As principais enfermidades virais detectadas na carcinicultura mundial sÃo a SÃndrome da Mancha Branca (WSSV), InfecÃÃo Hipodermal e Necrose HematopoiÃtica (IHHNV), SÃndrome de Taura (TSV) e a SÃndrome da CabeÃa Amarela (YHV), esta Ãltima sem registro nos cultivos brasileiros. As doenÃas virais acima relacionadas nÃo estÃo restritas ao ambiente de cultivo. O WSSV foi detectado em vÃrias espÃcies de peneÃdeos e em outros grupos de crustÃceos silvestres. O IHHNV parece ser restrito aos peneÃdeos, tendo tambÃm sido detectado em populaÃÃes silvestres. O presente estudo teve como Ãrea de investigaÃÃo uma gamboa do EstuÃrio do Rio Juaguaribe, localizada na comunidade de Canavieiras, Aracati-CE, que recebe efluentes de fazendas de carcinicultura. A pesquisa objetivou verificar possÃveis escapes da espÃcie Litopenaeus vannamei para o ambiente de entorno e a ocorrÃncia do WSSV e IHHNV em populaÃÃes de camarÃes silvestres. Foram capturados 450 camarÃes por meio de arrastos e tarrafeamentos em trÃs estaÃÃes durante trÃs coletas realizadas nos meses de marÃo, abril e maio de 2006. Para a pesquisa viral foram utilizadas a ferramenta diagnÃstica de biologia molecular, reaÃÃo em cadeia da polimerase (PCR) e histologia clÃssica. A identificaÃÃo dos animais demonstrou o escape da espÃcie exÃtica. NÃo foi detectada a presenÃa do WSSV nas amostras analisadas. Contudo, foi detectado o IHHNV em 17 indivÃduos, sendo seis L. vannamei, oito Farfantepenaeus subtilis, um Farfantepenaeus brasiliensis e dois Litopenaeus schmitti, ficando demonstrada a suscetibilidade dessas espÃcies nativas ao IHHNV.