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A ordem do discurso geoescolarBatista, Bruno Nunes January 2017 (has links)
Ao longo das últimas décadas, o ensino de Geografia vem orientando-se com maior ênfase por meio de diretrizes sinalizadas pelo construtivismo pedagógico e as pedagogias progressistas e psicológicas, cujas premissas partem de centrar no aluno a construção do conhecimento e partir do cotidiano e dos arredores escolares para que possa ser significativo o saber geográfico. No entanto, perguntar se o conjunto desses pressupostos foi sempre o mesmo, e como ele chegou a ser o que é, conduz-nos a realizar uma História do presente, ou seja, partir de uma problemática atual para compreender em que momento ela se tornou um problema. Esta tese aponta que o campo contemporâneo da Geografia escolar não é natural, tampouco neutro, nem esteve desde sempre aí. Para ser o que é, teve que passar por inúmeros processos que estabeleceram a ordem do discurso geoescolar. Criado nesta pesquisa, este conceito parte do princípio de que não se pode falar sobre o quiser no ensino de Geografia, nem qualquer um pode fazê-lo; é necessário seguir regras, normas e prescrições, que delimitam o certo e o errado, o verdadeiro e o falso e, portanto, dizem como a aula deve ser. O movimento investigativo aqui desenvolvido partiu dessas alavancas não para entender as ideias compartilhadas na didática geográfica, e sim as condições de possibilidade, relações de poder e saber, que a instituíram. Um trabalho arqueológico e genealógico; sobretudo, uma perspectiva de trabalho pós-estruturalista ancorada nas teorizações de Michel Foucault. Por intermédio da descrição de arquivos subjacentes ao ensino de Geografia na primeira metade do século XX, questionando de onde se fala, como se fala e quem fala sobre ensino de Geografia, identificamos um discurso capitaneado pelo que chamamos da tríade queda/resgate/redenção, isto é, um elevado número de textos sequenciados pela denúncia recorrente ao método tradicional de ensino e tudo que ele envolve; a celebração de um projeto renovador operacionalizado pela Pedagogia ativa e as psicologias escolares; um ideal de final de história, representando por uma nação evoluída, tecnologicamente desenvolvida e voltada para o constante progresso. No entanto, não bastou descrever a constituição da ordem do discurso geoescolar; fundamental também foi o entendimento das práticas de poder e saber que a moldaram. Com hegemonia, infiltrou-se nessa formação discursiva uma constelação maior de objetos e conceitos que, advindos da emergência da acumulação flexível do capital, alicerçavam-se na necessidade de maior investimento em capital humano, isto é, sujeitos flexíveis, individualistas e consumidores, para manter em funcionamento os jogos econômicos de inspiração neoliberal. Balizada pela pedagogia do interesse, a metodologia de projetos, a interdisciplinaridade e as didáticas ativas, e tendo, como pano de fundo, o fatalismo da extinção, pode-se afirmar que, muitas vezes, a ordem do discurso geoescolar foi um mecanismo a serviço da economia de mercado. / Over the last decades, Geography teaching has been guided with greater emphasis through directives signaled by pedagogical constructivism and progressive and psychological pedagogies, whose premises depart from focusing on the student the construction of knowledge and departing from everyday life and from the school surroundings so that geographic knowledge can be significant. However, to ask whether the set of these assumptions has always been the same, and how it came to be what it is, leads us to realize a history of the present, that is, starting from a current problematic to understand in which moment it has become a problem. This thesis points out that the contemporary area of school Geography is not natural, nor neutral, neither has it ever been there. To be what it is, it had to go through numerous processes that established the order of geoschool discourse. Created in this research, this concept assumes that you can not talk about what you want in Geography teaching, nor can anyone do it; it is necessary to follow rules, norms and prescriptions, which delimit right and wrong, true and false, and therefore say how the class should be. The investigative movement developed here was based on these levers not to understand the ideas shared in geographical didactics, but rather the conditions of possibility, relations of power and knowledge that instituted it. Archaeological and genealogical work; above all, a post-structuralism work perspective anchored in the theories of Michel Foucault. Through the description of the archives underlying to the teaching of Geography in the first half of the XX century, questioning from where it speaks, how it speaks and who speaks about Geography teaching, we identify a discourse headed by what we call the triad of fall / rescue / redemption, That is, a high number of texts sequenced by recurrent denunciation of the traditional method of teaching and all that it involves; The celebration of a renewal project operationalized by active pedagogy and school psychology; an end-of-history ideal, represented by an evolved nation, technologically developed and geared towards constant progress. However, it was not enough to describe the constitution of the order of geoschool discourse; fundamental was also the understanding of the practices of power and knowledge that shaped it. With hegemony, was infiltrated in this discursive formation, a greater constellation of objects and concepts that, stemming from the emergence of flexible capital accumulation, were based on the need for greater investment in human capital, that is, flexible, individualistic and consumers subjects, to keep economic games of neoliberal inspiration running. Bounded by pedagogy of interest, methodology of project, interdisciplinarity and active didactics, and having, as a background, the fatalism of extinction, it can be affirmed that, often, the order of geoschool discourse was a mechanism at the service of the market economy.
