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Transtorno de ansiedade social: psiquiatria e psicanálise / Social anxiety disorder: psychiatry and psychoanalysis

Peres, Karoline Rochelle Lacerda 18 June 2018 (has links)
O transtorno de ansiedade social (TAS) ou fobia social se caracteriza por ansiedade e medo excessivos em relação à situação social. Os indivíduos diagnosticados com TAS evitam às situações sociais temidas ou as suportam com imenso medo ou ansiedade. Além disso, sentem uma forte sensação de insuficiência e de inadequação diante do outro, também têm um medo excessivo do julgamento alheio, por supor que ele seja sempre desfavorável. Estudos epidemiológicos indicam que o TAS tem grande impacto funcional negativo, tanto social quanto educacional e ocupacional. Os fóbicos sociais, normalmente, recorrem ao saber médico que tende a apresentar uma resposta clara e objetiva: trata-se de um transtorno neurobiológico que deve ser tratado via medicação. A psicanálise se contrapõe às pretensões da ciência de reduzir o ser humano ao corpo biológico e à sedação indiscriminada do sofrimento psíquico através de psicofármacos. Diante disso, o objetivo deste trabalho é abordar o TAS sob a perspectiva da psicanálise. Esse trabalho se baseia em um modelo de pesquisa qualitativa em psicanálise, que permite compreender os fenômenos em sua complexidade. Segundo Freud, a fobia é um meio encontrado pelo indivíduo para se livrar da angústia, que é produzida pelo ego frente à ameaça de castração. O que ocorre na fobia, no fundo, é a substituição de um perigo interno, pulsional, por um externo, perceptivo. Através do conceito de narcisismo, Freud pôde concluir que os sentimentos de inferioridade e de insuficiência, bem presentes no TAS, são decorrentes da impossibilidade de satisfação narcísica através do ideal do ego e da dificuldade de obter satisfação da libido objetal. Já o conceito de superego lhe permitiu compreender que o neurótico atribui ao outro o olhar vigilante do superego, assim como seus julgamentos e suas censuras. Por isso, o fóbico social teme tanto o olhar alheio e tem a sensação clara de estar sendo observado pelo outro. Esse quadro foi denominado por Freud de delírio de observação, o qual revela o quanto a realidade psíquica é composta por fantasias que para o indivíduo adquire o mesmo estatuto de realidade da percepção. A partir dessas considerações, o transtorno de ansiedade social seria, para a psicanálise, uma tentativa do indivíduo de solucionar seu conflito psíquico. Diante da relevância deste quadro, a psicanálise, por meio de sua teoria e de sua prática clínica, pode contribuir para o alívio desse sofrimento humano / The social anxiety disorder (SAD) or social phobia is characterized by an excessive anxiety and fear towards the social situation. The individuals that are diagnosed with SAD avoid the feared social situations or they endure it with an immense fear and anxiety. Moreover, they feel a strong sensation of insufficiency and inadequacy towards others, they also have a great amount of fear of being judged, for supposing that they will always be negatively evaluated. Epidemiological researchs indicate that SAD has a great negative functional impact, in the social, educational and occupational areas. The social phobics usually look for a physician, who generally have a clear and objective answer: it is a neurobiological disorder that must be treated with medication. The psychoanalysis opposes the science´s pretension of reducing the human being to the biological body and to the indiscriminated use of medication to mitigate the psychic suffering. Therefore, the purpose of this thesis is to understand how the psychoanalysis perceives the SAD. This study is based on a qualitative psychoanalysis research, which allows the understanding of the phenomena in its complexity. According to Freud, the phobia is a way that the individual finds to get rid of the anguish that is produced by the ego when dealing with the castration threat. What truly occurs in the phobia is the substitution of an internal, pulsional, fear for an external, perceptive, one. Through the concept of narcisism, Freud could conclude that the feelings of inferiority and insuficiency, widely present on SAD, are consequences of the impossible narcissistic satisfaction through the ideal of the ego and the difficulty of obtaining the objectal libido satisfaction. And the concept of superego allowed him to understand that the neurotics attribute to the other the scrutiny eye of the superego, as well as its judgments and censure. Therefore, the social phobic fears the scrutiny from others and has the clear sensation of being observed by others. Freud has called these symptons observational delirium, which reveals how much of the psychic reality is composed by fantasys, that acquires the same status of the perception´s reality for the individual. From these considerations, the social anxiety disorder would be, for psychoanalysis, an attempt of the individual to solve his psychic conflict. Given the importance of this matter, psychoanalysis, through its theory and clinical practice, may contribute to the mitigation of this human suffering
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Aspectos transgeracionais do transtorno de ansiedade social entre mulheres jovens da percepção acerca do vínculo com suas mães à influência do transtorno no desenvolvimento cognitivo e na linguagem de seus filhos

Castelli, Rochele Dias 26 February 2015 (has links)
