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A questionável energia do desenvolvimento: a construção do parque gerador hidrelétrico brasileiro e a expropriação camponesa / The questionable development of energy: the construction of Brazilian hydroelectric generating facilities and the peasant expropriationNaves, Jaqueline de Cássia 23 August 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-08-23 / This study presents the dynamics of the disputed territories, using analysis as the conflict between the
model of the Brazilian electric power generation, focused on hydroelectric power source and peasant
dispossession caused by the construction of hydroelectric plants in Brazil. The text is organized by
presenting the relationship between the development model adopted by the Brazilian government and
its policies aimed at the electricity sector between the years 1945-1990, during which experiences the
largest buildings of hydroelectric and strengthens the option for hydroelectricity. Thus, the state in
Brazil has acted as administrator but as a producer of energy in this period. The measures imposed on
the peripheral capitalist countries during the restructuring of the capitalist mode of production in the
years 1980-1990 yielded a number of measures of fit for these economies, such as the
desancionalização the economy that led to the privatization of public enterprises and opening the
economy to international capital thereby aggravating the dependency of these economies to foreign
capital. The electrical sector in Brazil is among the sectors that has opened for denationalization, as the
privatization of several production units, state-owned generation and power trading. The lack of
investment in installed capacity due to the economic crisis of the 1980s, coupled with the growing
demand for electricity and the national electric system susceptibility to weather weather Brazil is
experiencing a crisis of energy supply in 2001. The Blackout of 2001 triggered the opening of the law
of power generation and environment for private sector participation intensifies the self-producers and
independent producers who have invested heavily in production facilities hydroelectric facilities. The
sector that has invested in increased production of hydroelectric power was the sector of electrointensive
industries, interested in getting cheap hydropower and private industries such as Alcoa
Aluminio SA and Votorantim Energia. Because of the blackout measures the government authorizes
the construction of new dams without proper environmental and social rigor, resulting in several cases
of irregularities in construction producing irreparable social and environmental impacts. UHE Serra
Facão in Catalão (GO) was approved without a criterion of these plants by IBAMA, resulting in this
way, the peasant expropriation and environmental damage, such as the death of part of icitiofauna. The
fourth chapter presents the relationship of peasant with its territory based on the inseparable triad of
ethics peasant: family, land and labor. The construction of the territory and territorialization of the
peasant resistance movement against expropriation produced by UHE Serra Facão and the effects on
the lives of some peasants who were deterritorialized / reterritorialized by UHE Serra Facão. / O presente trabalho busca apresentar a dinâmica dos territórios em disputa, usando como
análise o conflito entre o modelo de geração de energia elétrico brasileiro, concentrado na
fonte hidrelétrica e a expropriação camponesa causada pela construção de hidrelétricas no
Brasil. O texto se organiza apresentando a relação entre o modelo de desenvolvimento adotado
pelo Estado brasileiro e suas políticas direcionadas ao setor elétrico entre os anos de 1945-
1990, período onde ocorrem as maiores construções de usinas hidrelétricas e se fortalece a
opção pela hidroeletricidade. Desta forma, o Estado no Brasil desempenhou a função de
administrador, mas também de produtor de energia naquele período. As medidas impostas aos
países de capitalismo periférico no período da reestruturação do modo capitalista de produção
nos anos 1980-1990 produziu inúmeras medidas de ajuste à estas economias, tais como, a
desnacionalização da economia que implicou a privatização das empresas públicas e a
abertura da economia ao capital internacional, agravando, assim, a dependência destas
economias ao capital estrangeiro. O setor elétrico no Brasil foi um dos setores que mais se
abriu à desnacionalização, como a privatização de várias unidades produtoras, estatais de
geração e comercialização de energia. A falta de investimentos na potência instalada em razão
da crise econômica dos anos 1980, aliado ao crescimento da demanda por energia elétrica e
suscetibilidade do sistema elétrico nacional às intempéries metereológicas o Brasil vive a
crise do fornecimento de energia no ano de 2001. O Apagão de 2001 desencadeou a abertura
da legislação de geração elétrica e ambiental para o setor privado, intensifica-se a participação
dos autoprodutores e produtores independentes que investiram maciçamente em unidades de
produção hidrelétrica privada. O setor que mais investiu no crescimento da produção de
energia hidrelétrica foi o setor das indústrias eletrointensivas, interessados em conseguir
energia hidrelétrica barata e privada, como as indústrias Alcoa Alumínio S.A. e Votorantim
Energia. Em razão das medidas do apagão o governo autoriza a construção de novas
hidrelétricas sem o devido rigor ambiental e social, resultando assim, em vários casos de
irregularidades nas construções produzindo impactos socioambientais irreparáveis. A UHE
Serra do Facão no município de Catalão (GO) foi uma destas usinas aprovadas pelo IBAMA,
que apresentaram problemas no EIA/RIMA e no PBA, e que provocaram a expropriação
camponesa e prejuízos ambientais, tal como, a mortandade de parcela da icitiofauna. O quarto
capítulo apresenta-se a relação do camponês com seu território baseado na tríade indissociável
da ética camponesa: família, terra e trabalho. A construção do território camponês e a
territorialização do movimento de resistência contra a expropriação produzida por UHE Serra
do Facão, bem como os efeitos na vida de alguns camponeses que foram
desterritorializados/reterritorializados por UHE Serra do Facão.
