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O uso da atenção como classificador diagnóstico em crianças e adolescentes com transtorno do humor bipolar e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade / Attention-based classification pattern in youths with bipolar disorder and attention-deficit/hyperactivity disorderKleinman, Ana 14 August 2013 (has links)
O desenvolvimento de novas tecnologias vem contribuindo para um conhecimento mais aprofundado da fisiopatologia dos transtornos psiquiátricos, mas os resultados ainda são controversos e não parecem ser específicos para cada diagnóstico. As altas taxas de comorbidade também questionam as características principais de um diagnóstico específico. Em 2009, o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA iniciou um projeto chamado Research Domain Criteria (RDoC) com o objetivo de desenvolver novas classificações para a pesquisa baseadas em dimensões de comportamentos observáveis associadas a medidas neurobiológicas. Para o estudo da fisiopatologia da comorbidade entre duas doenças mentais, esta proposta sugere que se execute o estudo de sintomas compartilhados e não partir de dois grupos diagnósticos distintos. Na psiquiatria infantil, as altas taxas de comorbidade entre o transtorno do humor bipolar (THB) e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são um tema controverso. O prejuízo na atenção é um forte candidato para um estudo com a metodologia proposta pelo RDoC visto que os poucos estudos que avaliaram concomitantemente a atenção em jovens com THB e TDAH apresentaram resultados contraditórios. Um dos testes mais utilizados para o estudo da atenção em THB e TDAH é o Continuous Performance Test (CPT). Nossos objetivos foram: 1.Verificar qual é o melhor agrupamento dos sujeitos através dos resultados do Conner\'s Continuous Performance Test (CPT II) independentemente do grupo de origem (THB, TDAH, THB+TDAH, controles); 2. Construir um classificador baseado nos resultados do CPT II; 3com THB+TDAH e 18 controles com idades entre 12 e 17 anos. A melhor divisão dos sujeitos, baseada nos resultados do CPT II, foi em dois novos subgrupos. Grupo A com 35 sujeitos composto de: 30% THB, 52,2% TDAH, 51,5% THB+TDAH, e 16,7% controles. Grupo B com 49 sujeitos: 70% THB, 47,8% TDAH, 48,5% THB+TDAH, e 83,3% controles. O grupo A comparado com o B apresentou um prejuízo funcional maior evidenciado por médias significativamente mais altas no CPT II, com uma diferença significativa em oito das 12 variáveis do CPT II: omissão (p=0,0003), comissão (p=0,00000002), erro padrão (EP) do tempo de reação (TR) (p=1,7x10-20), variabilidade do EP (p=4,3x10-22), detectabilidade (p=0,000008), perseveração (p=0,0000001), TR por intervalo interestímulo (IIE) (p=4,7x10-10) e TR(EP)IIE (p= 1,5x10 -13). Foi possível construir um classificador baseado nas doze variáveis do CPT II, sendo sua acurácia de 98,8% em relação a nossa amostra e 95,2% em relação à validação cruzada confirmando a consistência desses novos grupos. As principais variáveis do CPT II usadas na função discriminante desses novos agrupamentos foram: variabilidade do erro padrão, erro padrão de TR e erro padrão de TR por intervalo interestímulo. Não houve diferença estatística em nenhuma das variáveis do CPT II quando realizamos a comparação tradicional entre THB, TDAH, THB+TDAH, e controles; e a acurácia do classificador para esses grupos foi mais baixa, de 40,5% na nossa amostra e 23,8% na validação cruzada. Discussão: Esses resultados evidenciam a heterogeneidade encontrada nas respostas do CPT II pelos grupos THB, TDAH, THB+TDAH, e controles. As três medidas que mais influenciaram a diferenciação entre os novos agrupamentos A e B foram as que medem a variação no tempo de resposta, que é um dos prejuízos mais replicados no TDAH e também está associada com THB. Essa variabilidade de resposta aumentada é sugerida como um marcador endofenotípico inespecífico de psicopatologia. Conclusão: Nossos achados refletem a heterogeneidade encontrada em pacientes classificados através de categorias diagnósticas vigentes e sugerem que a abordagem da metodologia do RDoC pode ser de grande valia para a