Submitted by Cristiane Chim (cristiane.chim@ucpel.edu.br) on 2016-11-08T15:48:24Z No. of bitstreams: 1 Rochele Castelli.pdf: 1135312 bytes, checksum: 9575cc3f4de5a3d46b326b5164f0e7ff (MD5) / Made available in DSpace on 2016-11-08T15:48:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Rochele Castelli.pdf: 1135312 bytes, checksum: 9575cc3f4de5a3d46b326b5164f0e7ff (MD5) Previous issue date: 2015-02-26 / Introduction: Social anxiety disorder is a common disease, which symptoms, including behavioral inhibition, seem to be associated with poor affective care and maternal over control and protection. In addition, it has been shown that children raised by mothers with mental disorders have a poor cognitive and verbal performance. Objectives: Assess the association between social anxiety disorder in young women and their perception of how their own mothers raised them, as well as its association with cognitive and verbal development in their children. Methods: We used data from a cohort study. Teenage mothers, (from 13 to 19 years old) receiving prenatal medical assistance in the national public health system in the urban area of Pelotas, were prospectively followed during their pregnancy and 30 months postpartum. Social anxiety disorder was assed using the Mini Neuropsychiatric Interview Plus (MINI Plus). We used the Portuguese version of the Parental Bonding Instrument (PBI), to measure women’s perception of bond quality with their own mothers, in terms of care and control. We assessed the children’s cognitive and verbal performances using the da Bayley Scales of Infant and Toddler Development- Third Edition at 30 months. Results: We found a significant association between the presence of social anxiety disorder in young women and bond perception with their mothers; prevalence of social anxiety disorder was higher in women who reported their mothers as neglectful (PR 6.39 95% CI 1.2-32.0), and between women who perceived their mother as affectionless controlling (PR 5.57 CI 95% 1.5-19.7) when compared to those who received optimal care. In addition, children of women with social anxiety disorder had a mean score 4.5 points lower in cognitive (IC 95% -7.8; -1.1 p = 0.008) and verbal scales (IC 95% -9.0; -0.5 p = 0.047). Conclusion: Our results suggest that maternal characteristics are important for their children development, and it seems that there is a transmission of internalized models between generations. The women’s bond perception with their mothers seemed to influence the presence of social anxiety disorder, and this affected their own children cognitive and verbal development. To understand the aspects related to the origin and consequences of common disorders, like social anxiety disorder, could help us develop better diagnostic strategies for early intervention and prevention. / Introdução: O transtorno de ansiedade social é um transtorno comum e o surgimento de seus sintomas, como sua característica inibição comportamental, parecem estar relacionados tanto a percepção de falta de cuidado e afeto quanto a de excesso de proteção e controle dispensados pelas mães. Por sua vez, sabe-se que mães com transtornos psiquiátricos podem influenciar negativamente o desenvolvimento de seus filhos, afetando seu desempenho em diversas habilidades incluindo cognição e linguagem. Objetivo: Verificar se há associação entre presença de transtorno de ansiedade social em jovens mulheres e a percepção acerca da forma como foram cuidadas por suas mães, além de investigar se a presença do transtorno entre essas jovens tem impacto no desempenho cognitivo e na linguagem de seus filhos. Método: Este trabalho é um recorte de um estudo de coorte. A amostra foi composta por gestantes adolescentes, (com idades entre 13 e 19 anos) que realizaram seu pré natal através do sistema único de saúde e que residiam na zona urbana da cidade de Pelotas. Estas foram acompanhadas durante a gestação e 30 meses após o parto. A presença de transtorno de ansiedade social foi investigada através do Mini Neuropsychiatric Interview Plus (MINI Plus). Para medir percepção acerca da qualidade do vínculo entre mãe e filha em termos de cuidado e controle utilizamos a versão validada para o Português do Parental Bonding Instrument (PBI). Os desempenhos na cognição e linguagem das crianças foram avaliados através da Bayley Scales of Infant and Toddler Development (3ª ed) aos 30 meses. Resultados: Foi encontrada associação significativa entre a forma como as jovens percebiam o vínculo com suas mães e a presença de transtorno de ansiedade social. A chance de apresentar o transtorno foi mais alta entre as mulheres que percebiam sua mãe como negligente (RP 6.39 IC 95% 1.2-32.0) e como pouco afetiva e muito controladora (RP 5.57 IC 95% 1.5-19.7) quando comparadas aquelas cujo cuidado materno era considerado ideal. Também foi significativa a associação entre a presença do transtorno de ansiedade social entre as jovens e pior desempenho de seus filhos nas escalas cognitiva e de linguagem. Filhos de mães com o transtorno apresentaram 4.5 pontos a menos de média comparadas a filhos de mães sem o transtorno nas escalas cognitiva (IC 95% -7.8; -1.1 p = 0.008) e de linguagem (IC 95% -9.0; -0.5 p = 0.047). Conclusão: estes achados sugerem que as caracteristicas maternas são importantes para o desenvolvimento dos filhos e parece haver uma transmissão entre as gerações dos modelos 9 internalizados. A percepção acerca da vinculação dessas jovens com suas mães parece ter influencia na etiologia do transtorno de ansiedade social e, por sua vez, a presença do transtorno entre essas mulheres tem influencia no desempenho de habilidades como cognição e linguagem entre seus filhos. Compreender os aspectos relacionados à origem e às consequencias de transtornos comuns, como o transtorno de ansiedade social, podem resultar em melhores estratégias de diagnóstico e intervenção precoces e trabalhos de prevenção.
