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Da dissociação à resiliência: a influência das experiências infantis no estilo de defesa em adultos

Goi, Júlia Domingues January 2012 (has links)
Introdução: Muitos estudos têm confirmado a intrínseca relação das experiências na infância com o desenvolvimento do indivíduo, tanto em seus aspectos psicológicos, quanto em seus aspectos biológicos, estruturais e genéticos. Os mecanismos de defesa, a dissociação (como uma defesa primitiva) e a resiliência são medidas indiretas do desenvolvimento psicobiológico do ser humano. Entretanto, ainda existem resultados contraditórios e a forma como ocorre essa relação ainda não é completamente conhecida. Além disso, o estudo dessas interações pode ajudar a direcionar intervenções no sentido de minimizar os efeitos de traumas precoces bem como potencializar as defesas mais adaptadas, promovendo a resiliência e favorecendo um bom desenvolvimento da personalidade e do ego do indivíduo Método: Este trabalho refere-se aos resultados de um estudo transversal, em que 73 pacientes com indicação de psicoterapia psicodinâmica foram avaliados antes do início do tratamento, bem como 25 indivíduos saudáveis e resilientes, que estiveram expostos a um trauma maior segundo a definição do DSM-IV, mas não desenvolveram sintomatologia psiquiátrica. Os instrumentos aplicados a todos os participantes foram o CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), o DSQ (Defensive Style Questionnaire) e a DES (Dissociative Experiences Scale). Ainda foram coletados 4mL de sangue de cada participante para a posterior dosagem de BDNF. Resultados: Os pacientes com indicação de PP apresentaram mais traumas na infância, uso maior de defesas imaturas, uso menor de defesas maduras, mais experiências dissociativas e maiores níveis de BDNF séricos. Além disso, foi encontrada correlação positiva entre o escore total da CTQ, abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e negligência física com o fator imaturo do DSQ. Os escores da DES também tiveram correlação positiva com o fator imaturo, principalmente a fantasia autística, e com o abuso emocional. Houve correlação negativa do escore total da CTQ, do abuso emocional, abuso sexual e negligência emocional com o fator maduro. A única correlação do fator neurótico foi com a negligência física, positivamente. O BDNF correlacionou-se negativamente com o fator maduro e as defesas de supressão e antecipação. Discussão: Esses resultados estão, em sua maioria, de acordo com estudos prévios e contribuem para confirmar a importante influência das experiências de vida precoce na determinação do funcionamento mental e psicobiológico do indivíduo, o que pode acontecer através de alterações epigenéticas ou em estruturas cerebrais ou ainda na neurobiologia cerebral gerando maior ou menor adaptação aos eventos estressores da vida adulta, isto é, através da reação ao estresse e resiliência. / Introduction: Many studies have confirmed the close relationship of childhood experiences with the individual development in its psychological, genetic, structural and biological aspects. The defense mechanisms of the dissociation (as a primitive defense) and resiliency are indirect measures of psychobiological development of the human being. However, there are contradictory results and this relationship is still not fully known. Furthermore, the study of these interactions can help direct interventions to minimize the effects of early trauma and enhance the defenses, promoting resilience and fostering healthy development of individual personality and ego. Method: This study concerns to the results of a cross-sectional study in which 73 patients referred to psychodynamic psychotherapy were evaluated before treatment. Twenty-five healthy and resilient, who were exposed to a major trauma as defined by DSM-IV, but has not developed psychiatric symptoms, were also evaluated. The instruments applied to all the participants were the CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), the DSQ (Defensive Style Questionnaire) and the DES (Dissociative Experiences Scale). In addition, it has been collected 4mL of blood from each participant for subsequent measurement of BDNF. Results: Patients referred to PP presented more childhood trauma, greater use of immature defenses, minor use of mature defenses, more dissociative experiences and higher levels of serum BDNF. Moreover, positive correlation was found between the total CTQ scores, emotional abuse, physical abuse, emotional neglect and physical neglect with the DSQ immature factor. The DES scores were also correlated with the immature factor, especially autistic fantasy, and emotional abuse. It has been demonstrated also negative correlation between the total CTQ scores, emotional abuse, sexual abuse and emotional neglect with the DSQ mature factor. Neurotic factor was only correlated with physical neglect, positively. BDNF was negatively correlated with the mature factor and the defenses of suppression and anticipation. Discussion: These results are mostly in agreement with previous studies and contribute to confirm the important influence of early life experiences in determining the individual psychobiological and mental functioning, which may occur through epigenetic changes in brain structures or even in brain neurobiology. These processes probably generate more or less adaptation to stressful events in adulthood, by mechanisms of reaction to stress and resilience.
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Da dissociação à resiliência: a influência das experiências infantis no estilo de defesa em adultos

Goi, Júlia Domingues January 2012 (has links)
Introdução: Muitos estudos têm confirmado a intrínseca relação das experiências na infância com o desenvolvimento do indivíduo, tanto em seus aspectos psicológicos, quanto em seus aspectos biológicos, estruturais e genéticos. Os mecanismos de defesa, a dissociação (como uma defesa primitiva) e a resiliência são medidas indiretas do desenvolvimento psicobiológico do ser humano. Entretanto, ainda existem resultados contraditórios e a forma como ocorre essa relação ainda não é completamente conhecida. Além disso, o estudo dessas interações pode ajudar a direcionar intervenções no sentido de minimizar os efeitos de traumas precoces bem como potencializar as defesas mais adaptadas, promovendo a resiliência e favorecendo um bom desenvolvimento da personalidade e do ego do indivíduo Método: Este trabalho refere-se aos resultados de um estudo transversal, em que 73 pacientes com indicação de psicoterapia psicodinâmica foram avaliados antes do início do tratamento, bem como 25 indivíduos saudáveis e resilientes, que estiveram expostos a um trauma maior segundo a definição do DSM-IV, mas não desenvolveram sintomatologia psiquiátrica. Os instrumentos aplicados a todos os participantes foram o CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), o DSQ (Defensive Style Questionnaire) e a DES (Dissociative Experiences Scale). Ainda foram coletados 4mL de sangue de cada participante para a posterior dosagem de BDNF. Resultados: Os pacientes com indicação de PP apresentaram mais traumas na infância, uso maior de defesas imaturas, uso menor de defesas maduras, mais experiências dissociativas e maiores níveis de BDNF séricos. Além disso, foi encontrada correlação positiva entre o escore total da CTQ, abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e negligência física com o fator imaturo do DSQ. Os escores da DES também tiveram correlação positiva com o fator imaturo, principalmente a fantasia autística, e com o abuso emocional. Houve correlação negativa do escore total da CTQ, do abuso emocional, abuso sexual e negligência emocional com o fator maduro. A única correlação do fator neurótico foi com a negligência física, positivamente. O BDNF correlacionou-se negativamente com o fator maduro e as defesas de supressão e antecipação. Discussão: Esses resultados estão, em sua maioria, de acordo com estudos prévios e contribuem para confirmar a importante influência das experiências de vida precoce na determinação do funcionamento mental e psicobiológico do indivíduo, o que pode acontecer através de alterações epigenéticas ou em estruturas cerebrais ou ainda na neurobiologia cerebral gerando maior ou menor adaptação aos eventos estressores da vida adulta, isto é, através da reação ao estresse e resiliência. / Introduction: Many studies have confirmed the close relationship of childhood experiences with the individual development in its psychological, genetic, structural and biological aspects. The defense mechanisms of the dissociation (as a primitive defense) and resiliency are indirect measures of psychobiological development of the human being. However, there are contradictory results and this relationship is still not fully known. Furthermore, the study of these interactions can help direct interventions to minimize the effects of early trauma and enhance the defenses, promoting resilience and fostering healthy development of individual personality and ego. Method: This study concerns to the results of a cross-sectional study in which 73 patients referred to psychodynamic psychotherapy were evaluated before treatment. Twenty-five healthy and resilient, who were exposed to a major trauma as defined by DSM-IV, but has not developed psychiatric symptoms, were also evaluated. The instruments applied to all the participants were the CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), the DSQ (Defensive Style Questionnaire) and the DES (Dissociative Experiences Scale). In addition, it has been collected 4mL of blood from each participant for subsequent measurement of BDNF. Results: Patients referred to PP presented more childhood trauma, greater use of immature defenses, minor use of mature defenses, more dissociative experiences and higher levels of serum BDNF. Moreover, positive correlation was found between the total CTQ scores, emotional abuse, physical abuse, emotional neglect and physical neglect with the DSQ immature factor. The DES scores were also correlated with the immature factor, especially autistic fantasy, and emotional abuse. It has been demonstrated also negative correlation between the total CTQ scores, emotional abuse, sexual abuse and emotional neglect with the DSQ mature factor. Neurotic factor was only correlated with physical neglect, positively. BDNF was negatively correlated with the mature factor and the defenses of suppression and anticipation. Discussion: These results are mostly in agreement with previous studies and contribute to confirm the important influence of early life experiences in determining the individual psychobiological and mental functioning, which may occur through epigenetic changes in brain structures or even in brain neurobiology. These processes probably generate more or less adaptation to stressful events in adulthood, by mechanisms of reaction to stress and resilience.