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O ensino de Geografia e do urbano na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil: as possibilidades e uma formação cidadã para a conquista do direito à cidade / The teaching of Geography and Urban in Youth and Adult Education (EJA) in Brazil: the possibilities of a citizen education for achieving the right to the cityMalavski, Paula Dagnone 19 February 2016 (has links)
A Geografia Escolar, sob Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (1998) do Ensino Fundamental e Médio, pauta-se em um modelo neoliberal de ensino e propõe uma prática pedagógica para a adequação dos jovens brasileiros no atual mercado de trabalho, no qual poucos terão chance de acesso. É o instrumento da ideologia neoliberal sob o discurso fatalista que a finalidade da educação no mundo atual, em face do desemprego, é apenas o treino técnico-científico do educando e não a sua formação. Portanto, o ensino de Geografia nas escolas públicas, pautado no movimento de (re)produção do espaço geográfico, e de suas contradições no plano da vida cotidiana, contribuem para uma formação crítica dos alunos brasileiros é a negação desse modelo educacional. No presente trabalho, práticas pedagógicas intituladas de oficinas de geocidadania em turmas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) em uma escola pública estadual na cidade de Salvador (BA), pautadas no atual momento de (re)produção do espaço urbano da capital baiana dentro do processo de (re)valorização da orla marítima, tiveram como objetivo propor uma metodologia alternativa de ensino de Geografia para uma formação efetivamente cidadã desse público e para a luta do direito à cidade (LEFEBVRE, 2008). A nossa práxis, partindo de um estudo do lugar da escola e dos bairros dos nossos alunos e sua paisagem (como categorias de análise da Geografia), buscou romper com os discursos hegemônicos e segregadores dos espaços excluídos socialmente e materialmente da capital soteropolitana. O resultado desse trabalho é um manifesto a favor da Geografia Escolar, sob perspectiva crítica, e sua potencialidade para a formação cidadã. / Elementary and High School Geography, under the National Curriculum Parameters (PCNs) (1998), is guided in a neoliberal model of teaching and proposes a pedagogical practice to the adequacy of young Brazilians in the current labor market in which few of them will have access. It is the instrument of neoliberal ideology under the fatalistic speech that claims that the purpose of education in today\'s world, in the face of unemployment, it is only the technical and scientific training of the student and not his education. Therefore, the teaching of Geography in public schools, based on the movement of (re) production of geographical space, and its contradictions in terms of everyday life, contributes to a critical education of Brazilian students and it is the denial of this educational model. In this study, pedagogical practices named geo citizenship workshops in groups of Youth and Adult Education in a public school in the city of Salvador (BA), based on the current moment of (re) production of urban space of Salvador within the process of (re) valorization of the seafront, aimed at proposing an alternative methodology of Geography teaching to a truly citizen education of this public and to the fight for the right to the city (LEFEBVRE, 2008). Our research, since the study of the school location and our students neighborhoods and their landscape (such as Geography analytical categories), aimed at breaking with the hegemonic and segregating discourses of the socially and materially excluded spaces in Salvador. The result of this study is a manifesto in favor of School Geography under critical perspective, and its potential for citizenship education.
