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A posição do homem no processo de amamentação: um ensaio sobre a produção de sentidos / The mens position in the breastfeeding process: an essay on the production of meaningsZutin, Tereza Lais Menegucci 27 July 2012 (has links)
Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, utilizando pressupostos teóricos das Práticas Discursivas e Produção de Sentidos no Cotidiano, buscamos descrever o processo de produção de sentidos do homem sobre sua participação no processo de aleitamento materno de seu(s) filho(s). A Associação Feminina de Marília - Maternidade Gota de Leite do município de Marília-SP foi o cenário para identificação dos sujeitos; sete homens, residentes no município de Marília e que atendessem aos critérios de inclusão. Os dados foram registrados e posteriormente organizados, conforme pressupostos teóricos e metodológicos das práticas discursivas. O discurso foi submetido à análise, por meio de mapa de associação de ideias, que possibilitou a identificação de três temas: (1) A posição do homem no processo de amamentação; (2) As ações do homem no processo de amamentação; (3) As relações familiares no processo de amamentação. Os resultados apontaram que o sentido atribuído ao processo de vivenciar o aleitamento do filho está pautado no cotidiano dos homens participantes deste estudo, pela vivência das situações diárias com a mulher e com os filhos, bem como com outros membros da família que, de alguma forma, se insere nesse contexto de sentidos da experiência de amamentação. Embora exista para a maioria dos homens deste estudo um movimento impulsionado pelos sentidos de participação ativa no processo de amamentação do filho, ainda resta, na perspectiva de alguns, uma possível brecha de ausência ou distanciamento circunstancial, justificado, por ser interiorizado e naturalizado para esses homens. Ainda, aparece em sua percepção o papel exclusivo de responsabilidade feminina pelos cuidados com os filhos, família e no mais específico do objeto deste estudo, a amamentação. Também, percebemos que o homem se coloca em diferentes posições nesse processo, como pai, companheiro, parceiro conjugal e da mesma forma percebe a mulher em diferentes localizações, seja no relacionamento com ele, seja no contexto privado ou público, assumindo o papel de mãe, de mulher que partilha com ele a construção da família, trabalhadora e sua parceira conjugal. Ainda, a percepção desses homens, em sua maioria, é de que acompanhar o processo de amamentação do(s) filho(s) representa uma experiência marcante, seja pelo significado que a vivência de estar junto da mulher e do filho traz, seja pela necessidade de aprendizado e de superação de dificuldades que possa se apresentar para cada um deles. Portanto a sociedade, que ainda impõe à mulher uma alta carga de responsabilidade de cuidados com a família, também precisa olhar para a experiência dos homens e prepará-los para a paternidade e para a sua participação na construção do ambiente doméstico colaborativo, lugar onde os parceiros possam ter disposição e amparo para exercer não suas obrigações, mas suas posições naturais de forma prazerosa e feliz. / This research adopted a qualitative approach, using theoretical assumptions of Discursive Practices and Production of Daily Life Meanings; it was tried to describe the process of mens meanings regarding his involvement in the maternal breastfeeding process of his child (children). The Associação Feminina de Marília Maternidade Gota de Leite of Marília SP was the scenery for the identification of subjects, seven men, living in the city of Marília and that met the inclusion criteria. Data were recorded and later organized as theoretical and methodological assumptions of discursive practices. The discourse was analyzed by means of a map of ideas association that led to the identification of three themes: (1) The position of men in the process of breastfeeding; (2) Mens actions in the breastfeeding process and (3) Family relationships in the process of breastfeeding. The results showed that the meaning attributed to the process of experiencing the childs breastfeeding is guided in the daily lives of the men taking part in this study, by experiencing daily life situations with his wife and children, as well as with other members of the family that somehow is inserted in this context of breastfeeding experience. For most men in this study it is noted a movement driven by the active participation in the breastfeeding process of the child; however, in the perspective of others there is still a possible gap of absence or circumstantial distance justified by being internalized and naturalized to these men. Besides, in their perception there is the exclusive role of female responsibility regarding the children and family care and more specifically regarding the object of this study: breastfeeding. It was also realized that the men place himself in different positions in this process, as a father, companion, husband and likewise he perceives the woman in different locations: in the couple relationship, in the private or public context, assuming the role of mother, of woman that shares with him the construction of the family, that works and is his wife. The perception of most of these men is that following the breastfeeding process of his child (children) is a remarkable experience due to the meaning of being with the woman and the child or of learning and overcoming difficulties that can be presented to each of them. It was concluded that the society that still imposes on women a high burden of responsibility regarding family care also needs to look at the experience of men and prepare them for parenthood and for participation in a collaborative home environment where partners are willing to engage in their natural positions in a happy and pleasant way.