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Transtorno de ansiedade social: psiquiatria e psicanálise / Social anxiety disorder: psychiatry and psychoanalysis

Karoline Rochelle Lacerda Peres 18 June 2018 (has links)
O transtorno de ansiedade social (TAS) ou fobia social se caracteriza por ansiedade e medo excessivos em relação à situação social. Os indivíduos diagnosticados com TAS evitam às situações sociais temidas ou as suportam com imenso medo ou ansiedade. Além disso, sentem uma forte sensação de insuficiência e de inadequação diante do outro, também têm um medo excessivo do julgamento alheio, por supor que ele seja sempre desfavorável. Estudos epidemiológicos indicam que o TAS tem grande impacto funcional negativo, tanto social quanto educacional e ocupacional. Os fóbicos sociais, normalmente, recorrem ao saber médico que tende a apresentar uma resposta clara e objetiva: trata-se de um transtorno neurobiológico que deve ser tratado via medicação. A psicanálise se contrapõe às pretensões da ciência de reduzir o ser humano ao corpo biológico e à sedação indiscriminada do sofrimento psíquico através de psicofármacos. Diante disso, o objetivo deste trabalho é abordar o TAS sob a perspectiva da psicanálise. Esse trabalho se baseia em um modelo de pesquisa qualitativa em psicanálise, que permite compreender os fenômenos em sua complexidade. Segundo Freud, a fobia é um meio encontrado pelo indivíduo para se livrar da angústia, que é produzida pelo ego frente à ameaça de castração. O que ocorre na fobia, no fundo, é a substituição de um perigo interno, pulsional, por um externo, perceptivo. Através do conceito de narcisismo, Freud pôde concluir que os sentimentos de inferioridade e de insuficiência, bem presentes no TAS, são decorrentes da impossibilidade de satisfação narcísica através do ideal do ego e da dificuldade de obter satisfação da libido objetal. Já o conceito de superego lhe permitiu compreender que o neurótico atribui ao outro o olhar vigilante do superego, assim como seus julgamentos e suas censuras. Por isso, o fóbico social teme tanto o olhar alheio e tem a sensação clara de estar sendo observado pelo outro. Esse quadro foi denominado por Freud de delírio de observação, o qual revela o quanto a realidade psíquica é composta por fantasias que para o indivíduo adquire o mesmo estatuto de realidade da percepção. A partir dessas considerações, o transtorno de ansiedade social seria, para a psicanálise, uma tentativa do indivíduo de solucionar seu conflito psíquico. Diante da relevância deste quadro, a psicanálise, por meio de sua teoria e de sua prática clínica, pode contribuir para o alívio desse sofrimento humano / The social anxiety disorder (SAD) or social phobia is characterized by an excessive anxiety and fear towards the social situation. The individuals that are diagnosed with SAD avoid the feared social situations or they endure it with an immense fear and anxiety. Moreover, they feel a strong sensation of insufficiency and inadequacy towards others, they also have a great amount of fear of being judged, for supposing that they will always be negatively evaluated. Epidemiological researchs indicate that SAD has a great negative functional impact, in the social, educational and occupational areas. The social phobics usually look for a physician, who generally have a clear and objective answer: it is a neurobiological disorder that must be treated with medication. The psychoanalysis opposes the science´s pretension of reducing the human being to the biological body and to the indiscriminated use of medication to mitigate the psychic suffering. Therefore, the purpose of this thesis is to understand how the psychoanalysis perceives the SAD. This study is based on a qualitative psychoanalysis research, which allows the understanding of the phenomena in its complexity. According to Freud, the phobia is a way that the individual finds to get rid of the anguish that is produced by the ego when dealing with the castration threat. What truly occurs in the phobia is the substitution of an internal, pulsional, fear for an external, perceptive, one. Through the concept of narcisism, Freud could conclude that the feelings of inferiority and insuficiency, widely present on SAD, are consequences of the impossible narcissistic satisfaction through the ideal of the ego and the difficulty of obtaining the objectal libido satisfaction. And the concept of superego allowed him to understand that the neurotics attribute to the other the scrutiny eye of the superego, as well as its judgments and censure. Therefore, the social phobic fears the scrutiny from others and has the clear sensation of being observed by others. Freud has called these symptons observational delirium, which reveals how much of the psychic reality is composed by fantasys, that acquires the same status of the perception´s reality for the individual. From these considerations, the social anxiety disorder would be, for psychoanalysis, an attempt of the individual to solve his psychic conflict. Given the importance of this matter, psychoanalysis, through its theory and clinical practice, may contribute to the mitigation of this human suffering
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O estudo da prevalência da fobia social entre estudantes universitários de direito

Pereira, Sabrina Maura 10 December 2012 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-07-07T14:46:04Z No. of bitstreams: 1 sabrinamaurapereira.pdf: 1189188 bytes, checksum: 5f2ff507182f6efde5aa5e61021a6355 (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2016-07-08T13:28:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1 sabrinamaurapereira.pdf: 1189188 bytes, checksum: 5f2ff507182f6efde5aa5e61021a6355 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-08T13:28:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 sabrinamaurapereira.pdf: 1189188 bytes, checksum: 5f2ff507182f6efde5aa5e61021a6355 (MD5) Previous issue date: 2012-12-10 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A fobia social (FS) é caracterizado por medo ou ansiedade excessiva diante de situações de interação social ou desempenho. Apesar desse distúrbio ser muitas das vezes subdiagnosticado e sub-reconhecido por profissionais de saúde, ele interfere de forma negativa na vida do sujeito. Nos estudantes universitários a FS pode prejudicar o rendimento acadêmico e influenciar para a evasão escolar. O trabalho objetivou investigar a prevalência da FS em graduandos dos 1° e 8° períodos do curso de Direito de instituições de ensino superior do município de Juiz de Fora. A amostra foi composta por 522 alunos, maiores de 18 anos, que responderam aos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico; Teste para Identificação de Problemas relacionados ao Uso de Álcool (AUDIT); o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI). Os resultados analisados pelo SPAI indicaram que 21,1% obtiveram uma possível e provável fobia social. Verificou-se também que a FS e os sintomas de ansiedade foram significativamente maior entre o sexo masculino que o feminino. A constatação desses dados fornece uma compreensão desse transtorno nesta população específica – estudante de Direito – sugerindo a identificação precoce do TAS. / Social phobia (SP) is characterized by an excessive anxiety or fear in situations of social interaction or performance. Although this disorder is often under diagnosed and under recognized by health professionals, it interferes negatively in the subject's life. College students with SP can impair academic performance and influence for truancy. This study aimed to investigate the prevalence of FS in the first undergraduates and 8th periods of law school of higher education institutions in the city of Juiz de Fora. The sample was consisted of 522 students, older than 18 years, who responded to the following instruments: sociodemographic questionnaire, Alcohol Use Disease Identifying Test (AUDIT), the Beck Anxiety Inventory (BAI) and Social Phobia Anxiety Inventory (SPAI). The results analyzed by SPAI indicated that 21.1% had a possible and probable social phobia. It was also found that the SP and anxiety symptoms were significantly higher among males than females. The verification of these data provides an understanding of this disorder in this specific population - law student - suggesting the early identification of SAD.
