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O perceber do valor na ética material de Max SchelerVolkmer, Sérgio Augusto Jardim January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / Este trabalho traz o resultado de uma investigação sobre a fundamentação gnosiológica e antropológica da ética material dos valores de Max Scheler, enfocando sobretudo a percepção dos valores na sua chamada fase fenomenológica, cuja obra mais marcante é “O formalismo na ética e a ética material dos valores” (1913-1916). Na dimensão gnosiológica, a percepção dos valores tem caráter ‘sentimental’ ou ‘emocional’, ou ainda dito ‘afetivo’. Isto significa que o espírito tem atos de intuição que não se limitam aos atos da consciência intelectiva. Os atos de perceber sentimental são atos intencionais pelos quais o valor se dá de modo imediato para o espírito. A consciência intelectiva somente tem acesso ao valor de modo mediado. O saber emocional ou afetivo é anterior ao conhecer intelectivo. É o que dá a este seus objetos. Isto se apóia em novas perspectivas antropológicas. A antropologia de Max Scheler sepulta de vez o puro idealismo racionalista. O ser conhecedor é um ser vivente. Trata-se de uma visão de homem que mantém o pé na matéria mesma da vida, nos impulsos da natureza, nas várias esferas de ser que o constituem, sem ser naturalista: a esfera do ser vivente em geral, a esfera animal, a esfera da comunidade, e a esfera do espírito, o diferencial pelo qual o homem se constitui como pessoa. A pessoa é centro espiritual de atos ligado à dimensão do vivente, ser livre que pode e deve transitar entre as suas esferas constituintes, às quais estão relacionados os valores. Voltando assim à ética, da mesma forma que na antropologia a idéia de esferas hierárquicas aponta para uma superioridade dos valores menos relativos ao que é contingente, superando assim tanto a ética idealista quanto a empirista, e fazendo sobressair o valor absoluto da pessoa. O ato bom é o que vai além da boa intenção, e realiza concretamente um bem no mundo. O bem maior é a realização da pessoa.
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O perceber do valor na ?tica material de Max SchelerVolkmer, S?rgio Augusto Jardim 10 July 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-07-10 / Este trabalho traz o resultado de uma investiga??o sobre a fundamenta??o gnosiol?gica e antropol?gica da ?tica material dos valores de Max Scheler, enfocando sobretudo a percep??o dos valores na sua chamada fase fenomenol?gica, cuja obra mais marcante ? O formalismo na ?tica e a ?tica material dos valores (1913-1916). Na dimens?o gnosiol?gica, a percep??o dos valores tem car?ter sentimental ou emocional, ou ainda dito afetivo. Isto significa que o esp?rito tem atos de intui??o que n?o se limitam aos atos da consci?ncia intelectiva. Os atos de perceber sentimental s?o atos intencionais pelos quais o valor se d? de modo imediato para o esp?rito. A consci?ncia intelectiva somente tem acesso ao valor de modo mediado. O saber emocional ou afetivo ? anterior ao conhecer intelectivo. ? o que d? a este seus objetos. Isto se ap?ia em novas perspectivas antropol?gicas. A antropologia de Max Scheler sepulta de vez o puro idealismo racionalista. O ser conhecedor ? um ser vivente. Trata-se de uma vis?o de homem que mant?m o p? na mat?ria mesma da vida, nos impulsos da natureza, nas v?rias esferas de ser que o constituem, sem ser naturalista: a esfera do ser vivente em geral, a esfera animal, a esfera da comunidade, e a esfera do esp?rito, o diferencial pelo qual o homem se constitui como pessoa. A pessoa ? centro espiritual de atos ligado ? dimens?o do vivente, ser livre que pode e deve transitar entre as suas esferas constituintes, ?s quais est?o relacionados os valores. Voltando assim ? ?tica, da mesma forma que na antropologia a id?ia de esferas hier?rquicas aponta para uma superioridade dos valores menos relativos ao que ? contingente, superando assim tanto a ?tica idealista quanto a empirista, e fazendo sobressair o valor absoluto da pessoa. O ato bom ? o que vai al?m da boa inten??o, e realiza concretamente um bem no mundo. O bem maior ? a realiza??o da pessoa.