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Produção e negociação de sentidos em um grupo de apoio aos familiares de pessoas diagnosticadas com anorexia nervosa e bulimia nervosa / The production and the negotiation of meanings in a family support group of people diagnosed with anorexia nervosa and bulimia nervosaSouza, Laura Vilela e 25 May 2006 (has links)
O presente estudo tem por finalidade apreender a construção dos sentidos que são produzidos e negociados no processo de um grupo de apoio a familiares de pessoas diagnosticadas com Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa atendidos em contexto ambulatorial. Mais especificamente, objetiva delinear os sentidos construídos pelos familiares sobre a sua participação no grupo. Acreditamos que o grupo de apoio oferece um contexto fecundo para investigar (e desconstruir) a maneira como as idéias e os valores são constituídos pela tradição da comunidade discursiva e que adquirem uma aparência de ?realidade? para as pessoas que pertencem àquela comunidade. Espera-se que, além de permitir a sistematização de conhecimento na área, os dados oriundos do presente estudo possam trazer benefícios para os usuários desse e de outros serviços com características semelhantes. Nosso objeto de estudo, o grupo de apoio psicológico aos familiares, da maneira como se configura hoje tem cerca de cinco anos de funcionamento. Desde o início é um grupo de ?portas abertas?, isto é, aberto aos parentes e acompanhantes dos pacientes atendidos. Não tem número definido de vagas e todos os familiares dos pacientes atualmente atendidos estão convidados a participar dos encontros. A freqüência é semanal, com uma hora de duração. Foram audio-gravadas e transcritas 10 sessões consecutivas do grupo, no qual 37 familiares estiveram presentes. Após a leitura exaustiva das sessões foram realçadas as falas dos participantes relacionadas à temática da participação grupal. Percebendo-se a pregnância dessa temática e a riqueza na presença de múltiplos sentidos para a participação grupal nas 3 primeiras sessões consecutivas gravadas, optou-se pelo seu recorte para a análise, sendo que a primeira sessão foi analisada em toda sua extensão e as outras 2 sessões foram recortadas em seus trechos mais significativos. A análise dessas sessões foi empreendida dentro do referencial téorico do construcionismo social e utilizando-se do recurso metodológico de delimitações temático-seqüenciais. Os diferentes momentos da sessão delimitados tematicamente foram: os diferentes sentidos para o estar no grupo; a construção da diferença no grupo; o reconhecimento das semelhanças e desigualdades entre os participantes; a construção dos diferentes lugares no grupo; a compreensão dos sentidos para o espaço grupal; a construção da possibilidade de continuarem juntos; as indicações para a participação grupal e a possibilidade de um novo sentido para a diferença. Ao negociarem esses sentidos, os participantes constroem a si-mesmos, a doença e o grupo. Os julgamentos construídos no grupo podem ser tomados como verdades, cristalizando determinadas maneiras descrições e valores, que podem promover movimentos de segregação e afastamento no grupo. Todavia, esses sentidos podem ser revisitados e reconfigurados, em uma constante teia que enlaça novos significados a cada nova interação (CAPES). / The aim of this study is the comprehension of the meanings produced and negotiated in the process of a familiar support group of people that has been diagnosed with anorexia nervosa and bulimia nervosa taken care in an ambulatory context. More specifically, this study aims to delineate the meanings that these familiars give about their participation at the group. We believe that the support group offers a valorous context for the investigation (deconstruction) of the ways that the discursive traditional communities construct its ideas and values and how those ideas gain the status of reality for the people in those communities. We hope that the results of this study can help the users of this and others services with similar characteristics. Our study object, the familiar support group, in its actual configuration, has five years of functioning. Since its beginning the group is open to the familiars and companions of the people taken care of at the service. It does not have a definitive number of participants that can be in, and all the families are invited to participate. We taped and transcript 10 sessions of this group. 37 participants were present in those sessions. After the exhaustive reading of this material, we enlighten the participant\'s sayings that were referred to the familiar participation. Once we realized the presence of this thematic in the first tree sessions, those were chosen to constitute the corpus of our analysis. The analysis was based in the social constructionist perspective and in the use of the methodological and theoretical recourse of analysis called sequential and thematic delimitations. The different moments of these session delimited by these themes were: the different meanings for the group participation; the construction of the difference in the group; the recognition of the similarities and differences between the participants; the different places taken in the group; the comprehension for the different group\'s meanings; the construction of the possibilities for being together; the indications for the group\'s participation; and the possibilities for the appearance of a new meaning for the difference. When negotiating these meanings, the participants construct themselves, the disease and the group. The judges that emerge at the group can be taken as true, being crystallized and promoting segregation movements in the group. However, these meanings can be revisited and be reconfigured in a constant art of enlacing new meanings as new relation and interaction begins (CAPES).