melhor compreensão dos transtornos psiquiátricos que acometem crianças e adolescentes. Essa metodologia pode identificar subgrupos com diferenças relevantes do ponto de visto neurobiológico contribuindo para a melhor compreensão da fisiopatologia dos transtornos e promovendo caminhos nos quais a pesquisa pode trazer benefícios para decisões clínicas / The better understanding of psychiatric disorders\' pathophysiology is undeniable. Yet, the results are still replete of controversy and are not diagnostic specific. Categorical approach analysis implicitly involves the notion of a unitary entity, not taking into account the acknowledged heterogeneity present in clinical diagnoses. High comorbidity rates also raises questions about the core features of a specific diagnosis. For this purpose, the National Institute of Mental Health has initiated the Research Domain Criteria (RDoC) project. Instead of using disorders categories as the basis for grouping individuals, RDoC suggests to find relevant dimensions that can cut across traditional disorders. The starting point suggested to study comorbid disorders should be shared symptoms and behaviors, instead of two distinct diagnostic groups. One of the strongest controversies in child psychiatry is the high comorbidity rate between bipolar disorder (BD) and attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD). Distractibility, one of the most common symptoms in BD and ADHD could be a good candidate for an RDoC unit of analysis. Our aim was first to study the patterns of attention based on the Conners\' Continuous Performance Test (CPTII) results in youth with BD, ADHD, BD+ADHD and controls; followed by developing a classifier to compare the classification accuracy of this new formed groups and the original diagnostic ones. Results: 18 healthy controls, 23 patients with ADHD, 33 BD+ADHD and 10 BD were assessed. Using cluster analysis, the entire sample was best clustered in two new groups, A and B, based on the twelve CPT II variables performance, independently of the original diagnoses. 35 subjects in group A: 30% BD, 52.2% ADHD, 51.5% BD+ADHD and 16.7% controls. 49 individuals in group B: 70% BD, 47.8% ADHD, 48.5% BD+ADHD and 83.3% controls. Group A presented a greater impairment exhibited by higher means in all CPTII variables, SNAP-IV means, and lower CGAS means. When we compared the CPT II variables performance between the new clustered groups A and B we found eight out of the twelve CPT II measures that were statistically significant: omission (p=0.0003), commission (p=0.00000002), standard error (SE) of hit reaction time (RT) (p=1.7x10-20), variability of SE (p=4.3x10 -22), detectability (p=0.000008), perseveration (p=0.0000001), hit RT by interstimulus interval (ISI) (p=4.7x10 - 10) and hit RT SE ISI. We found high cross-validated classification accuracy for A and B groups: 95.2%. The stronger CPT II variables in the discriminative pattern were: variability of standard error ranking first, followed by hit RT SE, hit RT SE ISI. There were no statistically significant differences in any of the CPT II measures when comparing the four original groups (BD, ADHD, BD+ADHD, controls). The cross-validated classification accuracy based on the CPT II measures performance in order to classify subjects in the original four groups was much lower (23.8%). Discussion: These results highlight the heterogeneity of CPT II responses among each of the four original groups: BD, ADHD, BD+ADHD and controls. The three variables that most influenced the new clustered groups were the ones that measure and adolescents may share this attentional trait marker. Conclusion: In summary, our findings highlighted the heterogeneity of patients clustered by categorical diagnostic classification. In addition, our classificatory exercise supports the concept behind new approaches like the RDoC framework for child and adolescent psychiatry. It can define meaningful clinical subgroups for the purpose of pathophysiological studies and treatment selection, and provide a pathway by which research findings can be translated into changes in clinical decision making