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Da dissociação à resiliência: a influência das experiências infantis no estilo de defesa em adultos

Goi, Júlia Domingues January 2012 (has links)
Introdução: Muitos estudos têm confirmado a intrínseca relação das experiências na infância com o desenvolvimento do indivíduo, tanto em seus aspectos psicológicos, quanto em seus aspectos biológicos, estruturais e genéticos. Os mecanismos de defesa, a dissociação (como uma defesa primitiva) e a resiliência são medidas indiretas do desenvolvimento psicobiológico do ser humano. Entretanto, ainda existem resultados contraditórios e a forma como ocorre essa relação ainda não é completamente conhecida. Além disso, o estudo dessas interações pode ajudar a direcionar intervenções no sentido de minimizar os efeitos de traumas precoces bem como potencializar as defesas mais adaptadas, promovendo a resiliência e favorecendo um bom desenvolvimento da personalidade e do ego do indivíduo Método: Este trabalho refere-se aos resultados de um estudo transversal, em que 73 pacientes com indicação de psicoterapia psicodinâmica foram avaliados antes do início do tratamento, bem como 25 indivíduos saudáveis e resilientes, que estiveram expostos a um trauma maior segundo a definição do DSM-IV, mas não desenvolveram sintomatologia psiquiátrica. Os instrumentos aplicados a todos os participantes foram o CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), o DSQ (Defensive Style Questionnaire) e a DES (Dissociative Experiences Scale). Ainda foram coletados 4mL de sangue de cada participante para a posterior dosagem de BDNF. Resultados: Os pacientes com indicação de PP apresentaram mais traumas na infância, uso maior de defesas imaturas, uso menor de defesas maduras, mais experiências dissociativas e maiores níveis de BDNF séricos. Além disso, foi encontrada correlação positiva entre o escore total da CTQ, abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e negligência física com o fator imaturo do DSQ. Os escores da DES também tiveram correlação positiva com o fator imaturo, principalmente a fantasia autística, e com o abuso emocional. Houve correlação negativa do escore total da CTQ, do abuso emocional, abuso sexual e negligência emocional com o fator maduro. A única correlação do fator neurótico foi com a negligência física, positivamente. O BDNF correlacionou-se negativamente com o fator maduro e as defesas de supressão e antecipação. Discussão: Esses resultados estão, em sua maioria, de acordo com estudos prévios e contribuem para confirmar a importante influência das experiências de vida precoce na determinação do funcionamento mental e psicobiológico do indivíduo, o que pode acontecer através de alterações epigenéticas ou em estruturas cerebrais ou ainda na neurobiologia cerebral gerando maior ou menor adaptação aos eventos estressores da vida adulta, isto é, através da reação ao estresse e resiliência. / Introduction: Many studies have confirmed the close relationship of childhood experiences with the individual development in its psychological, genetic, structural and biological aspects. The defense mechanisms of the dissociation (as a primitive defense) and resiliency are indirect measures of psychobiological development of the human being. However, there are contradictory results and this relationship is still not fully known. Furthermore, the study of these interactions can help direct interventions to minimize the effects of early trauma and enhance the defenses, promoting resilience and fostering healthy development of individual personality and ego. Method: This study concerns to the results of a cross-sectional study in which 73 patients referred to psychodynamic psychotherapy were evaluated before treatment. Twenty-five healthy and resilient, who were exposed to a major trauma as defined by DSM-IV, but has not developed psychiatric symptoms, were also evaluated. The instruments applied to all the participants were the CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), the DSQ (Defensive Style Questionnaire) and the DES (Dissociative Experiences Scale). In addition, it has been collected 4mL of blood from each participant for subsequent measurement of BDNF. Results: Patients referred to PP presented more childhood trauma, greater use of immature defenses, minor use of mature defenses, more dissociative experiences and higher levels of serum BDNF. Moreover, positive correlation was found between the total CTQ scores, emotional abuse, physical abuse, emotional neglect and physical neglect with the DSQ immature factor. The DES scores were also correlated with the immature factor, especially autistic fantasy, and emotional abuse. It has been demonstrated also negative correlation between the total CTQ scores, emotional abuse, sexual abuse and emotional neglect with the DSQ mature factor. Neurotic factor was only correlated with physical neglect, positively. BDNF was negatively correlated with the mature factor and the defenses of suppression and anticipation. Discussion: These results are mostly in agreement with previous studies and contribute to confirm the important influence of early life experiences in determining the individual psychobiological and mental functioning, which may occur through epigenetic changes in brain structures or even in brain neurobiology. These processes probably generate more or less adaptation to stressful events in adulthood, by mechanisms of reaction to stress and resilience.
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A produção de saber na interface entre os transtornos psiquiátricos e a espiritualidade: a perspectiva espírita em pauta / The knowledge Production in the Interface between Psychiatric Disorders and Spirituality: the spiritist perspective

Sales, Tiago Medeiros 16 February 2017 (has links)
SALES, T. M. A produção de saber na interface entre os transtornos psiquiátricos e a espiritualidade: a perspectiva espírita em pauta. 2017. 254 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017. / Submitted by Erika Fernandes (erikaleitefernandes@gmail.com) on 2017-05-29T15:42:59Z No. of bitstreams: 1 2017_dis_tmsales.pdf: 2031370 bytes, checksum: 1a4b1ce9f277d39278c56fef2648e99c (MD5) / Approved for entry into archive by Erika Fernandes (erikaleitefernandes@gmail.com) on 2017-05-29T15:43:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2017_dis_tmsales.pdf: 2031370 bytes, checksum: 1a4b1ce9f277d39278c56fef2648e99c (MD5) / Made available in DSpace on 2017-05-29T15:43:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2017_dis_tmsales.pdf: 2031370 bytes, checksum: 1a4b1ce9f277d39278c56fef2648e99c (MD5) Previous issue date: 2017-02-16 / Psychiatric disorders reserve mysteries in their etiology. To speak of mental health and of the pathologies of the psychic sphere, in a complex and extended way, implies to analyze several sciences, besides psychiatry. These sciences touch upon social, cultural, and spiritual issues, such as spiritualism. Psychiatry and spiritualism are found to approach the understanding and management of mental disorders. Therefore, we promote a system of production of knowledge in the interface between psychiatry and spiritism, in relation to psychotic disorders, dissociative disorders and depressive disorders, providing a dialogue between these two areas of knowledge and visualizing the spiritist perspective on this subject. The methodology of the object of study is qualitative, whose technique consists of collaborative research-action, through the realization of Reflexive Cycles. We seek, in the first instance, to establish a theoretical part through a rich bibliographical source: epistemologists, sociologists, psychiatrists, psychotherapists and spiritist authors, these being divided into the theoretical phases of research development - scientific paradigms, psychiatry and spiritism. In relation to psychiatry, we selected articles and more specialized works in the following databases: SCIELO, PUBMED and BIREME. The descriptors used were: psychiatric disorders, psychotic disorders, dissociative disorders, depressive disorders, religiosity, spirituality, mediumship and spiritism. The practical part of the research corresponded to the Reflexive Cycles, in which the participants - psychologists and psychiatrists, self-declared spiritists and students of spiritualism - were gathered for dialogues, whose theme was the disorders investigated. The meetings were recorded in audio and transcribed for a comprehensive analysis associated with the scientific literature and the spiritist, about psychiatric disorders in question. In the end, we consider that psychiatry has, in its praxis, a tendency towards the normalization of patients in psychic suffering, which opens space for a necessary expansion of the vision about the mental disorders. In the meantime, spiritualism reveals a scientific and rational character, proposing advances in relation to traditional science by considering psychic illness, in its deepest and most complex causes, belonging to the vision of being as an immortal and reincarnating spirit. The mind, from the spiritist perspective, is governed by a free will that converges to the responsibilities and consequences of the choices of the being in the midst of its evolutionary journey, these characteristics being often the first causes of the psychic illness. In this way, the etiological and therapeutic possibilities of the mental disorders evaluated are amplified. The Spiritist perspective has therefore shown us a complex and integrative character, since it has not disregarded other sciences that deal with the same issue, such as psychiatry, seeking, on the contrary, to add to these looks. In this way, we oppose the view of spiritual treatment as only complementary, because, according to the considerations raised, the spiritist treatment has a fundamental connotation