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Consumo problemático de bebidas alcoólicas por mulheres: discursos e histórias / The problematic consumption of alcoholic beverages by women: discourses and stories.Clarissa Mendonça Corradi-Webster 14 December 2009 (has links)
Este estudo foi realizado com o uso do discurso construcionista social. De acordo com este discurso, a construção de sentidos sobre o mundo e sobre o homem se dá através da linguagem, nos relacionamentos. As construções são também circunscritas ao contexto histórico e cultural. A linguagem está institucionalizada através de discursos que produzem determinados efeitos, construindo modos de ser e de agir no mundo. No campo de estudos de álcool e outras drogas temos diversos discursos que regulamentam o consumo destas substâncias. O discurso construcionista social nos convida a problematizar estes discursos, assumindo postura crítica frente a eles. A literatura científica apresenta diversos discursos que auxiliam a construir sentido sobre o consumo de bebidas alcoólicas por mulheres. São destacados aqui os discursos epidemiológicos, biomédico, sociológico e psicológico, refletindo sobre efeitos destes discursos. Deste modo, o objetivo deste estudo foi fazer uma aproximação do discurso construcionista social para o campo de estudos do consumo de bebidas alcoólicas por mulheres, mais especificadamente, problematizar o vocabulário disponível na área para a significação das situações referentes ao uso de álcool; analisar as implicações identitárias dos discursos tradicionais da área; produzir interpretações alternativas relativas às questões de uso do álcool (individual e social). O estudo foi realizado em um serviço ambulatorial para tratamento de farmacodependências. Participaram do estudo duas mulheres que fizeram tratamento neste serviço, recebendo diagnóstico de síndrome de dependência de álcool (Miriam e Ana). Os instrumentos utilizados foram caderno de campo e entrevista de história de vida. A análise foi realizada em dois momentos: 1. Imersão no caderno de campo, onde foram identificados discursos, vozes e posicionamentos; 2. Imersão nas entrevistas, onde foi utilizada a ferramenta da análise do discurso, identificando discursos e efeitos destes para construção de versões identitárias e de práticas sociais. Na conversa com Miriam, construímos uma narrativa saturada pelo problema. Com o uso de alguns discursos (ex. papéis sociais de gênero, psiquiátrico, motivação interna) a versão construída da história de Miriam é a de alguém que está impotente frente ao consumo. Na conversa com Ana, construímos uma narrativa de sucesso. Com o uso de alguns discursos (ex. papéis sociais de gênero, autonomia) a versão construída da história de Ana é de alguém que não tem problema com o consumo de bebidas. Entretanto, este posicionamento é colocado em questão pelas vozes dos filhos. A partir de relatos de exceção, são oferecidas histórias alternativas às histórias dominantes. Os discursos produzem diferentes efeitos que só podem ser conhecidos com seu uso. É no relacionamento que os sentidos são construídos e que se abrem as possibilidades de mudança. A postura flexível, responsiva e de co-responsabilidade é sugerida para a abordagem da questão do consumo de bebidas alcoólicas por mulheres, considerando, nos relacionamentos, quais discursos possibilitam a construção de uma relação de ajuda. / This study was carried out with the use of the social constructionist discourse. According to this discourse, the construction of meaning about the world and the being is through language in relationships. Constructions are also constrained by the historical and cultural context. Language is institutionalized through discourses that produce certain effects, constructing ways of being and acting in the world. In the field of study of alcohol and other drugs there are several discourses that regulate the use of these substances. The social constructionist discourse invites us to question these discourses, taking a critical stance towards them. The scientific literature presents several discourses that help to construct meaning about the consumption of alcohol by women. The epidemiological, biomedical, sociological and psychological discourses are highlighted here, reflecting on the effects of these discourses. Thus, the objective of this study was to bring the social constructionist discourse to the field of study of alcohol consumption by women, more