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Construções: imagens, discursos e narrativas na Brasília de Thomaz Farkas / Constructions: images, speeches and narratives in the Brasilia of Thomaz Farkas

Sampaio, Juliana de Arruda 20 September 2016 (has links)
A presente dissertação é fruto da pesquisa sobre as fotografias da construção e inauguração de Brasília produzidas por Thomaz Farkas na ocasião de duas viagens, uma ocorrida em 1959 e outra no próprio dia da inauguração, 21 de abril de 1960. O trabalho realiza três grandes movimentos. No primeiro capítulo, a discussão gira em torno do fotógrafo, recuperando aspectos de sua trajetória a vinda ao Brasil, a estruturação da loja da família (a Fotóptica), as amizades desenvolvidas na juventude a fim de que se compreenda de que maneira a prática fotográfica de Farkas foi alimentada por outras relações. No segundo capítulo, procurou-se mapear os agentes envolvidos na construção e transferência da nova capital: os desejos do presidente Juscelino Kubitschek; as intenções do urbanista Lúcio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer, inferidas a partir da leitura do projeto; a configuração do próprio canteiro, a chegada dos trabalhadores, os assentamentos legais e ilegais, a dinâmica do trabalho. Buscou-se também desenvolver análises do que chamamos de enquadramento oficial, a partir de exemplos dos discursos, atividades e propagandas que circularam no período no intuito de promover publicamente e legitimar a ideia de Brasília. Por fim, no último capítulo, o trabalho se volta propriamente às imagens. A partir de uma leitura sistemática, percebe-se que o fotógrafo, pelo fato de não ter sido comissionado para fazer a série, se permitiu perambular livremente pelo território em construção olhando com interesse e curiosidade para vários pontos da cidade que se erguia. Este trabalho privilegia as fotografias sobre as construções populares feitas à margem do Núcleo Bandeirante e as imagens da inauguração em que o fotógrafo se empenha em retratar os candangos que participaram do empreendimento. Comparando-as aos enquadramentos oficiais, vê-se que as fotos de Thomaz Farkas desestabilizam os referidos enquadramentos ao ampliá-los, mostrando lados alternativos dessa história. / This dissertation is a result of the research on the photographs of the construction and inauguration of Brasília produced by Thomaz Farkas on the occasion of two trips, one in 1959 and another in the inauguration day, April 21, 1960. The work performs three major movements. In the first chapter, the discussion revolves around the photographer, recovering aspects of his career his coming to Brazil, the structuring of the familyshop (Fotóptica), the friendships developed in youth to understand how his practice of photography was fed by other relations. In the second chapter, we tried to map the actors involved in the construction and the transfer of the new capital: the wishes of President Juscelino Kubitschek, the intentions of the urbanist Lúcio Costa and thearchitect Oscar Niemeyer, inferred from the reading of the project; the configuration of the construction field, the arrival of theworkers, the settlements both legal and illegal, the dynamics of the work. We sought to develop analysisof what we called the \"official frame\" by showing examples of speeches, activities and advertisements that circulated in the period in order to promote publicly and legitimize the idea of Brasilia. Finally, in the last chapter, the workturns itself properly towards the images. After a systematic reading, it becomes clear that the photographer, since he had not been commissioned to produce the series,allowed himselfto roam freely in the territory under construction looking with interest and curiosity to various points of the city that stood. This work focuses on the pictures on the popular constructions made in the margins of the Núcleo Bandeirante and the images of the inauguration in which the photographer strives to portray the candangos who participate in the enterprise, comparing then to the official frames. We have found that Thomas Farkas photos destabilize the referred frames by amplifying them, showing alternative sides of this story.
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Construções: imagens, discursos e narrativas na Brasília de Thomaz Farkas / Constructions: images, speeches and narratives in the Brasilia of Thomaz Farkas

Juliana de Arruda Sampaio 20 September 2016 (has links)
A presente dissertação é fruto da pesquisa sobre as fotografias da construção e inauguração de Brasília produzidas por Thomaz Farkas na ocasião de duas viagens, uma ocorrida em 1959 e outra no próprio dia da inauguração, 21 de abril de 1960. O trabalho realiza três grandes movimentos. No primeiro capítulo, a discussão gira em torno do fotógrafo, recuperando aspectos de sua trajetória a vinda ao Brasil, a estruturação da loja da família (a Fotóptica), as amizades desenvolvidas na juventude a fim de que se compreenda de que maneira a prática fotográfica de Farkas foi alimentada por outras relações. No segundo capítulo, procurou-se mapear os agentes envolvidos na construção e transferência da nova capital: os desejos do presidente Juscelino Kubitschek; as intenções do urbanista Lúcio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer, inferidas a partir da leitura do projeto; a configuração do próprio canteiro, a chegada dos trabalhadores, os assentamentos legais e ilegais, a dinâmica do trabalho. Buscou-se também desenvolver análises do que chamamos de enquadramento oficial, a partir de exemplos dos discursos, atividades e propagandas que circularam no período no intuito de promover publicamente e legitimar a ideia de Brasília. Por fim, no último capítulo, o trabalho se volta propriamente às imagens. A partir de uma leitura sistemática, percebe-se que o fotógrafo, pelo fato de não ter sido comissionado para fazer a série, se permitiu perambular livremente pelo território em construção olhando com interesse e curiosidade para vários pontos da cidade que se erguia. Este trabalho privilegia as fotografias sobre as construções populares feitas à margem do Núcleo Bandeirante e as imagens da inauguração em que o fotógrafo se empenha em retratar os candangos que participaram do empreendimento. Comparando-as aos enquadramentos oficiais, vê-se que as fotos de Thomaz Farkas desestabilizam os referidos enquadramentos ao ampliá-los, mostrando lados alternativos dessa história. / This dissertation is a result of the research on the photographs of the construction and inauguration of Brasília produced by Thomaz Farkas on the occasion of two trips, one in 1959 and another in the inauguration day, April 21, 1960. The work performs three major movements. In the first chapter, the discussion revolves around the photographer, recovering aspects of his career his coming to Brazil, the structuring of the familyshop (Fotóptica), the friendships developed in youth to understand how his practice of photography was fed by other relations. In the second chapter, we tried to map the actors involved in the construction and the transfer of the new capital: the wishes of President Juscelino Kubitschek, the intentions of the urbanist Lúcio Costa and thearchitect Oscar Niemeyer, inferred from the reading of the project; the configuration of the construction field, the arrival of theworkers, the settlements both legal and illegal, the dynamics of the work. We sought to develop analysisof what we called the \"official frame\" by showing examples of speeches, activities and advertisements that circulated in the period in order to promote publicly and legitimize the idea of Brasilia. Finally, in the last chapter, the workturns itself properly towards the images. After a systematic reading, it becomes clear that the photographer, since he had not been commissioned to produce the series,allowed himselfto roam freely in the territory under construction looking with interest and curiosity to various points of the city that stood. This work focuses on the pictures on the popular constructions made in the margins of the Núcleo Bandeirante and the images of the inauguration in which the photographer strives to portray the candangos who participate in the enterprise, comparing then to the official frames. We have found that Thomas Farkas photos destabilize the referred frames by amplifying them, showing alternative sides of this story.
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A apreensão do instante relações entre a literatura e fotografia / The apprehension of the instant relations between literature and still photography