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Cognitivismo avaliativo descritivista : uma objeçãoVogelmann, Rafael Graebin January 2017 (has links)
Cognitivismo Avaliativo Descritivista é a tese segundo a qual atribuições de valor pretendem descrever aspectos da realidade. Segundo essa tese, ser valioso não é senão instanciar certa propriedade ou participar de certa relação. O esforço de reflexão e discussão avaliativa é concebido como um esforço para ajustar nossas convicções avaliativas à realidade, e quando este esforço é bem-sucedido obtermos conhecimento avaliativo. Atribuições de valor se distinguem de outras proposições descritivas apenas em razão do caráter peculiar dos aspectos da realidade dos quais se ocupa. O objetivo da presente dissertação é objetar a este tese. Cabe ao defensor do Cognitivismo Descritivista delimitar a região da realidade da qual tratam atribuições de valor. É por referência a ela que o cognitivista deve explicar os traços distintivos do juízo de valor. Há duas alternativas disponíveis: ou juízos de valor dizem respeito a um reino de fatos que transcendem a realidade natural ou dizem respeito a fatos naturais. No primeiro capítulo argumento que o Cognitivismo em sua forma Não-Naturalista não pode dar conta da covariação do valor. A covariação consiste no fato de diferenças em valor sempre são acompanhadas de diferenças não-avaliativas. Esta é uma restrição à qual nossas atribuições de valor se conformam, mas não podemos dar sentido a ela se assumimos a verdade do Cognitivismo Não-Naturalista. O Cognitivismo Descritivista deve, portanto, assumir uma forma Naturalista. No segundo capítulo argumento a única razão para preferir o Cognitivismo Naturalista a caracterizações alternativas do juízo de valor consiste no fato de que essa tese promete dar conta da objetividade de atribuições de valor segundo certa concepção de objetividade Segundo esta concepção só são objetivos aqueles aspectos da realidade acessíveis em abstração de qualquer perspectiva particular, incluída aí a perspectiva caracterizada pela propensão a certas respostas comportamentais e afetivas que adquirimos ao longo de nossa educação moral. Argumento que esta concepção de objetividade não se sustenta e que, portanto, não temos nenhuma razão para adotar o Cognitivismo Naturalista. No terceiro capítulo argumento que, mesmo que tivéssemos alguma razão para supor que atribuições de valor consistem na descrição de aspectos naturais da realidade, esta caracterização do juízo de valor também falha em dar conta de um traço distintivo de tais juízos, qual seja, a restrição à terceirização de juízos de valor. A restrição à terceirização consiste no fato de que o parecer de pretensos especialistas em valor não pode fornecer razão para aceitar certo juízo de valor. Usualmente o parecer de especialistas pode fornecer razão para adotar juízos descritivos, e se assumimos que atribuições de valor descrevem aspectos naturais da realidade não podemos dar conta dessa restrição. Concluo que devemos recusar o Cognitivismo Descritivista. / Descriptive Evaluative Cognitivism is the thesis according to which ascriptions of value aim at describing features of reality. According to this thesis, to be valuable is just to instantiate some property or to take part in some relation. The effort of evaluative reflection and discussion is conceived as an effort to adjust our evaluative convictions to reality, and if we succeed in this effort we obtain evaluative knowledge. Ascriptions of value distinguish themselves from other descriptive propositions in virtue of the peculiar character of the features of reality they aim to describe. The goal of this dissertation is to present an objection to this thesis. The defender of Descriptive Cognitivism must specify the domain of reality ascriptions of value are about. It is by reference to it that the cognitivist must explain the distinctive traits of value judgments. There are two available options: either value judgments are about a domain of facts that transcends natural reality, or they are about natural facts. In the first chapter I argue that Cognitivism in its Non-naturalistic form cannot account for the covariation of value. Covariation consists in the fact that differences in value are always accompanied by non-evaluative differences. Our ascriptions of value comply with this constraint, but we cannot make sense of it if we assume that Non-naturalist Cognitivism is correct. Descriptive Cognitivism must, therefore, adopt a Naturalistic form. In the second chapter I argue that the only reason to prefer Naturalist Cognitivism to alternative characterizations of value judgments is the fact that it can account for the objectivity of value ascriptions according to a certain conception of objectivity According to this conception, only those features of reality accessible in abstraction from any particular perspective, including the perspective characterized by the propensity to certain behavioral and affective responses that we acquire during our moral education, are objective. I argue that this conception of objectivity does not hold and that, therefore, we have no reason to accept Naturalist Cognitivism. In the third chapter I argue that even if we had some reason to suppose that ascriptions of value consist in the description of natural aspects of reality, this characterization of value judgments also fails to account for a distinctive feature of such judgments - the restriction on the outsourcing of value judgments. The restriction on outsourcing consists in the fact that the opinion of would-be value experts cannot provide a reason to accept a certain value judgment. Usually the expert opinion can provide a reason to accept descriptive judgments, and if we assume that ascriptions of value describe natural features of reality, then we cannot account for this restriction. I conclude that we must reject Descriptive Cognitivism.