specifically, to question the available vocabulary in the area used to make meanings of the situations regarding alcohol use; to analyze the identity implications of the traditional discourses in the area; to produce alternative interpretations concerning the issues of alcohol use (individual and social). The study was conducted in an outpatient clinic for substance abuse treatment and included two women who were treated in this service and had received diagnoses of alcohol dependence syndrome (Miriam and Ana). The instruments used were a field notebook and life story interview. The analysis was conducted in two parts: 1. Immersion in the field notebook, which identified discourses, voices and positioning; 2. Immersion in interviews, where discourse analysis was used, identifying discourses and the effects of these to construct versions of identity and social practices. In conversation with Miriam, we constructed a problem saturated narrative. With the use of some discourses (e.g. social roles of gender, psychiatric, internal motivation) a version of the story of Miriam as someone who is powerless against alcohol consumption was constructed. In conversation with Ana, we constructed a narrative of success. With the use of certain discourses (e.g. gender roles, autonomy) the version constructed of Anas story is of someone who has no problem with drinking. However, this position is questioned by the voices of her children. From the reports of exception, alternative stories to the dominant stories are offered. Discourses produce different effects that can only be known through their use. It is in the relationship that the meanings are constructed and possibilities for change open up. A flexible, responsive and co-responsible approach is suggested to address the issue of alcohol consumption by women, considering, within the relationship, which discourses enable the construction of a therapeutic relationship.
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Psychological therapy in prisons : professionals' perceptionsVölker, Faye Tameryn January 2016 (has links)
No description available.
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Young people's perceptions of novel psychoactive substancesFreeman, Jodie January 2018 (has links)
Novel Psychoactive Substances (NPS) also known as "legal highs" replicate the effects of illegal substances such as ecstasy and cocaine. The most common NPS reported are stimulants and synthetic cannabinoids. Despite the Psychoactive Ban (2016) recent reports identified the UK as having the largest market of NPS use anywhere in Europe. These substances have a short history of consumption and consequently little is known about their effects and health implications. Despite this, the sale of NPS is easily achieved through the internet and street dealers. Increased reports of negative health consequences from NPS consumption and research findings highlighting the willingness of young people to consume drugs without knowing what they are, mean it is vital that we investigate young people's understandings and perceptions of them. At present there are very few in-depth qualitative studies on NPS. A series of 7 focus groups with a range of young people (40=N: aged 16- 24 years) across the Merseyside area were carried out. Research sites included colleges, youth groups, supported living accommodations, and youth drug and alcohol services. Focus group interviews explored participants' perceptions of NPS and were followed up with a few semi structured interviews with selected participants. The direction of the study focused on mainly on synthetic cannabinoids which may reflect the age of the study's population. Using thematic analysis informed by a social constructionist perspective, three main themes were identified around stigma and identity, attractive features of NPS and risk. Findings showed that young people's perceptions of these substances were dependent on their level of experience with illegal substances and NPS. A novel finding was that synthetic cannabinoid use is employed in the normalisation of cannabis use. Local, national and policy recommendations are made on how youth and health services in both educational and specialised services could work more closely and effectively with young people NPS. They also identify a need among young people for specific guidelines on how to use the Internet and Print media in relation to previous knowledge and experience.