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Chapadas e lutas: resistência camponesa no baixo Parnaíba Maranhense na rota do agronegócio silvicultor – conflitos territoriais e “usos” da naturezaCOSTA, Saulo Barros da 20 June 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-06-20 / CAPES / A resistência e autonomia camponesa são elementos presentes nas ações de
camponeses do Baixo Parnaíba Maranhense, diante do avanço do agronegócio de
soja e eucalipto e, ainda, a contínua transformação do cerrado em florestas e
campos. Nos anos 1990, este tipo de desenvolvimento se complexifica no Estado do
Maranhão, com a migração de produtores do Sul do Estado para o Leste, como
também do aumento das áreas cultivadas com pinos em municípios como Urbano
Santos. Diversos conflitos ambientais e territoriais são desenvolvidos, transformando
a diversidade de chapadas e baixões em espaços geográficos distantes. Empresas
como a Suzano Papel e Celulose S. A. possuem papel central neste contexto,
atrelando as áreas de cultivos, equipamentos industriais de transporte e logística,
além da recém-inaugurada planta industrial da empresa, em Imperatriz, Maranhão.
Assim, o objetivo desta tese foi explicar as resistências dos camponeses que se
estabelecem no âmbito do conflito territorial, frente ao incremento do cultivo de
eucalipto no Baixo Parnaíba maranhense, no município de Urbano Santos, com
aporte a Associação de Moradores São Raimundo. Como elemento desta pesquisa,
a tese investigada foi que a luta e resistência dos camponeses se desenvolve frente
à produção agroexportadora de eucalipto, afirmando como fundantes para sua
reprodução: os usos da natureza, a posse histórica da terra e seu modelo produtivo,
que entrelaça espaços tanto das chapadas quanto dos baixões, em um único
território. Como resultado, observou-se que a resistência concreta camponesa
(SCOTT, 2013) possui a dimensão da autonomia e da luta, construída
historicamente e materializada em ações que promovem mudanças radicais nas
estruturas do Estado, assim como enfretamentos diretos com a empresa Suzano
Papel e Celulose S. A. A lei do bacuri verde, que foi criada e aprovada pelo território
da comunidade São Raimundo, município de Urbano Santos, Maranhão, em
dezembro de 2012, com base nos princípios do extrativismo coletivo e diversificado,
tem como princípio a luta contra o avanço dos plantios de eucalipto nos territórios de
comunidades encurraladas multilateral e espacialmente na região. Esta lei revela a
política que estes sujeitos tecem em suas práticas, demarcando seus modos de vida
em vias do avanço do capitalismo agrário, consolidando o território camponês do
Baixo Parnaíba a partir das suas representações espaciais das chapadas e dos
baixões. Esta diversidade de usos e modos de vida de sujeitos e suas resistências
internas pela preservação e uso do cerrado, descrevem outra polifonia na cartografia
das resistências e dos territórios comunitários. / Peasant resistance and autonomy are elements present in the actions of peasants of
Baixo Parnaíba from Maranhão against the soybean and eucalyptus agribusiness
advance, and also the continuous change of cerrado in forests and fields. In the
1990s, this type of development is becoming more complex in the state of Maranhão
with the migration from southern producers to the East of the state, as well as the
increase of cultivated areas with pins in towns as Urbano Santos. Several
environmental and territorial conflicts are developed, transforming the diversity of
chapadas and baixões in distant geographical areas. Companies like Suzano Papel
e Celulose S.A. has a central role in this context, linking to the areas of industrial
crops the transport and logistics equipment, in addition to the newly opened industrial
plant of the company in Imperatriz, Maranhão. Thus, the objective of this thesis was
to explain the resistance of peasants who are established within the territorial conflict,
against the increase of eucalyptus cultivation in the Baixo Parnaíba from Maranhão,
in the town of Urbano Santos, with the contribution of the Dwellers Association of
São Raimundo. As part of this research, the investigation of the thesis was the
struggle and resistance developed by the peasants across the agro-export
production of eucalyptus, stating as foundational for their reproduction: the uses of
the nature, the historical ownership of land and its productive model, which
interweaves spaces of both chapadas and baixões in a single territory. As a result, it
was observed that the peasant specific resistance (SCOTT, 2013) has the dimension
of autonomy and struggle, historically built and materialized in actions that promote
radical changes in state structures, as well as the direct confrontations with the
company Suzano Papel and Celulose S.A. The law of the green bacuri, which was
created and approved by the territory of São Raimundo’s community, in the town of
Urbano Santos, Maranhão, in December 2012, was based on the principles:
collective and diverse extraction, has as principle the fight against the advance of
eucalyptus plantations in the territories of corralled communities multilateral and
spatially in the region. This law reveals the policy that these subjects weave in their
practices, demarcating their livelihoods in the process of the agrarian capitalism
forward, consolidating the peasant territory of the Baixo Parnaíba from their spatial
representations of chapadas and baixões. This diversity of uses and ways of life of
individuals and their internal resistances for the preservation, and use of cerrado
describe another polyphony in the mapping of resistance and community territories.
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