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Transtorno de ansiedade social e habilidades sociais: estudo psicométrico e empírico / Social anxiety disorder and social skills: a psychometric and empirical study

Angelico, Antonio Paulo 22 May 2009 (has links)
O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) tem sido considerado um grave problema de saúde mental pela sua alta prevalência em pessoas jovens e pelas incapacidades decorrentes no desempenho e interações sociais. É fundamental que se disponha de instrumentos validados e abrangentes que avaliem tanto os recursos e déficits comportamentais quanto os prejuízos sociais e funcionais destas pessoas. Objetivou-se, neste trabalho, verificar as associações entre as manifestações comportamentais e clínicas do TAS por meio de dois estudos, um psicométrico e outro empírico, visando: (a) aferir as propriedades psicométricas do Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette), enquanto medida do repertório comportamental de habilidades sociais, em relação à avaliação das manifestações clínicas próprias do TAS, medidas pelo Inventário da Fobia Social (SPIN); e (b) comparar e caracterizar o repertório de habilidades sociais apresentado por universitários brasileiros portadores de TAS e não portadores frente a uma situação experimental estruturada, o Teste de Simulação de Falar em Público (TSFP). Do estudo psicométrico, participaram 1006 universitários, na faixa etária entre 17 e 35 anos, de ambos os gêneros, provindos de duas instituições de ensino superior. Posteriormente, 86 participantes foram randomicamente selecionados desta amostra inicial e agrupados como casos e não-casos de TAS a partir de avaliação clínica sistemática por meio da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV. Do delineamento empírico, participaram 26 universitários, sendo 13 com diagnóstico de TAS e 13 não portadores de transtornos psiquiátricos. Quanto aos resultados, o IHS apresentou boa consistência interna para o escore total, reforçando a sua validade de construto. Observou-se boa validade concorrente entre o IHS e o SPIN, com um coeficiente altamente significativo de correlação negativa entre eles, indicando que quanto mais elaborado for o repertório de habilidades sociais de um indivíduo, menor é a sua probabilidade de satisfazer os critérios de rastreamento de indicadores para o TAS. O IHS demonstrou distinguir significativamente indivíduos com e sem TAS, atestando sua validade discriminativa e preditiva para esse diagnóstico, evidenciando-se assim a sua validade clínica e a possibilidade do seu uso em estudos empíricos que testem a eficácia terapêutica de programas de intervenção. No TSFP, os grupos caso e não-caso de TAS não demonstraram diferenças significativas, em termos de freqüência, para a maioria dos marcadores comportamentais de ansiedade avaliados. Um número maior de sujeitos do grupo não-caso foi avaliado como apresentando um nível de habilidades sociais apropriadas para falar em público, que variou de moderado a alto, em comparação ao grupo caso. Ao longo do TSFP, a freqüência de emissão dos marcadores comportamentais de ansiedade pelos sujeitos de ambos os grupos manteve-se estável. Os grupos diferiram significativamente na maioria dos itens indicativos da habilidade de falar em público do IHS e quanto ao escore geral desta habilidade. A análise dos resultados do estudo empírico aponta para a necessidade de novos estudos com amostras clínicas de indivíduos com TAS dos subtipos generalizado e circunscrito, e não-clínica, com maior número de sujeitos, previamente avaliados quanto ao medo de falar em público, e também para a possibilidade de uso do TSFP em programas de Treinamento em Habilidades Sociais. / Social Anxiety Disorder (SAD) has been considered a serious mental health problem for its high prevalence in young people and for the resulting disabilities in the performance and social interactions. It stands out, thus, as being fundamental to have comprehensive and validated instruments which evaluate both the resources and the social and functional impairments of these people. In this work, we aimed at verifying the associations between the behavioral and clinical manifestations of SAD by means of two studies, a psychometric study and an empirical one, in order to: (a) check the psychometric properties of the Social Skills Inventory (HIS-Del-Prette), as a measure of the social skills behavioral repertoire in relation to the evaluation of the typical clinical manifestations of SAD, measured by the Social Phobia Inventory (SPIN); (b) compare and characterize the social skills repertoire shown by Brazilian undergraduates with and without SAD in a structured experimental situation, the Simulated Public Speaking Test (SPST). A total of 1006 undergraduates of both genders participated in the psychometric study, with ages between 17 and 35, from two universities. Subsequently, 86 participants were randomly selected from this initial sample and grouped as SAD case and non-case from the systematic clinical evaluation. In the empirical outline, 26 undergraduates participated, 13 with a SAD diagnosis and 13 without the disorder. According to the results, IHS showed good internal consistency for the total score, reinforcing its construct validity. Good concurrent validity was demonstrated between IHS and SPIN, with a highly significant negative correlation coefficient between them, indicating that the more elaborate the social skills repertoire of an individual is, the smaller the probability that he or she will meet the screening criteria for the indicators of SAD. IHS proved to significantly distinguish individuals with and without SAD, attesting thus, discriminative and predictive validity for this diagnosis, showing its clinical validity for the diagnosis of this disorder and yet the possibility of using it in empirical studies testing the therapeutical efficacy in programs of intervention. In the SPST, the case and non-case groups of SAD did not show significant differences in terms of frequency for most of the social anxiety markers, except in relation to facial movements of discomfort, and the class of non-verbal markers, in which the non-case group presented higher values. A higher number of individuals from this group were evaluated as showing a level of appropriate social skills for speaking in public which varied from moderate to high, in comparison with the other group. Throughout SPST, the frequency of emission of anxiety behavioral markers by the participants of both groups was stable. The groups differed significantly in most items of IHS indicative of abilities to speak in public, as well as in the general score of this ability. The analysis of the results of the empirical study points to the necessity of new studies with clinical samples of individuals with SAD of the generalized and circumscribed subtypes and non-clinical, with a larger number of participants, previously evaluated as to the fear of speaking in public, and also to the possibility of using SPST in Social Skills Training.