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Härskarrasen, folkmaterialet och de mongolida finnarna : Raser, rasbiologi och rashygien i svenska läroböcker i geografi och biologi under drygt hundra årSvensson, Mats January 2008 (has links)
<p>This study investigates the treatment of race biology and related subjects in Swedish schoolbooks from 1873 to 1994, with special emphasis on the “gymnasium”-level. The concept of race biology has several connotations: it is at one hand related to physical anthropology and at the other to eugenics. Like in Germany the latter was in Sweden first called “racial hygiene”. After an introduction giving the historical background the books are reviewed for their content on this matter. The conclusions drawn are as follows:<br /><br />1. During the late 19th century and early 20th century, mental, cultural and physical appearances of peoples from various parts of the world are discussed with little emphasis on the distinction between race (as a biological concept) and culture.<br /><br />2. Finns and Lapps are in early books considered as belonging to the Mongolian race. This may be understood in terms of the confusion between classification of race and language but also of at the time prevailing theories of Sweden’s racial history.<br /><br />3. Around 1930 a distinction between race, as a biological concept, and people, as a linguistic and cultural concept is pronounced. Personality characteristics are attributed to biological races.<br /><br />4. The dark-skinned African and Australian populations are treated with special disrespect, whereas the lighter-skinned Polynesians are discussed with high esteem.<br /><br />5. The teachings of the Nazi racialist H. F. K. Günther have a decisive impact on the treatment of in particular European ”races” and their mental characters on at least one author. Even the word “master-race” is used for the Nordic race. The most controversial parts of this teaching are removed in 1945.<br /><br />6. From the 1950’s onward the interest in races is diminished in books in geography, and in the biology books racism is generally condemned.<br /><br />7. Eugenics (racial hygiene) is advocated in biology books into the 1970’s, in a manner close enough to be called political propaganda. The low efficiency of sterilisation against Mendelian recessives is generally presented. The Swedish sterilisation policies at the time are presented in detail in the biology books.<br /><br />8. Traditional race classification is present still in the 1980’s, even with regard to the European “racial types”. Much attention is given to the “extreme” racial crossing between Europeans and Hottentots.<br /><br />9. In a biology book from 1967, control of the third world population explosion (in itself a theme from the 1950’s onward) is explicitly discussed in the context of eugenics.<br /><br />10. When modern in utero diagnostic methods are discussed in the 1990’s, eugenics is not concerned.</p>
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Härskarrasen, folkmaterialet och de mongolida finnarna : Raser, rasbiologi och rashygien i svenska läroböcker i geografi och biologi under drygt hundra årSvensson, Mats January 2008 (has links)
This study investigates the treatment of race biology and related subjects in Swedish schoolbooks from 1873 to 1994, with special emphasis on the “gymnasium”-level. The concept of race biology has several connotations: it is at one hand related to physical anthropology and at the other to eugenics. Like in Germany the latter was in Sweden first called “racial hygiene”. After an introduction giving the historical background the books are reviewed for their content on this matter. The conclusions drawn are as follows:<br /><br />1. During the late 19th century and early 20th century, mental, cultural and physical appearances of peoples from various parts of the world are discussed with little emphasis on the distinction between race (as a biological concept) and culture.<br /><br />2. Finns and Lapps are in early books considered as belonging to the Mongolian race. This may be understood in terms of the confusion between classification of race and language but also of at the time prevailing theories of Sweden’s racial history.<br /><br />3. Around 1930 a distinction between race, as a biological concept, and people, as a linguistic and cultural concept is pronounced. Personality characteristics are attributed to biological races.<br /><br />4. The dark-skinned African and Australian populations are treated with special disrespect, whereas the lighter-skinned Polynesians are discussed with high esteem.<br /><br />5. The teachings of the Nazi racialist H. F. K. Günther have a decisive impact on the treatment of in particular European ”races” and their mental characters on at least one author. Even the word “master-race” is used for the Nordic race. The most controversial parts of this teaching are removed in 1945.<br /><br />6. From the 1950’s onward the interest in races is diminished in books in geography, and in the biology books racism is generally condemned.<br /><br />7. Eugenics (racial hygiene) is advocated in biology books into the 1970’s, in a manner close enough to be called political propaganda. The low efficiency of sterilisation against Mendelian recessives is generally presented. The Swedish sterilisation policies at the time are presented in detail in the biology books.<br /><br />8. Traditional race classification is present still in the 1980’s, even with regard to the European “racial types”. Much attention is given to the “extreme” racial crossing between Europeans and Hottentots.<br /><br />9. In a biology book from 1967, control of the third world population explosion (in itself a theme from the 1950’s onward) is explicitly discussed in the context of eugenics.<br /><br />10. When modern in utero diagnostic methods are discussed in the 1990’s, eugenics is not concerned.
