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O exército como família : etnografia sobre as vilas militares na fronteiraSilva, Cristina Rodrigues da 12 May 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-05-12 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / This thesis is based on an ethnographic research on family dynamics in military villages
located in the border region in the northwestern Amazon of Brazil. Our starting point
considers the idea that the Brazilian Army seizes the "family" while native category
which expresses the collective of the organization (the Military Family), prescribing
relations to be modeled on solidarity and respect among its members (affections and
moral duties that the military regard as “natural” behaviors of the family), which also
extend to relations between their spouses/children and other military families, who
perceive themselves as "relatives" in this universe (the physical proximity of these
people within the villages - military sites - and the daily relations sharing would allow a
family experience beyond consanguineous relationships). Through this, it is observed
that the family is the object of constant care and it is sought to think the Army, on the
one hand, doing and undoing familiarization through a system of standards and
prescriptive behaviors (ideal model) which intervene in everyday relations of people
who are part of this collective, and which aim to ensure the functioning of the military
community as a family ruled by principles of hierarchy and discipline (structuring
dimensions of the institution). On the other hand, the study explores, faced with this
apparent uniformity of life in the barracks, how family members (especially the wives
of officers and sergeants) think themselves in this system and also make and break
family, stimulating a series of relationships within a conviviality in military towns,
engaging in conflicts, gossiping and alliances. Throughout the thesis, therefore, we
describe how both (institutions and individuals) flexibilize the family(ies), in order to
produce other specific configurations of a military kinship. / Esta tese baseia-se em uma pesquisa etnográfica sobre as dinâmicas familiares em vilas
militares situadas na região de fronteira no noroeste amazônico do Brasil. Nosso ponto
de partida traduz-se na ideia de que o Exército brasileiro apreende a “família” enquanto
categoria nativa que expressa o coletivo da organização (a Família Militar),
prescrevendo relações que devem ser calcadas em solidariedade e respeito entre seus
membros (afetos e deveres morais que os militares compreendem como condutas
“naturais” da família), e que também se estendem às relações entre seus cônjuges e
filhos/as com outras famílias de militares, que se percebem como “parentes” nesse
universo (a proximidade física dessas pessoas dentro de vilas – espaços militares – e o
compartilhamento de relações do cotidiano permitiria uma experiência familiar para
além das relações consanguíneas). Por este caminho, observa-se que a família é alvo de
um cuidado constante e busca-se pensar o Exército, por um lado, fazendo e desfazendo
familiarizações através de um sistema de normas e condutas prescritivas (um modelo
ideal) que intervêm nas relações cotidianas das pessoas que fazem parte deste coletivo, e
que visam garantir o funcionamento da comunidade militar como uma família ordenada
por princípios de hierarquia e disciplina (dimensões estruturantes da instituição). Por
outro lado, exploramos, frente a essa aparente uniformidade da vida no quartel, como os
familiares (em particular, as esposas de oficiais e sargentos) se pensam nesse sistema e
também fazem e desfazem família, dinamizando uma série de relações dentro de um
convívio nas vilas militares, se envolvendo em conflitos, fofocas e alianças. Ao longo
da tese, portanto, descrevemos como ambos (instituição e sujeitos) flexibilizam a(s)
família(s), de forma a produzir outras configurações específicas de um parentesco
militar.
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