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Sobre a crítica da moral e a transvaloração dos valores segundo Friedrich Nietzsche / On criticism of morals and values revaluation according to Friedrich NietzscheAlves, Cícero Everardo de Oliveira January 2015 (has links)
ALVES, Cícero Everardo de Oliveira. Sobre a crítica da moral e a transvaloração dos valores segundo Friedrich Nietzsche. 2015. 78f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Fortaleza (CE), 2015. / Submitted by Gustavo Daher (gdaherufc@hotmail.com) on 2016-09-23T11:58:58Z
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Previous issue date: 2015 / The general purpose of this research is to expose the thought of Friedrich Nietzsche about the
notion of value in order to present his critique to the foundations of traditional morality, and
consequently understand what are the determinations that constitute the project that this
philosopher designated as revaluation of all values. In this trajectory, we question according to
the Nietzschean thought the way that the moral values become accepted, as the ones have
historically been instituted and what underlies as a foundation in order to clarify that the
criticism of moral values is directlyrelated to the notion of value. From this, the research undertakes an analysis of the elements of his critique to the modern culture, seeking an understanding of the factors that possibly entail a loss of existence meaning. We are going to discuss the notions that Nietzsche had used in his efforts to solve the aporias originated both from pessimism problematic as asceticism, both of them rooted in the spirit of the modern man. In this research, you will the way this philosopher reflects on the overcoming of assumptions that express ideals of perhaps decadent nature and which encourage also the animal man belittlement. Indeed, a debate about the revaluation project of all values there would not be to dodge from these issues, rather the understanding of such minutiae are taken as greater scope, since through the articulation of these elements we shall know how the project mentioned above not only makes up Nietzsche's critique to the morality, but ended by being characterized as truly decisive moment of his philosophical production. / O propósito geral da presente pesquisa consiste em expor a reflexão de Friedrich Nietzsche a respeito da noção de valor, tendo em vista apresentar a sua crítica às bases da moralidade tradicional, e consequentemente compreender quais seriam as determinações que constituem o projeto que este filósofo designou como transvaloração de todos os valores. Nesse percurso, questionamos de acordo com o pensamento nietzschiano o modo como os valores morais se tornam aceitos, como estes foram historicamente instituídos e o que os subjaz como fundamento, de forma a explicitar que a crítica aos valores morais está diretamente relacionada à noção de valor. A partir disso, a pesquisa empreende uma análise dos elementos que compõem sua crítica à cultura moderna, buscando evidenciar os fatores que findariam por acarretar uma perda de sentido da existência. Analisando sua compreensão acerca do fenômeno do niilismo, buscaremos analisar quais elementos Nietzsche utiliza na tentativa de apresentar aquela que seria a resolução das aporias oriundas dos problemas do pessimismo e do ascetismo, ambos enraizados no espírito do homem moderno. Desse modo, a superação das premissas que apregoam ideais de cunho possivelmente decadente e que fomentam o apequenamento do animal homem constituem uma série de questões pelas quais a presente pesquisa intenciona discorrer. Com efeito, um debate acerca do projeto de transvaloração de todos os valores não haveria de se esquivar de tais questões, ao contrário, a compreensão de tais minúcias são tomadas como escopo maior, uma vez que através da articulação de tais elementos haveremos de saber como o projeto dito acima não somente compõe a crítica de Nietzsche à moral, mas finda por se caracterizar como instante verdadeiramente decisivo da sua produção filosófica.