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A ordem do discurso geoescolarBatista, Bruno Nunes January 2017 (has links)
Ao longo das últimas décadas, o ensino de Geografia vem orientando-se com maior ênfase por meio de diretrizes sinalizadas pelo construtivismo pedagógico e as pedagogias progressistas e psicológicas, cujas premissas partem de centrar no aluno a construção do conhecimento e partir do cotidiano e dos arredores escolares para que possa ser significativo o saber geográfico. No entanto, perguntar se o conjunto desses pressupostos foi sempre o mesmo, e como ele chegou a ser o que é, conduz-nos a realizar uma História do presente, ou seja, partir de uma problemática atual para compreender em que momento ela se tornou um problema. Esta tese aponta que o campo contemporâneo da Geografia escolar não é natural, tampouco neutro, nem esteve desde sempre aí. Para ser o que é, teve que passar por inúmeros processos que estabeleceram a ordem do discurso geoescolar. Criado nesta pesquisa, este conceito parte do princípio de que não se pode falar sobre o quiser no ensino de Geografia, nem qualquer um pode fazê-lo; é necessário seguir regras, normas e prescrições, que delimitam o certo e o errado, o verdadeiro e o falso e, portanto, dizem como a aula deve ser. O movimento investigativo aqui desenvolvido partiu dessas alavancas não para entender as ideias compartilhadas na didática geográfica, e sim as condições de possibilidade, relações de poder e saber, que a instituíram. Um trabalho arqueológico e genealógico; sobretudo, uma perspectiva de trabalho pós-estruturalista ancorada nas teorizações de Michel Foucault. Por intermédio da descrição de arquivos subjacentes ao ensino de Geografia na primeira metade do século XX, questionando de onde se fala, como se fala e quem fala sobre ensino de Geografia, identificamos um discurso capitaneado pelo que chamamos da tríade queda/resgate/redenção, isto é, um elevado número de textos sequenciados pela denúncia recorrente ao método tradicional de ensino e tudo que ele envolve; a celebração de um projeto renovador operacionalizado pela Pedagogia ativa e as psicologias escolares; um ideal de final de história, representando por uma nação evoluída, tecnologicamente desenvolvida e voltada para o constante progresso. No entanto, não bastou descrever a constituição da ordem do discurso geoescolar; fundamental também foi o entendimento das práticas de poder e saber que a moldaram. Com hegemonia, infiltrou-se nessa formação discursiva uma constelação maior de objetos e conceitos que, advindos da emergência da acumulação flexível do capital, alicerçavam-se na necessidade de maior investimento em capital humano, isto é, sujeitos flexíveis, individualistas e consumidores, para manter em funcionamento os jogos econômicos de inspiração neoliberal. Balizada pela pedagogia do interesse, a metodologia de projetos, a interdisciplinaridade e as didáticas ativas, e tendo, como pano de fundo, o fatalismo da extinção, pode-se afirmar que, muitas vezes, a ordem do discurso geoescolar foi um mecanismo a serviço da economia de mercado. / Over the last decades, Geography teaching has been guided with greater emphasis through directives signaled by pedagogical constructivism and progressive and psychological pedagogies, whose premises depart from focusing on the student the construction of knowledge and departing from everyday life and from the school surroundings so that geographic knowledge can be significant. However, to ask whether the set of these assumptions has always been the same, and how it came to be what it is, leads us to realize a history of the present, that is, starting from a current problematic to understand in which moment it has become a problem. This thesis points out that the contemporary area of school Geography is not natural, nor neutral, neither has it ever been there. To be what it is, it had to go through numerous processes that established the order of geoschool discourse. Created in this research, this concept assumes that you can not talk about what you want in Geography teaching, nor can anyone do it; it is necessary to follow rules, norms and prescriptions, which delimit right and wrong, true and false, and therefore say how the class should be. The investigative movement developed here was based on these levers not to understand the ideas shared in geographical didactics, but rather the conditions of possibility, relations of power and knowledge that instituted it. Archaeological and genealogical work; above all, a post-structuralism work perspective anchored in the theories of Michel Foucault. Through the description of the archives underlying to the teaching of Geography in the first half of the XX century, questioning from where it speaks, how it speaks and who speaks about Geography teaching, we identify a discourse headed by what we call the triad of fall / rescue / redemption, That is, a high number of texts sequenced by recurrent denunciation of the traditional method of teaching and all that it involves; The celebration of a renewal project operationalized by active pedagogy and school psychology; an end-of-history ideal, represented by an evolved nation, technologically developed and geared towards constant progress. However, it was not enough to describe the constitution of the order of geoschool discourse; fundamental was also the understanding of the practices of power and knowledge that shaped it. With hegemony, was infiltrated in this discursive formation, a greater constellation of objects and concepts that, stemming from the emergence of flexible capital accumulation, were based on the need for greater investment in human capital, that is, flexible, individualistic and consumers subjects, to keep economic games of neoliberal inspiration running. Bounded by pedagogy of interest, methodology of project, interdisciplinarity and active didactics, and having, as a background, the fatalism of extinction, it can be affirmed that, often, the order of geoschool discourse was a mechanism at the service of the market economy.
