maryan. Neste trabalho, a escolha teórica é por desenvolver a ideia de trauma a partir da obra de Sándor Ferenczi, autor que permite uma compreensão em que é enfatizada uma dimensão social. O segundo momento de sua concepção de trauma, que é comumente chamado de desmentido, diz respeito a uma reação inadequada do meio quando um sujeito tenta se expressar sobre uma situação de violência. Outra contribuição interessante de Ferenczi é a ideia de identificação com o agressor, que permite uma compreensão para a complexa dinâmica que envolve vítima e agressor em situações de violência. Nicolas Abraham e Maria Torok são autores que fizeram desdobramentos interessantes ao pensamento de Ferenczi, através das ideias de cripta e de fantasma. Além desses conceitos psicanalíticos, são utilizadas, para a reflexão dos desenhos de Maryan, discussões em torno da ideia de testemunho, desenvolvidas em um campo interdisciplinar, por autores como Márcio Seligmann-Silva, Shoshana Felman, Dori Laub, Annette Wieviorka, entre outros. Foram utilizados, também, textos literários da chamada de literatura de testemunho de autores como Primo Levi, Imre Kertész e Ruth Klüger. Esses autores são, como Maryan, sobreviventes do Holocausto, que, através de seus livros, relatam as experiências terríveis que viveram / This work has as object the drawings of Maryan S. Maryan, which were produced on the occasion of his psychoanalytic treatment. Maryan was a painter of the second half of twentieth century, of Polish Jewish origin. He was a teenager at the time of the Nazi occupation of Poland, in 1939. Maryan went through several concentration camps and ended up being the only member of his family who survived. In 1971, the painter sought psychoanalytic treatment, but, due to his great difficulty in speaking, his analyst suggested him to draw to express himself. Maryan filled a total of nine sketchbooks during one year of psychoanalytic treatment. His drawings are a very rich material that can be researched in distinct ways. One of them is to see them as a powerful testimony related to the terrible traumatic experiences which the painter went through during his life. The expression of such violence has a great complexity, given that its remembrance is quite painful. The purpose of this work is an interdisciplinary look at Maryans drawings, which articulates concepts of psychoanalysis, theoretical reflections about the testimony, and also literary texts of the called testimonial literature. Psychoanalysis has theoretical contributions to this debate, for example, through the idea of trauma. However, this concept sometimes brings problems when thinking about violent experiences as those endured by subjects who survived genocide, as Maryan. In this work, the theoretical choice is to develop the idea of trauma from the writings of Sándor Ferenczi, an author that allows an understanding in which a social dimension is emphasized. The second moment of his conception of trauma, that is commonly called denial, concerns an inadequate reaction of the environment when a subject tries to express a situation of violence. Another interesting contribution of Ferenczi is the idea of identification with the aggressor, which allows an understanding of the complex dynamics involving victim and aggressor in situations of violence. Nicolas Abraham and Maria Torok are authors who have made interesting developments to Ferenczis thought, through the ideas of crypt and phantom. For the reflection on Maryans drawings, in addition to these psychoanalytic concepts, are also used discussions around the idea of testimony developed in an interdisciplinary field by authors such as Márcio Seligmann-Silva, Shoshana Felman, Dori Laub, Annette Wieviorka, among others. Also literary texts of the called testimonial literature were used, from authors such as Primo Levi, Imre Kertész and Ruth Klüger. As Maryan, these authors were also Holocaust survivors, who reported through their books the terrible experiences that they lived
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O terceiro tempo do trauma: Freud, Ferenczi e os desvios de um conceito / The Third Phase of Trauma: Freud, Ferenczi and the detours of a conceptCanesin Dal Molin, Eugênio 18 October 2013 (has links)
O presente trabalho procura compreender o conceito de trauma psíquico a partir das teorizações de S. Freud e S. Ferenczi. Discutem-se as ideias expostas pelos dois autores sobre os aspectos intra e interpsíquicos envolvidos na formação do trauma, com o intuito de articulá-las de um modo que contemple as diferentes experiências de traumatização. A dissertação está dividida em três partes. Na primeira, composta de cinco capítulos, o eixo são experiências que parecem ter um efeito disruptivo tão logo acontecem, imediatamente ou após um curto intervalo de tempo. Incluem-se, aqui, as neuroses traumáticas, em geral, e as neuroses de guerra, em particular, assim como eventos de menor intensidade, mas que demandam um trabalho característico do aparelho psíquico. A atenção de Freud e Ferenczi voltou-se para esse tipo de formação traumática, em um tempo, após a Primeira Guerra Mundial, devido à necessidade de compreender e tratar soldados com sintomas que remetiam às experiências de trauma. Devido ao despreparo, à ausência de contrainvestimento do sistema consciente, e à intensidade da estimulação, o psiquismo é