for a more effective therapy, constituting, therefore, an integrative treatment. Therefore, the spiritist perspective configures as a new potential, that is, a theoretical-practical scientific prism in the care of patients with mental disorders. / Os transtornos psiquiátricos guardam mistérios em sua etiologia. Falar de saúde mental e das patologias da esfera psíquica de forma complexa e ampliada implica em analisar diversas ciências, além da psiquiatria. Ciências estas que tocam as questões sociais, culturais e espirituais, como o espiritismo. A psiquiatria e o espiritismo se encontram ao abordar a compreensão e o manejo dos transtornos mentais. Logo, promovemos um sistema de produção de saber na interface entre a psiquiatria e o espiritismo, no tocante aos transtornos psicóticos, transtornos dissociativos e transtornos depressivos, proporcionando um diálogo entre essas duas áreas do conhecimento e visibilizando a perspectiva espírita sobre essa temática. A metodologia do objeto de estudo é de caráter qualitativo, cuja técnica empregada consiste na pesquisa-ação colaborativa, através da realização de Ciclos Reflexivos. Buscamos, em uma primeira instância, estabelecer uma parte teórica por meio de uma rica fonte bibliográfica: epistemólogos, sociólogos, psiquiatras, psicoterapeutas e autores espíritas, sendo estes divididos nas fases teóricas do desenvolvimento da pesquisa – paradigmas científicos, psiquiatria e espiritismo. Na parte que trata da psiquiatria, selecionamos artigos e trabalhos mais especializados nas seguintes bases de dados: SCIELO, PUBMED E BIREME. Os descritores utilizados foram: transtornos psiquiátricos, transtornos psicóticos, transtornos dissociativos, transtornos depressivos, religiosidade, espiritualidade, mediunidade e espiritismo. A parte prática da pesquisa corresponde aos Ciclos Reflexivos, em que os participantes - psicólogos e psiquiatras autodeclarados espíritas e estudiosos do espiritismo, foram reunidos para diálogos cuja temática eram os transtornos pesquisados. As reuniões foram gravadas em áudio e transcritas para uma análise compreensiva associada à literatura científica e espírita a respeito dos transtornos psiquiátricos em questão. Ao final, consideramos que a psiquiatria possui, em sua práxis, uma tendência à normalização dos pacientes em sofrimento psíquico, o que abre espaço para uma necessária ampliação da visão sobre os transtornos mentais. Nesse ínterim, o espiritismo se revela de caráter científico e racional, propondo avanços em relação à ciência tradicional por considerar o adoecimento psíquico em suas causas mais profundas e complexas, pertencentes à visão do ser como espírito imortal e reencarnante. A mente, sob a perspectiva espírita, é regida por um livre-arbítrio que converge para responsabilidades e consequências das escolhas do ser em meio a sua caminhada evolutiva, sendo estas características, muitas vezes, as causas primeiras do adoecimento psíquico. Dessa forma, ampliam-se as possibilidades etiológicas e terapêuticas dos transtornos mentais avaliados. A perspectiva espírita mostrou-se, portanto, de caráter complexo e integrativo, pois não desconsiderou outras ciências que tratam da mesma questão, como a psiquiatria, buscando, ao contrário, agregar-se a esses olhares. Contrapomos, dessa forma, a visão do tratamento espiritual como apenas complementar, pois, de acordo com as considerações levantadas, o tratamento espírita possui conotação fundamental para uma terapêutica mais efetiva, constituindo, logo, um tratamento integrativo. Por conseguinte, a perspectiva espírita adentra como um potencial novo prisma científico teórico-prático no cuidado aos pacientes com transtornos mentais.
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Dissociação, crença e identidade: uma perspectiva psicossocial / Not informed by the author

Maraldi, Everton de Oliveira 10 October 2014 (has links)
Introdução e justificativa. A dissociação pode ser definida como a temporária desconexão (patológica ou não patológica) entre módulos psíquicos e / ou motores que se encontram, em geral, sob o controle voluntário ou acesso direto da consciência, do repertório comportamental usual e / ou do autoconceito (Krippner, 1997). As pesquisas internacionais têm sustentado sua recorrente associação com determinadas crenças e experiências alegadamente paranormais e / ou de cunho religioso. Tais crenças e experiências estão também frequentemente correlacionadas com outras variáveis ligadas à dissociação como sintomas depressivos e ansiógenos, queixas somáticas, trauma infantil e transliminaridade. O fato de algumas pessoas apresentarem características psicológicas que as predispõem a tais ocorrências sugere a importância de se compreender melhor como nelas se dá a formação da identidade, seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, de modo a permitir uma abordagem mais ampla de outros aspectos envolvidos nessas alegações e na assunção de várias dessas crenças. A revisão da literatura indica grande quantidade de estudos quantitativos e poucos estudos de natureza qualitativa, com a consequente ausência de aprofundamento em aspectos biográficos e sociais. Até o momento, não existem estudos brasileiros sobre as relações entre dissociação, crença paranormal e transliminaridade. Objetivos. Investigar as relações existentes entre dissociação (e seus tipos específicos), crença e formação da identidade em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros; Pesquisar os possíveis fatores etiológicos das experiências dissociativas e das crenças e experiências paranormais, bem como suas interações, a partir do estudo de variáveis psicopatológicas e psicossociais diversas; Investigar o papel dos processos inconscientes na formação e manutenção das crenças e experiências paranormais; Verificar a extensão e o impacto dos processos dissociativos e das crenças e práticas paranormais e religiosas na formação da identidade e na história de vida, com especial atenção ao desenvolvimento afetivo / emocional e social do indivíduo; Aprofundar a compreensão do contexto grupal e social de inserção dos participantes, de modo a averiguar como tal contexto contribui na construção de suas crenças e experiências, e de como estas afetam ou determinam, em contrapartida, esse mesmo contexto; Pesquisar empiricamente o nível de adesão a crenças religiosas tradicionais e outras categorias de crença paranormal em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros. Método. De modo a permitir certa generalização para os dados obtidos na pesquisa, bem como, paralelamente, um aprofundamento nos processos individuais e coletivos de construção da identidade, utilizou-se de uma proposta de investigação tanto quantitativa quanto qualitativa. Por meio de questionário sociodemográfico e escalas, compôs-se a frente quantitativa do estudo. No que diz respeito à frente qualitativa, empregou-se entrevistas biográficas abertas, questionário semi-dirigido sobre experiências anômalas / paranormais e observações de campo. Pressupondo-se que determinados contextos religiosos são aparentemente mais receptivos e estimuladores de vivências dissociativas, e que afiliações religiosas mais tradicionais ou mesmo grupos ateístas tenderiam a estimular menos esse tipo de experiências, os participantes do estudo foram divididos em três grupos, com vistas a uma análise mais detalhada dessas diferenças: grupo um (espíritas, umbandistas e membros de círculos esotéricos e ocultistas), grupo dois (outros religiosos e pessoas sem afiliação definida) e grupo três (ateus e agnósticos), abrangendo um total de 1450 respondentes para a frente quantitativa. O único critério de exclusão foi a idade (18 anos ou mais). O número de entrevistas biográficas (22) e de observações de campo (31) foi determinado com base no critério de saturação. No caso das entrevistas, considerou-se também certo equilíbrio em termos de gênero, idade e número de participantes acima e abaixo da nota de corte utilizada para diferenciar high e low scorers em dissociação. Para efetuarmos a análise dos dados, recorremos às hipóteses propaladas na literatura psicológica e sociológica recente acerca das crenças e experiências paranormais e de sua relação com os fenômenos dissociativos, buscando avaliar até que ponto nossos dados confirmavam ou não tais modelos hipotéticos. Nossas avaliações também tiveram como pano de fundo trabalhos que versam sobre os processos de construção psicossocial da identidade no mundo contemporâneo e sobre as transformações mais recentes na família e na religião (Bauman, 2005, 2007; Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva, 2007; Poster, 1979), bem como sobre novas formas de subjetivação e sofrimento psíquico (Roudinesco, 2006), incluindo contribuições de teorias psicodinâmicas atualmente em voga, em particular a teoria do apego (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) e a teoria da gestão do terror (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Principais resultados. O grupo um e o grupo dois não diferiram em termos de dissociação cognitiva, mas ambos pontuaram acima dos ateus e agnósticos. Não obstante, o grupo um obteve média significativamente maior em dissociação somatoforme (sintomas conversivos e psicossomáticos), crença paranormal e transliminaridade comparativamente aos demais grupos. Não houve diferença entre os grupos para os relatos de experiência traumática na infância. A escala de experiências dissociativas correlacionou positiva e significativamente, embora em diferentes graus de magnitude, com a crença paranormal, a transliminaridade, a medida composta de sintomas psicossomáticos, a escala de sintomas conversivos e várias formas de experiência traumática na infância. Todavia, quando controlados os efeitos da transliminaridade, a correlação entre dissociação e crença se desfez, apontando para um possível paper mediador da transliminaridade