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A ordem do discurso geoescolarBatista, Bruno Nunes January 2017 (has links)
Ao longo das últimas décadas, o ensino de Geografia vem orientando-se com maior ênfase por meio de diretrizes sinalizadas pelo construtivismo pedagógico e as pedagogias progressistas e psicológicas, cujas premissas partem de centrar no aluno a construção do conhecimento e partir do cotidiano e dos arredores escolares para que possa ser significativo o saber geográfico. No entanto, perguntar se o conjunto desses pressupostos foi sempre o mesmo, e como ele chegou a ser o que é, conduz-nos a realizar uma História do presente, ou seja, partir de uma problemática atual para compreender em que momento ela se tornou um problema. Esta tese aponta que o campo contemporâneo da Geografia escolar não é natural, tampouco neutro, nem esteve desde sempre aí. Para ser o que é, teve que passar por inúmeros processos que estabeleceram a ordem do discurso geoescolar. Criado nesta pesquisa, este conceito parte do princípio de que não se pode falar sobre o quiser no ensino de Geografia, nem qualquer um pode fazê-lo; é necessário seguir regras, normas e prescrições, que delimitam o certo e o errado, o verdadeiro e o falso e, portanto, dizem como a aula deve ser. O movimento investigativo aqui desenvolvido partiu dessas alavancas não para entender as ideias compartilhadas na didática geográfica, e sim as condições de possibilidade, relações de poder e saber, que a instituíram. Um trabalho arqueológico e genealógico; sobretudo, uma perspectiva de trabalho pós-estruturalista ancorada nas teorizações de Michel Foucault. Por intermédio da descrição de arquivos subjacentes ao ensino de Geografia na primeira metade do século XX, questionando de onde se fala, como se fala e quem fala sobre ensino de Geografia, identificamos um discurso capitaneado pelo que chamamos da tríade queda/resgate/redenção, isto é, um elevado número de textos sequenciados pela denúncia recorrente ao método tradicional de ensino e tudo que ele envolve; a celebração de um projeto renovador operacionalizado pela Pedagogia ativa e as psicologias escolares; um ideal de final de história, representando por uma nação evoluída, tecnologicamente desenvolvida e voltada para o constante progresso. No entanto, não bastou descrever a constituição da ordem do discurso geoescolar; fundamental também foi o entendimento das práticas de poder e saber que a moldaram. Com hegemonia, infiltrou-se nessa formação discursiva uma constelação maior de objetos e conceitos que, advindos da emergência da acumulação flexível do capital, alicerçavam-se na necessidade de maior investimento em capital humano, isto é, sujeitos flexíveis, individualistas e consumidores, para manter em funcionamento os jogos econômicos de inspiração neoliberal. Balizada pela pedagogia do interesse, a metodologia de projetos, a interdisciplinaridade e as didáticas ativas, e tendo, como pano de fundo, o fatalismo da extinção, pode-se afirmar que, muitas vezes, a ordem do discurso geoescolar foi um mecanismo a serviço da economia de mercado. / Over the last decades, Geography teaching has been guided with greater emphasis through directives signaled by pedagogical constructivism and progressive and psychological pedagogies, whose premises depart from focusing on the student the construction of knowledge and departing from everyday life and from the school surroundings so that geographic knowledge can be significant. However, to ask whether the set of these assumptions has always been the same, and how it came to be what it is, leads us to realize a history of the present, that is, starting from a current problematic to understand in which moment it has become a problem. This thesis points out that the contemporary area of school Geography is not natural, nor neutral, neither has it ever been there. To be what it is, it had to go through numerous processes that established the order of geoschool discourse. Created in this research, this concept assumes that you can not talk about what you want in Geography teaching, nor can anyone do it; it is necessary to follow rules, norms and prescriptions, which delimit right and wrong, true and false, and therefore say how the class should be. The investigative movement developed here was based on these levers not to understand the ideas shared in geographical didactics, but rather the conditions of possibility, relations of power and knowledge that instituted it. Archaeological and genealogical work; above all, a post-structuralism work