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A noção de lalíngua: uma contribuição da psicanálise lacaniana à concepção de língua

Monteiro, Cleide Pereira 18 May 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2015-05-14T12:39:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 arquivototal.pdf: 1668126 bytes, checksum: e9d54c46144207ff3b17172cc94230ea (MD5) Previous issue date: 2012-05-18 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / A partir des études de jacques Lancan et Ferdinand de Saussure, on s´interroge comment la notion lacanienne de « lalangue » peut contribuer pour concevoir une langue formulée à partir du non représentable que, selon Lacan, on nomme de réel de la langue. Si on croit que « lalangue » est indissociable de la jouissance, on formule la thèse que « lalangue » n´est pas seulement une langue pour la signification, mais sert aussi à la satisfaction de la pulsion, laquelle ne participe pas au lien social. On se pose la question tant sur qu´est-ce que c´est la langue, quant au que se déligne comme « lalangue. On cherche les indices de l´impossible de la langue pour fixer ce qui ne s´en laisse pas s´inscrire dans la perspective du tout, suivant ainsi la logique du non-tout. Dans cette direction, on propose une relecture de la conception saussurienne de langue comme système, récupérant la perspective dialectique des dichotomies saussuriennes ainsi que les recherches concernant les anagrammes. Dans le dernier cours de Lacan, on voit la notion de jouissance au centre, ce qui permet de penser la langue à partir de l´aspect substantiel en opposition au domaine des articulations. La conception de la langue, pensée à partir de « lalangue », met la langue en syntonie avec le registre que la consacre à l´équivoque, mais aussi à ce qui est de l´ordre du traumatisme. On discute une nouvelle proposition donnée par Lacan au signifiant : celle de la cause de la jouissance. La thèse de Lacan, laquelle le symptôme est purement ce que la langue conditionne, devient fondamental pour penser sur les chemins de l´opacité de la jouissance qui exclu le sens. L´expérience analytique se montre un espace approprié pour comprendre ce qui appartient à la dimension de « lalangue » ; on utilise, à ce propos, sept témoignages de passe. On arrive à la conclusion que le travail analytique, fait à partir de « lalangue », quand on arrive à la fin, reconduit le sujet au symptôme comme moyen de jouissance absolument singulier. A la « langue du trauma » on donne un destin orienté à partir d´une nouvelle alliance avec la jouissance. Les témoignages vont vers la formulation que le savoir-faire avec l´incurable de la jouissance produit, comme effet, un nouveau usage de la langue qui ne laisse pas en dehors la jouissance. On voit surgir ainsi l´invention d´une langue connectée au vivant de la jouissance, comme révèle les néologismes de la fin de l´analyse, sans perdre bien sûr, sa fonction de lien social, comme indique l´acte de témoignage lui-même. / A partir dos estudos de Jacques Lacan e de Ferdinand de Saussure, investiga-se como a noção lacaniana de lalíngua pode contribuir para conceber uma língua formulada a partir do não representável que, com Lacan, nomeia-se de real da língua. Ao se pressupor que lalíngua é indissociável do gozo, formula-se a tese de que lalíngua é uma língua que não se presta à significação, mas à satisfação da pulsão e, como tal, não faz liame social. Ao interroga-se sobre o que seja a língua quanto ao que se delineia como lalíngua buscam-se os índices do impossível da língua para demarcar o que dela não se deixa escrever-se na vertente do todo, seguindo, pois, a lógica do não-todo. Nessa direção, propõe-se uma releitura da concepção saussuriana de língua como sistema, recuperando a perspectiva dialética das dicotomias saussurianas e suas pesquisas sobre os anagramas. No último ensino de Lacan, vê-se centralizada a noção de gozo, que permite pensar a língua a partir do aspecto substancial em contraposição ao domínio das articulações. A concepção de língua, pensada a partir de lalíngua, coloca a língua em sintonia com o registro que a consagra ao equívoco, mas também com o que é da ordem do traumatismo. Discute-se uma nova proposição dada por Lacan ao seu significante: a de causa de gozo. A tese de Lacan, segundo a qual o sinthoma é puramente o que lalíngua condiciona, torna-se fundamental para se pensar sobre os rumos da opacidade do gozo que exclui o sentido. A experiência analítica se mostra um espaço fecundo para se entender o que é da dimensão de lalíngua; utilizam-se, para esse propósito, sete testemunhos de passe. Conclui-se que o trabalho analítico, feito a partir de lalíngua, quando chega ao seu término, reconduz o sujeito ao sinthoma como modo de gozo absolutamente singular. À língua do trauma é dado um destino orientado a partir de uma nova aliança com o gozo. Os testemunhos apontam para a formulação de que o saber fazer ali com o incurável do gozo promove, como efeito, um novo uso da língua que não deixa de fora o gozo. Surge, então, a invenção de uma língua conectada ao vivo do gozo, como vêm revelar os neologismos de final de análise, sem perder, com isso, sua função de liame social, como indica o próprio ato de testemunhar.

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