na relação entre as duas variáveis. A dissociação (somatoforme e cognitiva) não foi elevada nos líderes dos grupos visitados, mas se observou histórico de aparente somatização em alguns casos. Indivíduos com escores elevados na escala de experiências dissociativas denotaram personalidade regredida e impulsiva, além de relatarem mais experiências anômalas espontâneas. Discussão. Sugere-se a existência de dois tipos de dissociação, uma tendencial, outra contextual. Sugere-se também a existência de uma série de mecanismos psicossociais de mimetismo, desempenho de papéis e gerenciamento da impressão que podem passar por fenômenos dissociativos, embora não o sejam. Relaciona-se o fenômeno da crença paranormal, do sincretismo religioso e da dissociação a variáveis sócio-históricas mais amplas, como a procura por sensação nas sociedades contemporâneas, certas consequências do processo de secularização, as relações de consumo, identidades líquidas e uma compensação frente a padrões de apego familiares desorganizados. Relaciona-se a personalidade regredida e impulsiva dos high scorers a formas de defesa narcísicas, a uma maior flexibilidade da barreira entre consciência e inconsciente e a uma manutenção da infância e da fantasia na vida adulta. Associa-se o aumento das crenças paranormais e religiosas com a idade à saliência da morte (teoria da gestão do terror), e certos aspectos da psicodinâmica adolescente ao ateísmo, que se mostrou mais frequente entre adultos jovens e adolescentes em conflito com suas famílias / Introduction and rationale. Dissociative experiences can be defined as reported experiences and observed behaviours that seem to exist apart from, or appear to have been disconnected from, the mainstream, or flow, of ones conscious awareness, behavioural repertoire, and/or self-identity (Krippner, 1997). Research has long sustained a positive relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences. Allegations of paranormal phenomena are also frequently correlated with dissociation-related variables such as depression and anxiety symptoms, somatic complaints, childhood trauma and transliminality. The fact that some people have psychological characteristics that predispose them to such occurrences suggests the importance of studying their identity formation and cognitive, emotional and psychsocial development in order to gain insight into other aspects involved in the assumption of paranormal beliefs. The literature on paranormal beliefs indicates large amount of quantitative studies and few qualitative data, with a consequent gap in biographical and cultural aspects. The majority of studies have also neglected contextual and social variables which are better understood through interviews and ethnographic observations. There is virtually no Brazilian studies on the subject of dissociation, paranormal belief and transliminality. Objectives. 1) To investigate the relationship between dissociation, paranormal belief and associated variables, including its possible impact on the life history and identity of Brazilian respondents from different religious and non-religious groups; 2) To identify some of the possible etiological factors underlying the presumed association between dissociativ eexperiences and paranormal beliefs, from the study of several psychosocial and psychopathological variables; 3) To investigate the role of unconscious and psychodynamic processes in the formation and maintenance of paranormal beliefs and experiences; 4) To improve the understanding of the social context underlying religious and non-religious dissociative practices, in order to ascertain how such a context assist in the construction of certain experiences or beliefs, and, on the other hand, how these beliefs and experiences affect or determine the same context; 5) To explore the level of adherence to traditional religious beliefs and other categories of paranormal belief in religious and non-religious groups of Brazilian participants; 6) To compose a Brazilian sample that could map the associations between the aforementioned variables, aiming to a comparison with data from other sociocultural contexts. Methods. A quali-quantitative approach was proposed. Through socio-demographic questionnaires and psychological scales, it was designed a quantitative online questionnaire. Regarding qualitative techniques, the study employed 1) biographical interviews, 2) semi-structured interviews concerning the phenomenology of paranormal / anomalous experiences and 3) field observations. Assuming that certain religious contexts are apparently more receptive to dissociative experiences, and that more traditional religious affiliations or even atheist groups tend to discourage such experiences, the participants were divided into three groups, with a view to a more detailed analysis of these differences: group one (also called dissociators: spiritualists, umbandists, members of esoteric groups, catholic carismatics and pentecostals); group two (members of other religious affiliations and people without defined philosophical or religious affiliation) and group three (atheists and agnostics), covering a total of 1450 respondents. The only exclusion criterion was age (18-years-old or above). The number of biographical interviews (22) and field observations (31) was determined on the basis of data saturation criterion. For the qualitative interviews, a balance was seek in terms of gender, age and number of participants above or below the cutoff (>= 20) used to differentiate high and low scorers on the Dissociative Experiences Scale. To perform data analysis, we considered some of the most important sociological and psychological hypotheses concerning the relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences, assessing the extent to which our data confirmed or not such hypothetical models. We were also based on works dealing with the psychosocial construction of identity in the contemporary world and the most recent changes in family and religion (Bauman, 2005, 2007, Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva 2007; Poster, 1979), as well as new forms of subjectivity and 7 psychological distress (Roudinesco, 2006), including contributions from psychodynamic theories currently in vogue, particularly the Attachment theory (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) and the Terror Management Theory (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Main results. The group one and group two did not differ in terms of cognitive dissociation, but both scored above atheists and agnostics. Nevertheless, the group one scored significantly higher in somatoform dissociation (conversion and psychosomatic symptoms), paranormal belief, syncretism and transliminality compared to the other groups. There was no difference between the groups for reports of childhood traumatic experiences. The Dissociative Experiences Scale correlated positively and significantly, though in different degrees of magnitude, with paranormal belief, transliminality, the composite measure of psychosomatic symptoms (somatization, depression and anxiety combined), an original scale of conversion symptoms and various forms of childhood traumatic experience. However, when controlling for the effects of transliminality, the correlation between dissociation and belief disappeared, indicating a possible mediator effect of transliminality on the relationship between the other two variables. Dissociation (somatoform and cognitive) was not high on the leaders of the groups visited, but a history of apparent somatization was observed in some of these cases. High scorers on the dissociative experiences scale denoted regressive and impulsive behaviors, and reported more spontaneous anomalous experiences. Discussion. We suggest the existence of two types of dissociation: tendential and contextual. It is also suggested the existence of a number of psychosocial mechanisms of mimicry, role playing and impression management which may be wrongly interpreted as dissociative phenomena. Paranormal beliefs, religious syncretism, new age mentality and dissociative tendencies are hypothesized to be influenced by broader socio-historical variables such secularization and globalization, consumer relations, liquid identities and a compensation for disorganized attachment patterns developed in childhood. The regressive and impulsive personality of high scorers is described in terms of narcissistic defense mechanisms, flexibility of boundaries between conscious and unconscious processes, and a tendency to extend childhood fantasy into adult life. The increase in paranormal belief with age is explained as a result of mortality salience (terror management theory), but also in terms of a generational conflict, as atheism showed to be more frequent among adolescents and young adults in disagreement with their families
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Dissociação, crença e identidade: uma perspectiva psicossocial / Not informed by the author

Everton de Oliveira Maraldi 10 October 2014 (has links)