perspective anchored in the theories of Michel Foucault. Through the description of the archives underlying to the teaching of Geography in the first half of the XX century, questioning from where it speaks, how it speaks and who speaks about Geography teaching, we identify a discourse headed by what we call the triad of fall / rescue / redemption, That is, a high number of texts sequenced by recurrent denunciation of the traditional method of teaching and all that it involves; The celebration of a renewal project operationalized by active pedagogy and school psychology; an end-of-history ideal, represented by an evolved nation, technologically developed and geared towards constant progress. However, it was not enough to describe the constitution of the order of geoschool discourse; fundamental was also the understanding of the practices of power and knowledge that shaped it. With hegemony, was infiltrated in this discursive formation, a greater constellation of objects and concepts that, stemming from the emergence of flexible capital accumulation, were based on the need for greater investment in human capital, that is, flexible, individualistic and consumers subjects, to keep economic games of neoliberal inspiration running. Bounded by pedagogy of interest, methodology of project, interdisciplinarity and active didactics, and having, as a background, the fatalism of extinction, it can be affirmed that, often, the order of geoschool discourse was a mechanism at the service of the market economy.
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O ensino de Geografia e do urbano na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil: as possibilidades e uma formação cidadã para a conquista do direito à cidade / The teaching of Geography and Urban in Youth and Adult Education (EJA) in Brazil: the possibilities of a citizen education for achieving the right to the cityPaula Dagnone Malavski 19 February 2016 (has links)
A Geografia Escolar, sob Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (1998) do Ensino Fundamental e Médio, pauta-se em um modelo neoliberal de ensino e propõe uma prática pedagógica para a adequação dos jovens brasileiros no atual mercado de trabalho, no qual poucos terão chance de acesso. É o instrumento da ideologia neoliberal sob o discurso fatalista que a finalidade da educação no mundo atual, em face do desemprego, é apenas o treino técnico-científico do educando e não a sua formação. Portanto, o ensino de Geografia nas escolas públicas, pautado no movimento de (re)produção do espaço geográfico, e de suas contradições no plano da vida cotidiana, contribuem para uma formação crítica dos alunos brasileiros é a negação desse modelo educacional. No presente trabalho, práticas pedagógicas intituladas de oficinas de geocidadania em turmas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) em uma escola pública estadual na cidade de Salvador (BA), pautadas no atual momento de (re)produção do espaço urbano da capital baiana dentro do processo de (re)valorização da orla marítima, tiveram como objetivo propor uma metodologia alternativa de ensino de Geografia para uma formação efetivamente cidadã desse público e para a luta do direito à cidade (LEFEBVRE, 2008). A nossa práxis, partindo de um estudo do lugar da escola e dos bairros dos nossos alunos e sua paisagem (como categorias de análise da Geografia), buscou romper com os discursos hegemônicos e segregadores dos espaços excluídos socialmente e materialmente da capital soteropolitana. O resultado desse trabalho é um manifesto a favor da Geografia Escolar, sob perspectiva crítica, e sua potencialidade para a formação cidadã. / Elementary and High School Geography, under the National Curriculum Parameters (PCNs) (1998), is guided in a neoliberal model of teaching and proposes a pedagogical practice to the adequacy of young Brazilians in the current labor market in which few of them will have access. It is the instrument of neoliberal ideology under the fatalistic speech that claims that the purpose of education in today\'s world, in the face of unemployment, it is only the technical and scientific training of the student and not his education. Therefore, the teaching of Geography in public schools, based on the movement of (re) production of geographical space, and its contradictions in terms of everyday life, contributes to a critical education of Brazilian students and it is the denial of this educational model. In this study, pedagogical practices named geo citizenship workshops in groups of Youth and Adult Education in a public school in the city of Salvador (BA), based on the current moment of (re) production of urban space of Salvador within the process of (re) valorization of the seafront, aimed at proposing an alternative methodology of Geography teaching to a truly citizen education of this public and to the fight for the right to the city (LEFEBVRE, 2008). Our research, since the study of the school location and our students neighborhoods and their landscape (such as Geography analytical categories), aimed at breaking with the hegemonic and segregating discourses of the socially and materially excluded spaces in Salvador. The result of this study is a manifesto in favor of School Geography under critical perspective, and its potential for citizenship education.