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Transtorno de ansiedade social e os prejuízos funcionais relacionados a vida cotidiana: validação de escalas / Social anxiety disorder and functional impairment: scale validation

Abumusse, Luciene Vaccaro de Morais 27 March 2009 (has links)
O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) caracteriza-se pelo medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho, mostrando-se associado a prejuízos funcionais . Objetiva-se avaliar a associação do TAS a prejuízos funcionais nas atividades cotidianas, por meio da validação de duas escalas de auto e de hetero-avaliação, aplicadas a universitários brasileiros. Realizou-se dois estudos, um de comparação entre grupos TAS e Não TAS e outro de estudos de casos. Procedeu-se à tradução e adaptação da Escala de Liebowitz para auto-avaliação dos prejuízos funcionais (ELAPF) e da Escala de Liebowitz para hetero-avaliação dos prejuízos funcionais (ELHPF). Participaram do estudo de comparação entre grupos 173 universitários (TAS = 84 e Não TAS = 89), de ambos os sexos, com idade entre 17 e 35 anos. Procedeu-se a aplicação da Entrevista clínica semi-estruturada para o DSM-IV, para a confirmação diagnóstica e dos instrumentos: ELAPF, ELHPF, Questionário de Saúde Geral -12 (QSG-12), Inventário de Fobia Social (SPIN). Para os estudos de casos, selecionou-se três participantes do grupo TAS e procedeu-se a uma entrevista semi-estruturada sobre o impacto do transtorno nas atividades cotidianas, nos relacionamentos e na saúde geral. Os dados das escalas foram codificados e os grupos comparados por teste estatísticos não paramétricos (p 0,05) e para os estudos de casos foram integrados e analisados qualitativamente os dados das escalas e da entrevista,. Os grupos não apresentaram diferenças significativas quanto as variáveis demográficas. O grupo TAS apresentou no QSG-12 mais dificuldades quanto ao bem estar geral, e na ELAPF e na ELHPF apresentou, com significância estatística, mais dificuldades nas últimas semanas e no curso da vida. Observou-se para o grupo TAS: a) para a ELHPF, consistência interna de 0,68 no curso da vida e 0,67 nas duas últimas semanas, o coeficiente de correlação Kappa entre os avaliadores, variou de 0,75 a 0,93, caracterizando nível de concordância satisfatória e na análise dos componentes principais extrairam-se dois fatores para os dois parâmetros temporais; a validade concorrente realizada com o SPIN, mostrou valores que variaram entre 0,11 e 0,33 para o parâmetro no curso da vida e 0,17 a 0,39 nas duas últimas semanas, e b) para a ELAPF, a consistência interna foi de 0,85 para o parâmetro no curso da vida e 0,83 nas duas últimas semanas e na análise dos componentes principais extrairam-se três fatores, para o parâmetro temporal no curso da vida e dois fatores no parâmetro nas duas últimas semanas; a validade concorrente realizada em relação ao SPIN, mostrou valores no curso da vida de -0,14 a 0,25 e nas duas últimas semanas, a correlação variou de 0 a 0,38. Os estudos de casos evidenciaram que os prejuízos funcionais associados ao TAS têm impacto negativo para os relacionamentos, as atividades cotidianas, o bem estar e a percepção de saúde. As escalas , mostraram-se válidas para a avaliação dos prejuízos funcionais associados ao TAS, o que contribui para as práticas de saúde mental, em especial as de terapia ocupacional, que tem como foco as intervenções voltadas para a vida cotidiana. / Social Anxiety Disorder (SAD) is characterized by marked and persistent fear of social or performance situations and is associated with functional impairment. The objective of the present study was to assess the association of SAD with functional impairment in daily activities by means of the validation of two scales (auto and hetero-evaluation) applied to Brazilian university students. Two studies were conducted, one of them comparing SAD and Non SAD groups and the other consisting of cases studies. The Liebowitz Disability Self Rating Scale (LDSRS) and the Disability Profile /Clinician- Rated (DP) were translated and adapted. A total of 173 university students (SAD = 84 and Non-SAD = 89) of both genders, aged 17 to 35 years participated in the study of group comparison. A semi-structured clinical interview for DSM-IV was applied for confirmation of the diagnosis and the following instruments were applied: LDSRS, DP, General Health Questionnaire-12 (GHQ-12), and Social Phobia Inventory (SPIN). Three participants of the SAD group were selected for the case studies and submitted to a semi-structured interview about the impact of the disorder on daily activities, relationships, and general health. The scale data were coded and the groups were compared by a non-parametric test (p 0.05), and for the case studies the scale and interview data were integrated and analyzed qualitatively. The groups did not differ significantly in terms of demographic variables. For the SAD group, application of the GHQ-12 revealed more difficulties regarding general well-being, and application of the LDSRS and DP revealed significantly more lifetime difficulties and difficulties in the last weeks. The following observations were made for the SAD group: a) for the DP, the internal consistency was 0.68 during the life course and 0.67 during the last two weeks; the Kappa correlation coefficient for the two raters ranged from 0.75 to 0.93, characterizing a satisfactory level of concordance, and two factors for the two temporal parameters were extracted in the analysis of the principal components; concurrent validity performed with the SPIN showed values ranging from 0.11 to 0.33 for the lifetime parameter and from 0.17 to 0.39 for the last two weeks, and b) for the LDSRS, the internal consistency was 0.85 for the lifetime parameter and 0.83 for the last two weeks; concurrent validity performed with the SPIN showed lifetime values ranging from 0.14 to 0.25 and values ranging from 0 to 0.38 in the last two weeks. The case studies demonstrated that the functional impairment associated with SAD has a negative impact on relationships, daily activities, well-being, and health perception. The scales proved to be valid for the assessment of the functional impairment associated with SAD, a fact that contributes to mental health practices, especially those of occupational therapy, that focus on interventions in daily life.