Introdução e justificativa. A dissociação pode ser definida como a temporária desconexão (patológica ou não patológica) entre módulos psíquicos e / ou motores que se encontram, em geral, sob o controle voluntário ou acesso direto da consciência, do repertório comportamental usual e / ou do autoconceito (Krippner, 1997). As pesquisas internacionais têm sustentado sua recorrente associação com determinadas crenças e experiências alegadamente paranormais e / ou de cunho religioso. Tais crenças e experiências estão também frequentemente correlacionadas com outras variáveis ligadas à dissociação como sintomas depressivos e ansiógenos, queixas somáticas, trauma infantil e transliminaridade. O fato de algumas pessoas apresentarem características psicológicas que as predispõem a tais ocorrências sugere a importância de se compreender melhor como nelas se dá a formação da identidade, seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, de modo a permitir uma abordagem mais ampla de outros aspectos envolvidos nessas alegações e na assunção de várias dessas crenças. A revisão da literatura indica grande quantidade de estudos quantitativos e poucos estudos de natureza qualitativa, com a consequente ausência de aprofundamento em aspectos biográficos e sociais. Até o momento, não existem estudos brasileiros sobre as relações entre dissociação, crença paranormal e transliminaridade. Objetivos. Investigar as relações existentes entre dissociação (e seus tipos específicos), crença e formação da identidade em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros; Pesquisar os possíveis fatores etiológicos das experiências dissociativas e das crenças e experiências paranormais, bem como suas interações, a partir do estudo de variáveis psicopatológicas e psicossociais diversas; Investigar o papel dos processos inconscientes na formação e manutenção das crenças e experiências paranormais; Verificar a extensão e o impacto dos processos dissociativos e das crenças e práticas paranormais e religiosas na formação da identidade e na história de vida, com especial atenção ao desenvolvimento afetivo / emocional e social do indivíduo; Aprofundar a compreensão do contexto grupal e social de inserção dos participantes, de modo a averiguar como tal contexto contribui na construção de suas crenças e experiências, e de como estas afetam ou determinam, em contrapartida, esse mesmo contexto; Pesquisar empiricamente o nível de adesão a crenças religiosas tradicionais e outras categorias de crença paranormal em grupos religiosos e não religiosos de participantes brasileiros. Método. De modo a permitir certa generalização para os dados obtidos na pesquisa, bem como, paralelamente, um aprofundamento nos processos individuais e coletivos de construção da identidade, utilizou-se de uma proposta de investigação tanto quantitativa quanto qualitativa. Por meio de questionário sociodemográfico e escalas, compôs-se a frente quantitativa do estudo. No que diz respeito à frente qualitativa, empregou-se entrevistas biográficas abertas, questionário semi-dirigido sobre experiências anômalas / paranormais e observações de campo. Pressupondo-se que determinados contextos religiosos são aparentemente mais receptivos e estimuladores de vivências dissociativas, e que afiliações religiosas mais tradicionais ou mesmo grupos ateístas tenderiam a estimular menos esse tipo de experiências, os participantes do estudo foram divididos em três grupos, com vistas a uma análise mais detalhada dessas diferenças: grupo um (espíritas, umbandistas e membros de círculos esotéricos e ocultistas), grupo dois (outros religiosos e pessoas sem afiliação definida) e grupo três (ateus e agnósticos), abrangendo um total de 1450 respondentes para a frente quantitativa. O único critério de exclusão foi a idade (18 anos ou mais). O número de entrevistas biográficas (22) e de observações de campo (31) foi determinado com base no critério de saturação. No caso das entrevistas, considerou-se também certo equilíbrio em termos de gênero, idade e número de participantes acima e abaixo da nota de corte utilizada para diferenciar high e low scorers em dissociação. Para efetuarmos a análise dos dados, recorremos às hipóteses propaladas na literatura psicológica e sociológica recente acerca das crenças e experiências paranormais e de sua relação com os fenômenos dissociativos, buscando avaliar até que ponto nossos dados confirmavam ou não tais modelos hipotéticos. Nossas avaliações também tiveram como pano de fundo trabalhos que versam sobre os processos de construção psicossocial da identidade no mundo contemporâneo e sobre as transformações mais recentes na família e na religião (Bauman, 2005, 2007; Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva, 2007; Poster, 1979), bem como sobre novas formas de subjetivação e sofrimento psíquico (Roudinesco, 2006), incluindo contribuições de teorias psicodinâmicas atualmente em voga, em particular a teoria do apego (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) e a teoria da gestão do terror (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Principais resultados. O grupo um e o grupo dois não diferiram em termos de dissociação cognitiva, mas ambos pontuaram acima dos ateus e agnósticos. Não obstante, o grupo um obteve média significativamente maior em dissociação somatoforme (sintomas conversivos e psicossomáticos), crença paranormal e transliminaridade comparativamente aos demais grupos. Não houve diferença entre os grupos para os relatos de experiência traumática na infância. A escala de experiências dissociativas correlacionou positiva e significativamente, embora em diferentes graus de magnitude, com a crença paranormal, a transliminaridade, a medida composta de sintomas psicossomáticos, a escala de sintomas conversivos e várias formas de experiência traumática na infância. Todavia, quando controlados os efeitos da transliminaridade, a correlação entre dissociação e crença se desfez, apontando para um possível paper mediador da transliminaridade na relação entre as duas variáveis. A dissociação (somatoforme e cognitiva) não foi elevada nos líderes dos grupos visitados, mas se observou histórico de aparente somatização em alguns casos. Indivíduos com escores elevados na escala de experiências dissociativas denotaram personalidade regredida e impulsiva, além de relatarem mais experiências anômalas espontâneas. Discussão. Sugere-se a existência de dois tipos de dissociação, uma tendencial, outra contextual. Sugere-se também a existência de uma série de mecanismos psicossociais de mimetismo, desempenho de papéis e gerenciamento da impressão que podem passar por fenômenos dissociativos, embora não o sejam. Relaciona-se o fenômeno da crença paranormal, do sincretismo religioso e da dissociação a variáveis sócio-históricas mais amplas, como a procura por sensação nas sociedades contemporâneas, certas consequências do processo de secularização, as relações de consumo, identidades líquidas e uma compensação frente a padrões de apego familiares desorganizados. Relaciona-se a personalidade regredida e impulsiva dos high scorers a formas de defesa narcísicas, a uma maior flexibilidade da barreira entre consciência e inconsciente e a uma manutenção da infância e da fantasia na vida adulta. Associa-se o aumento das crenças paranormais e religiosas com a idade à saliência da morte (teoria da gestão do terror), e certos aspectos da psicodinâmica adolescente ao ateísmo, que se mostrou mais frequente entre adultos jovens e adolescentes em conflito com suas famílias / Introduction and rationale. Dissociative experiences can be defined as reported experiences and observed behaviours that seem to exist apart from, or appear to have been disconnected from, the mainstream, or flow, of ones conscious awareness, behavioural repertoire, and/or self-identity (Krippner, 1997). Research has long sustained a positive relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences. Allegations of paranormal phenomena are also frequently correlated with dissociation-related variables such as depression and anxiety symptoms, somatic complaints, childhood trauma and transliminality. The fact that some people have psychological characteristics that predispose them to such occurrences suggests the importance of studying their identity formation and cognitive, emotional and psychsocial development in order to gain insight into other aspects involved in the assumption of paranormal beliefs. The literature on paranormal beliefs indicates large amount of quantitative studies and few qualitative data, with a consequent gap in biographical and cultural aspects. The majority of studies have also neglected contextual and social variables which are better understood through interviews and ethnographic observations. There is virtually no Brazilian studies on the subject of dissociation, paranormal belief and transliminality. Objectives. 1) To investigate the relationship between dissociation, paranormal belief and associated variables, including its possible impact on the life history and identity of Brazilian respondents from different religious and non-religious groups; 2) To identify some of the possible etiological factors underlying the presumed association between dissociativ eexperiences and paranormal beliefs, from the study of several psychosocial and psychopathological variables; 3) To investigate the role of unconscious and psychodynamic processes in the formation and maintenance of paranormal beliefs and experiences; 4) To improve the understanding of the social context underlying religious and non-religious dissociative practices, in order to ascertain how such a context assist in the construction of certain experiences or beliefs, and, on the other hand, how these beliefs and experiences affect or determine the same context; 5) To explore the level of adherence to traditional religious beliefs and other categories of paranormal belief in religious and non-religious groups of Brazilian participants; 6) To compose a Brazilian sample that could map the associations between the aforementioned variables, aiming to a comparison with data from other sociocultural contexts. Methods. A quali-quantitative approach was proposed. Through socio-demographic questionnaires and psychological scales, it was designed a quantitative online questionnaire. Regarding qualitative techniques, the study employed 1) biographical interviews, 2) semi-structured interviews concerning the phenomenology of paranormal / anomalous experiences and 3) field observations. Assuming that certain religious contexts are apparently more receptive to dissociative experiences, and that more traditional religious affiliations or even