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Cognitivismo avaliativo descritivista : uma objeçãoVogelmann, Rafael Graebin January 2017 (has links)
Cognitivismo Avaliativo Descritivista é a tese segundo a qual atribuições de valor pretendem descrever aspectos da realidade. Segundo essa tese, ser valioso não é senão instanciar certa propriedade ou participar de certa relação. O esforço de reflexão e discussão avaliativa é concebido como um esforço para ajustar nossas convicções avaliativas à realidade, e quando este esforço é bem-sucedido obtermos conhecimento avaliativo. Atribuições de valor se distinguem de outras proposições descritivas apenas em razão do caráter peculiar dos aspectos da realidade dos quais se ocupa. O objetivo da presente dissertação é objetar a este tese. Cabe ao defensor do Cognitivismo Descritivista delimitar a região da realidade da qual tratam atribuições de valor. É por referência a ela que o cognitivista deve explicar os traços distintivos do juízo de valor. Há duas alternativas disponíveis: ou juízos de valor dizem respeito a um reino de fatos que transcendem a realidade natural ou dizem respeito a fatos naturais. No primeiro capítulo argumento que o Cognitivismo em sua forma Não-Naturalista não pode dar conta da covariação do valor. A covariação consiste no fato de diferenças em valor sempre são acompanhadas de diferenças não-avaliativas. Esta é uma restrição à qual nossas atribuições de valor se conformam, mas não podemos dar sentido a ela se assumimos a verdade do Cognitivismo Não-Naturalista. O Cognitivismo Descritivista deve, portanto, assumir uma forma Naturalista. No segundo capítulo argumento a única razão para preferir o Cognitivismo Naturalista a caracterizações alternativas do juízo de valor consiste no fato de que essa tese promete dar conta da objetividade de atribuições de valor segundo certa concepção de objetividade Segundo esta concepção só são objetivos aqueles aspectos da realidade acessíveis em abstração de qualquer perspectiva particular, incluída aí a perspectiva caracterizada pela propensão a certas respostas comportamentais e afetivas que adquirimos ao longo de nossa educação moral. Argumento que esta concepção de objetividade não se sustenta e que, portanto, não temos nenhuma razão para adotar o Cognitivismo Naturalista. No terceiro capítulo argumento que, mesmo que tivéssemos alguma razão para supor que atribuições de valor consistem na descrição de aspectos naturais da realidade, esta caracterização do juízo de valor também falha em dar conta de um traço distintivo de tais juízos, qual seja, a restrição à terceirização de juízos de valor. A restrição à terceirização consiste no fato de que o parecer de pretensos especialistas em valor não pode fornecer razão para aceitar certo juízo de valor. Usualmente o parecer de especialistas pode fornecer razão para adotar juízos descritivos, e se assumimos que atribuições de valor descrevem aspectos naturais da realidade não podemos dar conta dessa restrição. Concluo que devemos recusar o Cognitivismo Descritivista. / Descriptive Evaluative Cognitivism is the thesis according to which ascriptions of value aim at describing features of reality. According to this thesis, to be valuable is just to instantiate some property or to take part in some relation. The effort of evaluative reflection and discussion is conceived as an effort to adjust our evaluative convictions to reality, and if we succeed in this effort we obtain evaluative knowledge. Ascriptions of value distinguish themselves from other descriptive propositions in virtue of the peculiar character of the features of reality they aim to describe. The goal of this dissertation is to present an objection to this thesis. The defender of Descriptive Cognitivism must specify the domain of reality ascriptions of value are about. It is by reference to it that the cognitivist must explain the distinctive traits of value judgments. There are two available options: either value judgments are about a domain of facts that transcends natural reality, or they are about natural facts. In the first chapter I argue that Cognitivism in its Non-naturalistic form cannot account for the covariation of value. Covariation consists in the fact that differences in value are always accompanied by non-evaluative differences. Our ascriptions of value comply with this constraint, but we cannot make sense of it if we assume that Non-naturalist Cognitivism is correct. Descriptive Cognitivism must, therefore, adopt a Naturalistic form. In the second chapter I argue that the only reason to prefer Naturalist Cognitivism to alternative characterizations of value judgments is the fact that it can account for the objectivity of value ascriptions according to a certain conception of objectivity According to this conception, only those features of reality accessible in abstraction from any particular perspective, including the perspective characterized by the propensity to certain behavioral and affective responses that we acquire during our moral education, are objective. I argue that this conception of objectivity does not hold and that, therefore, we have no reason to accept Naturalist Cognitivism. In the third chapter I argue that even if we had some reason to suppose that ascriptions of value consist in the description of natural aspects of reality, this characterization of value judgments also fails to account for a distinctive feature of such judgments - the restriction on the outsourcing of value judgments. The restriction on outsourcing consists in the fact that the opinion of would-be value experts cannot provide a reason to accept a certain value judgment. Usually the expert opinion can provide a reason to accept descriptive judgments, and if we assume that ascriptions of value describe natural features of reality, then we cannot account for this restriction. I conclude that we must reject Descriptive Cognitivism.