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O uso da atenção como classificador diagnóstico em crianças e adolescentes com transtorno do humor bipolar e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade / Attention-based classification pattern in youths with bipolar disorder and attention-deficit/hyperactivity disorderAna Kleinman 14 August 2013 (has links)
O desenvolvimento de novas tecnologias vem contribuindo para um conhecimento mais aprofundado da fisiopatologia dos transtornos psiquiátricos, mas os resultados ainda são controversos e não parecem ser específicos para cada diagnóstico. As altas taxas de comorbidade também questionam as características principais de um diagnóstico específico. Em 2009, o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA iniciou um projeto chamado Research Domain Criteria (RDoC) com o objetivo de desenvolver novas classificações para a pesquisa baseadas em dimensões de comportamentos observáveis associadas a medidas neurobiológicas. Para o estudo da fisiopatologia da comorbidade entre duas doenças mentais, esta proposta sugere que se execute o estudo de sintomas compartilhados e não partir de dois grupos diagnósticos distintos. Na psiquiatria infantil, as altas taxas de comorbidade entre o transtorno do humor bipolar (THB) e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são um tema controverso. O prejuízo na atenção é um forte candidato para um estudo com a metodologia proposta pelo RDoC visto que os poucos estudos que avaliaram concomitantemente a atenção em jovens com THB e TDAH apresentaram resultados contraditórios. Um dos testes mais utilizados para o estudo da atenção em THB e TDAH é o Continuous Performance Test (CPT). Nossos objetivos foram: 1.Verificar qual é o melhor agrupamento dos sujeitos através dos resultados do Conner\'s Continuous Performance Test (CPT II) independentemente do grupo de origem (THB, TDAH, THB+TDAH, controles); 2. Construir um classificador baseado nos resultados do CPT II; 3com THB+TDAH e 18 controles com idades entre 12 e 17 anos. A melhor divisão dos sujeitos, baseada nos resultados do CPT II, foi em dois novos subgrupos. Grupo A com 35 sujeitos composto de: 30% THB, 52,2% TDAH, 51,5% THB+TDAH, e 16,7% controles. Grupo B com 49 sujeitos: 70% THB, 47,8% TDAH, 48,5% THB+TDAH, e 83,3% controles. O grupo A comparado com o B apresentou um prejuízo funcional maior evidenciado por médias significativamente mais altas no CPT II, com uma diferença significativa em oito das 12 variáveis do CPT II: omissão (p=0,0003), comissão (p=0,00000002), erro padrão (EP) do tempo de reação (TR) (p=1,7x10-20), variabilidade do EP (p=4,3x10-22), detectabilidade (p=0,000008), perseveração (p=0,0000001), TR por intervalo interestímulo (IIE) (p=4,7x10-10) e TR(EP)IIE (p= 1,5x10 -13). Foi possível construir um classificador baseado nas doze variáveis do CPT II, sendo sua acurácia de 98,8% em relação a nossa amostra e 95,2% em relação à validação cruzada confirmando a consistência desses novos grupos. As principais variáveis do CPT II usadas na função discriminante desses novos agrupamentos foram: variabilidade do erro padrão, erro padrão de TR e erro padrão de TR por intervalo interestímulo. Não houve diferença estatística em nenhuma das variáveis do CPT II quando realizamos a comparação tradicional entre THB, TDAH, THB+TDAH, e controles; e a acurácia do classificador para esses grupos foi mais baixa, de 40,5% na nossa amostra e 23,8% na validação cruzada. Discussão: Esses resultados evidenciam a heterogeneidade encontrada nas respostas do CPT II pelos grupos THB, TDAH, THB+TDAH, e controles. As três medidas que mais influenciaram a diferenciação entre os novos agrupamentos A e B foram as que medem a variação no tempo de resposta, que é um dos prejuízos mais replicados no TDAH e também está associada com THB. Essa variabilidade de resposta aumentada é sugerida como um marcador endofenotípico inespecífico de psicopatologia. Conclusão: Nossos achados refletem a heterogeneidade encontrada em pacientes classificados através de categorias diagnósticas vigentes e sugerem que a abordagem da metodologia do RDoC pode ser de grande valia para a melhor compreensão dos