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Lietuvos mokyklinės geografijos asmenybės ir jų darbai / Lithuanian school geography personalities and their worksSkorbuvienė, Vilma 24 September 2008 (has links)
Asmenybių biografijų tyrinėjimas labai ilgas ir sudėtingas procesas, tačiau įdomus. Mano darbo tikslas buvo išanalizuoti, aprašyti ir susisteminti mokyklinę geografiją kūrusių asmenybių biografijas bei jų atliktus darbus. Tyrimo metu buvo apžvelgti Lietuvos mokyklos raidos bendriausi bruožai, kuriuos galima suskirstyti į 8 laikotarpius. Aprašytos mokyklinės geografijos asmenybių biografijos. Savo darbe, remdamasi empiriniu biografiniu tyrimo metodu, aprašiau 33 – jų asmenybių, formavusių Lietuvos mokyklinės geografijos ugdymo turinį, biografijas. Taip pat išskirti esminiai asmenybių biografijos bruožai ir susisteminta mokyklinės geografijos bibliografija. Rengiant darbą naudoti: biografinis, istorinis, bibliografinis, profesiogramų metodai, kurie leido įvairiapusiškai ištyrinėti asmenybių nueitą kelią ir nuveiktus darbus. Mano darbo naujumas tas, kad pirmą kartą apibendrintai atliktas mokyklinę geografiją kūrusių asmenybių tyrimas; parengta originali tyrimo metodika; sudarytos asmenybių profesiogramos. O praktinis reikšmingumas yra tai, kad tyrimų medžiaga jau panaudota žymiausių „Lietuvos geografų“ žinynui, kuris pasirodė 2007 metais (o šio žinyno prezentacija įvyko 2008 metais vasario 7dieną); darbo rezultatai tinkami panaudoti geografijos studijų metu; dalis mokyklinės geografijos asmenybių ir jų atliktų darbų tinkami panaudoti mokyklinės geografijos kurse. / The research on the biographies of personalities is a long and complex process, however interesting. The purpose of this study was to describe, analyze and systematize personalities who created school geography and review the works they performed. While researching, the general features of Lithuanian school development, which can be divided into eight terms, were reviewed. In this work basing on the empirical biographical research method thirty three biographies of personalities who formed Lithuanian school geography content were described. The essential features of personalities biographies were singled out and bibliography of school geography was systematized. While arranging the study, biographic, historical, bibliographic, professiograms methods were used. These methods let explore the way personalities passed and the jobs created in various aspects. The novelty of this work is that the first time the research on personalities who created school geography has been performed in a broad – brush way; original research methodology was used and the professiograms of personalities were drawn up. This study is practically meaningful because the material of this research was used for the directory of the most famous Lithuanian geographers which was issued in 2007. And the presentation of this directory occurred in 2008. The results of this work are suitable to be used during geography studies, and a part of this material is also suitable to be used in school geography course.