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Transtorno de ansiedade social e os prejuízos funcionais relacionados a vida cotidiana: validação de escalas / Social anxiety disorder and functional impairment: scale validation

Luciene Vaccaro de Morais Abumusse 27 March 2009 (has links)
O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) caracteriza-se pelo medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho, mostrando-se associado a prejuízos funcionais . Objetiva-se avaliar a associação do TAS a prejuízos funcionais nas atividades cotidianas, por meio da validação de duas escalas de auto e de hetero-avaliação, aplicadas a universitários brasileiros. Realizou-se dois estudos, um de comparação entre grupos TAS e Não TAS e outro de estudos de casos. Procedeu-se à tradução e adaptação da Escala de Liebowitz para auto-avaliação dos prejuízos funcionais (ELAPF) e da Escala de Liebowitz para hetero-avaliação dos prejuízos funcionais (ELHPF). Participaram do estudo de comparação entre grupos 173 universitários (TAS = 84 e Não TAS = 89), de ambos os sexos, com idade entre 17 e 35 anos. Procedeu-se a aplicação da Entrevista clínica semi-estruturada para o DSM-IV, para a confirmação diagnóstica e dos instrumentos: ELAPF, ELHPF, Questionário de Saúde Geral -12 (QSG-12), Inventário de Fobia Social (SPIN). Para os estudos de casos, selecionou-se três participantes do grupo TAS e procedeu-se a uma entrevista semi-estruturada sobre o impacto do transtorno nas atividades cotidianas, nos relacionamentos e na saúde geral. Os dados das escalas foram codificados e os grupos comparados por teste estatísticos não paramétricos (p 0,05) e para os estudos de casos foram integrados e analisados qualitativamente os dados das escalas e da entrevista,. Os grupos não apresentaram diferenças significativas quanto as variáveis demográficas. O grupo TAS apresentou no QSG-12 mais dificuldades quanto ao bem estar geral, e na ELAPF e na ELHPF apresentou, com significância estatística, mais dificuldades nas últimas semanas e no curso da vida. Observou-se para o grupo TAS: a) para a ELHPF, consistência interna de 0,68 no curso da vida e 0,67 nas duas últimas semanas, o coeficiente de correlação Kappa entre os avaliadores, variou de 0,75 a 0,93, caracterizando nível de concordância satisfatória e na análise dos componentes principais extrairam-se dois fatores para os dois parâmetros temporais; a validade concorrente realizada com o SPIN, mostrou valores que variaram entre 0,11 e 0,33 para o parâmetro no curso da vida e 0,17 a 0,39 nas duas últimas semanas, e b) para a ELAPF, a consistência interna foi de 0,85 para o parâmetro no curso da vida e 0,83 nas duas últimas semanas e na análise dos componentes principais extrairam-se três fatores, para o parâmetro temporal no curso da vida e dois fatores no parâmetro nas duas últimas semanas; a validade concorrente realizada em relação ao SPIN, mostrou valores no curso da vida de -0,14 a 0,25 e nas duas últimas semanas, a correlação variou de 0 a 0,38. Os estudos de casos evidenciaram que os prejuízos funcionais associados ao TAS têm impacto negativo para os relacionamentos, as atividades cotidianas, o bem estar e a percepção de saúde. As escalas , mostraram-se válidas para a avaliação dos prejuízos funcionais associados ao TAS, o que contribui para as práticas de saúde mental, em especial as de terapia ocupacional, que tem como foco as intervenções voltadas para a vida cotidiana. / Social Anxiety Disorder (SAD) is characterized by marked and persistent fear of social or performance situations and is associated with functional impairment. The objective of the present study was to assess the association of SAD with functional impairment in daily activities by means of the validation of two scales (auto and hetero-evaluation) applied to Brazilian university students. Two studies were conducted, one of them comparing SAD and Non SAD groups and the other consisting of cases studies. The Liebowitz Disability Self Rating Scale (LDSRS) and the Disability Profile /Clinician- Rated (DP) were translated and adapted. A total of 173 university students (SAD = 84 and Non-SAD = 89) of both genders, aged 17 to 35 years participated in the study of group comparison. A semi-structured clinical interview for DSM-IV was applied for confirmation of the diagnosis and the following instruments were applied: LDSRS, DP, General Health Questionnaire-12 (GHQ-12), and Social Phobia Inventory (SPIN). Three participants of the SAD group were selected for the case studies and submitted to a semi-structured interview about the impact of the disorder on daily activities, relationships, and general health. The scale data were coded and the groups were compared by a non-parametric test (p 0.05), and for the case studies the scale and interview data were integrated and analyzed qualitatively. The groups did not differ significantly in terms of demographic variables. For the SAD group, application of the GHQ-12 revealed more difficulties regarding general well-being, and application of the LDSRS and DP revealed significantly more lifetime difficulties and difficulties in the last weeks. The following observations were made for the SAD group: a) for the DP, the internal consistency was 0.68 during the life course and 0.67 during the last two weeks; the Kappa correlation coefficient for the two raters ranged from 0.75 to 0.93, characterizing a satisfactory level of concordance, and two factors for the two temporal parameters were extracted in the analysis of the principal components; concurrent validity performed with the SPIN showed values ranging from 0.11 to 0.33 for the lifetime parameter and from 0.17 to 0.39 for the last two weeks, and b) for the LDSRS, the internal consistency was 0.85 for the lifetime parameter and 0.83 for the last two weeks; concurrent validity performed with the SPIN showed lifetime values ranging from 0.14 to 0.25 and values ranging from 0 to 0.38 in the last two weeks. The case studies demonstrated that the functional impairment associated with SAD has a negative impact on relationships, daily activities, well-being, and health perception. The scales proved to be valid for the assessment of the functional impairment associated with SAD, a fact that contributes to mental health practices, especially those of occupational therapy, that focus on interventions in daily life.