obrigado a acionar medidas defensivas primitivas, na tentativa de ligar o afluxo de excitação. Na segunda parte deste estudo, dividida em quatro capítulos, discutem-se as teorizações dos autores-base que explicitam a formação do trauma em dois tempos distintos. O modelo deriva do observado nas experiências de sedução. Para Freud, algumas vivências não são traumáticas no momento em que ocorrem, mas ganham esse atributo posteriormente, ao serem reativadas por uma nova experiência que as ressignifica. Para Ferenczi, algumas formas de traumatização envolvem o que chama de duplo choque: uma experiência causa comoção psíquica e, quando o indivíduo busca no ambiente a validação e o reconhecimento de suas sensações e percepções, estas são negadas. Utilizando casos clínicos colhidos da literatura sobre o tema, e cotejando a relação pessoal entre os autores, procura-se articular os modelos de traumatização observados. No capítulo final, conclusivo, acompanha-se a tentativa de Michael Balint de decompor a formação do trauma em três fases, unindo as ideias de Freud e Ferenczi, e propõe-se, com base no que foi discutido, a hipótese de que alguns tipos de formação traumática envolvem três tempos: o momento do choque, a reação do ambiente após o evento, e a ressignificação a posteriori das experiências anteriores / In this work I advance an understanding of the concept of psychic trauma based on Freuds and Ferenczis theoretical deliberations. I discuss both authors ideas concerning intra- and inter-psychic aspects of trauma formation so as to articulate them in such a way that I may distinguish different traumatic experiences. This work is divided into three parts. In the first five chapters I show that the focal point of a particular type of trauma is a set of experiences that appear to have an immediate or shortly delayed disruptive effect. In this set one finds traumatic neuroses in general and wartime neuroses in particular, as well as less intense events that nonetheless require a characteristic effort on the part of the psychic apparatus. Owing to the need to understand and treat soldiers whose symptoms derived from their traumatic experiences, both Freud and Ferenczi directed their attention to this type of trauma formation after the World War I. Because of psychic unpreparedness, the conscious systems lack of counter-cathexis, and the stimulations intensity, the psyche is forced into activating primitive defenses in its attempts to bind the overwhelming excitation. In the second part (four chapters), I discuss these foundational authors theoretical deliberations concerning the formation of trauma in two different stages. The model here derives from what has been observed in experiences of seduction. For Freud some experiences are not traumatic when they occur, but they become traumatic later, when they are reactivated by another experience that redefines them. For Ferenczi, some forms of traumatization entail what he calls a double shock: an experience causes psychic commotion, and, when subjects search their environment for validation and for acknowledgement of their sensations and perceptions, these are denied. Using pertinent clinical cases found in the literature and availing myself of Freuds and Ferenczis personal relationship, I attempt to delineate these two models of traumatization. In my concluding chapter I examine Michael Balints attempt to break down trauma formation into three phases by uniting Freuds and Ferenczis points of view. I propose, based on what has come before, the hypothesis that some types of trauma formation entail three phases: the moment of shock, the environments reaction after the event, and the a posteriori reinterpretation of the prior experiences
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De Viena a Wiesbaden: O percurso do pensamento clínico-teórico de Sándor Ferenczi / From Vienna to Wiesbaden: the development of clinical and theoritical thoughts of Sandor FerencziGomes, Gustavo Dean 26 August 2016 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2016-10-18T17:01:48Z
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Previous issue date: 2016-08-26 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / The purpose of this study is to present the development of the theoretical and clinical thinking of Sándor Ferenczi, a Hungarian psychoanalyst who lived between 1873 and 1933. This research started as an attempt to understand the problems and the possible ways to handle psychical illnesses which this author found along his practice. The fact that Ferenczi’s theories were unconventional contributed to his work being neglected for a long period. However, it has recently been revitalized as an important reference to the ethics of care in psychoanalysis. We will examine the several phases of the author’s production, from his graduation as a doctor in Vienna to his meeting Sigmund Freud and learning of his psychoanalytical theory, covering his experience as a neurologist in Budapest. From then, we will have the opportunity to observe his contributions to establishing psychoanalysis classical technique in the 1910s, as well as the innovations he proposed in clinical interventions starting in the 1920s: the active technique, the elasticity of the psychoanalytic technique, the relaxation principle and the mutual analysis. We will simultaneously study his most