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Atitudes etnolinguísticas do povo Tapuia do Carretão (GO) / Ethnolinguistic attitudes of the Tapuia people of Carretão (GO)Nazário, Maria de Lurdes 29 April 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-04-29 / In this thesis, we aimed to discuss the attitudes of Tapuia people in relation to their so questioned indigenous identity, by having an afro indigenous phenotype and speak the Portuguese language, putting focus into some impacts that we observed in this community arising from the performance of their indigenous teachers in the context of their research and other educational practices during their graduation Course - Intercultural Education in the Takinahakỹ Center for Indigenous Higher Education, at Federal University of Goiás (UFG). At different times with Tapuia indigenous teachers, we heard reports in which the community was in an conflict with their ethnocultural and linguistic situation, with a desire to learn their ancestors language to assert themselves indigenous and many of them felt embarrassed to assert indigenous, questioning themeselves about their Indianness, demonstrating a negative Ethnolinguistics attitude, in our interpretation. On the other hand, in 2012, 2013 and 2014, when we attended Study Steps of Intercultural Education in Terra Indígena Carretão, we realized that, despite the aforementioned questions are still a reality, Tapuia indians have lived another time, defending their indigenous identity openly and the tapuia Portuguese was as their mother tongue (RODRIGUES, 2011), discussing and / or disproving the questions people made them based on the discourse of Indianness and giving evidence that their ethnolinguistic attitudes were under a positive move. We base our argument on theories and epistemologies that were developed in countercurrent rational and liberal thought and in search of a relational thought, contextualizing, liberator, with respect for life and ethnic and cultural diversity. Thus, the Paradigms of Complexity (MORIN, 2003, 2010) and Modernity and Coloniality (QUIJANO, 2005; CASTRO GÓMEZ & Grosfoguel 2007; GARCÉS, 2007; MALDONADO-TORRES, 2008) lay up that counter of hegemonic science practiced for centuries and of the dichotomous social structure naturalized according to the Eurocentric thinking. In order to understand the contributions of an educational project to decolonize humans, we rely on the thought of Paulo Freire (1987, 1997, 2002). We also use the Theory of Bourdieu Practice (1998, [1979] 2013) which helps us to discuss the unification policy, embodied in monolingualism policy in colonial Brazil and the concept of attitude from their understanding of social provisions to act a certain way in a social group. In the first chapter, we present the Tapuia people and their ethnic and linguistic history in the context of different indigenous policies that subordinated and decimated indigenous cultures and languages in the context of Goiás people settlements, constructing a not indian subject, with negative attitudes regarding their identity and their own status in society (REZENDE, oral exposure). Still, in this chapter, we put into focus the historical struggles experienced by Tapuia people in the twentieth century due to the landed interests and also discussed the identity conflict experienced by these people, relating them to their ethnolinguistic attitudes. In the second chapter, at first, we carry on about the political and social context of the twentieth century that favored the emergence of differentiated education for indigenous peoples in Latin America, among them, the Graduation Course - Intercultural Education - at UFG. In the third chapter, we report our field of experience with Tapuia people and present the methodological procedures that were used in the research. In the fourth chapter, we discussed the entry of these teachers in the graduation course, their expectations and perceptions of the actions undertaken in the course, trying to emphasize the meeting of these teachers with a pedagogical proposal of questioning that was possible a space for discussion, of recognition and of appreciation of their indigenous identity differentiated. And finally, we discuss some impacts we realized in Tapuia community arising from the performance of Tapuia teachers in the context of their research and other educational practices during their teacher education. In the last chapter, we proposed an argument on the concept of attitude and presented an interpretation of ethnolinguistic attitudes Tapuia. We seek to understand how the Tapuia have thought, felt and reacted in relation to their identity historically marked by the speech of non Indianness that was made in the context of conflicts of power in terms of landed interests. Our defense is that Tapuia teachers along with their people come becoming aware, in terms of Paulo Freire, their reality of historical oppression, with the appreciation of their distinctive identity, the improvement in their self-esteem and empowerment of their positive Ethnolinguistics atitude. Our defense is that Tapuia teachers along with his people come becoming aware, in terms of Paulo Freire, his reality of historical oppression, with the appreciation of its distinctive identity, the improvement in their self-esteem and empowerment of its positive Ethnolinguistics attitude . We understand that these attitudes are strengthening from one to the