transtornos psiquiátricos que acometem crianças e adolescentes. Essa metodologia pode identificar subgrupos com diferenças relevantes do ponto de visto neurobiológico contribuindo para a melhor compreensão da fisiopatologia dos transtornos e promovendo caminhos nos quais a pesquisa pode trazer benefícios para decisões clínicas / The better understanding of psychiatric disorders\' pathophysiology is undeniable. Yet, the results are still replete of controversy and are not diagnostic specific. Categorical approach analysis implicitly involves the notion of a unitary entity, not taking into account the acknowledged heterogeneity present in clinical diagnoses. High comorbidity rates also raises questions about the core features of a specific diagnosis. For this purpose, the National Institute of Mental Health has initiated the Research Domain Criteria (RDoC) project. Instead of using disorders categories as the basis for grouping individuals, RDoC suggests to find relevant dimensions that can cut across traditional disorders. The starting point suggested to study comorbid disorders should be shared symptoms and behaviors, instead of two distinct diagnostic groups. One of the strongest controversies in child psychiatry is the high comorbidity rate between bipolar disorder (BD) and attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD). Distractibility, one of the most common symptoms in BD and ADHD could be a good candidate for an RDoC unit of analysis. Our aim was first to study the patterns of attention based on the Conners\' Continuous Performance Test (CPTII) results in youth with BD, ADHD, BD+ADHD and controls; followed by developing a classifier to compare the classification accuracy of this new formed groups and the original diagnostic ones. Results: 18 healthy controls, 23 patients with ADHD, 33 BD+ADHD and 10 BD were assessed. Using cluster analysis, the entire sample was best clustered in two new groups, A and B, based on the twelve CPT II variables performance, independently of the original diagnoses. 35 subjects in group A: 30% BD, 52.2% ADHD, 51.5% BD+ADHD and 16.7% controls. 49 individuals in group B: 70% BD, 47.8% ADHD, 48.5% BD+ADHD and 83.3% controls. Group A presented a greater impairment exhibited by higher means in all CPTII variables, SNAP-IV means, and lower CGAS means. When we compared the CPT II variables performance between the new clustered groups A and B we found eight out of the twelve CPT II measures that were statistically significant: omission (p=0.0003), commission (p=0.00000002), standard error (SE) of hit reaction time (RT) (p=1.7x10-20), variability of SE (p=4.3x10 -22), detectability (p=0.000008), perseveration (p=0.0000001), hit RT by interstimulus interval (ISI) (p=4.7x10 - 10) and hit RT SE ISI. We found high cross-validated classification accuracy for A and B groups: 95.2%. The stronger CPT II variables in the discriminative pattern were: variability of standard error ranking first, followed by hit RT SE, hit RT SE ISI. There were no statistically significant differences in any of the CPT II measures when comparing the four original groups (BD, ADHD, BD+ADHD, controls). The cross-validated classification accuracy based on the CPT II measures performance in order to classify subjects in the original four groups was much lower (23.8%). Discussion: These results highlight the heterogeneity of CPT II responses among each of the four original groups: BD, ADHD, BD+ADHD and controls. The three variables that most influenced the new clustered groups were the ones that measure and adolescents may share this attentional trait marker. Conclusion: In summary, our findings highlighted the heterogeneity of patients clustered by categorical diagnostic classification. In addition, our classificatory exercise supports the concept behind new approaches like the RDoC framework for child and adolescent psychiatry. It can define meaningful clinical subgroups for the purpose of pathophysiological studies and treatment selection, and provide a pathway by which research findings can be translated into changes in clinical decision making
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