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O entrelaçamento fato-valor: uma abordagem a partir de Hillary Putnam e Amartya SenFerreira, Carlos Roberto Bueno January 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015 / This thesis aims to analyze the dichotomy between fact and value. The separation of the merely factual-objective of which is evaluative-subjective is the result of a historical progression based on a number of theories that oppose each other, going back to the clash between Descartes and Hume (rationalism and empiricism). However, this dichotomy is criticized by Hilary Putnam, who defends the existence of an entanglement of facts and values. In this sense, will seek to demonstrate the danger to defend the ideal of a science free of ethical and social values. The second chapter, in order to demonstrate a more tangible way the entanglement between facts and values, is dedicated to an evaluation conducted on the unsustainability of the dichotomy fact - value in the economy. It is proposed to evaluate the work of Amartya Sen, Indian philosopher and economist who has devoted his career to the affirmation of the economy also as a human science that deals with complex ethical factors which can not be reduced simply to numbers and statistics. Sen defends the possibility of a welfare economy and, therefore, proposes a rereading of "classical economics", adding that it would have been an ethical impoverishment due to its overly linked to mathematical reason structure and focus on individual interest. Seeking a solution that would avoid utilitarianism, Sen developed the theory of capabilities, which proposes to consider the interpersonal comparisons of "utility." Thus, we intend to address the issue of the fact-value dichotomy, based on the thought of Putnam and Sen, pointing out the possible consequences that the arguments raised generate for philosophical perception of political science, and notions of reason applicable to normative issues. / A presente dissertação busca analisar a dicotomia entre fato e valor. A separação do que é meramente fático-objetivo do que é valorativo-subjetivo é resultado de uma progressão histórica fundada numa série de teorias que se opõem entre si, remontando ao embate entre Descartes e Hume (racionalismo e empirismo). Contudo, esta dicotomia é criticada por Hilary Putnam, que defende a existência de um entrelaçamento de fatos e valores. Nesse sentido, buscar-se-á, no primeiro capítulo do trabalho, demonstrar o perigo de se defender o ideal de uma ciência livre de valores éticos e sociais. O capítulo seguinte, buscando demonstrar de modo mais tangível o entrelaçamento entre fato e valor, é dedicado a uma avaliação aplicada, relativa à insustentabilidade da referida dicotomia no campo da economia. Para isso, propõe-se avaliar alguns aspectos da obra de Amartya Sen, filósofo e economista indiano que dedicou sua carreira à afirmação da economia também como ciência humana que lida com fatores éticos complexos, que não podem ser reduzidos a números e estatísticas. Sen defende a possibilidade de uma economia de bemestar e, para isso, propõe uma releitura da ―teoria econômica clássica‖, aduzindo que ela teria sofrido empobrecimento ético decorrente da sua estrutura excessivamente ligada à razão matemática e ao foco no interesse individual. Buscando uma solução que evitasse o utilitarismo, Sen desenvolveu a teoria das capacidades, na qual se propõe a considerar as comparações interpessoais de ―utilidade‖. A partir dessas discussões, pretendemos abordar o tema da dicotomia fato-valor com base no pensamento de Putnam e Sen, apontando as possíveis consequências geradas pelos argumentos levantados à percepção filosófica das ciências políticas, e às noções de razão aplicáveis às questões normativas.