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Sentidos construídos acerca do relacionamento de filhos com mães diagnosticadas com um transtorno mental: entre recursos e déficits / Meanings made about relationship of children and mothers diagnosed with a mental illness: in between resources and deficits.Palacio, Marilia Belfiore 29 August 2014 (has links)
O cuidado em saúde mental no Brasil tem passado por muitas transformações, sobretudo a partir dos movimentos que deram início à reforma psiquiátrica brasileira. Entre estas transformações, destaca-se a crescente valorização dada pelas políticas e práticas de saúde à necessidade de maior participação da família no tratamento do doente mental. No entanto, paradoxalmente, acerca da relação mãe-filho, a compreensão de que a convivência com a mãe diagnosticada com doença mental pode ser prejudicial para a vida dos filhos tem tido maior destaque na literatura da área. Este estudo qualitativo teve como objetivo compreender o complexo campo da produção de sentidos sobre relacionamento entre filhos e mães diagnosticadas com um transtorno mental, considerando tanto o discurso científico sobre o tema, como a negociação de sentidos nas práticas discursivas, no cotidiano. De maneira mais específica, buscou-se investigar como filhos de mães diagnosticadas com um transtorno mental significam seu relacionamento e convivência familiar. Foram realizadas oito entrevistas individuais, semi-estruturadas, com filhos(as) maiores de 18 anos de mulheres que fazem tratamento em um serviço de saúde mental em um município de médio porte do interior do estado de São Paulo, diagnosticadas com um transtorno mental, e que já passaram por uma internação psiquiátrica. As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas literalmente e na íntegra. Além disso, durante todo o processo de inserção no campo, foram feitas notas de campo com as descrições e impressões da pesquisadora. Dessa forma, o corpus da pesquisa foi constituído por esses registros e pelas transcrições das entrevistas. A pesquisa foi elaborada com base nas contribuições do movimento construcionista social em Psicologia, sobretudo considerando a pesquisa como processo dialógico, em que a participação do pesquisador e sua reflexividade perante o campo e o corpus é ressaltada na construção da pesquisa. Assim, a partir desse envolvimento e da produção de sentidos conjunta, discutimos aspectos importantes que nortearam a realização da pesquisa e damos visibilidade para reflexões principais do processo. Além disso, também analisamos a produção de sentidos nas entrevistas em dois eixos de discussão: Sentidos de Doença Mental como Déficit e Sentidos de Recurso da convivência. No primeiro eixo, destacamos momentos em que o Discurso do Déficit atravessou as conversas sobre o relacionamento familiar, isto é, momentos em que a doença mental é compreendida como dificuldade ou falha contida no indivíduo (no caso, na mãe-doente mental). No segundo eixo, destacamos os momentos de convivência nos quais houve a possibilidade de ampliar os sentidos sobre a doença mental, dando visibilidade aos recursos construídos na relação mãe-filho. A discussão aponta para a convivência de ambos nas práticas discursivas. Concluímos que apesar da forte influência do Discurso do Déficit no relacionamento familiar com o doente mental, outras narrativas sobre essa convivência são possíveis, evidenciando os recursos que podem ser produzidos conjuntamente nessa relação. Espera-se que esse trabalho possa contribuir com a construção de práticas no campo da saúde mental, ampliando a reflexão sobre a construção do cuidado, especialmente visando uma maior valorização, apoio e fortalecimento das famílias. / In Brazil, the mental health care has undergone many changes, especially as result of social movements, which started the Brazilian Psychiatric Reform. Among these changes, stand out the increasing importance given the health policies and practices to the need for a greater family involvement in the treatment of the mentally ill. However, paradoxically about the mother-children relation, the understanding that to live together with a mother diagnosed with mentally illness can be harmful to the lives of children has been highlighted. This qualitative study aimed understand the complex field of meanings made on relationship between children and mothers diagnosed with a mental illness, considering both the scientific discourse on the theme, such as the negotiation of meanings in the discursive practices, in everyday life. More specifically, we aimed to investigate how children of mothers diagnosed with a mental illness mean your relationship and family living. For this research, eight individuals and semi- structured interviews were done. The participants were adults (with age 18 or more), who their mothers, diagnosed with a mentally illness, are in treatment in a mental health service. In addition, all of mothers have already had psychiatric hospitalization. The interviews were recorded and they were transcribed literally and in full. Moreover, during all process inside the field, field notes with the researcher descriptions and impressions were written. In this way, the field notes and the interviews transcriptions formed the research corpus. The research was draft based on social constructionist movement in Psychology, especially considering the research as a dialogical process. In this process the participation of researcher and her reflexivity about the field and the corpus had emphasis during all research construction. Thus, with the involvement and joint meaning make, important aspects that guided the research and give visibility to reflections leading the process are discussed. Furthermore, we also divided the meanings constructed in the interviews in two pillars: Meanings of Mental Illness as Deficit and Meanings of Resource. In the first one, the centerpiece was when the DD appeared in the conversations about familiar relationship, in the other words, moments when the illness is understood as a difficulty or a fail inside the person (in the case, the mother with mental illness). In the second one, the focus is in moments of living together, in which there was a possibility to amplify the meanings about mental illness, and in this way, giving visibility to resources constructed in the mother-children relationship. Despite the strong influence of DD in the family relationship with the mentally ill, other narratives about this relation was possible, highlighting the resources produced jointly with adult children of the mother in psychiatric treatment, seeking to strengthen the Family as a care unit. It is expected that this study can contribute to the mental health field, amplifying the reflection about the construction of care in this field, especially towards greater appreciation, support and strengthening of families.