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Construção da escala cognitiva e comportamental de ansiedade social (ECCAS)

Gomes, Daniel Alexandre Gouvêa 31 January 2014 (has links)
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Transtorno de ansiedade social e habilidades sociais: estudo psicométrico e empírico / Social anxiety disorder and social skills: a psychometric and empirical study

Antonio Paulo Angelico 22 May 2009 (has links)
O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) tem sido considerado um grave problema de saúde mental pela sua alta prevalência em pessoas jovens e pelas incapacidades decorrentes no desempenho e interações sociais. É fundamental que se disponha de instrumentos validados e abrangentes que avaliem tanto os recursos e déficits comportamentais quanto os prejuízos sociais e funcionais destas pessoas. Objetivou-se, neste trabalho, verificar as associações entre as manifestações comportamentais e clínicas do TAS por meio de dois estudos, um psicométrico e outro empírico, visando: (a) aferir as propriedades psicométricas do Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette), enquanto medida do repertório comportamental de habilidades sociais, em relação à avaliação das manifestações clínicas próprias do TAS, medidas pelo Inventário da Fobia Social (SPIN); e (b) comparar e caracterizar o repertório de habilidades sociais apresentado por universitários brasileiros portadores de TAS e não portadores frente a uma situação experimental estruturada, o Teste de Simulação de Falar em Público (TSFP). Do estudo psicométrico, participaram 1006 universitários, na faixa etária entre 17 e 35 anos, de ambos os gêneros, provindos de duas instituições de ensino superior. Posteriormente, 86 participantes foram randomicamente selecionados desta amostra inicial e agrupados como casos e não-casos de TAS a partir de avaliação clínica sistemática por meio da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV. Do delineamento empírico, participaram 26 universitários, sendo 13 com diagnóstico de TAS e 13 não portadores de transtornos psiquiátricos. Quanto aos resultados, o IHS apresentou boa consistência interna para o escore total, reforçando a sua validade de construto. Observou-se boa validade concorrente entre o IHS e o SPIN, com um coeficiente altamente significativo de correlação negativa entre eles, indicando que quanto mais elaborado for o repertório de habilidades sociais de um indivíduo, menor é a sua probabilidade de satisfazer os critérios de rastreamento de indicadores para o TAS. O IHS demonstrou distinguir significativamente indivíduos com e sem TAS, atestando sua validade discriminativa e preditiva para esse diagnóstico, evidenciando-se assim a sua validade clínica e a possibilidade do seu uso em estudos empíricos que testem a eficácia terapêutica de programas de intervenção. No TSFP, os grupos caso e não-caso de TAS não demonstraram diferenças significativas, em termos de freqüência, para a maioria dos marcadores comportamentais de ansiedade avaliados. Um número maior de sujeitos do grupo não-caso foi avaliado como apresentando um nível de habilidades sociais apropriadas para falar em público, que variou de moderado a alto, em comparação ao grupo caso. Ao longo do TSFP, a freqüência de emissão dos marcadores comportamentais de ansiedade pelos sujeitos de ambos os grupos manteve-se estável. Os grupos diferiram significativamente na maioria dos itens indicativos da habilidade de falar em público do IHS e quanto ao escore geral desta habilidade. A análise dos resultados do estudo empírico aponta para a necessidade de novos estudos com amostras clínicas de indivíduos com TAS dos subtipos generalizado e circunscrito, e não-clínica, com maior número de sujeitos, previamente avaliados quanto ao medo de falar em público, e também para a possibilidade de uso do TSFP em programas de Treinamento em Habilidades Sociais. / Social Anxiety Disorder (SAD) has been considered a serious mental health problem for its high prevalence in young people and for the resulting disabilities in the performance and social interactions. It stands out, thus, as being fundamental to have comprehensive and validated instruments which evaluate both the resources and the social and functional impairments of these people. In this work, we aimed at verifying the associations between the behavioral and clinical manifestations of SAD by means of two studies, a psychometric study and an empirical one, in order to: (a) check the psychometric properties of the Social Skills Inventory (HIS-Del-Prette), as a measure of the social skills behavioral repertoire in relation to the evaluation of the typical clinical manifestations of SAD, measured by the Social Phobia Inventory (SPIN); (b) compare and characterize the social skills repertoire shown by Brazilian undergraduates with and without SAD in a structured experimental situation, the Simulated Public Speaking Test (SPST). A total of 1006 undergraduates of both genders participated in the psychometric study, with ages between 17 and 35, from two universities. Subsequently, 86 participants were randomly selected from this initial sample and grouped as SAD case and non-case from the systematic clinical evaluation. In the empirical outline, 26 undergraduates participated, 13 with a SAD diagnosis and 13 without the disorder. According to the results, IHS showed good internal consistency for the total score, reinforcing its construct validity. Good concurrent validity was demonstrated between IHS and SPIN, with a highly significant negative correlation coefficient between them, indicating that the more elaborate the social skills repertoire of an individual is, the smaller the probability that he or she will meet the screening criteria for the indicators of SAD. IHS proved to significantly distinguish individuals with and without SAD, attesting thus, discriminative and predictive validity for this diagnosis, showing its clinical validity for the diagnosis of this disorder and yet the possibility of using it in empirical studies testing the therapeutical efficacy in programs of intervention. In the SPST, the case and non-case groups of SAD did not show significant differences in terms of frequency for most of the social anxiety markers, except in relation to facial movements of discomfort, and the class of non-verbal markers, in which the non-case group presented higher values. A higher number of individuals from this group were evaluated as showing a level of appropriate social skills for speaking in public which varied from moderate to high, in comparison with the other group. Throughout SPST, the frequency of emission of anxiety behavioral markers by the participants of both groups was stable. The groups differed significantly in most items of IHS indicative of abilities to speak in public, as well as in the general score of this ability. The analysis of the results of the empirical study points to the necessity of new studies with clinical samples of individuals with SAD of the generalized and circumscribed subtypes and non-clinical, with a larger number of participants, previously evaluated as to the fear of speaking in public, and also to the possibility of using SPST in Social Skills Training.