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Cognitivismo avaliativo descritivista : uma objeçãoVogelmann, Rafael Graebin January 2017 (has links)
Cognitivismo Avaliativo Descritivista é a tese segundo a qual atribuições de valor pretendem descrever aspectos da realidade. Segundo essa tese, ser valioso não é senão instanciar certa propriedade ou participar de certa relação. O esforço de reflexão e discussão avaliativa é concebido como um esforço para ajustar nossas convicções avaliativas à realidade, e quando este esforço é bem-sucedido obtermos conhecimento avaliativo. Atribuições de valor se distinguem de outras proposições descritivas apenas em razão do caráter peculiar dos aspectos da realidade dos quais se ocupa. O objetivo da presente dissertação é objetar a este tese. Cabe ao defensor do Cognitivismo Descritivista delimitar a região da realidade da qual tratam atribuições de valor. É por referência a ela que o cognitivista deve explicar os traços distintivos do juízo de valor. Há duas alternativas disponíveis: ou juízos de valor dizem respeito a um reino de fatos que transcendem a realidade natural ou dizem respeito a fatos naturais. No primeiro capítulo argumento que o Cognitivismo em sua forma Não-Naturalista não pode dar conta da covariação do valor. A covariação consiste no fato de diferenças em valor sempre são acompanhadas de diferenças não-avaliativas. Esta é uma restrição à qual nossas atribuições de valor se conformam, mas não podemos dar sentido a ela se assumimos a verdade do Cognitivismo Não-Naturalista. O Cognitivismo Descritivista deve, portanto, assumir uma forma Naturalista. No segundo capítulo argumento a única razão para preferir o Cognitivismo Naturalista a caracterizações alternativas do juízo de valor consiste no fato de que essa tese promete dar conta da objetividade de atribuições de valor segundo certa concepção de objetividade Segundo esta concepção só são objetivos aqueles aspectos da realidade acessíveis em abstração de qualquer perspectiva particular, incluída aí a perspectiva caracterizada pela propensão a certas respostas comportamentais e afetivas que adquirimos ao longo de nossa educação moral. Argumento que esta concepção de objetividade não se sustenta e que, portanto, não temos nenhuma razão para adotar o Cognitivismo Naturalista. No terceiro capítulo argumento que, mesmo que tivéssemos alguma razão para supor que atribuições de valor consistem na descrição de aspectos naturais da realidade, esta caracterização do juízo de valor também falha em dar conta de um traço distintivo de tais juízos, qual seja, a restrição à terceirização de juízos de valor. A restrição à terceirização consiste no fato de que o parecer de pretensos especialistas em valor não pode fornecer razão para aceitar certo juízo de valor. Usualmente o parecer de especialistas pode fornecer razão para adotar juízos descritivos, e se assumimos que atribuições de valor descrevem aspectos naturais da realidade não podemos dar conta dessa restrição. Concluo que devemos recusar o Cognitivismo Descritivista. / Descriptive Evaluative Cognitivism is the thesis according to which ascriptions of value aim at describing features of reality. According to this thesis, to be valuable is just to instantiate some property or to take part in some relation. The effort of evaluative reflection and discussion is conceived as an effort to adjust our evaluative convictions to reality, and if we succeed in this effort we obtain evaluative knowledge. Ascriptions of value distinguish themselves from other descriptive propositions in virtue of the peculiar character of the features of reality they aim to describe. The goal of this dissertation is to present an objection to this thesis. The defender of Descriptive Cognitivism must specify the domain of reality ascriptions of value are about. It is by reference to it that the cognitivist must explain the distinctive traits of value judgments. There are two available options: either value judgments are about a domain of facts that transcends natural reality, or they are about natural facts. In the first chapter I argue that Cognitivism in its Non-naturalistic form cannot account for the covariation of value. Covariation consists in the fact that differences in value are always accompanied by non-evaluative differences. Our ascriptions of value comply with this constraint, but we cannot make sense of it if we assume that Non-naturalist Cognitivism is correct. Descriptive Cognitivism must, therefore, adopt a Naturalistic form. In the second chapter I argue that the only reason to prefer Naturalist Cognitivism to alternative characterizations of value judgments is the fact that it can account for the objectivity of value ascriptions according to a certain conception of objectivity According to this conception, only those features of reality accessible in abstraction from any particular perspective, including the perspective characterized by the propensity to certain behavioral and affective responses that we acquire during our moral education, are objective. I argue that this conception of objectivity does not hold and that, therefore, we have no reason to accept Naturalist Cognitivism. In the third chapter I argue that even if we had some reason to suppose that ascriptions of value consist in the description of natural aspects of reality, this characterization of value judgments also fails to account for a distinctive feature of such judgments - the restriction on the outsourcing of value judgments. The restriction on outsourcing consists in the fact that the opinion of would-be value experts cannot provide a reason to accept a certain value judgment. Usually the expert opinion can provide a reason to accept descriptive judgments, and if we assume that ascriptions of value describe natural features of reality, then we cannot account for this restriction. I conclude that we must reject Descriptive Cognitivism.