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Consumo problemático de bebidas alcoólicas por mulheres: discursos e histórias / The problematic consumption of alcoholic beverages by women: discourses and stories.Corradi-Webster, Clarissa Mendonça 14 December 2009 (has links)
Este estudo foi realizado com o uso do discurso construcionista social. De acordo com este discurso, a construção de sentidos sobre o mundo e sobre o homem se dá através da linguagem, nos relacionamentos. As construções são também circunscritas ao contexto histórico e cultural. A linguagem está institucionalizada através de discursos que produzem determinados efeitos, construindo modos de ser e de agir no mundo. No campo de estudos de álcool e outras drogas temos diversos discursos que regulamentam o consumo destas substâncias. O discurso construcionista social nos convida a problematizar estes discursos, assumindo postura crítica frente a eles. A literatura científica apresenta diversos discursos que auxiliam a construir sentido sobre o consumo de bebidas alcoólicas por mulheres. São destacados aqui os discursos epidemiológicos, biomédico, sociológico e psicológico, refletindo sobre efeitos destes discursos. Deste modo, o objetivo deste estudo foi fazer uma aproximação do discurso construcionista social para o campo de estudos do consumo de bebidas alcoólicas por mulheres, mais especificadamente, problematizar o vocabulário disponível na área para a significação das situações referentes ao uso de álcool; analisar as implicações identitárias dos discursos tradicionais da área; produzir interpretações alternativas relativas às questões de uso do álcool (individual e social). O estudo foi realizado em um serviço ambulatorial para tratamento de farmacodependências. Participaram do estudo duas mulheres que fizeram tratamento neste serviço, recebendo diagnóstico de síndrome de dependência de álcool (Miriam e Ana). Os instrumentos utilizados foram caderno de campo e entrevista de história de vida. A análise foi realizada em dois momentos: 1. Imersão no caderno de campo, onde foram identificados discursos, vozes e posicionamentos; 2. Imersão nas entrevistas, onde foi utilizada a ferramenta da análise do discurso, identificando discursos e efeitos destes para construção de versões identitárias e de práticas sociais. Na conversa com Miriam, construímos uma narrativa saturada pelo problema. Com o uso de alguns discursos (ex. papéis sociais de gênero, psiquiátrico, motivação interna) a versão construída da história de Miriam é a de alguém que está impotente frente ao consumo. Na conversa com Ana, construímos uma narrativa de sucesso. Com o uso de alguns discursos (ex. papéis sociais de gênero, autonomia) a versão construída da história de Ana é de alguém que não tem problema com o consumo de bebidas. Entretanto, este posicionamento é colocado em questão pelas vozes dos filhos. A partir de relatos de exceção, são oferecidas histórias alternativas às histórias dominantes. Os discursos produzem diferentes efeitos que só podem ser conhecidos com seu uso. É no relacionamento que os sentidos são construídos e que se abrem as possibilidades de mudança. A postura flexível, responsiva e de co-responsabilidade é sugerida para a abordagem da questão do consumo de bebidas alcoólicas por mulheres, considerando, nos relacionamentos, quais discursos possibilitam a construção de uma relação de ajuda. / This study was carried out with the use of the social constructionist discourse. According to this discourse, the construction of meaning about the world and the being is through language in relationships. Constructions are also constrained by the historical and cultural context. Language is institutionalized through discourses that produce certain effects, constructing ways of being and acting in the world. In the field of study of alcohol and other drugs there are several discourses that regulate the use of these substances. The social constructionist discourse invites us to question these discourses, taking a critical stance towards them. The scientific literature presents several discourses that help to construct meaning about the consumption of alcohol by women. The epidemiological, biomedical, sociological and psychological discourses are highlighted here, reflecting on the effects of these discourses. Thus, the objective of this study was to bring the social constructionist discourse to the field of study of alcohol consumption by women, more specifically, to question the available vocabulary in the area used to make meanings of the situations regarding alcohol use; to analyze the identity implications of the traditional discourses in the area; to produce alternative interpretations concerning the issues of alcohol use (individual and social). The study was conducted in an outpatient clinic for substance abuse treatment and included two women who were treated in this service and had received diagnoses of alcohol dependence syndrome (Miriam and Ana). The instruments used were a field notebook and life story interview. The analysis was conducted in two parts: 1. Immersion in the field notebook, which identified discourses, voices and positioning; 2. Immersion in interviews, where discourse analysis was used, identifying discourses and the effects of these to construct versions of identity and social practices. In conversation with Miriam, we constructed a problem saturated narrative. With the use of some discourses (e.g. social roles of gender, psychiatric, internal motivation) a version of the story of Miriam as someone who is powerless against alcohol consumption was constructed. In conversation with Ana, we constructed a narrative of success. With the use of certain discourses (e.g. gender roles, autonomy) the version constructed of Anas story is of someone who has no problem with drinking. However, this position is questioned by the voices of her children. From the reports of exception, alternative stories to the dominant stories are offered. Discourses produce different effects that can only be known through their use. It is in the relationship that the meanings are constructed and possibilities for change open up. A flexible, responsive and co-responsible approach is suggested to address the issue of alcohol consumption by women, considering, within the relationship, which discourses enable the construction of a therapeutic relationship.