other way with their constituent components - new knowledge, beliefs, feelings and other possible reactions, depending on the new social representations that are part of the discussions of Tapuia community. / Nesta pesquisa, procuramos problematizar as atitudes do povo Tapuia em relação à sua identidade indígena tão questionada, por possuir um fenótipo afroindígena e fazer uso da língua portuguesa, colocando em foco alguns impactos que observamos nessa comunidade decorrentes da atuação de seus professores indígenas no contexto de suas pesquisas e outras práticas pedagógicas durante sua formação na licenciatura em Educação Intercultural do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena da Universidade Federal de Goiás (UFG). Em diferentes momentos com os professores Tapuia, ouvimos relatos em que a comunidade vivia um conflito com sua situação etnocultural e linguística, com um desejo de apreender uma língua de seus antepassados para se afirmarem indígenas e muitos com vergonha de se assumirem indígenas, se questionando sobre sua indianidade, demonstrando uma atitude etnolinguística negativa, em nossa interpretação. Por outro lado, em 2012, 2013 e 2014, ao participarmos de Etapas de Estudos do curso Educação Intercultural na Terra Indígena Carretão, verificamos que, apesar dos questionamentos citados serem ainda uma realidade, os Tapuia viviam um outro momento, defendendo sua identidade indígena abertamente e o português tapuia como sua língua materna (RODRIGUES, 2011), problematizando e/ou refutando os questionamentos que lhes eram/são feitos com base no discurso da não indianidade e dando indícios de que suas atitudes etnolinguísticas estavam em um movimento positivo. Fundamentamos nossa argumentação em teorias e epistemologias que se elaboraram na contracorrente do pensamento racional e liberal e em busca de um pensamento relacional, contextualizador, libertador, de respeito à vida e à diversidade étnica e cultural. Assim, os Paradigmas da Complexidade (MORIN, 2003, 2010) e da Modernidade e Colonialidade (QUIJANO, 2005; CASTRO GÓMEZ & GROSFOGUEL, 2007; GARCÉS, 2007; MALDONADO-TORRES, 2008) se colocam nessa contracorrente da ciência hegemônica praticada há séculos e da estrutura social dicotômica naturalizada em função do pensamento eurocêntrico. Com a finalidade de compreender as contribuições de um projeto educacional para descolonizar o homem, nos baseamos no pensamento de Paulo Freire (1987, 1997, 2002). Também nos utilizamos da Teoria da Prática de Bourdieu (1998, [1979] 2013) que nos ajuda a problematizar a política de unificação, materializada na política do monolinguismo no Brasil colonial e o conceito de atitude a partir de sua compreensão das disposições sociais para agir de determinado modo em um grupo social. No primeiro capítulo, apresentamos o povo Tapuia e sua história étnica e linguística no contexto de diferentes políticas indigenistas que subalternizaram e dizimaram culturas e línguas indígenas no contexto dos aldeamentos goianos, construindo um sujeito desindianizado e com atitudes negativas em relação à sua identidade e a seu próprio status na sociedade (REZENDE, em exposição oral). Ainda, nesse capítulo, colocamos em foco as lutas históricas vividas pelos Tapuia no século XX em função dos interesses fundiários e discutimos também o conflito identitário vivido por esse povo, relacionando-os às suas atitudes etnolinguísticas. No segundo capítulo, inicialmente, discorremos sobre o contexto político-social do século XX que favoreceu o surgimento de propostas de educação diferenciada para os povos indígenas na América Latina, entre elas, a licenciatura em Educação Intercultural da UFG. Depois, fazemos uma discussão da proposta pedagógica desse curso. No terceiro capítulo, relatamos nossa vivência em campo com os Tapuia e apresentamos os procedimentos metodológicos que foram utilizados na realização da pesquisa. No quarto capítulo, debatemos a entrada desses professores na licenciatura, suas expectativas e percepções sobre as ações desenvolvidas no curso, procurando ressaltar o encontro desses docentes com uma proposta pedagógica de problematização que possibilitou um espaço de discussão, de reconhecimento e valorização de sua identidade indígena diferenciada. E, por fim, discutimos alguns impactos que observamos na comunidade Tapuia decorrentes da atuação dos professores Tapuia no contexto de suas pesquisas e outras práticas pedagógicas durante sua formação. No último capítulo, elaboramos uma argumentação sobre o conceito de atitude e tecemos uma interpretação das atitudes etnolinguísticas dos Tapuia. Procuramos compreender como o Tapuia tem pensado, sentido e reagido em relação à sua identidade historicamente marcada pelo discurso da não indianidade que se formulou no contexto de conflitos de poder em função dos interesses fundiários. Nossa defesa é de que os professores Tapuia junto com seu povo vêm se conscientizando, nos termos de Paulo Freire, de sua realidade de opressão histórica, havendo a valorização de sua identidade diferenciada, a melhora em sua autoestima e a potencialização de sua atitude etnolinguística positiva. Interpretamos que essas atitudes estão se fortalecendo entre um fazer e outro com seus elementos constitutivos - novos conhecimentos, crenças, sentimentos e outras possíveis reações, em função das novas representações sociais que fazem parte das discussões dos Tapuia em comunidade.
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