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O entrela?amento fato-valor : uma abordagem a partir de Hillary Putnam e Amartya SenFerreira, Carlos Roberto Bueno 12 March 2015 (has links)
Submitted by Setor de Tratamento da Informa??o - BC/PUCRS (tede2@pucrs.br) on 2015-06-02T14:30:55Z
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Previous issue date: 2015-03-12 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior - CAPES / This thesis aims to analyze the dichotomy between fact and value. The separation of the merely factual-objective of which is evaluative-subjective is the result of a historical progression based on a number of theories that oppose each other, going back to the clash between Descartes and Hume (rationalism and empiricism). However, this dichotomy is criticized by Hilary Putnam, who defends the existence of an entanglement of facts and values. In this sense, will seek to demonstrate the danger to defend the ideal of a science free of ethical and social values. The second chapter, in order to demonstrate a more tangible way the entanglement between facts and values, is dedicated to an evaluation conducted on the unsustainability of the dichotomy fact - value in the economy. It is proposed to evaluate the work of Amartya Sen, Indian philosopher and economist who has devoted his career to the affirmation of the economy also as a human science that deals with complex ethical factors which can not be reduced simply to numbers and statistics.Sen defends the possibility of a welfare economy and, therefore, proposes a rereading of "classical economics", adding that it would have been an ethical impoverishment due to its overly linked to mathematical reason structure and focus on individual interest. Seeking a solution that would avoid utilitarianism, Sen developed the theory of capabilities, which proposes to consider the interpersonal comparisons of "utility." Thus, we intend to address the issue of the fact-value dichotomy, based on the thought of Putnam and Sen, pointing out the possible consequences that the arguments raised generate for philosophical perception of political science, and notions of reason applicable to normative issues. / A presente disserta??o busca analisar a dicotomia entre fato e valor. A separa??o do que ? meramente f?tico-objetivo do que ? valorativo-subjetivo ? resultado de uma progress?o hist?rica fundada numa s?rie de teorias que se op?em entre si, remontando ao embate entre Descartes e Hume (racionalismo e empirismo). Contudo, esta dicotomia ? criticada por Hilary Putnam, que defende a exist?ncia de um entrela?amento de fatos e valores. Nesse sentido, buscar-se-?, no primeiro cap?tulo do trabalho, demonstrar o perigo de se defender o ideal de uma ci?ncia livre de valores ?ticos e sociais. O cap?tulo seguinte, buscando demonstrar de modo mais tang?vel o entrela?amento entre fato e valor, ? dedicado a uma avalia??o aplicada, relativa ? insustentabilidade da referida dicotomia no campo da economia.Para isso, prop?e-se avaliar alguns aspectos da obra de Amartya Sen, fil?sofo e economista indiano que dedicou sua carreira ? afirma??o da economia tamb?m como ci?ncia humana que lida com fatores ?ticos complexos, que n?o podem ser reduzidos a n?meros e estat?sticas. Sen defende a possibilidade de uma economia de bemestar e, para isso, prop?e uma releitura da ?teoria econ?mica cl?ssica?, aduzindo que ela teria sofrido empobrecimento ?tico decorrente da sua estrutura excessivamente ligada ? raz?o matem?tica e ao foco no interesse individual. Buscando uma solu??o que evitasse o utilitarismo, Sen desenvolveu a teoria das capacidades, na qual se prop?e a considerar as compara??es interpessoais de ?utilidade?. A partir dessas discuss?es, pretendemos abordar o tema da dicotomia fato-valor com base no pensamento de Putnam e Sen, apontando as poss?veis consequ?ncias geradas pelos argumentos levantados ? percep??o filos?fica das ci?ncias pol?ticas, e ?s no??es de raz?o aplic?veis ?s quest?es normativas.
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