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Sentidos de família construídos por profissionais de saúde na estratégia de saúde da família / Family meanings constructed by health professionals in the Brazilian Family Health StrategyMenezes, Luiza Campos 19 February 2016 (has links)
Na construção de políticas sociais atribuiu-se um papel central à família na proteção social e no cuidado com os seus membros. Na saúde, a família assume essa centralidade na Estratégia de Saúde da Família (ESF), sendo compreendida como objeto da atenção em saúde. Essa centralidade se deu a partir de uma pretensão de mudança no modelo assistencial que visasse a integralidade do cuidado e um olhar para as condições de vida como fundamentais no processo saúde-doença. Tais transformações nos sentidos e práticas de saúde têm sido desafiadoras. A partir da perspectiva Construcionista Social, que orienta esse estudo, compreendemos que os sentidos são construídos nas interações entre as pessoas e que esses configuram práticas sociais. Diante deste quadro de desafios na ESF e a partir da perspectiva adotada, temos como objetivo compreender os sentidos produzidos por profissionais de equipes de saúde sobre famílias em contextos de reuniões de discussão de família/caso na ESF, buscando analisar como esses configuram a produção de práticas de cuidado e também como se dá a dinâmica de construção desses sentidos a partir das negociações entre os participantes. A constituição do corpus foi feita a partir da observação e registros em áudio de 16 reuniões de duas equipes de saúde da família, contando com 26 participantes, dentre eles profissionais e estagiários de diferentes especialidades. A análise foi feita a partir da perspectiva das práticas discursivas, com os seguintes passos: 1) transcrição do material; 2) leitura intensiva e organização do material; 3) construção de sentidos sobre a família, e análise dos repertórios interpretativos, discursos usados, e implicações para ação; e 4) narrativa ilustrativa da dinâmica dos sentidos. Os sentidos construídos na análise foram: a) Família como pessoas que moram juntas: os repertórios usados descreviam os modos de ser família a partir do ambiente em que ela vive, entendendo a família como informante e cuidadora dos seus membros; b) Família como responsável pelo cuidado: repertórios de família como aquela que dá suporte aos seus membros e é responsável por eles; e, por vezes, está sobrecarregada com esses cuidados; c) Família como problema: repertórios que configuravam a família como aquela que é responsável pelo problema de saúde dos seus membros, como aquela que funciona como um estressor para eles ou como aquela que está em situação de risco; e d) Família como rede de relações, sentido que foi usado, mais comumente, em conversas sobre casos complexos, com discussões voltadas para configurações, estruturas e dinâmicas familiares. A partir da análise do processo de discussão da equipe em torno de um \"caso\", foi possível ilustrar o dinamismo desses sentidos nas conversas e como esses são negociados a todo momento. A análise nos permite considerar que há esforços dos profissionais em voltar a atenção do cuidado para a família, porém ainda são comuns práticas centradas no indivíduo e pouco pautadas no contexto e nas condições de vida das famílias. Compreendemos que dar visibilidade a esses diferentes sentidos e seu uso permite reflexões sobre como cada forma de descrever as famílias possibilita a construção de práticas distintas, o que pode contribuir para uma maior reflexão dos profissionais de saúde sobre sua prática cotidiana (Apoio Capes e Fapesp- 2014/08618-6). / In constructing social policies, a central role has been assigned to the family regarding its social protection and care for its members. In Health, the family assumes such centrality in the Brazilian Family Health Strategy (FHS), being understood as a health care object. This centrality is given from an intention of changing the health care model, which should aim integrality of care and a look at/attention towards the living conditions as fundamental in the health-illness process. But the changes in the meanings and health practices have been challenging. From the social constructionist perspective, which guides this study, we understand that the meanings are built in interactions among people and that such constitute social practices. Given these elements - challenges in the FHS and the said perspective - we aim to understand the meanings produced by health team professionals about families in contexts of FHS family discussion meetings. We seek to analyze how these meanings shape the production of care practices and also how these senses are dynamically constructed from the negotiations among participants. The corpus construction was structured from observation and audio records from 16 FHS teams meetings, with 26 participants, including professionals and trainees from different specialties. The analysis was based on the discursive practices perspective, with the following steps: 1) material transcription; 2) intensive reading and material organization; 3) construction of meanings about family, and analysis of interpretative repertoires, discourse use, and implications for action; and 4) illustrative narrative