SOUSA, Fábio D abadia de 04 May 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-07-29T16:29:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese_Fabio_Sousa.pdf: 1739008 bytes, checksum: c7a313b7d7ce28503c723275872f7be0 (MD5) Previous issue date: 2009-05-04 / In this study, through a qualitative survey based upon a bibliographical research, we analyze the inter-relations between literature and still photography, with the intention of discussing the main aspects of resemblance between these two types of arts, apparently very different from one another. Based upon Susan Sontag s (2004) statement that photography is closer to poetry than to any other art, we investigate the historical and aesthetic developments that allow such relation. Our investigation shows that it was after the realistic movement and mainly after the consequences of the radicalization in the use of the literary image by the European avant-gard oriented writers and by the Brazilian modernist poets that the relation between literature and still photography becomes clearer. We analyze particularly a part of the literary production of the Brazilian modernist writer Oswald de Andrade that, through his instant poems or flash-poems , presents in his literature some imagetic characteristics that allow us to compare them to photographic images. But if it is possible to show in literature some photographic elements, an inverse situation can also be detected. That is what an analysis of part of the production of the Brazilian photographer Thomas Farkas may demonstrate, specially in his photos made in the fourth decade of the twentieth century. In them, he reveals, through a subtle game of opposition and combination between light and shadow, that situation that Minor White (2003) call a mirror we can pass through . In Farkas work, the image of a photographer acquires some typical characteristics of a poet s image. And it is exactly when overcomes the mere visual aspects and opens a portal to the world of dreams and imagination that photography may present certain elements that could cause a proximity to poetry. Our research tries to demonstrate, thus, that the relations between literary and photographic images - both worried with the attempt of apprehension of life instants - allow to distinguish in still photography some characteristics that most of the reviewers once admitted that belonged only to the kingdom of literature and, on the other hand, that some writers can use the words in a way that produces results that resemble that of a photographer who presses the shutter of his camera. / Neste trabalho, através de uma pesquisa qualitativa baseada em um levantamento bibliográfico, analisamos as inter-relações entre a literatura e a fotografia, a fim de detectar os principais pontos em comum entre essas duas manifestações artísticas aparentemente muito diferentes uma da outra. Com base no pensamento de Susan Sontag (2004), que afirma que a fotografia é uma arte mais próxima da poesia, investigamos o momento histórico e os desdobramentos estéticos que tornam possível o estabelecimento dessa relação. Constatamos que é a partir do realismo e, principalmente, a partir da radicalidade da produção literária feita sob a influência das vanguardas européias e do movimento modernista brasileiro que a relação entre a literatura e a fotografia fica mais evidente. Analisamos em especial parte da obra do modernista brasileiro Oswald de Andrade, que, por meio de seus poemas instantâneos ou poemas-flash , apresenta em sua produção literária algumas características imagéticas que podemos relacionar ao resultado que se obtém com uma fotografia. Mas se é possível apontar na literatura elementos de proximidade com a fotografia, uma situação inversa também pode ser constatada. É o que nos permite, por exemplo, a análise de parte da obra do fotógrafo brasileiro Thomas Farkas, principalmente na sua produção realizada na década de 40, do século XX, em que consegue, através do sutil jogo de oposição e combinação entre luz e sombra, demonstrar que a fotografia também pode ser aquilo que Minor White (2003) chama de um espelho que se pode atravessar . No trabalho de Farkas, a imagem do fotógrafo adquire algumas características típicas da imagem do poeta. E é exatamente quando supera a simples visualidade e abre um portal para o mundo dos sonhos e da imaginação que a fotografia apresenta elementos que a aproximam da poesia. A nossa investigação tenta demonstrar, assim, que as relações de semelhanças entre a imagem literária e a imagem fotográfica - ambas calcadas na tentativa de apreensão de instantes da vida - permitem que possamos perceber na fotografia aspectos aparentemente pertencentes apenas ao reino da literatura e também que alguns escritores usam as palavras de maneira parecida com a de um fotógrafo que dispara o obturador de sua câmera. Palavras-chave: Literatura, fotografia, poesia, Oswald de Andrade

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