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Využití sokoloven pro volnočasové aktivity venkovského obyvatelstva Česka / Free-time activities in village Sokol buildings in CzechiaVošmíková, Martina January 2015 (has links)
The diploma thesis deals with usage of a Sokol building for free-time activities in countryside in Czechia. Due to the political situation in the 20th century Sokol building have lost their original purpose. However, it is a symbol of Czech history that reminds of the founder of Sokol movement Miroslav Tyrš. The thesis includes the study of historical and geographical development of Sokol movement and it also mentions its contemporary situation. To fullfil the goals of the work it was necessary to study the historical texts about Sokol and discuss the fact why we study Sokol in geography field, especially sports geography and geography of free-time. The outcome of this final work was to prepare and realize a school geographical project. Students in elementary school should study the history of Sokol movement and then think of how to use the Sokol building in their village effectively. Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
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A idéia de América Latina nos livros didáticos de geografia / The idea of Latin America in the geography\'s textbookDias, Wagner da Silva 16 September 2009 (has links)
A América Latina é um conteúdo trabalhado geralmente no oitavo ano do ensino fundamental, quando a geografia escolar aborda a regionalização do espaço mundial. Os livros didáticos apresentam uma abordagem simplória e generalizante desse conteúdo, distanciando-se de uma proposta mais próxima da realidade, e favorecendo a criação de estereótipos. É marcante, nesses livros, a ausência de uma discussão mais aprofundada acerca do conteúdo América Latina, justificada através de uma pretensa unidade latino-americana, com base em contexto histórico e dados estatísticos. Os livros didáticos analisados invariavelmente situam a América Latina no Sul subdesenvolvido, apresentam determinadas características dessa condição e assumem como principais causas dela a colonização de exploração e o domínio externo. Um conjunto de 33 países estaria rotulado com o gentílico latino-americano, que se tornaria sinônimo das citadas características. Procuramos analisar em nosso trabalho o conteúdo referente à América Latina em três livros didáticos, além de suas referências e bases teóricas. O resultado comprovou que há um esforço para justificar uma determinada ideia de América Latina, apesar da grande quantidade de exceções para cada argumento assumido como verdadeiro e da simplificação dispensada nas justificativas. Verificamos ainda que, exatamente por se buscarem elementos unificadores para toda a região, estão ausentes discussões como: as origens do termo América Latina, a proposta inicial de sua formação e a pertinência dessa região para o conjunto de países que a integram, tendo em vista a diversidade aspectos físico-geográficos, níveis de desenvolvimento socioeconômico, nacionalidades e identidades étnicas que eles apresentam. Dessa forma, o presente trabalho constatou a necessidade de uma reformulação do conteúdo, menos simplificadora e mais questionadora da realidade latino-americana. Assim, ao contrário de continuar a busca por elementos que justifiquem a existência de uma região chamada América Latina, esperamos que se busquem outros critérios para uma regionalização menos generalizante, inclusive questionando se América Latina seria um recorte adequado para os estudos da geografia escolar. / Latin America is a content generally worked in the eighth year of middle school when the school geography deal the regionalization of the global space. Regarding the study of Latin America, the textbooks have a simplified and generalized, hold off a proposal closer to reality and favoring the creation of stereotypes. The absence of further discussion in the textbook of the content is marked, despite attempts to justify the claim of Latin American unity in the historical context and based on statistical data. The textbooks examined invariably located Latin America in southern underdeveloped, have certain characteristics for this condition and take as the main cause of exploration and colonization to the external field. A set of thirty-three countries will be labeled with the ethnic Latin American, which became synonymous with these characteristics. We analyze the content in our work on Latin America in three textbooks, their references and theoretical bases. The result showed that there is an effort to justify an idea of Latin America, despite the large number of exceptions for each argument given as real and simplifying the reasons given. We note that, just search for unifying elements for the whole region, there is the absence of discussions such as: the origins of the term Latin America, the initial proposal for its formation and relevance of this region for all the countries belonging to it in order to diversity - physical and geographical aspects, levels of socioeconomic development, ethnic identities and nationalities that they have. Thus, this paper noted the need for a reformulation of content, less simplified and more questioning of the \"Latin American reality.\" So, unlike continue to search for evidence to justify the existence of a region called Latin America, we hope that other search criteria for a regional less generalized, even to question whether Latin America would be a suitable crop for the study of school geography.
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