atheist groups tend to discourage such experiences, the participants were divided into three groups, with a view to a more detailed analysis of these differences: group one (also called dissociators: spiritualists, umbandists, members of esoteric groups, catholic carismatics and pentecostals); group two (members of other religious affiliations and people without defined philosophical or religious affiliation) and group three (atheists and agnostics), covering a total of 1450 respondents. The only exclusion criterion was age (18-years-old or above). The number of biographical interviews (22) and field observations (31) was determined on the basis of data saturation criterion. For the qualitative interviews, a balance was seek in terms of gender, age and number of participants above or below the cutoff (>= 20) used to differentiate high and low scorers on the Dissociative Experiences Scale. To perform data analysis, we considered some of the most important sociological and psychological hypotheses concerning the relationship between dissociation and paranormal beliefs and experiences, assessing the extent to which our data confirmed or not such hypothetical models. We were also based on works dealing with the psychosocial construction of identity in the contemporary world and the most recent changes in family and religion (Bauman, 2005, 2007, Castells, 1999; Giddens, 2002; Paiva 2007; Poster, 1979), as well as new forms of subjectivity and 7 psychological distress (Roudinesco, 2006), including contributions from psychodynamic theories currently in vogue, particularly the Attachment theory (Granqvist & Kirkpatrick, 2008) and the Terror Management Theory (Pyzscynski, Solomon & Greenberg, 2003). Main results. The group one and group two did not differ in terms of cognitive dissociation, but both scored above atheists and agnostics. Nevertheless, the group one scored significantly higher in somatoform dissociation (conversion and psychosomatic symptoms), paranormal belief, syncretism and transliminality compared to the other groups. There was no difference between the groups for reports of childhood traumatic experiences. The Dissociative Experiences Scale correlated positively and significantly, though in different degrees of magnitude, with paranormal belief, transliminality, the composite measure of psychosomatic symptoms (somatization, depression and anxiety combined), an original scale of conversion symptoms and various forms of childhood traumatic experience. However, when controlling for the effects of transliminality, the correlation between dissociation and belief disappeared, indicating a possible mediator effect of transliminality on the relationship between the other two variables. Dissociation (somatoform and cognitive) was not high on the leaders of the groups visited, but a history of apparent somatization was observed in some of these cases. High scorers on the dissociative experiences scale denoted regressive and impulsive behaviors, and reported more spontaneous anomalous experiences. Discussion. We suggest the existence of two types of dissociation: tendential and contextual. It is also suggested the existence of a number of psychosocial mechanisms of mimicry, role playing and impression management which may be wrongly interpreted as dissociative phenomena. Paranormal beliefs, religious syncretism, new age mentality and dissociative tendencies are hypothesized to be influenced by broader socio-historical variables such secularization and globalization, consumer relations, liquid identities and a compensation for disorganized attachment patterns developed in childhood. The regressive and impulsive personality of high scorers is described in terms of narcissistic defense mechanisms, flexibility of boundaries between conscious and unconscious processes, and a tendency to extend childhood fantasy into adult life. The increase in paranormal belief with age is explained as a result of mortality salience (terror management theory), but also in terms of a generational conflict, as atheism showed to be more frequent among adolescents and young adults in disagreement with their families
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Estudo sobre história de trauma e eventos dissociativos em pacientes com crises não-epilépticas psicogênicas / Trauma history and dissociative events study in patients with psychogenic non-epileptic seizures

Proença, Inah Carolina Galatro Faria 03 December 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: As crises não-epilépticas psicogênicas são uma condição médica complexa que pode se apresentar como sintomas físicos ou neurológicos porém sem achados orgânicos correspondentes, evidenciando a presença de fatores psicológicos como base dos sintomas. Elas podem ocorrer isoladamente ou se repetir de forma sistemática. Quando se repetem podem estar associadas à baixa auto-estima, perda de emprego, dificuldade nas relações amorosas e sociais. A esta condição clínica denomina-se transtorno de crises não-epilépticas psicogênicas (TCNEP). Dentre os fatores de risco para TCNEP, os mais amplamente estudados são a história de trauma e os fenômenos dissociativos. MÉTODOS: Neste estudo caso-controle, cujos dados foram obtidos entre janeiro de 2003 e setembro de 2009, foram avaliados 20 pacientes portadores de TCNEP e 20 pacientes com epilepsia do lobo t e m p o r a l , a p ó s m o n i t o r a ç ã o p r o l o n g a d a em u n i d a d e d e vídeo-eletroencefalografia (VEEG). Foram excluídos os sujeitos com associação das duas patologias. Os grupos foram pareados quanto ao gênero, faixa etária, anos de escolaridade formal e classe social. Também foram avaliados: idade de início das crises, idade do diagnóstico, pior frequência de crises e classificação social. Os pacientes responderam também a dois instrumentos estruturados e validados no Brasil, um quanto à história de trauma na infância e adolescência (QUESI), e outro sobre a presença de fenômenos dissociativos (DES) ao longo da vida. RESULTADOS: 1) Não houve diferença significativa do ponto de vista estatístico no que diz respeito ao gênero, faixa etária, classificação social, e frequência de crises; 2) Houve diferença estatisticamente significativa na escolaridade (p=0,006); 3) No grupo caso, a idade de início foi superior (22,25 DP 9,19) à do grupo controle (11,62 DP 9,59), p=0,007. Assim como a idade do diagnóstico, que foi de 30,79 (DP 11,33) no grupo de pacientes com TCNEP e de 15,97 (DP 9,67) nos pacientes com epilepsia, p<0,001; 4) A DES teve valores também estatisticamente significativos, sendo 53,35 (DP 23,15) no grupo com TCNEP e de 22,02 (DP 16,37) no grupo com epilepsia, p<0,001. Quanto às subescalas, todas tiveram resultados significativos entre os grupos; 5) O QUESI apresentou também resultados médios significativos, com média de 60,30 (DP 21,75) no grupo de TCNEP e de 45,40 (DP 12,27) no grupo com epilepsia, p=0,014, mas somente as subescalas que identificaram a negligência e o abuso emocionais foram estatisticamente significativas (p=0,013 e p=0,014 respectivamente). CONCLUSÕES: Fenômenos dissociativos e história de trauma na infância são mais frequentes nos pacientes com TCNEP do que nos pacientes com epilepsia. Todavia, em relação à história de trauma, apenas a negligência e o abuso emocionais podem estar associados à TCNEP / INTRODUCTION: Psychogenic non-epileptic seizures are a complex medical condition that may present as physical or neurologic symptoms but without corresponding organic findings, suggesting the presence of psychological factors as the basis of symptoms. They can occur alone or recur systematically. When recurrent they can be associated with low self-esteem, loss of employment, difficulty in intimate and other social relationships. This clinical condition is called a psychogenic non-epileptic seizures disorder (PNESD). Among the risk factors for PNESD, the most widely studied are the history of trauma and the presence of dissociative phenomena. METHODS: In this case-control study, with data obtained between January 2003 and September 2009, 20 patients with PNESD and 20 patients with temporal lobe epilepsy were evaluated after monitoring in video-electroencephalography unit. We excluded subjects with a combination of both conditions. The groups were matched for gender, age, length of school education and social class. We also evaluated age of onset, age at diagnosis and worse seizure frequency. Patientes of both groups responded two structured instruments for history of trauma in childhood and adolescence (QUESI) and FOR the presence of dissociative phenomena (DES) throughout life, both valitaded in Brazil. RESULTS: 1) There was no statistical significant difference between both groups regard to gender, age, social status and seizure frequency; 2) There was a statistical significant difference in education (p = 0.006); 3) Age of onset and at diagnosis in PNESD group were significantly higher (22.25 SD 9, 19) than the control group (11.62 SD 9.59), p = 0.007, as well as age of diagnosis were higher in patients with PNESD (30.79 SD 11.33) than in patients with epilepsy (15.97 SD 9.67), p <0.001; 4) DES values were also significantly higher in the PNESD group (53.35 SD 23.15) than control group (22.02 SD 16.37), p <0.001. As for the subscales all had significant results between groups; 5) QUESI\'s results were also significantly higher in the PNESD group (60.30 SD 21.75) than in epilepsy group (45.40 SD 12.27), p = 0.014, but only the subscales that identify emotional neglect and emotional abuse were statistical significantly in PNESD group (p = 0.013 and p =0.014 respectively). CONCLUSIONS: History of childhood trauma and dissociative phenomena are more common in patients with PNESD than in patients with epilepsy. However, in relation to history of trauma, only emotional neglect and emotional abuse may be associated with PNESD.