of meanings dynamics. Meanings constructed in the analysis were: a) family as people who live together: the repertoires described the ways of being family considering the environment they live, understanding family as informant and caregiver of its members; b) family as responsible for care: Family repertoires as that which supports its members and holds accountability for them; also, sometimes becomes overloaded with such stewardship; c) Family as problem: repertoire that conceived family as being responsible for members\' health problems, acting as a stressor to them or as one that is at risk; d) Family as relationships network, meaning more commonly attributed in conversations about complex cases, with discussions oriented to settings, structures and family dynamics. From the analysis of a team discussion process on one \"case\", it was possible to illustrate the dynamism of these senses in conversations and how they are negotiated at all times. The analysis demonstrates that professionals endeavor to turn their efforts towards the family, but practices are still commonly centered on the individual and less grounded in context and living conditions of families. We understand that giving visibility to these different senses and their use allows reflections on how each way of describing families allows the construction of different practices, potentially contributing to greater reflection of health professionals about their daily practice (Support Capes and FAPESP- 2014 / 08618-6).
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Social constructionism in the middle school chorus: a collaborative approachDebrot, Ruth Ann 07 November 2016 (has links)
Middle school programs occupy a unique place in choral music education. This study builds upon and makes a unique contribution to the body of literature in choral music education by introducing critical participatory action research into the social ecology (Shotter, 1993) of the middle school choral classroom during the “regular” school day with a non-select choral ensemble. I employed critical participatory action research methodology—a collaborative approach to understanding specific problems in education—because it is a systematic research process conducted for the purpose of generating knowledge that is valid and vital for the well being of learners, communities of learners, and for promoting social change (Carr & Kemmis, 1986; Herr & Anderson, 2005; Kemmis and McTaggart, 1987; Mills, 2010). The purpose of this critical participatory action research study was to create a collaborative model of practice in order to make sixth grade choral music education more relevant and meaningful for learners. In order to accomplish this, I created a constructionist learning environment, applying domains of relevance set forth by Gergen (2001), and examined how this model of practice impacted the pedagogical practices of 19 sixth grade chorus students and their chorus teacher over the period of one semester. All participants collected evidence in the form of video recordings, interviews, journals and portfolios. All evidence was considered in light of the changes that occurred—individually and collectively—in pedagogical and organizational practices and in regard to the original research questions. This report illuminates ways that constructionist principles might be used to create a collaborative model of middle school choral music education and the pedagogical and social practices that emerge when beginning sixth grade students and their chorus teacher share responsibility for teaching and learning.
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The Social Construction of Female Online Child Sexual Offenders in Canadian Newspapers from 2010 to 2017Ste-Marie, Mauranne 06 March 2019 (has links)
This thesis explores the social construction of female online child sex offenders within Canadian newspapers from 2010 to 2017. While child sexual exploitation is not a new phenomenon, the nature of this threat, in terms of the ways in which it is facilitated, has changed significantly over the past decade. Notably, a key factor contributing to the sexual exploitation of children in today’s society is the Internet. The anonymity afforded by the Internet, the accessibility to the Internet, and the lack of accountability associated with the Internet (Cooper, 1998) all work together to create a social environment that is conducive to child sexual exploitation. This research explores this new phenomenon, as perpetrated by women. Informed by the social constructionist approach, relevant findings from a review of literature on the media representation of female offenders are then compared to findings from the examination of Canadian newspaper articles pertaining to female online child sex offenders to recognize similarities and differences between respective representations in the media. The results of this work suggest an increase from 2010 to 2017 in the number of Canadian media articles about female online child sex offenders as well as an increase in teacher representation in those crimes. As a result, a progression in the social construction of child sex offenders as well as teachers in Canada is presented.
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