relevant theoretical conceptions to understand how they were intertwined and how they supported his characteristic clinical style, as well as the personal and theoretical relationship he maintained with the pioneers of the psychoanalytical method (Freud, Otto Rank, and Georg Groddeck, among others) / O objetivo do estudo é apresentar o desenvolvimento do pensamento clínico-teórico de Sándor Ferenczi, psicanalista húngaro nascido em 1873 e morto em 1933. A pesquisa surgiu a partir de uma tentativa de compreensão dos problemas e respostas possíveis que esse autor encontrou ao longo de sua prática clínica para lidar com os adoecimentos psíquicos, cuja originalidade o levaram a ser primeiramente esquecido e, hoje, reconhecido como uma importante referência para a "ética do cuidado" na psicanálise. Atravessaremos diversas fases de suas reflexões clínicas, desde sua formação como médico em Viena, passando por sua atuação como neurologista em Budapeste até seu encontro com Sigmund Freud e a teoria psicanalítica. A partir daí teremos a oportunidade de observar suas contribuições para o estabelecimento da técnica clássica da psicanálise na década de 1910 bem como as inovações que propôs no manejo clinico a partir dos anos 1920: a técnica ativa, a elasticidade, o princípio de relaxamento e a análise mútua. Simultaneamente estudaremos suas concepções teóricas mais relevantes para compreender como elas dialogavam e davam suporte a sua atuação clínica, bem como o diálogo que ele, pessoal e teoricamente, manteve com os pioneiros do método psicanalítico (Freud, Otto Rank, Georg Groddeck entre outros)
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Contribuições para a clínica psicanalítica do traumaPeron, Paula Regina 17 May 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-05-17 / The present psychoanalytical research brings metapsychological considerations on the theme of trauma, its impacts and possible psychical consequences, based on Sigmund Freud and Sándor Ferenczi. Through the contributions of Ferenczi, the subject of trauma is examined, with the intention to understand clinical phenomena, especially of psychical paralysis and strong submission to the analyst, features that characterize a typical transferencial picture, nominated by the author as masochist-depressive transference. Such basis allowed us to consider that indifferent and violent repetitive maternal and paternal attitudes can provoke pathological effects on the psychical development of a child, taken by great amounts of excitement, disorganizing his subjective functioning and mobilizing pathological defense mechanisms that reflect a wounded narcissism. Four clinical cases have been examined, in which transferencial movements indicated psychical defenses such as splitting, psychopathological progression and identification with the aggressor. In such cases, the analyst had to work to allow the bounding of psychical excesses to words, and thus to construct meanings for traumatic experiences. The clinical necessity of non-standardized psychoanalytical technique was verified, and also the need to consider the importance of the real fact, as much as the patient s attributed meaning to the traumatic fact. It was concluded mainly that considering the masochist-depressive transference, the underlying traumatic factors and the derivative pathological psychical defenses brings more possibilities of intervention to the analysis, with special attention for the factors that produce compulsion to repetition and corporal symptoms / A presente pesquisa psicanalítica, baseada em Sigmund Freud e Sándor Ferenczi, traz considerações metapsicológicas sobre o trauma, seus impactos e possíveis conseqüências psíquicas. Através das contribuições do psicanalista húngaro Ferenczi, o tema do trauma é examinado para possibilitar a compreensão de fenômenos clínicos, especialmente de paralisia psíquica e forte submissão ao analista, que caracterizam um quadro transferencial típico nomeado pela autora como transferência depressivo-masoquista. Tal embasamento permitiu considerar que as atitudes materna e paterna podem provocar, quando repetidas e carregadas de indiferença e violência, efeitos patológicos sobre o desenvolvimento psíquico de uma criança, que fica então inundada por grandes quantidades de excitação, tendo seu funcionamento subjetivo desorganizado e mobilizando defesas patológicas que refletem um narcisismo ferido. Foram examinados quatro casos clínicos cujos movimentos transferenciais faziam supor defesas psíquicas de clivagem, progressão psicopatológica e identificação com o agressor. Em tais casos, evidenciou-se a necessidade do analista trabalhar para permitir o ligamento de excessos psíquicos às palavras e assim, construir sentido para experiências traumáticas. Verificou-se a necessidade clínica de não uniformizar a técnica psicanalítica, e de levar em conta tanto a importância do fato real, quanto a significação singular que um determinado paciente atribuiu ao fato traumático. Concluiu-se principalmente que considerar a transferência depressivo-masoquista, os fatores traumáticos subjacentes e as defesas psíquicas patológicas derivadas permite a ampliação das possibilidades de intervenção da análise, com atenção especial para os fatores que produzem compulsão à repetição e sintomas corporais
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