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Experiências adversas na infância e adolescência, mediadores e transtorno obsessivo-compulsivo: um estudo com pacientes, irmãos e controles / Adverse experiences in childhood and adolescence, mediators and obsessive-compulsive disorder: a study with patients, siblings and controls

Costa, Fabiana Meirelles Almeida 06 February 2019 (has links)
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma condição clínica crônica e associada a prejuízo funcional. Esse transtorno é caracterizado pela ocorrência de obsessões e/ou compulsões. Alguns fatores ambientais relacionados ao TOC são as experiências adversas na infância e adolescência (EAIA), as quais podem ter efeitos no desenvolvimento cognitivo, socioemocional e comportamental. Além disso, há outros processos envolvidos como a resiliência, a esquiva experiencial e as experiências dissociativas, que podem ser potenciais mediadores. Apesar de ser reconhecida essa importância, há poucos estudos que tenham investigado conjuntamente as EAIA e esses processos em pacientes com TOC, irmãos discordantes para TOC e controles. Diante disso, o presente estudo teve como objetivos: 1a) comparar os três grupos quanto a EAIA, resiliência, esquiva experiencial, experiências dissociativas e investigar se essas variáveis são preditoras de qual grupo o participante pertence; 1b) caracterizar e comparar a trajetória das EAIA nos três grupos. 2a) verificar se EAIA, esquiva experiencial, resiliência e experiências dissociativas predizem desfechos clínicos (número de transtornos psiquiátricos, gravidade de sintomas obsessivo-compulsivos, depressivos e ansiosos); 2b) verificar se a relação entre EAIA e sintomas obsessivo-compulsivos, de ansiedade e depressão é mediada por processos de esquiva experiencial, resiliência e experiências dissociativas. A amostra foi composta por 72 participantes divididos em 24 trios (paciente, irmão sem TOC e controle). Do ponto de vista estatístico, para a comparação entre os grupos foram feitos testes de Kruskal-Wallis/Wilcoxon, modelos de regressão multinomiais e modelos de equações de estimação generalizadas. Para os desfechos de relação entre as variáveis foram feitos modelos de regressão de Poisson e lineares e modelos de mediação. Os instrumentos utilizados foram: escala de cronologia de exposição ao abuso e aos maustratos; escala de resiliência para adultos; questionário de aceitação e ação II; questionário multidimensional de esquiva experiencial; e escala de experiências dissociativas; além dos dados clínicos. Em relação às EAIA, observou-se maior frequência de abuso emocional entre pares no grupo de pacientes comparados a controles. Os pacientes tiveram menores escores de resiliência e maiores de esquiva experiencial que os demais grupos. No entanto, os irmãos não se diferenciaram dos controles. A esquiva experiencial foi a melhor variável para diferenciar tanto os grupos pacientes de não pacientes quanto irmãos de controles. As variáveis preditoras de desfechos clínicos foram as experiências dissociativas e as EAIA na amostra de pacientes. Parte da relação entre as EAIA (e dentre esses destacou-se o abuso emocional entre pares) e os sintomas depressivos foi mediada pela resiliência e pela esquiva experiencial. Os achados do presente estudo destacaram a importância da mensuração dos EAIA, sobretudo de escalas que contemplem o abuso emocional entre pares. Destacou-se a importância do estudo de processos como a resiliência, a esquiva experiencial e as experiências dissociativas como variáveis preditoras e mediadoras de desfechos psicopatológicos. Espera-se que os dados do presente estudo motivem estudos futuros que tratem da importância da prevenção dos EAIA e do desenvolvimento de habilidades sociais e fatores de proteção relacionados à resiliência e seu impacto no desenvolvimento / Obsessive-compulsive disorder (OCD) is a chronic clinical condition and associated with functional impairment. This disorder is characterized by the occurrence of obsessions and/or compulsions. Some environmental factors related to OCD are adverse experiences in childhood and adolescence (AECA), which may have effects on cognitive, behavioral and emotional development. In addition, there are other processes involved such as resilience, experiential avoidance, and dissociative experiences, which may be potential mediators. Although this importance is recognized, there are few studies that have investigated jointly the AECA and these processes in patients with OCD, siblings without OCD and controls. The objective of this study was 1a) to compare the three groups with regard to AECA, resilience, experiential avoidance, dissociative experiences, and to investigate whether these variables are predictors of which group belongs to 1b) to characterize and compare the trajectory of AECA in all three groups. 2a) to verify if AECA, experiential avoidance, resilience and dissociative experiences predict clinical outcomes (number of psychiatric disorders, severity of obsessive-compulsive, depressive and anxious symptoms); 2b) to verify if the relationship between AECA and obsessivecompulsive symptoms, of anxiety and depression is mediated by processes of experiential avoidance, resilience and dissociative experiences. The sample consisted of 72 participants divided into 24 trios (patient, sibling without OCD and control). The statistical analyzes used were Kruskal-Wallis/Wilcoxon tests, multinomial regression models and generalized estimation equation models to compare the groups. Poisson and linear regression models and mediation models were used for the relationship outcomes between the variables. The instruments used were: maltreatment and abuse chronology of exposure; resilience scale for adults; acceptance and action questionnaire II; multidimensional experiential avoidance questionnaire; dissociative experiences scale; in addition to clinical data. In relation to AECA, a higher frequency of peer emotional abuse was observed in the group of patients compared to controls. Patients had lower resilience scores and higher experiential avoidance than the other groups. However, the siblings did not differ from controls. Experiential avoidance was the best variable to differentiate both patient and non-patient groups and siblings from controls. Predictors of clinical outcomes were dissociative and AECA in the patient sample. Part of the relationship between AECA (among which was peer emotional abuse) and depressive symptoms was mediated by resilience and experiential avoidance. The findings of the present study emphasized the importance of measuring AECA, especially, scales that contemplate emotional abuse between peers. The importance of the study of processes such as resilience, experiential avoidance and dissociative experiences as predictors and mediators of psychopathological outcomes was highlighted. The data from the present study are expected to motivate future studies that address the importance of AECA prevention and the development of social skills and protection factors related to resilience and its developmental impact
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"Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas" / Phenomenology of Mediumistic Experiences, Profile and Psychopathology of Spiritist Mediums

Almeida, Alexander Moreira de 22 February 2005 (has links)
Objetivos: Definir o perfil sociodemográfico e a saúde mental em médiuns espíritas,bem como a fenomenologia e o histórico de suas experiências mediúnicas. Métodos: 115 médiuns em atividade foram selecionados aleatoriamente de centros espíritas de São Paulo. Numa primeira etapa foram aplicados os questionários: sociodemográfico e de atividade mediúnica, SRQ (Self-Report Psychiatric Screening Questionnaire) e EAS (Escala de Adequação Social). Todos os médiuns com provável psicopatologia pelo SRQ (n=12) e o mesmo número de controles foram entrevistados com base no DDIS (Dissociative Disorders Interview Schedule), SCAN (Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry) e através de uma entrevista qualitativa. Resultados: 76,5% da amostra eram mulheres, idade média 48,1 ± 10,7 anos, 2,7% de desemprego e 46,5% de escolaridade superior. Eram espíritas, em média, há 16,2 ± 12,7 anos e possuíam uma média de 3,5 tipos de mediunidade (incorporação 72%; psicofonia 66%; vidência 63%; audiência 32%; psicografia 23%). Cada modalidade mediúnica era exercitada entre 7 a 14 vezes por semana em média, não havendo diferença entre os sexos. 7,8% dos médiuns ficaram acima do ponto de corte para transtorno psiquiátrico menor pelo SRQ e a amostra alcançou uma pontuação de 1,85 ± 0,33 na EAS. Houve correlação significativa entre os escores de adequação social e de sintomas psiquiátricos pelo SRQ (r= 0,38 p<0,001). Não houve correlação entre a intensidade de atividade mediúnica e os escores SRQ e adequação social. Os médiuns diferiam das características de portadores de transtornos de identidade dissociativa e possuíam uma alta média (4) de sintomas Schneiderianos de primeira ordem para esquizofrenia, mas estes não se relacionaram aos escores do SRQ ou do EAS. Foram identificados quatro grupos de relatos de surgimento da mediunidade: sintomas isolados na infância ou na vida adulta, quadros de oscilação do humor e durante o curso de médiuns. A psicofonia/incorporação possui como pródromos uma sensação de presença, sintomas físicos diversos e sentimentos e sensações não reconhecidos como próprios do indivíduo. Posteriormente, é sentida uma pressão na garganta e mecanicamente começa-se a verbalizar um discurso não planejado. Aintuição foi caracterizada pelo surgimento de pensamentos ou imagens não reconhecidos como próprios. A audição e a vidência se caracterizaram pela percepção de imagens ou vozes no espaço psíquico interno ou objetivo externo. A psicofonia só ocorria no centro espírita, as demais modalidades mediúnicas ocorriam tanto dentro como fora dos centros espíritas Conclusões: Os médiuns estudados evidenciaram alto nível socioeducacional, baixa prevalência de transtornos psiquiátricos menores e razoável adequação social. A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de identidade dissociativa. A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância, e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias, que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia.