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A apreensão do instante relações entre a literatura e fotografia / The apprehension of the instant relations between literature and still photography

SOUSA, Fábio D abadia de 04 May 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-07-29T16:29:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese_Fabio_Sousa.pdf: 1739008 bytes, checksum: c7a313b7d7ce28503c723275872f7be0 (MD5) Previous issue date: 2009-05-04 / In this study, through a qualitative survey based upon a bibliographical research, we analyze the inter-relations between literature and still photography, with the intention of discussing the main aspects of resemblance between these two types of arts, apparently very different from one another. Based upon Susan Sontag s (2004) statement that photography is closer to poetry than to any other art, we investigate the historical and aesthetic developments that allow such relation. Our investigation shows that it was after the realistic movement and mainly after the consequences of the radicalization in the use of the literary image by the European avant-gard oriented writers and by the Brazilian modernist poets that the relation between literature and still photography becomes clearer. We analyze particularly a part of the literary production of the Brazilian modernist writer Oswald de Andrade that, through his instant poems or flash-poems , presents in his literature some imagetic characteristics that allow us to compare them to photographic images. But if it is possible to show in literature some photographic elements, an inverse situation can also be detected. That is what an analysis of part of the production of the Brazilian photographer Thomas Farkas may demonstrate, specially in his photos made in the fourth decade of the twentieth century. In them, he reveals, through a subtle game of opposition and combination between light and shadow, that situation that Minor White (2003) call a mirror we can pass through . In Farkas work, the image of a photographer acquires some typical characteristics of a poet s image. And it is exactly when overcomes the mere visual aspects and opens a portal to the world of dreams and imagination that photography may present certain elements that could cause a proximity to poetry. Our research tries to demonstrate, thus, that the relations between literary and photographic images - both worried with the attempt of apprehension of life instants - allow to distinguish in still photography some characteristics that most of the reviewers once admitted that belonged only to the kingdom of literature and, on the other hand, that some writers can use the words in a way that produces results that resemble that of a photographer who presses the shutter of his camera. / Neste trabalho, através de uma pesquisa qualitativa baseada em um levantamento bibliográfico, analisamos as inter-relações entre a literatura e a fotografia, a fim de detectar os principais pontos em comum entre essas duas manifestações artísticas aparentemente muito diferentes uma da outra. Com base no pensamento de Susan Sontag (2004), que afirma que a fotografia é uma arte mais próxima da poesia, investigamos o momento histórico e os desdobramentos estéticos que tornam possível o estabelecimento dessa relação. Constatamos que é a partir do realismo e, principalmente, a partir da radicalidade da produção literária feita sob a influência das vanguardas européias e do movimento modernista brasileiro que a relação entre a literatura e a fotografia fica mais evidente. Analisamos em especial parte da obra do modernista brasileiro Oswald de Andrade, que, por meio de seus poemas instantâneos ou poemas-flash , apresenta em sua produção literária algumas características imagéticas que podemos relacionar ao resultado que se obtém com uma fotografia. Mas se é possível apontar na literatura elementos de proximidade com a fotografia, uma situação inversa também pode ser constatada. É o que nos permite, por exemplo, a análise de parte da obra do fotógrafo brasileiro Thomas Farkas, principalmente na sua produção realizada na década de 40, do século XX, em que consegue, através do sutil jogo de oposição e combinação entre luz e sombra, demonstrar que a fotografia também pode ser aquilo que Minor White (2003) chama de um espelho que se pode atravessar . No trabalho de Farkas, a imagem do fotógrafo adquire algumas características típicas da imagem do poeta. E é exatamente quando supera a simples visualidade e abre um portal para o mundo dos sonhos e da imaginação que a fotografia apresenta elementos que a aproximam da poesia. A nossa investigação tenta demonstrar, assim, que as relações de semelhanças entre a imagem literária e a imagem fotográfica - ambas calcadas na tentativa de apreensão de instantes da vida - permitem que possamos perceber na fotografia aspectos aparentemente pertencentes apenas ao reino da literatura e também que alguns escritores usam as palavras de maneira parecida com a de um fotógrafo que dispara o obturador de sua câmera. Palavras-chave: Literatura, fotografia, poesia, Oswald de Andrade

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