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Estudo epidemiológico das práticas sexuais desprotegidas em uma população de homens e travestisBrignol, Sandra Mara Silva January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / A prática do sexo oral e anal sem o uso do preservativo masculino é um importante fator para a infecção pelo HIV e outras DST na população dos homens que fazem sexo com homens (HSH) e das travestis. As relações entre características sociais, individuais, institucionais e as práticas sexuais desprotegidas são informações que podem ser utilizadas para estruturar ações de prevenção. Investigar as associações entre fatores de vulnerabilidade e as práticas sexuais desprotegidas além de descrever características dos HSH e travestis faz parte dos objetivos deste trabalho. O presente estudo é um recorte do Projeto Convida, inquérito sobre conhecimentos, atitudes, comportamentos e práticas de risco para a infecção pelo HIV entre HSH na cidade de Salvador na Bahia, em 2003. A população do estudo foi de HSH e travestis residentes na cidade de Salvador e região metropolitana que responderam ao questionário e que freqüentaram a “cena gay” desta cidade. A parte exploratória do estudo foi realizada com a análise de correspondência. Para a classificação da amostra em grupos, utilizou-se a análise de cluster. A modelagem estatística foi realizada utilizando regressão logística, todas norteadas pelo quadro conceitual da vulnerabilidade. A prática do sexo anal e oral desprotegido foi de 48,5% e 68,6% respectivamente, sendo a identidade sexual um importante fator para se descrever tais práticas nos grupos identificados na análise gráfica. Ajustou-se a formação dos grupos com a análise de cluster que permitiu identificar quais as características dos indivíduos que se envolvem mais freqüentemente na prática do sexo anal e oral desprotegido. A associação entre os diferentes grupos dos HSH e travestis e a prática do sexo anal desprotegido foi estatisticamente significante para o grupo dos que se sentem em médio risco de contrair HIV (OR=2,31; IC=1,68;3,19), os que se sentem em alto risco de contrair HIV (OR=1,56; IC95%=1,09;2,24), os que não responderam a percepção de risco (OR=3,20; IC95%=1,05;9,77), os ativos e passivos que gostam de todos os tipos de prática e parceria homossexual (OR=1,67 IC95%=1,07;2,61), os persuadidos/cuidadosos ao sexo desprotegido (OR=1,48; IC95%=1,16;1,89), os persuasivos e persuadidos a prática do sexo anal sem proteção (OR=6,75; IC95%=4,38;10,40). Para o sexo oral desprotegido, a associação foi estatisticamente significante para os grupos dos casados com mulher (OR=0,57; IC95%=0,38;0,87), os ativos e passivos que gostam de todos os tipos de prática e parceria homossexual (OR=3,65 IC95%=2,06;6,45), o ativo e passivo seletivo nos locais que freqüenta (OR=2,16; IC95%=1,25;3,73), o ativo sem preferência de parceiro (OR=2,34 ic95%=1,46;3,75 e os persuasivos e persuadidos a prática do sexo anal sem proteção (OR=2,41; IC95%=1,30;4,43). As práticas sexuais desprotegidas são freqüentes na população dos HSH e travestis da cidade de Salvador, sendo que os homossexuais parecem mais vulneráveis a estas práticas sexuais, seguidos das travestis. Os resultados são consistentes com alguns estudos que mostram a associação entre fatores da percepção de risco, prática do sexo insertivo sem proteção, negociação de regras para as práticas desprotegidas. Uma vantagem foi ter grupos de homens formados através da observação das relações simultâneas entre vários fatores para se observar as associações. A descrição detalhada das relações entre as práticas desprotegidas e características dos grupos de HSH e travestis podem ser usada para subsidiar ações diferenciadas e específicas de prevenção nos locais da “cena gay” de Salvador, convidando estes homens e travestis à práticas sexuais mais protegidas. / Salvador
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