¶ / Objectives: This study describes the social-demographic profile and psychopathology of Spiritist mediums, history and phenomenology of their mediumistic experiences. Methods: One hundred fifteen actively practicing medium subjects (27 male and 88 female) were randomly selected from different Kardecist Spiritist Centers in the City of Sao Paulo, Brazil. In the early phase of the study, all participants completed social-demographic and mediumistic activity questionnaires, SRQ (Self-Report Psychiatric Screening Questionnaire) and SAS (Social Adjustment Scale). All medium subjects (n = 12) identified by the SRQ with probable psychopathology, and a control group (12 healthy subjects) were submitted to interview using: the DDIS(Dissociative Disorders Interview Schedule), SCAN (Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry), and a qualitative interview. Results: Females were 76.5% of the sample, sample mean age was 48.1 ± 10.7 years; 2.7% of the subjects were currently unemployed; and 46% of the sample had a college degree. Participants indicated being Spiritist for an average of 16.2 ±12.7 years, having a mean of 3.5 different types of mediumistic abilities (receiving/embodiment of an spiritual entity 72%; seeing 63%; hearing 32%; and automatic writing 23%). Each mediumistic modality was carried out an average of 7 to 14 times a week with no gender difference; 7.8% of the medium subjects exhibited a minor psychiatric disorder according to the SRQ, and the entire sample scored 1.85 ± 0,33 points in the SAS. There was a significant correlation between social adjustment scores and SRQ psychiatric symptoms (r= 0,38 p<0,001). There was no significant correlation between the degree of mediumistic activity and either SRQ or SAS scores. Medium subjects differed from dissociative identity disorders subjects and displayed 4 Schneiderian first rank symptoms for schizophrenia that were unrelated to either the SRQ or SAS scores. Four distinct modes of emergence of mediumistic symptoms were recorded: isolated symptoms during childhood, isolated symptoms during adulthood, spontaneous mood fluctuations, and formal courses in mediumistic ability development. A full mediumistic trance process begins with: sensing another presence, experiencing a variety of physical symptoms and feelings, and experiencing vibratory frequencies which subjects attributed to an external source, or spiritual entity. Subsequently, subjects begin to feel pressure in the area of the throat and an unplanned speech is mechanically voiced. Intuition is characterized by the emergence of thoughts and/or images not recognized by the subjects as their own. Hearing and seeing are characterized as the awareness of images and voices within the internal psychic space or as an external object. Full mediumistic trance was recorded exclusively within the Spiritist Centers however all other mediumistic experiences were recorded both inside and outside these centers. Conclusions: The medium subjects included in this analysis displayed evidences of having a high social-educational level, a low prevalence rate of minor psychiatric symptoms and a sound level of social adjustment. Mediumistic trance is very possibly an experience other than a Dissociative Identity Disorder. The majority of the subjects experienced the onset of mediumistic experiences during childhood, and the mediumistic process was characterized by experiences of replacement of the ego mind, or visual and/or auditory hallucinations not necessarily related to a definite diagnosis of schizophrenia.
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Estudo sobre história de trauma e eventos dissociativos em pacientes com crises não-epilépticas psicogênicas / Trauma history and dissociative events study in patients with psychogenic non-epileptic seizures

Inah Carolina Galatro Faria Proença 03 December 2010 (has links)
INTRODUÇÃO: As crises não-epilépticas psicogênicas são uma condição médica complexa que pode se apresentar como sintomas físicos ou neurológicos porém sem achados orgânicos correspondentes, evidenciando a presença de fatores psicológicos como base dos sintomas. Elas podem ocorrer isoladamente ou se repetir de forma sistemática. Quando se repetem podem estar associadas à baixa auto-estima, perda de emprego, dificuldade nas relações amorosas e sociais. A esta condição clínica denomina-se transtorno de crises não-epilépticas psicogênicas (TCNEP). Dentre os fatores de risco para TCNEP, os mais amplamente estudados são a história de trauma e os fenômenos dissociativos. MÉTODOS: Neste estudo caso-controle, cujos dados foram obtidos entre janeiro de 2003 e setembro de 2009, foram avaliados 20 pacientes portadores de TCNEP e 20 pacientes com epilepsia do lobo t e m p o r a l , a p ó s m o n i t o r a ç ã o p r o l o n g a d a em u n i d a d e d e vídeo-eletroencefalografia (VEEG). Foram excluídos os sujeitos com associação das duas patologias. Os grupos foram pareados quanto ao gênero, faixa etária, anos de escolaridade formal e classe social. Também foram avaliados: idade de início das crises, idade do diagnóstico, pior frequência de crises e classificação social. Os pacientes responderam também a dois instrumentos estruturados e validados no Brasil, um quanto à história de trauma na infância e adolescência (QUESI), e outro sobre a presença de fenômenos dissociativos (DES) ao longo da vida. RESULTADOS: 1) Não houve diferença significativa do ponto de vista estatístico no que diz respeito ao gênero, faixa etária, classificação social, e frequência de crises; 2) Houve diferença estatisticamente significativa na escolaridade (p=0,006); 3) No grupo caso, a idade de início foi superior (22,25 DP 9,19) à do grupo controle (11,62 DP 9,59), p=0,007. Assim como a idade do diagnóstico, que foi de 30,79 (DP 11,33) no grupo de pacientes com TCNEP e de 15,97 (DP 9,67) nos pacientes com epilepsia, p<0,001; 4) A DES teve valores também estatisticamente significativos, sendo 53,35 (DP 23,15) no grupo com TCNEP e de 22,02 (DP 16,37) no grupo com epilepsia, p<0,001. Quanto às subescalas, todas tiveram resultados significativos entre os grupos; 5) O QUESI apresentou também resultados médios significativos, com média de 60,30 (DP 21,75) no grupo de TCNEP e de 45,40 (DP 12,27) no grupo com epilepsia, p=0,014, mas somente as subescalas que identificaram a negligência e o abuso emocionais foram estatisticamente significativas (p=0,013 e p=0,014 respectivamente). CONCLUSÕES: Fenômenos dissociativos e história de trauma na infância são mais frequentes nos pacientes com TCNEP do que nos pacientes com epilepsia. Todavia, em relação à história de trauma, apenas a negligência e o abuso emocionais podem estar associados à TCNEP / INTRODUCTION: Psychogenic non-epileptic seizures are a complex medical condition that may present as physical or neurologic symptoms but without corresponding organic findings, suggesting the presence of psychological factors as the basis of symptoms. They can occur alone or recur systematically. When recurrent they can be associated with low self-esteem, loss of employment, difficulty in intimate and other social relationships. This clinical condition is called a psychogenic non-epileptic seizures disorder (PNESD). Among the risk factors for PNESD, the most widely studied are the history of trauma and the presence of dissociative phenomena. METHODS: In this case-control study, with data obtained between January 2003 and September 2009, 20 patients with PNESD and 20 patients with temporal lobe epilepsy were evaluated after monitoring in video-electroencephalography unit. We excluded subjects with a combination of both conditions. The groups were matched for gender, age, length of school education and social class. We also evaluated age of onset, age at diagnosis and worse seizure frequency. Patientes of both groups responded two structured instruments for history of trauma in childhood and adolescence (QUESI) and FOR the presence of dissociative phenomena (DES) throughout life, both valitaded in Brazil. RESULTS: 1) There was no statistical significant difference between both groups regard to gender, age, social status and seizure frequency; 2) There was a statistical significant difference in education (p = 0.006); 3) Age of onset and at diagnosis in PNESD group were significantly higher (22.25 SD 9, 19) than the control group (11.62 SD 9.59), p = 0.007, as well as age of diagnosis were higher in patients with PNESD (30.79 SD 11.33) than in patients with epilepsy (15.97 SD 9.67), p <0.001; 4) DES values were also significantly higher in the PNESD group (53.35 SD 23.15) than control group (22.02 SD 16.37), p <0.001. As for the subscales all had significant results between groups; 5) QUESI\'s results were also significantly higher in the PNESD group (60.30 SD 21.75) than in epilepsy group (45.40 SD 12.27), p = 0.014, but only the subscales that identify emotional neglect and emotional abuse were statistical significantly in PNESD group (p = 0.013 and p =0.014 respectively). CONCLUSIONS: History of childhood trauma and dissociative phenomena are more common in patients with PNESD than in patients with epilepsy. However, in relation to history of trauma, only emotional neglect and emotional abuse may be associated with PNESD.

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