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Eficácia da terapia cognitiva processual no tratamento do transtorno de ansiedade social: avaliação de um ensaio clínico randomizado / Efficacy of trial-based cognitive therapy at treatment of social anxiety disorder: a randomized clinical trial

Caetano, Kátia Alessandra de Souza 15 March 2017 (has links)
Diferentes ensaios clínicos randomizados demonstram que a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é muito efetiva no tratamento do Transtorno de Ansiedade Social (TAS). Entretanto, uma quantidade significativa de pacientes não apresentam melhora após a finalização da intervenção com TCC. Tal dado indica a necessidade de desenvolver novas estratégias de tratamento para o TAS. A Terapia Cognitiva Processual (TCP) é uma nova abordagem dentro do campo da TCC que tem como principal objetivo auxiliar os pacientes a identificar e modificar suas crenças centrais disfuncionais, sendo o Processo uma das principais técnicas utilizadas. Algumas pesquisas têm demonstrado a efetividade do Processo no tratamento do TAS e de outros transtornos psiquiátricos. Entretanto, novas pesquisas são necessárias para avaliação não somente de tal técnica, mas de todo o protocolo de intervenção da TCP. Esta pesquisa objetivou avaliar se participantes que receberam uma intervenção individual em TCP apresentam diferenças em relação a sintomas de ansiedade social, medo da avaliação negativa, esquiva e desconforto social, ansiedade, depressão, sofrimento psíquico, distorções cognitivas e viés atencional. Este é um ensaio clínico randomizado que comparou um grupo que recebeu intervenção em TCP e um grupo lista de espera no tratamento do TAS. O estudo apresenta três grupos de pesquisa: o TCP (n =18), o lista de espera (n =21) e o saudável (n =19). Um pesquisador independente ao estudo realizou a distribuição aleatória dos participantes com TAS entre os grupos TCP e lista de espera. Foram realizadas avaliações no pré e pós-teste através de diferentes escalas de auto-relato e do teste de Stroop emocional. Adicionalmente, o grupo TCP respondeu tais escalas a cada quatro sessões. O tratamento foi realizado em 16 sessões com duração de 1h30min cada utilizando a TCP no formato individual. Houve uma redução significativa nos sintomas de ansiedade social, ansiedade, depressão, esquiva e desconforto social, e sofrimento psíquico no grupo TCP ao longo do tratamento (p < 0,05). Tais reduções foram associadas a tamanhos de efeito grandes. Não foram observadas mudanças em nenhum dos instrumentos utilizados no grupo lista de espera (p > 0,05). Houve ainda uma significativa redução no medo da avaliação negativa após a utilização do Processo no grupo tratado, além de uma redução em distorções cognitivas (p < 0,05). Não foram observadas diferenças no pré e pós-teste em relação ao viés atencional nos três grupos da pesquisa (p > 0,05). Este estudo sugere que a TCP pode ser uma nova abordagem clínica efetiva no tratamento do TAS associado à diferentes comorbidades, haja vista que houve uma redução em sintomas de ansiedade social e sintomas comórbidos / Different randomized clinical trials show that Cognitive Behavioral Therapy (CBT) is highly effective in the treatment of Social Anxiety Disorder (SAD). However, a large number of patients do not show improvement after receiving CBT. This indicates that it is important to develop new treatments for SAD. Trial-Based Cognitive Therapy (TBCT) is a new approach within the field of CBT area. It aims to help patients to identify and to modify their dysfunctional core beliefs. One of the main TBCT techniques proposed by TBCT is the Trial. Some research studies have demonstrated the effectiveness of Trial in the treatment of SAD, and other disorders. However, further investigation is needed to firmly establish the efficacy not just for the Trial technique, but also the TBCT approach as a treatment for SAD and other disorders. This research aims to evaluate wheter SAD participants receiving TBCT individual-sessions differ from a SAD waiting list group condition regarding symptoms of social anxiety, fear of negative evaluation, social avoidance and distress, anxiety, depression, mental suffering, and attentional bias. This is a randomized clinical trial comparing TBCT and a Waitlist control condition for the treatment of SAD. The study has three groups: TBCT (n =18), Wailist (n =21), and healthy group (n =19). An independent researcher to study distributed randomly the participants with SAD between TBCT or Waitlist condition. Assessments were made at pre and post-test using several self-report scales, and the emotional Stroop test in the three groups. Additionaly, the TBCT group answered these scales each four sessions. The treatment was delivered in sixteen 1.5 hour sessions using the individual TBCT format. There were reductions in social anxiety, anxiety, depression, social avoidance and distress, and mental suffering symptoms at TBCT group (p < 0.05), but not in the Waitlist group (p > 0.05). Those reductions were associated with a large effect size. There was a significant reduction at fear of negative evaluation after Trial use, and reductions at cognitive distortions throughout the treatment as well (p < 0.05). There were no differences among the three groups regarding attentional bias at pre-test nor at post-test (p > 0.05). This study suggests that TBCT may be a new effective clinical approach to treat SAD associated with high rates of comorbidity, as there were significant reductions in the comorbid symptoms

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